segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

TAXA DE JURO NEUTRA E A CURVA DE JUROS.


TAXA DE JURO NEUTRA E A CURVA DE JUROS
A taxa de juro neutra (de equilíbrio ou natural) é a que mantém a economia (nível de atividades, oferta e demanda) em um nível onde o crescimento é sustentável e não provoca inflação. A curva de juros de mercado é a obtida dos dados das negociações na bolsa (oferta e demanda por moeda). Devemos analisar a curva observando: a inclinação da curva no dia (positiva ou negativa, mais ou menos inclinada); a tendência através dos dias (ascendente ou descendente); o volume negociado; se o maior volume está acima ou abaixo de um ano; o ponto mais negociado da curva (é o mais aproximado da taxa neutra nominal. No Brasil é o DI 360). Se o volume negociado acima de um ano estiver muito baixo significa insegurança dos agentes com relação a inflação futura (não se arriscam).
Em 24/02/2012 a taxa dos contratos de março/2012 estava em 10,25%, o ponto mais negociado com vencimento em jan./2014 = 9,63% (taxa neutra nominal). Isto significa que a taxa neutra real bruta (sem desconto de IRRF), prevendo um IPCA de 5%, está em: 109,63 / 105 = 4,4095% (taxa neutra nominal bruta, sem desconto de IRRF). Já a taxa neutra real efetiva (com desconto do IRRF e do IPCA) será: 9,63% menos 20% de IRRF = 7,704%; 107,704  / 105 = 2,5752% (taxa neutra real efetiva). É esta a taxa que os agentes consideram na hora de decidir entre poupar em moeda mais juros, investir em ativos que não moeda ou antecipar consumo (objetos de desejo). No processo inflacionário progressivo todos fogem da moeda e a hiperinflação toma conta. Já vivenciamos isto no Brasil com os modelos econômicos heterodoxos, desenvolvimentistas e keynesianos (irresponsabilidade fiscal e monetária = déficits fiscais, dívida mobiliária e monetização sem controle).
Com cenário (nível de atividades) expansionista (risco de inflação) o BC deve fixar a taxa básica (selic) acima da neutra. Com cenário contracionista o BC deve fixar a taxa básica 0,25% abaixo da neutra.
Em 24/02 o DI 30 estava em 9,97%, o DI 360 em 9,46%, o ponto mais negociado (jan./2014) em 9,63% e a taxa mais longa em 10,44%. O volume em torno de 50% com vencimento acima de um ano.  A selic ainda está em torno de 1% acima da taxa de mercado de um ano (é uma taxa básica contracionista).

TABELA DE EVOLUÇÃO DA SELIC, DI 360 e IPCA.
Mês

SELIC
2009
DI 360
2009
E,
C.
N.
IPCA
2009
SELIC
2010
DI 360
2010
E,
C.
N.
IPCA
2010
SELIC
2011
DI
360
 2011
E,
C.
N.
IPCA
 2011
SELIC
2012
DI
360
2012
E,
C.
N.
IPCA
 2012,
JAN.
12,75
11,16
C
5,91
8,75
10,46
E
9,38
11,25
12,44
E
10,43
10,5
9,55
C
6,93
FEV.
12,75
10,62
C
6,80
8,75
10,75
E
9,77
11,25
12,62
E
10,03
10,5
x
x
x
MAR.
11,25
9,79
C
2,42
8,75
10,85
E
5,91
11,75
12,29
E
9,903




