GASTOS PÚBLICOS, CONCEITOS E RELAÇÕES COM PIB, RECEITA E DÍVIDA
PÚBLICAS.
Os gastos públicos podem ser definidos em:
a)
PRODUTIVOS NECESSÁRIOS, materiais (uma estrada,
ponte, etc.), imateriais, professores em sala de aula (produzem saber), médicos
e enfermeiras (produzem saúde e capacidade de trabalho). Normalmente as
atividades fins;
b) PRODUTIVOS
DESNECESSÁRIOS, estrada ou ponte desnecessária no momento, excessos e trabalhos
produtivos, mas desnecessários, ou não utilizados;
c) IMPRODUTIVOS
NECESSÁRIOS, PESSOAL DA RF, FORÇAS ARMADAS, atividades meio em geral;
d)
IMPRODUTIVOS DESNECESSÁRIOS, excesso de pessoal,
burocracia que cria dificuldades às atividades produtivas ou para vender
facilidades.
Existem relações que devem ser estudadas e analisadas com profundidade:
a)
percentual da receita e da dívida pública em
relação ao PIB;
b)
percentual dos GASTOS IMPRODUTIVOS NECESSÁRIOS (atividades
meio) em relação aos TOTAIS e aos PRODUTIVOS NECESSÁRIOS (atividades fim). As
atividades meio têm que ser muito menor em relação às atividades fins, caso
contrário DEVEM SER ELIMINADAS por serem desnecessárias.
Se a receita e a dívida pública forem em um percentual baixo em relação
ao PIB (receita 20%; dívida 40%), que podem ser aumentadas sem reação negativa
da sociedade, os GASTOS PÚBLICOS PRODUTIVOS podem ser feitos com aumento da dívida
(em moeda pátria) ou emissão (déficit nominal negativo. Saldo negativo do TN).
Se existir capacidade instalada de fatores de produção não utilizada (permite que
o aumento da demanda seja atendido pela capacidade da oferta já instalada) não
acontecerá pressão inflacionária. Se ocorrer poderá ser combatida com taxa
básica de juros adequada. Atenção deve ser dada à taxa de câmbio (que deve ser
flutuante).
Se a receita e a dívida pública estiverem em percentual alto, receita
40%; dívida em percentual considerado como risco elevado por financiadores (e as
taxas de juros subirem acima da de equilíbrio), o governo deve praticar uma
política de eliminação dos GASTOS IMPRODUTIVOS DESNECESSÁRIOS e dos PRIVILÉGIOS
E SUBSÍDIOS se existirem. Normalmente existem nas aposentadorias e no
funcionalismo público. Os subsídios são privilégios de setores com forte poder
de pressão. Manter PRIVILÉGIOS E GASTOS IMPRODUTIVOS DESNECESSÁRIOS é política de
pobreza.
CAUSAS DE INFLAÇÃO:
a) Aumento dos meios de
pagamentos e das atividades econômicas sem contrapartida de aumento da
produção, PIB (demanda sobe em desarmonia com oferta). Existindo capacidade instalada ociosa,
estoques, fatores de produção não utilizados ou evolução tecnológica que
permita aumento de produção (produtividade), o aumento dos meios de pagamentos
pode provocar aumento do PIB sem ocorrer inflação. Os monetaristas (e liberais)
aconselham que a moeda deve ter um crescimento conhecido e ter por limite o
crescimento potencial do PIB;
b) A melhoria da distribuição da
renda aumenta o consumo (nível de atividades) e pode causar inflação (se não
ocorrer aumento de produção);
c) Taxas de juros de mercado
menor que a natural, ou taxa básica menor do que a de equilíbrio, ou neutra
(eleva a demanda e os preços);
d) Emissão de moedas para fazer
face a gastos improdutivos e desnecessários (aumenta meios de pagamento e
demanda);
e) Entrada de divisas
estrangeiras com conversão para moeda local;
f) Aumento da procura global sem
aumento da oferta global;
g) Necessidade de aumentar as
exportações para fazer face a pagamentos de dívidas externas (reduz oferta);
h) Desvalorização da moeda para
aumentar as exportações (aumenta internamente os preços de produtos e de
insumos importados e exportados).
CRISE CAMBIAL:
a)
ocorre quando a demanda por moeda conversível
fica superior à oferta;
b) a
moeda pátria não passe confiança (perde credibilidade) a investidores externos
e internos (estes fogem para o exterior);
c)
a taxa de juro interna mais juros fica menor que
o dólar mais juros. A moeda forte é mais atraente e confiável (e é
conversível). As moedas da Venezuela, Cuba, Equador (adotou o dólar, perdeu
soberania monetária), Argentina não passam confiança e dificultam investimentos
(externos e internos). A situação da Argentina, apesar de grave, é melhor que a
da Venezuela e de Cuba (perderam a credibilidade totalmente).
CÂMBIO PREOCUPA? Sim, câmbio sempre preocupa, é um sinal para
autoridades econômicas.
14/02/2020.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Há
4 anos. CÂMBIO.
14 de fevereiro de
2016. Belo Horizonte, Minas Gerais.
CÂMBIO É MUITO
COMPLEXO. DEPENDE DE FATORES EXTERNOS (principalmente do Fed) E INTERNOS
(principalmente do BCB). AS POLÍTICAS FISCAIS, MONETÁRIAS E CAMBIAIS DOS PAÍSES
SÃO IMPORTANTES NAS ANÁLISES.
