sexta-feira, 11 de julho de 2014

PROJEÇÕES DE POLÍTICA ECONÔMICA PARA 2015. DADOS DO COMÉRCIO EXTERIOR E INTERVENÇÕES DO BC NO CÂMBIO (11/7/14).

DADOS DO COMÉRCIO EXTERIOR E INTERVENÇÕES DO BC NO CÂMBIO.
PROJEÇÕES 2015 DE POLÍTICA ECONÔMICA.

Em julho, até o dia 11, o Fluxo Cambial Financeiro ficou negativo em -US$4,114 bilhões (saldo acumulado -US$5,427), o BC efetuou linha de recompra de US$4,7 bi., suas operações de Swaps (exposição ao dólar), em 30/05, eram de R$ 203,8 bi. (o BC publica este dado com atraso de 30 dias). Isto justifica a política econômica abaixo (terá que ser feito em 2015. 2016 já tem nova eleição).
Em 2015 teremos, provavelmente, uma conjuntura com as seguintes ações de política econômica:
     1)    Aperto fiscal (aumento de superávit primário);        
     2)    Realinhamento dos preços administrados reprimidos (essencial para o aumento da confiança, da previsibilidade e dos investimentos);
    3) Ajuste cambial (reduzir exposição do BC em Swaps). Acontecerá por bem ou por mal (e esta turma de “desenvolvimentistas” de araque, que receitava valorização artificial do dólar, agora executa o inverso, defende o real);
      4) Aumento da Selic (caso corrijam preços administrados e câmbio).


Os quadros estatísticos abaixo justificam o pensamento acima (o aperto monetário já iniciou, vide queda do crescimento  do M4 acumulado de 12 meses e das operações de crédito):

DADOS DO COMÉRCIO EXTERIOR E INTERVENÇÕES DO BC NO CÂMBIO.


TÍTULOS
2008
2009
2010
2011
2012
2013 01/14 02/14 03/14 04/14 05/14 06/14 11/7/14 2014
1) BAL. COMERCIAL
24746
25347
20267
29796
19431
2561 -4057 -2125 112 506 712 2365 -2490
1 A) BAL. SERV. E RENDAS
-57234
-52945
-70630
-85225
-76523
-87325 -7704 -5434 -6470 -8876 -7417 -35799
2) TRANS. CORRENTES
-28300
-24334
-47518
-52612
-54246
-81374 -11591 -7445 -6246 -8291 -6635 -40074
3) CONTA CAPITAL E FINANC.
32986
70551
100102
111868
72762
73778 14070 7627 7654 9945 7414 45773
4) DIV. EXTERNA bi.
267
282
350
402
442
485 489 493,7 503,67 518,6 518,15 518,15
5) RESERVAS caixa mi.
198793
238520
288575
352073
373147
358808 360936 362691 363914 366717 368752 373516 378261 378261
5.1) RESERVAS LIQUIDEZ 206806 239054 288575 352012 378613 375794 375462 377217 377217 378418 379153 380517 380511 380511
6) FLUXO CAMB. Total
-983
28732
24354
65279
16753
-12261 1610 -1856 2304 2783 -813 118 -5427 -1280
6.1) Fluxo Comercial
47900
9924
-1650
43950
8373
11136 1591 -2129 -521 3798 1922 -1772 -1312 1578
6.2) Fluxo Financeiro
-48883
18808
26004
21329
8380
-23396 19 272 2825 -1015 -2735 1890 -4114 -5427
7) INTERVENÇÕES BC
-5438
36527
41952
50107
5686
-11520 2460 0 1250 1575 2035 3400 4751 14736
7.1) Pronto
7585
24038
41417
47908
11152
0 X X x x X x x X
7.2) Termo
0
0
0
2199
0
0 X X x x X x x X
7.3) Linha c/ Recompra
-8338
8338
0
0
-5466
-11520 2460 X 1250 1575 1300 3400 4751 14736
7.4) Empréstimo
-4685
4151
535
0
0
0 X X x x X x x 0
8) OUTROS BC
18887
8211
8103
13331
8445
-2819 -295 1755 -27 1228 735 1364 -5 4718
9) EXPOSIÇÃO BC R$ x US$ swaps
27749
0
0
-3016
4204
175422 192110 194223 197618 198701 203800 203800
9 .1) Resultado (caixa) 4801 3199 x 706 1098 -1315 -3920 8336 6206 3964 2202 16788
10) POS. CÂMB Bancos
C10130
C3391
V16784
V1583
V6069
V18124 V16593 V18597 V16254 V13578 V14342 V13746 V13746
11) VAR. CAMB. US$
31,93
-25,49
-4,307
12,579
8,94
14,636 3,57 -3,83 -3017 -1,19 0,13 -1,63 -5,98
OBS: a) Fluxo Cambial (linha 6) positivo = entrada de dólar no mercado; b) Intervenções do BC positivas (linha 7) = semelhante a compra de moeda pelo BC. Negativas, vendas. OUTROS (8) = variações de posições (títulos, moedas, etc.).


