sábado, 2 de março de 2013

META DE INFLAÇÃO POSSÍVEL E IDEAL (PROPOSIÇÃO).


META DE INFLAÇÃO POSSÍVEL E IDEAL (PROPOSIÇÃO).
A meta de inflação do Brasil, de responsabilidade do CMN (Conselho Monetário Nacional), tem sido fixada, desde 2005, em 4,5% + ou – 2% (intervalo entre 2,5% e 6,5%). Sabemos que uma meta de inflação de 4,5% não é a adequada para a estabilidade monetária nem para o crescimento sustentado. Se a estabilidade monetária é condição necessária (mas não o suficiente) para o crescimento sustentado, fixar uma meta de inflação de 4,5% por mais de 9 anos é o mesmo que estabelecer uma condição impeditiva para que o mesmo aconteça. Sabemos também que não devemos fixar uma meta de inflação extremamente difícil de ser alcançada e que não consiga credibilidade dos agentes econômicos. A política monetária deve ser transparente e acreditada (facilitar a previsibilidade). Deixamos passar oportunidades de projetar quedas da meta de 4,5% até atingir o objetivo de 3%. O CMN ao fixar a meta em 4,5% por mais de 9 anos passou para os agentes econômicos a mensagem que não tem um forte compromisso com a estabilidade monetária e com o poder de compra da moeda. Deixou a mensagem, demagógica, de que prefere e concorda com mais um pouco de inflação para obter um pouco de crescimento no curto prazo, sem ter que trabalhar a qualidade dos gastos públicos (politicamente desgastante e difícil). As trabalhosas, necessárias e politicamente arriscadas reformas estruturais (trabalhista, justiça do trabalho, previdenciária, tributária), que ocasionaram o mensalão, seriam tocadas sem compromisso e dentro do possível. Somado a isto um governo que deixou mensagens não confortáveis (quase inamistosas) para o capital (investimentos). O resultado é o previsível, piora do ambiente de negócios, queda dos investimentos e do PIB. Isto além de deixar vazar mensagens de que era contra o vitorioso tripé (metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário) e a lei de responsabilidade fiscal. Estavam construindo a nova matriz econômica, só entendível por economistas que apelido de turma do pensamento mágico (as viúvas derrotadas do socialismo e da queda do muro, os admiradores de ditadores sanguinários, como Cuba). Chegaram ao cúmulo de pagar a ativistas profissionais para constranger a cubana Yoani Sánches em visita ao Brasil (obtendo efeito contrário). Considerando que a conjuntura construída por esta turma de economistas que dirige o país (de pensamento mágico) é de retorno do processo inflacionário (bem verdade que nos últimos dias temos visto declarações racionais) não seria acreditável fixar uma meta de inflação de 3% no momento. Mas copiando a máxima de administração de que as metas não devem ser tão altas que estimulem o desânimo, nem tão baixas que estimulem a complacência e, que o ideal não deve impedir o possível, considero o momento adequado para o CMN fixar a META POSSÍVEL DE 4,5% (com desvio de + - 1%) E A IDEAL DE 3%. Seria um compromisso do governo com a população de respeito e busca da meta ideal. Para as expectativas seria muito favorável. MAG 03/2013.
METAS DE INFLAÇÃO

ANO
DATA
META
BANDA
IPCA
PIB
SELIC
ORIG.
CORRIG.
DEZ.
DIFER.
1999
30/06/99
8
8
+ - 2
8,94
0,3
19
-6
2000
30/06/99
6
6
+ - 2
5,97
4,3
15,75
-3,25
2001
30/06/99
4
4
+ - 2
7,67
1,3
19
+3,25
2002
28/06/00
3,5
3,5
+ - 2
12,53
2,7
25
+6
2003
28/06/01
3,25
8,5
+ - 2
9,30
1,1
16,5
-8,5
2003
27/06/02
4
8,5
+ - 2,5
9,30
=
16,5
-8,5
2004
27/06/02
3,75
5,5
+ - 2,5
7,60
5,7
17,75
+1
2004
25/06/03
5,5
5,5
+ - 2,5
7,60
=
17,75
+1
2005
25/06/03
4,5
4,5
+ - 2,5
5,69
3,2
18
+0,25
2006
30/06/04
4,5
4,5
+ - 2
3,14
4,0
13,25
-4,75
2007
23/06/05
4,5
4,5
+ - 2
4,46
6,1
11,25
-2,0
2008
29/06/06
4,5
4,5
+ - 2
5,90
5,2
13,75
+2,5
2009
26/06/07
4,5
4,5
+ - 2
4,31
-0,36
8,75
-5,00
2010
01/07/08
4,5
4,5
+ - 2
5,91
7,5
10,75
+2,00
2011
30/06/09
4,5
x
+ -2
6,50
2,7
11,0
0,25
2012
006/2010
4,5
x
+ - 2
5,84
0,9
7,25
-3,75
2013
06/2011
4,5
x
+ - 2
x
x
x
x

sexta-feira, 1 de março de 2013

TN DEVE PARAR DE EMITIR TÍTULO CORRIGIDO POR SELIC?


