sexta-feira, 3 de outubro de 2025

AS DIFERENÇAS SOBRE OS ENTENDIMENTOS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA (FISCAL, MONETÁRIA, CAMBIAL, EXTERNA) ENTRE OS ECONOMISTAS DA DIREITA (liberais) E DA ESQUERDA (socialistas ou keynesianos) NO BRASIL.

 

AS DIFERENÇAS SOBRE OS ENTENDIMENTOS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA (FISCAL, MONETÁRIA, CAMBIAL, EXTERNA) ENTRE OS ECONOMISTAS DA DIREITA (liberais) E DA ESQUERDA (socialistas ou keynesianos) NO BRASIL.

POLÍTICA FISCAL: a esquerda keynesiana defendia (defende?) que gastos (investimentos ou correntes) produtivos e improdutivos faziam crescimento (não diferenciavam sustentados de não sustentados, inflacionários de não inflacionários). Chamavam a política fiscal da direita de austeridade contracionista.

A direita (liberais monetaristas) defendia (defende) que a política fiscal deve ser responsável, respeitar limites que não levem a déficits insustentáveis (dívida pública, processo inflacionário, câmbio e risco de moratória externa). Denominam de expansionista responsável, contracionista para evitar crises fiscais, da dívida, aumentos de juros, desvalorização cambial e risco de moratória.

POLÍTICA MONETÁRIA: a esquerda defendia (defende?) a tese keynesiana de juro básico sempre mais baixos (não explicavam o quanto). Não entendiam com clareza a relação causa e efeito do juro básico com o processo inflacionário (expectativas de inflação), com os juros nominais de mercado de longo prazo, não conheciam os efeitos nas curvas de juros, no equilíbrio da velocidade de crescimento da demanda global com a capacidade de crescimento da oferta (capacidade produtiva, PIB potencial), do risco cambial, o crescimento da demanda interna consumia a produção interna, reduzia exportações e aumentava importações. Não entendiam as diferenças entre as relações econômicas estáticas e dinâmicas (a evolução no tempo).   

A direita defendia e defende a política monetária que mantém o poder de compra da moeda (impede agravamento de processo inflacionário, desvalorização cambial e risco de crise com moratória). Defende a taxa básica como principal ferramenta de controle inflacionário e equilíbrio geral da economia (juntamente com a política fiscal). Defende o tripé macroeconômico responsabilidade fiscal, taxa básica adequada (meta de inflação) e câmbio flutuante. Esta é a política consolidada e aceita por todos os BCs do mundo.

A POLÍTICA MONETÁRIA DEPENDE DE:

a) Se a carga tributária está acima ou abaixo da capacidade contributiva da população;

b) Se a dívida externa está em nível gerenciável (baixa ou alta). Reservas internacionais e se o país emite moeda meio de pagamento e reserva mundial;

c) Se a dívida interna está em nível considerado alto ou baixo;

d) Se a política fiscal está expansionista ou contracionista;

e) Se existe memória inflacionária que afeta expectativas;

f) Se o país já decretou moratória (quantas vezes);

g) Se as autoridades monetárias são consideradas competentes;

h) Se o governo é considerado populista ou da linha responsável;

i) Conjuntura externa dos USA (dólar), EURO, CHINA e outros;

j) evolução da taxa de desemprego com evolução inflacionária.

DEPENDENDO DA ANÁLISE DAS HIPÓTESES ACIMA A POLÍTICA MONETÁRIA PODERÁ SER:

a) Taxa Básica ser fixada em um nível considerado adequado (taxa neutra ou de equilíbrio);

b) Taxa Básica acima da taxa adequada (neutra) para evitar agravamento de processo inflacionário ou crise cambial;

c) Taxa Básica abaixo da taxa adequada (neutra) para evitar contração das atividades com conjuntura não inflacionária (ou deflacionária).

O QUE É PIOR DO QUE A INFLAÇÃO? A DEFLAÇÃO.

Uma Taxa Básica fixada abaixo da adequada terá como efeitos: expectativa de agravamento do processo inflacionário, volatilidade cambial, aumento das taxas de juros nominais de mercado de longo prazo.

 

POLÍTICAS FISCAL E CAMBIAL: a política cambial é reflexo da política fiscal e monetária. A política externa pode ser a liberal (não significa portas escancaradas com o exterior, mas abertas a negociações). Importações de tecnologias e maquinários avançados devem ser facilitadas. Não se deve dificultar importações de bebidas de qualidade, para desestimular falsificações e o povo ser exposto a bebidas de qualidade inferior. O CÂMBIO FLUTUANTE É O MILAGRE QUE IMPEDE CRISE EXTERNA (CAMBIAL). Importações de maquinários, tecnologias e partes destinadas a exportações não devem ser dificultadas. O erro na política monetária, fixar taxa básica abaixo da necessária, se prolongado, pode causar crise externa e moratória.

