domingo, 28 de março de 2021

UMA SÍNTESE DAS PRINCIPAIS VARIÁVEIS MACROECONÔMICAS: PIB, PNB, RNB, FATORES DE PRODUÇÃO, BALANÇO DE PAGAMENTOS, CÂMBIO.

 UMA SÍNTESE DAS PRINCIPAIS VARIÁVEIS MACROECONÔMICAS: PIB, PNB, RNB, FATORES DE PRODUÇÃO.

A riqueza de um país é medida por formulações (equações macroeconômicas): fatores de produção, PIB, PNB, RNB e Balanço de Pagamentos (contas externas).

 

a)        CAPITAL = RIQUEZA ACUMULADA: o Estoque de Riquezas (capital) pode ser medido pelo que chamamos de Fatores de Produção = Capital, Trabalho, Recursos Naturais e Tecnologia;

 

b)    PRODUÇÃO: a medida mais conhecida é a que mede a Produção Interna Bruta ou PIB = C + I + G + E + M = consumo + investimento + gastos do governo + exportações - importações. O PNB (produto nacional bruto) é o PIB + recebimentos do exterior - remessas para o exterior. Se reduzirmos a depreciação teremos o PIL (produto interno líquido). Não se inclui no cálculo do PIB: serviços domésticos da dona de casa, pagamentos de renda que não resultem de atividades produtivas (aposentadorias, juros da dívida pública,) e atividades ilegais (não socialmente úteis, como contrabando etc.).

Fazem parte do PIB produtos benéficos (pão, medicamentos) e maléficos (fumo, bebidas, armas), necessários (alimentos) e desnecessários (pirâmides do Egito);

     

c)        RENDA NACIONAL: outra medida é a Renda Nacional, RNB (semelhante ao PIB) = S + J + L + A = renda do trabalho (salários, honorários, autônomos) + juros + lucros + aluguéis. RNB = PNB;

d)        SETOR EXTERNO: o setor externo é medido pelo Balanço de Pagamentos = Balanço Comercial (exportações menos importações) + - Balanço de Serviços + - Balanço de Rendas (juros, dividendos, lucros) = Saldo em Transações Correntes + - Conta Capital e Financeira (empréstimos, investimentos, pagamentos de empréstimos).


A RENDA DE ATIVOS, INTERNA E NO EXTERIOR (riquezas acumuladas):

 Pelas definições acima vimos que não entra no cálculo do PNB e do PIB a propriedade de ativos, internos ou externos, entram apenas os bens econômicos produzidos para o mercado. Então não entra no PNB a propriedade de bens intelectuais (os ativos protegidos por registros), o capital de empresas no exterior, o capital emprestado ao exterior, a propriedade de qualquer ativo no exterior. Apesar de não entrar no cálculo do PNB, seus rendimentos recebidos (lucros, aluguéis, juros, royalties) entram. Semelhante aos aluguéis das casas residenciais. O ativo casa não entra, mas é representado pelo valor do aluguel que é semelhante a uma renda (renda = produto). Melhores as residências maiores os aluguéis e o PIB. Da mesma maneira a propriedade de ativos no exterior é representada no PNB pelas suas rendas (lucros, juros, royalties etc.).

 Sem entender as definições acima e suas relações, a variável juro básico e seus efeitos na inflação, nos juros de longo prazo, na renda das pessoas e empresas, no consumo, nos investimentos, nas contas externas, balanço comercial, entrada e saída de capitais, investimentos externos, no câmbio etc., não é possível entender economia.

Podemos dividir as Políticas Econômicas em:

         a)  Monetária (moeda, liquidez, juro básico, câmbio, Banco Central);

         b)  Fiscal (orçamento e sua execução). Gastos produtivos e improdutivos, correntes e            investimentos, necessários e desnecessários;

         c)  Externa (comércio, tributação, câmbio). 

Redação adaptada de publicações de 03/2012 e 03/2013.