TN DEVE PARAR DE EMITIR TÍTULO CORRIGIDO POR SELIC?

A ESTABILIDADE MONETÁRIA É CONDIÇÃO NECESSÁRIA (mas não o suficiente) AO DESENVOLVIMENTO E AO CRESCIMENTO ECONÔMICO SUSTENTADO.

Em dez./2006 escrevi um texto propondo que o TN parasse de captar recursos através de correções por Selic. O motivo eram as ignorâncias (ou demagogias) que economistas, FIESP e articulistas especializados em economia e finanças noticiavam, sempre criticando o BC quando este subia a Selic para combater a inflação. Os argumentos eram diversos, o mais frequente que a Selic aumentava o custo da dívida pública, que não combatia a inflação, que trazia carestia, etc. Especialistas (e economistas) escreviam como se o BC fosse o responsável pela dívida pública, pela emissão dos títulos e pelo aumento da Selic (tentavam culpar o BC pelo que ele não tinha autoridade, nem responsabilidade, a dívida pública). Hoje quase todos já sabem que a dívida pública é de responsabilidade e autoridade do TN e que o BC é o responsável pela política monetária (manter o poder de compra da moeda). O TN emitia títulos corrigidos por Selic por ser de seu interesse e não podia cobrar do BC que não subisse a taxa básica. Se o TN parasse de emitir títulos corrigidos por Selic os argumentos demagógicos e ignorantes não poderiam mais ser utilizados contra o BC, prejudicando a política monetária. Hoje todos já sabem a diferença de responsabilidade entre o BC (política monetária) e o TN (política fiscal e dívida pública). O TN passou a emitir e disponibilizar relatórios muito explicativos sobre o gerenciamento da dívida pública, demonstrando que a parte da dívida de menor custo é a selicada (ver tabela abaixo).
Em 12/04/2012 publiquei, neste blog, a postagem a baixo sobre o assunto.

HIPÓTESE: TN PARAR DE EMITIR TÍTULOS CORRIGIDOS POR SELIC.
Se o TN parar de oferecer títulos corrigidos por selic ao mercado terá que limitar-se a vender títulos corrigidos por IGPM mais juros, IPCA mais juros, pré-fixados e valor de face vendido com deságios. Perderá uma opção de venda que se adequou e se adéqua a períodos de menor previsibilidade (insegurança). Os títulos pré-fixados terão que pagar taxas muito altas para serem aceitos pelo mercado com vencimentos acima de certo prazo. Os títulos corrigidos por IPCA e IGPM serão os mais utilizados para prazos maiores (um retorno à indexação?). Os custos para o TN serão os decorrentes dos títulos acima.
O BC para praticar a política monetária e controlar o processo inflacionário terá que continuar a oferecer uma taxa básica (selic ou outro nome qualquer) para o sistema financeiro se quiser retirar liquidez do mercado (com inflação ascendente). Os agentes financeiros venderão liquidez para o BC a troco de uma taxa básica que será fixada de acordo com o cenário e a expectativa de inflação. A taxa básica pode ser fixada pelo BC por prazo de até 1 dia (overnight? Sim. Ou selic.). Hoje o BC utiliza o prazo de 45 dias para mudar a taxa básica referencial que é fixada através de um percentual anual (através de taxa equivalente efetiva pode ser calculada por dia, por mês, etc.). A taxa básica tem a virtude de subir quando a expectativa de inflação sobe e descer quando ela desce. É um título com menos risco e por este fato mais aceito pelo mercado e com as menores taxas de juros. É a menor taxa de financiamento que o TN tem utilizado nos últimos anos.    
O único argumento crítico que tem certa procedência é o de que quando a Selic sobe a renda nominal dos poupadores também sobe (em tese pode estimular o consumo). Na prática sabemos que quando a Selic sobe as expectativas de inflação caem. 

CUSTO MÉDIO DA DPF (Fonte TN).

Custo médio mensal
Custo Médio acum. 12 meses
Dez./09
Dez. /10
DEZ./11
DEZ./12
Dez./09
Dez./10
DEZ./11
DEZ./12
LFT Selic
8,66
10,66
11,90
7,16
9,96
9,78
11,62
8,49
LTN pré (i venc.)
11,23
11,33
12,35
10,73
11,72
11,06
11,96
11,37
NTN B IPCA
12,17
14,64
13,76
15,86
12,34
13,59
13,76
12,28
NTN C IGPM
6,58
18,40
18,68
19,68
7,82
22,17
15,40
18,40
NTN F pré (i sem.)
12,66
12,52
12,58
11,86
12,64
12,49
12,52
12,06
DPF externa
-0,72
-13,45
 52,58
-19,53
-13,01
6,42
20,29
16,51
SELIC INADEQUADAMENTE BAIXA AUMENTA O CUSTO DA DÍVIDA PÚBLICA (VIDE CUSTOS IGPM).