FELIZMENTE AS AGRESSÕES AO SABER DE POLÍTICA ECONÔMICA JÁ CONSOLIDADO NO MUNDO DESENVOLVIDO DEIXARAM DE SER NOTCIADAS NAS MÍDIAS ESPECAILIZADAS (Lula e o presidente da FIESP tiveram uma recaída, mas calaram-se, devem ter sido advertidos do risco que o governo corria). Mas uma parte da taxa básica se deve a falas leigas do presidente. 10/2025         

 

4 comentários:

  1. AINDA SOBRE POLÍTICA MONETÁRIA:
    EM 22/09/2021, apesar dos conhecimentos já consolidados e pacificados de política monetária, no Brasil existiam economistas (de esquerda) que se denominavam keynesianos ou desenvolvimentistas e comentaristas de economia, que ainda não entendiam a relação causa e efeitos entre a taxa básica de juros (no Brasil Selic) e: o processo inflacionário, câmbio, juros nominais de mercado de longo prazo (curva de juros), crescimento sustentável, nível de atividades e desemprego. Na mídia especializada existiam desfiles de análises e comentários que agrediam o saber consolidado em política monetária. Uma explicação rápida: existe diferença na análise entre política monetária de país que emite moeda meio de pagamento e reserva de valor mundial e as que não emitem. Os efeitos podem ser contrários. Nas crises todos fogem das economias mais frágeis, com política econômica sem sustentação (a moeda pátria se desvaloriza, os juros de mercado sobem, uma crise cambial pode se instalar). Para o país que emite a moeda reserva mundial, os efeitos são o contrário: os juros de mercado caem pois todos fogem para a segurança de seus títulos. Hoje é assunto pacificado.
    O que se discute hoje é: a taxa básica está fixada adequadamente, acima ou abaixo da adequada (quanto acima ou abaixo). Autoridades econômicas e governamentais acreditadas ou descreditadas influenciam na fixação da taxa básica: acreditadas exigem taxa básica adequada mais baixa do que as desacreditadas. As falas de Lula podem ter influenciado na fixação da Selic em 15% (se não tivesses falado bobagens 12% seriam aceitáveis). Felizmente silenciou suas falas leigas e arrogantes que sabotavam seu próprio governo.

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  2. PUBLICADO EM 22/09/2021.
    A SELIC AINDA ESTÁ ABAIXO DA ADEQUADA, TERÁ QUE SUBIR MAIS, TALVEZ ATÉ 9%. 22/09/2021.
    UM AMIGO COMENTOU: que eu não entendo é se usar uma ferramenta que freia o consumo, principalmente inibe a compra a crédito, quando na verdade não é a demanda que explodiu, mas custos. E por várias razoes: quebra da cadeia de suprimento e alta do dólar. Isso é remédio para baixar febre ou curar a infecção? Deixa-me tentar entender: alta de juros é para trazer dólares para o Brasil, mas é para especular ou gerar valor? Eu estou perdido nas justificativas que escutei ...
    RESPOSTA (na época muitos economistas brasileiros de esquerda e comentaristas de jornais e TVs também de esquerda, criticavam a utilização da Selic, taxa básica de juros, como a ferramenta adequada para combater a inflação e provável futura crise cambial): economia é assunto árido até para economistas com inadequada formação, ou que pararam de estudar. Você afirma sobre um assunto que não entende (o princípio da manutenção do não saber, da dificuldade de conseguir alcançar o saber, é ter certeza e não dúvidas sobre assunto que não estudou). A teoria econômica estuda a relação de causa e efeito entre várias variáveis, a maioria influenciando umas às outras. O tempo entre causa e efeito também não é igual em todas as conjunturas. Mas existem saberes já conhecidos e aceitos por todos os economistas atualizados. A relação entre a taxa básica e as expectativas de inflação e as taxas de juros nominais de mercado de longo prazo (taxa básica abaixo da adequada faz as taxas de LP subirem). Impossível entender política monetária sem saber teoria monetária. Impossível entender política econômica não entendendo ou não aceitando o conceito de equilíbrio dinâmico (o equilíbrio em movimento). Impossível entender política econômica afirmando dados sobre a conjuntura diferentes da realidade (a conjuntura se entende estudando dados e não por achômetro). Impossível entender política monetária sem entender conceitos básicos de mercado financeiro, a diferença entre taxa básica de juros e taxas nominais de mercado (a taxa básica e as taxas de mercado de médio e de longo prazo). Impossível entender política monetária sem conhecer curva de juros (saber ler e entender). A relação de causa e efeito entre taxa básica e conjuntura prospectiva. Estamos com inflação ascendente há mais de 1 ano nos preços no atacado (IGPM e IPAM perto de 40%, inflação já contratada para os índices de preços aos consumidores), commodities e desvalorização cambial (tudo indicando o retorno de grave processo inflacionário e possível crise cambial, quebrar o país maias uma vez). Não existe inflação que se sustente sem demanda (estamos em processo inflacionário ascendente) e sem expansão monetária (a taxa básica é a ferramenta mais poderosa para equilibrar a demanda efetiva e a monetária. Todos os BCs do mundo utilizam). O saber em economia só se alcança com leitura de boa qualidade e sem teimosia (o saber em economia monetária é aceito no mundo todo). Este é o caminho: boa literatura. Não seguir literatura leiga nem economistas com interesses políticos.