ABR.
10,25
9,88
C
5,91
8,75
11,66
E
6,04
12,00
12,58
E
9,641




MAI.
10,25
9,34
C
5,78
9,5
11,54
E
5,22
12,00
12,45
E
5,788




JUN.
9,25
9,23
N
4,40
10,25
11,86
E
0,0
12,25
12,65
E
1,815




JUL.
8,75
9,21
E
2,92
10,75
11,16
E
0,12
12,50
12,58
E
1,937




AGO.
8,75
9,2
E
1,81
10,75
11,10
E
0,48
12,0
11,22
C
4,531




SET.
8,75
9,65
E
2,92
10,75
11,28
E
5,53
12,0
10,39
C
6,549




OUT.
8,75
9,93
E
3,41
10,75
11,21
E
9,38
11,5
10,30
C
5,284




NOV.
8,75
10,12
E
5,03
10,75
11,94
E
10,4
11,50
9,66
C
6,422




DEZ.
8,75
10,46
E
4,53
10,75
12,03
E
7,83
11,0
10,04
C
6,168




sábado, 25 de fevereiro de 2012

AGREGADOS FINANCEIROS - VARIAÇÃO PERCENTUAL SOBRE ANO ANTERIOR


AGREGADOS FINANCEIROS - VARIAÇÃO PERCENTUAL SOBRE ANO ANTERIOR
ANO OP. CRÉD.
SIST. FIN.
MEIOS
PAG.
DEP.
VISTA
PAPEL M.
P. PÚBL.
DÍV. MOB.
T. N.
i real
IGPM
VAR.
CAMB.
IPCA PIB
2008 31,94 -3,45 12,11 12,31 15,667 9,6 31,9 5,9 5,1
2009 15,22 11,99 10,2 14,5 10,562 -3,5 -25,4 4,31 -0,6
2010 20,57 12,64 15,7 15,3 14,69 -0,1 -4,3 5,91 7,5
2011 19,02 1,00 -4,3 8,0 11,167 4,18 12,58 6,50 2,6
OBS: i real IGPM = CDI - 20% IRRF - IGPM. Em 2009 com taxa de juro negativa em -3,5% (var. cambial negativa em -25,4%), o IPCA cresceu 4,31% e o PIB caiu -0,6% (mesmo com as operações de crédito subindo 15,22%). Efeito da crise dos USA. Ativos que não moeda subiram muito acima da inflação (imóveis, ouro, petróleo). 
Em 2011, com i real de 4,18%,  meios de pagamento subindo apenas 1%,  dep. à vista caindo -4,3% , a V. C. subindo 12,58%, o IPCA subiu 6,5%. Os efeitos sobre a inflação ocorrerão no primeiro semestre de 2012 (queda).
A dívida mobiliária do TN está subindo mais do que o IPCA (todos os anos). O maior custo advém dos títulos corrigidos por IPCA e IGPM.
CUSTO MÉDIO DA DPF (Fonte TN).
Custo médio mensal Custo Médio 12 meses
Dez./09 Dez. /10 DEZ./11 Dez./09 Dez./10 DEZ./11
LFT Selic 8,66 10,66 11,90 9,96 9,78 11,62
LTN pré (i venc.) 11,23 11,33 12,35 11,72 11,06 11,96
NTN B IPCA 12,17 14,64 13,76 12,34 13,59 13,76
NTN C IGPM 6,58 18,40 18,68 7,82 22,17 15,40
NTN F pré (i sem.) 12,66 12,52 12,58 12,64 12,49 12,52
DPF externa -0,72 -13,45  463,69 -13,01 6,42 20,29
SELIC INADEQUADAMENTE BAIXA AUMENTA O CUSTO DA DÍVIDA PÚBLICA (VIDE CUSTOS IGPM).

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

PENSAMENTO LIBERAL – ERROS DIVULGADOS NA IMPRENSA.


PENSAMENTO LIBERAL – ERROS DIVULGADOS NA IMPRENSA.  

1)           Os liberais são contra toda forma de regulamentação: ERRADO. Os liberais são a favor de normas que limitem o poder discricionário dos governantes e definam as regras do jogo que defendam a concorrência (não existe liberalismo sem concorrência). Contra toda forma de regulamentação são os anarquistas (Bakunin).

2)           Colocam os mesmos autores como liberais e neoliberais: ABSURDO. Não sabem definir as diferenças entre liberais e neoliberais (se não sabem definir os autores como saber as diferenças?). Não existem diferenças teóricas, o neoliberalismo é apenas a adequação das idéias liberais aos tempos contemporâneos.  Nenhum governo pode ser considerado como uma experiência 100% liberal (sempre foram limitados pelo passado que não conseguiram mudar ou por interesses políticos).  

3)           São contra a presença do estado na economia: ERRADO. Os liberais são a favor da menor presença estatal possível e da maior quando necessária.

4)           A crise americana foi provocada por adotarem o princípio neoliberal de eliminar toda regulamentação: ERRADO. Os liberais são a favor da responsabilidade fiscal e monetária, contra o poder discricionário na condução da política monetária, são a favor de regras e transparência (metas, superávit fiscal, câmbio flutuante), normas prudenciais e taxa básica adequada e comprometida com a inflação desejada.