EFEITO DA DESVALORIZAÇÃO DA MOEDA (para privilegiar exportadores): 


a) acomoda a necessidade e a motivação da busca de melhoria contínua de qualidade e gestão; 

b) transfere recursos da parte eficiente (a competitiva) da economia para proteger os incompetentes e privilegiar os competitivos que exportam (a maioria empresas. com capitais estrangeiros); 

c) é opção por redução de poder de compra da população, da demanda e do PIB (empregos inclusive); é opção por parque industrial atrasado e não competitivo.   

Outro efeito muito importante e não divulgado da desvalorização cambial artificial é o barateamento dos ativos nacionais (empresas, imóveis etc.) e sua consequente transferência de titularidade para estrangeiros. Os ativos sendo de propriedade de estrangeiros têm como contrapartida a remessa de lucros (o maior saldo negativo da conta transações correntes do balanço de pagamentos brasileiro). 2012

Adaptação de de publicação de 03/2012 e 03/2013.

EXCESSO DE RESERVAS PARA EVITAR VALORIZAÇÃO CAMBIAL: se originada de compras feitas pelo BC para dar liquidez ao mercado é correto. Se, porém, é originada de excessos de compras de moedas para evitar valorização cambial é errado. O excesso de reserva se aplicado com rendimento de juros menores do que a inflação é como se estivéssemos fazendo uma doação ao país emissor da moeda reserva mundial (pobres doando para ricos). É pobre financiando rico.

No momento atual o Brasil tem excesso de reserva e aplica em títulos de liquidez mais alta (e juros menores). Como temos necessidade de captar poupança externa em torno de US$65 bi. em 2012, é aceitável e recomendado que o excesso da reserva seja aplicado financiando empresas (e bancos) brasileiras que fazem captação no exterior (através do BNDES e BB que têm expertise em financiamentos).

Se aplicarmos em títulos americanos estaremos financiando o Fed (com juros baixos) a monetizar o mundo, cobrando juros baixos dos bancos, que reemprestam a empresas brasileiras (e ao TN) cobrando juros altos. MAG 01/03/2012.

 

Um comentário:

  1. TENTANDO EXPLICAR A CONCENTRAÇÃO DE RENDA E DE CAPITAL.

    Marco Aurélio Garcia
    18 de janeiro de 2016 às 20:38 · Belo Horizonte ·

    TENTANDO EXPLICAR A CONCENTRAÇÃO DE RENDA E DE CAPITAL.
    Vamos considerar uma sociedade (pode ser uma pequena cidade) com um PIB (produção anual) de 1.000, 100 habitantes e um capital de 5.000 (as fábricas, casas, etc.). Uma empresa estrangeira entra investindo 500 em uma fábrica e produz 500 (a parte de mão de obra custou 200). No primeiro ano como é normal a empresa não deu lucro. O capital aumentou a concentração (os 500 dos empresários), mas a renda per capta aumentou de 10 para 15 (sendo que 2,00 foram para salários. 200 / 100 = 2,00). A renda per capta de todos aumentou. No segundo ano a empresa deu lucro e a renda per capta de todos aumentou novamente, mas a concentração da mesma também aumentou.
    RESUMINDO: o capital produz riqueza (para todos). No capitalismo de mercado a riqueza é distribuída segundo o mercado (inúmeros interesses), todos ganham (uns mais outros menos). Parte do lucro vai para os empresários que têm interesse na sobrevivência e crescimento da empresa. No capitalismo de estado (comunismo, socialismo) o lucro quase nunca existe (as empresas têm que sobreviver de subsídios, monopólios com preços altos e qualidade baixa e socorros dos estados), a riqueza não se multiplica. Foi o motivo do capitalismo de mercado ter enriquecido e sobrevivido e o de estado empobrecido e derrotado (as últimas ditaduras são Cuba e a Coreia do Norte. Sem socorro passam até fome). E tem propagandistas da esquerda que se utilizam da inveja sub-repticiamente com o argumento da concentração de renda e de capital para tentar enganar os menos informados (no fim querem é aumentar a renda do estado para roubarem mais).
    A DIFERENÇA DE CONCENTRAÇÃO: O CAPITAL PODE SER PRIVADO (a luta pela sobrevivência, os lucros reinvestidos, as melhorias contínuas) OU DO ESTADO (corrupção, preços altos, qualidade baixa, a depreciação). O CAPITAL É UMA DAS CONDIÇÕES PARA QUE OCORRA CRESCIMENTO.