  COMENTÁRIOS:

 a) a variação cambial é do dólar;

 b) a tabela não registra os movimentos de câmbio de derivativos dos bancos com o mercado privado e entre estes. A tabela é anual e não demonstra o movimento mensal;

 c) as ocorrências do mercado internacional não estão consideradas (por ex.: as operações de QE do Fed – BC dos USA, etc.);
 CÂMBIO É MUITO MAIS COMPLEXO DO QUE ESTA TABELA (mas a tabela é um registro da atuação de grande parte do mercado).
 
OUTROS COMENTÁRIOS:
  1) PREÇOS DE PRODUTOS EXPORTADOS:
     a) Quedas pioram a relação de trocas (redução de renda real, pode provocar depreciação cambial);
     b) Aumentos melhoram a relação de trocas (aumento da renda real, pode provocar apreciação cambial).
 
  2) EXPECTATIVA DE VALORIZAÇÃO CAMBIAL (do real): pode aumentar a oferta de venda de dólares futuros desvalorizando-os mais ainda e por extensão o à vista. O BC pode dificultar e limitar as operações domésticas futuras (mas não alcança operações no exterior). Pode dificultar a entrada de capitais de curto prazo (limites, IOF, etc.) e comprar o excesso de liquidez (de dólares) à vista e futuros (swaps);
 
 3) EXPECTATIVAS DE DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL (do real) pode aumentar a demanda por dólar   futuro podendo valorizá-lo mais ainda e por extensão o à vista. O  BC tem a obrigação PRUDENCIAL  de normatizar e monitorar as operações futuras e de derivativos dos bancos evitando riscos superiores à capacidade dos mesmos (suportar e honrar perdas). Pode oferecer dólares futuros (swaps) e vender à vista para atender a demanda (pagamentos comerciais e de dívidas). 

 4) AS OPERAÇÕES COM  MOEDAS TÊM POR LIMITE A EXISTÊNCIA DAS MESMAS, AS OPERAÇÕES FUTURAS E DERIVATIVOS DEVEM TER SEUS LIMITES FIXADOS PELO BC, POIS SÃO VIRTUAIS E NÃO TÊM LIMITE (evitar jogatinas irresponsáveis e insolvências).  MAG 03/2013.

OPERAÇÕES DE CRÉDITO DO SISTEMA FINANCEIRO (BRASIL).


ANO
GOV.
INDUST.
HABIT.
RURAL
COMERC.
P. FÍS.
OUTROS
TOTAL
VAR. %
i real
PIB
IPCA
IGPM
12
meses
Ano
12/2007
18,8
213,8
45,8
89,2
97,6
314,3
156,3
935,97
X
X
0,174
5,4
4,46
7,75
12/2008
27,2
296,4
63,3
106,4
124,8
389,5
219,6
1227,5
31,14
31,14
9,624
5,1
5,9
9,81
12/2009
58,974
304,745
91,862
112,266
136,306
462,506
247,687
1414,34
15,22
15,22
- 3,52
-0,6
4,31
-1,72
12/2010
67,805
361,051
138,784
123,902
172,559
548,777
292,403
1705,28
20,57
20,57
-3,52
7,5
5,91
11,32
12/2011
81,671
417,385
200,506
141,134
208,415
633,758
347,483
2033,9
19,02
19,02
4,18
2,6
6,50
5,10
12/2012
118,833
461,997
277,047
171,301
227,212
698,505
404,739
2368,68
16,2
16,2
-1,1
1
5,84
7,82
12/2013
150,273
516506
395,224
218,162
242,271
767,512
425,200
2715,15
14,6
14,6
0,938
2,3
5,91
5,51
05/2014
167772
521893
440101
236034
237141
779178
421772
2803891
3,25
3,3
0,076