AUTORES LIBERAIS (alguns):
Adam Smith, A Riqueza das Nações (1776);
Milton Friedman, Capitalismo e Liberdade (1962);
José Guilherme Merquior, A Natureza do Processo;
Roberto Campos Lanterna na Popa;
Norberto Bobbio, Liberalismo e Democracia.
VARIÁVEIS Econômicas
LIBERAIS
(Economia de mercado)
Economia
Planificada

VARIÁVEIS Políticas
LIBER.
Economia
Planificada
LUCRO
SIM
NÃO

Direito de ir e vir
Sim
Não
PROPRIEDADE
SIM
NÃO

Liberdade de Expressão
Sim
Não
HERANÇA
SIM
NÃO

Liberdade de Imprensa
Sim
Não
PREÇOS
MERCADO
Controlados

Liberdade Política
Sim
Não
PRODUÇÃO
MERCADO
Planificada

Partido Político
Livre
Único
COMÉRCIO
LIVRE
Planificado





domingo, 19 de fevereiro de 2012

CHINA – O RÁPIDO CAMINHO DO MILAGRE


CHINA – O RÁPIDO CAMINHO DO MILAGRE
1949: Mao vence e funda a República Popular da China (considera que os capitalistas foram derrotados por causa da insatisfação da população com a inflação.).
1972: Nixon visita a China.
1980: Deng Xiaoping inicia as reformas liberalizantes. As ZPE (zonas econômicas especiais) concentram a produção para exportações.  
1990 a 1994: processo de liberalização do câmbio. Em 1994 o câmbio era totalmente livre (o mercado negro acabou). O RMB (Renminbi ou Yuan) passou a ser valorizado em oito por um em relação ao dólar, antes eram dois.  
1991: quase 70% dos preços eram formados pelo mercado.
1997: Hong Kong (na entrada do delta do rio das Pérolas, a região que primeiro se desenvolveu) passa para a soberania da China.
2001: a China entra para a OMC (Organização Mundial do Comércio).
2007 (março): aprovado o direito de propriedade pelo CNP (congresso nacional do povo).
AS EXPORTAÇÕES: cresceram para mais de US$ 1 trilhão por ano (a qualidade melhora a cada ano).
OS PROBLEMAS: o excesso de entrada de dólares fez as autoridades monetárias comprarem moeda para evitar a super valorização do RMB. Para enxugar o excesso de RMB no mercado emitiu títulos pagando juros (um custo para o tesouro chinês. Os exportadores, alguns estrangeiros, são os detentores destes títulos) para evitar a inflação (consideram a inflação como causa de revoltas e queda de governos). O excesso de Reservas (de moedas em desvalorização) é um problema para a China. Se permitir que sua moeda valorize suas reservas também se desvalorização (o prejuízo será enorme).  Para fugir deste risco a China está investindo no mundo inteiro e acumulando estoques de commodities.   
A população começará a exigir melhoria da qualidade de vida (maiores salários, residências, etc.) com os custos daí advindos.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

ECONOMISTAS BRASILEIROS - IMPORTANTES E QUE ESTAVAM CERTOS.


ECONOMISTAS BRASILEIROS - IMPORTANTES E QUE ESTAVAM CERTOS.
Relaciono entre os economistas brasileiros mais importantes e que estavam certos em seus pontos de vista os abaixo:
EUGÊNIO GUDIN: foi quem introduziu o estudo da economia (fez o curso) e a profissão de economista no Brasil (foi o principal fundador da FGV). Escreveu o livro PRINCÍPIOS DE ECONOMIA MONETÁRIA (ótimo para a época e bom até hoje). Autor de diversos artigos em jornais e estudos. Na época da ditadura do pensamento keynesiano conseguiu ter o bom senso de salvar-se. Foi professor de Moeda e Crédito da Faculdade de Ciências Econômicas da UNB.
ROBERTO CAMPOS: autor de diversos estudos, do livro Lanterna na Popa, previu antes de todos a derrocada e dissolução da União Soviética (problemas das nacionalidades). Estava certo em tudo que escreveu. Defendeu o pensamento liberal e a liberal democracia.
MÁRIO HENRIQUE SIMONSEN: conheci-o quando ainda um jovem engenheiro que se notabilizava no estudo da economia (foi paraninfo de minha turma, 1969). Foi um dos precursores na modernização no estudo da economia no país. Escreveu diversos estudos e artigos em jornais e na revista Exame. Com Rubens Penha Cysne escreveu dois clássicos de economia: Macroeconomia e Microeconomia.  Foi professor da FGV – EPGE.
ARMÍNIO FRAGA: lançou o sistema de metas de controle da inflação (o tripé, superávit primário, câmbio flutuante e meta de inflação). Impediu que o Real fracassasse como tantos outros planos (alguns mirabolantes e de pensamento mágico).