    18 /01/ 2020: COMENTÁRIO SOBRE A CONCENTRAÇÃO DE RIQUEZA E DE RENDA NOS REGIMES ECONÔMICOS: ECONOMIA DE MERCADO (LIBERAL) E DE PLANEJAMENTO CENTRALIZADO (COMUNISTA E SOCIALISTA).
    O AUMENTO DA RENDA PER CAPTA EXIGE AUMENTO ANTECIPADO DE INVESTIMENTOS E DE LUCROS (NOS DOIS REGIMES ECONÔMICOS).
    NAS ECONOMIAS DE MERCADO (LIBERAIS) A LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA (CONCORRÊNCIA) EXIGE MELHORIA CONTÍNUA, GANHOS DE PRODUTIVIDADE E INOVAÇÕES. ISTO ACONTECE COM A CONCORRÊNCIA QUE MOTIVA AS MELHORIAS CONTÍNUAS (a luta pela sobrevivência).
    NOS REGIMES DE PLANEJAMENTO CENTRALIZADO (O PODER FICA COM A BUROCRACIA DOMINANTE E MILITARES, ONDE A CORRUPÇÃO PREVALECE) A EXPERIÊNCIA PROVOU, SOBEJAMENTE, A DERROCADA DO MODELO EM RELAÇÃO AS ECONOMIAS LIBERAIS DE MERCADO: REDUÇÃO DE CRESCIMENTO, DE RENDA PER CAPTA, EMPOBRECIMENTO DA POPULAÇÃO, FALTA DE PRODUTOS, PERDA DA LIBERDADE DE IR E VIR E DE IMPRENSA (como forma de manter a ditadura). A PROPRIEDADE DA RIQUEZA FICA NAS MÃOS DO ESTADO (DA BUROCRACIA DOMINANTE SEMPRE CORRUPTA).
    É VERDADE QUE NAS ECONOMIAS DE MERCADO (LIBERAIS) ACONTECE CONCENTRAÇÃO DE RENDA E DE RIQUEZA (PROPRIEDADE DOS CAPITAIS), MAS SEMPRE VEM ACOMPANHADA DO AUMENTO DA RENDA PER CAPTA DE TODOS, DE MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA. COMO O AUMENTO DA RENDA PER CAPTA EXIGE ANTECIPAÇÃO DE INVESTIMENTOS LUCRATIVOS, ACONTECE SIMULTANEAMENTE A CONCENTRAÇÃO DE RIQUEZA, DE RENDA E TAMBÉM DA RENDA PER CAPTA DE TODOS.
    NAS ECONOMIAS COMUNISTAS COMO A PROPRIEDADE É DO ESTADO (NA VERDADE DA ELITE DIRIGENTE BUROCRATA), AS ESTATAIS MONOPOLISTAS OU OLIGOPOLISTAS (EM SUA MAIORIA) NÃO PRECISAM ENFRENTAR A CONCORRÊNCIA E A LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA (A BUSCA DO LUCRO QUE EXIGE MELHORIAS CONTÍNUAS, GANHOS DE PRODUTIVIDADE E INOVAÇÕES), EM SUA MAIORIA DÃO PREJUÍZOS. NÃO EXISTE CONCENTRAÇÃO DE RENDA NEM DE RIQUEZA POIS ESTÃO CONCENTRADAS NAS MÃOS DAS MINORIAS QUE DOMINAM O ESTADO E AS ESTATAIS. MAS AS EXPERIÊNCIAS PROVARAM QUE PRODUZEM POBREZA, LIMITAÇÃO DA LIBERDADE (DE IR E VIR, DE SE INFORMAR).

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