3,33
3,22


M1, M2, M3, M4
Data
M1
Meio
de pag.
M2
M3
M4
Oper. Créd.
Sist. Financ.
12 meses %
Variação % ano
Valor
12
meses
i real
IGPM
PIB
IPCA
IGPM
2010
281876
1362389
2549739
3040495
16,7
20,57
-0,102
7,5
5,91
11,32
01/2011
257449
1348659
2554397
3044764
17,3
x
x
x
x
x
2011
285377
1617480
3030280
3550253
16,8
19,02
4,18
2,6
6,50
5,10
01/2012
259833
1591803
3085569
3599589
18,2
x
X
X
X
X
2012
324483
1763932
3518246
4103151
15,6
16,2
-1,1
1
5,84
7,82
01/2013
286780
1720981
3548965
4128406
14,7
X
0,132

0,89
0,34
12/2013
344843
1953197
3820243
4455383
8,6
14,64
0,938
2,3
5,91
5,51
01/2014
312969
1929693
3815899
4434913
7,4
14,8
X
X
0,55
0,48
05/2014
303211
1979397
3945538
4569701
7,6
3,25
0,076
X
3,33
3,22

 MOEDA SEGUNDO SUA LIQUIDEZ: M0 = Base Monetária = Moeda corrente + Reservas; M1 = Meio de Pagamento = Oferta Monetária = Moeda corrente + Dep. a vista; M2 = M1 + Dep. Investimentos + Poupança;
M3 = M2 + Fundos Invest. + Oper. Compromissadas; M4 = M3 + Títulos Federais Selic.



  

segunda-feira, 7 de julho de 2014

CHOQUE DE LIBERALISMO: RECEITA PARA O BRASIL.


CHOQUE DE LIBERALISMO: RECEITA PARA O BRASIL.

Após um longo período de desonestidades intelectual, inclusive acadêmicas, publicadas na imprensa e que assolavam o Brasil, definindo erradamente o pensamento liberal (alastrando a ignorância para alunos, jornalistas e leigos), iniciamos (não sem recaídas dos mais desonestos e ainda considerados cultos pela imprensa) um período mais racional e honesto. Alguns escreviam neoliberal como se fosse uma nova linha de pensamento, sem autores e sem publicações, na verdade definiam erradamente, segundo seus interesses, já que não conseguiam expor suas ideias, nada além de críticas e conceitos errados. A cultura desta turma de viúvas da queda do muro de Berlim e da derrocada do comunismo, a maioria vivendo sustentada e explorando os cofres públicos, é aproveitar-se das ineficiências das controladorias, auditorias e deslizes das leis feitas sob encomenda. São verdadeiros exploradores dos outros brasileiros que os sustentam através da mais pesada carga tributária do mundo emergente (em desenvolvimento). O Brasil é um país que submete sua população (classe média e pobre) a uma carga tributária excessiva, para sustentar marajás com salários absurdos (protegidos pela justiça que também se aproveita desta roubalheira legalizada). O pior de tudo é que é uma elite que exerce (a maioria não trabalha) funções improdutivas (ou aposentados), impedindo que se pague o justo aos verdadeiros servidores públicos (professores que dão aulas, policiais, servidores da saúde, a burocracia necessária, etc.). É inacreditável o tempo (e custo) necessário para se abrir uma empresa (assim como para fechar). O custo da escrituração das exigências burocráticas, as dificuldades exigidas pelas leis que facilitam a venda de facilidades, exigências absurdas, desnecessárias e impossíveis de serem atendidas até pelas grandes empresas, criando um ambiente de insegurança e desmotivador para os empreendedores. Esta turma em suas publicações escrevia que o liberalismo (ou neoliberalismo) era contra toda forma de regulamentação, quando na verdade o pensamento liberal nasceu para combater o poder monárquico absolutista (as ditaduras absolutistas esquerdistas atuais) através de limitações impostas ao poder discricionário por leis. O poder deve ser da lei e não da autoridade, princípio básico do pensamento liberal ou neoliberal como queiram. Adoram criticar o livre mercado, mas não escrevem que foram os liberais que primeiro defenderam a abertura dos mercados e das profissões para todos. Como? Através das leis e de normas que regulamentem as regras do jogo e limitem e coíbam o poder discricionário do mais forte sobre o mais fraco. Não existe liberalismo sem concorrência, mercado aberto a todos. Não existe concorrência sem regras do jogo preestabelecidas. É aceitável que defendam pensamentos diferentes, inaceitável é professores ensinarem errado aos alunos, escreverem e publicarem demagogias (ou ignorâncias).