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  3. CONTINUAÇÃO DO COMENTÁRIO DO AMIGO: ... pois então aumentar a Selic é o remédio correto. Estou entendendo corretamente?
    RESPOSTA: a Selic (taxa básica de juro no Brasil) é a ferramenta mais poderosa para reverter um processo inflacionário. Os efeitos dela são mais fortes para reverter um processo inflacionário do que, sozinha, provocar crescimento sustentado. Se fixada abaixo da adequada pode provocar crescimento no primeiro momento, mas não sustentável, no segundo momento o processo inflacionário inicia (sempre pelos preços aos produtores, os chamados IGPs e IPAs). A economia se desequilibra (o equilíbrio dinâmico). Outro efeito negativo é a perda de confiança na sustentação da taxa e a desvalorização da moeda pátria (isto significa perda do poder de compra de todos, ricos, pobres e empresas). É o câmbio flutuante que garante as contas externas e um novo equilíbrio com perda de poder de compra de todos. Veja que é o inverso do que os leigos e economistas malformados pensam. O aumento da taxa básica busca um novo equilíbrio com sustentação: as expectativas inflacionárias caem (o processo inflacionário se reverte de ascendente para descendente), as taxas de juros de LP caem. A moeda para de desvalorizar e os investimentos retornam (evita-se uma crise cambial). Veja que a taxa básica abaixo da adequada (a de equilíbrio) faz mais mal do que bem. É por isso que dizem que a ignorância pode ser (se o leigo com poder acha que entende) um dos maiores males para a economia.

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  4. LIBERALISMO ECONÔMICO: FORÇAS IMPESSOAIS DO MERCADO x SOCIALISMO: PODER ECONÔMICO CENTRALIZADO NO ESTADO (planejamento centralizado).
    A teoria econômica estuda a relação (causas e efeitos) entre variáveis econômicas (controláveis e controladas pelos mercados).
    LIBERALISMO ECONÔMICO: FORÇAS IMPESSOAIS DO MERCADO. Incontáveis agentes econômicos relacionando-se livremente decidem. No liberalismo o poder é dos mercados.
    SOCIALISMO: PODER ECONÔMICO CENTRALIZADO NO ESTADO. Vontade da elite que controla o poder econômico decide. No socialismo o poder é da autoridade centralizadora do planejamento.
    A DIFERENÇA NA TEORIA ECONÔMICA:
    No liberalismo econômico a teoria estuda as relações causas e efeitos: as mudanças (efeitos) que ocorrerão provocadas por ação em uma ou mais variáveis controláveis. Quais efeitos podem ser previstos em quais variáveis, em que tempo, por quanto tempo e em quais quantidades por ação provocada em variável controlável. No liberalismo se estudam as reações dos mercados: expectativas dos agentes, oferta, demanda, investimentos, preços, juros futuros, câmbio, movimento de capitais etc.
    No socialismo a centralização do planejamento tabela e fixa tudo: o que produzir, que quantidade, os preços, juros, câmbio etc.
    UM EXEMPLO: a política monetária no socialismo trabalha com tabelamentos. Nas economias de mercado a política monetária trabalha com previsões dos efeitos nos agentes econômicos de ação provocada em variável controlável, quanto, quando, por quanto tempo e se terá sustentação. EXEMPLO: a ação na variável controlável taxa básica de juros provocará quais efeitos: nas expectativas de inflação, nos juros nominais de mercado de longo prazo, no câmbio (no socialismo o câmbio é fixo), no movimento de capitais, no balanço comercial (importações, exportações), no nível das atividades etc. No socialismo não existe mercado e por extensão não existe teoria e política econômica semelhante ao que ocorre no liberalismo (não existe política monetária).

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