Atualmente o BCB
mantém US$ 108 bilhões em operações de swaps cambiais (estas operações são
contratos onde o BCB aposta no real mais juros contra o US$ mais juros). O
normal é quando o BCB não faz estas operações, mas não é errado fazê-las em
épocas de volatilidades artificiais e passageiras. É ERRADO TENTAR EVITAR A
DESVALORIZAÇÃO DO REAL UTILIZANDO SWAPS DA MANEIRA QUE O BCB FEZ ANTES DAS
ELEIÇÕES (foi uma utilização eleitoral). SE O BCB NÃO RENOVAR OS SWAPS O REAL
SE DESVALORIZA DE UMA VEZ SÓ (de 05/2013 até 01/2015 o BCB foi aumentando as
operações de zero até US$ 118 bilhões, caindo para US$ 108 bi). Se o BCB não
renovar os swaps o real desvaloriza, pressiona a inflação e a Selic tem que
subir. A dúvida é se o BCB deve ir reduzindo as operações aos poucos ou não.
Sustentar indefinidamente é errado, uma hora terá que ser feito. A
desvalorização de nossa moeda significa mais empobrecimento, mas por outro lado
o custo Brasil cai em dólar e nossas exportações sobem. E a inflação? Se
combate com superávit ou Selic. O melhor momento para ir reduzindo as operações
é enquanto o Fed não sobe a taxa básica americana. Depois o custo será muito
maior.
Existe uma certa relação entre os preços das commodities e o dólar. Se o dólar valoriza as commodities desvalorizam (ou o inverso). Se o Fed sobe a taxa básica o dólar valoriza em um primeiro momento.
Existe uma certa relação entre os preços das commodities e o dólar. Se o dólar valoriza as commodities desvalorizam (ou o inverso). Se o Fed sobe a taxa básica o dólar valoriza em um primeiro momento.
14/02/2020.
COMENTO.
A diferença de agora para 4 anos atrás é que a inflação estava com tendência de alta e agora não. A crise do CORANAVÍRUS poderá afetar os preços das commodities (mercadorias com preços de referência mundiais) para baixo (já afetou, o que compensa a desvalorização do real). Eu prefiro uma política monetária PREVENTIVA (ANTECIPAR-SE), mas a TEMPESTIVA também é correta (quase sempre o custo sai maior).
A desvalorização da moeda pátria reduz o poder de compra (a qualidade de vida), o valor dos ativos internos, empobrecendo a todos, reduz a capacidade de consumir. Em compensação torna os preços da produção interna mais competitivos para exportar (e a importação mais cara). É uma forma de tentar proteger as empresas internas, mas a contrapartida é triste, empobrecer a todos no curto e médio prazo para um possível crescimento futuro. É ARTIFICIAL? Na minha opinião sim, mas a maioria dos keynesianos defende (a maioria dos liberais é contra permitir a desvalorização / valorização artificial do câmbio).
O RISCO? É a moeda pátria perder a confiança dos agentes econômicos (internos e externos), casos da Argentina, Venezuela, Equador, Cuba e muitos outros. É o mesmo que abrir mão da soberania monetária (é submeter-se a quem tem moeda acreditada). O pior efeito é a perda de poder de compra (de qualidade de vida), de poder comprar bens indispensáveis (uma época o Brasil teve de fornecer insulina para a Argentina que não tinha crédito para comprar, além de vacinas para outros).
A diferença de agora para 4 anos atrás é que a inflação estava com tendência de alta e agora não. A crise do CORANAVÍRUS poderá afetar os preços das commodities (mercadorias com preços de referência mundiais) para baixo (já afetou, o que compensa a desvalorização do real). Eu prefiro uma política monetária PREVENTIVA (ANTECIPAR-SE), mas a TEMPESTIVA também é correta (quase sempre o custo sai maior).
A desvalorização da moeda pátria reduz o poder de compra (a qualidade de vida), o valor dos ativos internos, empobrecendo a todos, reduz a capacidade de consumir. Em compensação torna os preços da produção interna mais competitivos para exportar (e a importação mais cara). É uma forma de tentar proteger as empresas internas, mas a contrapartida é triste, empobrecer a todos no curto e médio prazo para um possível crescimento futuro. É ARTIFICIAL? Na minha opinião sim, mas a maioria dos keynesianos defende (a maioria dos liberais é contra permitir a desvalorização / valorização artificial do câmbio).
O RISCO? É a moeda pátria perder a confiança dos agentes econômicos (internos e externos), casos da Argentina, Venezuela, Equador, Cuba e muitos outros. É o mesmo que abrir mão da soberania monetária (é submeter-se a quem tem moeda acreditada). O pior efeito é a perda de poder de compra (de qualidade de vida), de poder comprar bens indispensáveis (uma época o Brasil teve de fornecer insulina para a Argentina que não tinha crédito para comprar, além de vacinas para outros).
Quando a desvalorização cambial ocorre com fluxo cambial financeiro negativo (ou positivo) e total positivo, o BC pode utilizar swaps cambiais (e utiliza corretamente, mas tem limites), se o sistema bancário não conseguir atender o mercado.
ResponderExcluirQuando a desvalorização ocorre com fluxo cambial total negativo (a pressão é no câmbio à vista) o BC deve oferecer moeda e swaps se o sistema bancário não conseguir atender.