CHOQUE DE LIBERALISMO NECESSÁRIO AO BRASIL:

1)  ELIMINAR o imposto sindical obrigatório, de empregados e de empregadores (o TCU e a CGU não tem poder para fiscalizá-los e puni-los). Motivo: é a origem de líderes desonestos e descompromissados com a qualidade de gastos. Destes antros de ladroagens saem muitos de nossos políticos (ou de seus protegidos), presidentes, candidatos a governadores, etc.;

2) LIMITAR a tributação sobre o rendimento do trabalho ao IR. A contribuição compulsória, FGTS, deve ser contabilizada nominalmente e deve render os juros dos títulos do TN. O sistema S deve ser sustentado por tributos que incidam sobre outra base de cálculo (a iniciativa privada só é eficiente quando luta pela sobrevivência e pelo lucro, gerenciando verbas públicas é mais competente na corrupção);

3)  INSS da iniciativa privada: a contribuição do empregado e do empregador que tem por base de cálculo o rendimento do trabalho deve ser unificada (já que o objetivo é o mesmo e é de fato paga pelo empregado). A contribuição sobre o salário deveria ter como limite o teto de aposentadoria do INSS (regime geral do INSS). Os mais prejudicados são os autônomos e os que contribuem, através do empregador, sobre valor acima do teto. A contribuição acima do teto deve fazer uma poupança especial (um fundo com títulos do TN) contabilizada nominalmente em nome do trabalhador contribuinte. Com este sistema o custo de fiscalização cairia muito;

4) INSS BALANÇO: todo benefício pago pelo INSS sem ter por base a contribuição individual do pensionista, deve ser contabilizada separadamente. O INSS teria dois balanços: um para as pensões baseadas em contribuições (receitas x despesas), outro para os benefícios pagos sem ter por base contribuições;

5)  CLT: deveria ter um artigo que validasse todos os acordos feitos entre empregados e empregadores assistidos pelos sindicatos. Todas as simplificações burocráticas redutoras de custos acordadas devem ser aceitas (a vontade das partes deve prevalecer). A complexidade deve ser reduzida. Acordos assistidos por sindicatos deveriam ter validade plena (evitar o excesso de ações com falsos testemunhos);

6)   SISTEMA TRIBUTÁRIO: simplificar o sistema tributário, eliminar exigências burocráticas, inclusive as multas que não tenham por base a sonegação de tributos; 

7)   ABERTURA E FECHAMENTO DE EMPRESAS: facilitar acreditando em declarações do empreendedor. Comprovantes poderiam ser exigidos somente baseado em alguma dúvida justificada por escrito e não poderiam impedir a abertura da empresa (prazos com folga para atendimento de burocracias);

8)    CRIAR UM AMBIENTE MOTIVADOR AO EMPREENDEDORISMO.
MAG 07/2014.

SUGESTÕES SERÃO ACEITAS E DISCUTIDAS.