sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

CÂMBIO FLUTUANTE OU ADMINISTRADO?


CÂMBIO FLUTUANTE OU ADMINISTRADO?

O Brasil conseguiu livrar-se após muitos sofrimentos, quase quebrar e ser salvo pelo FMI, do poder discricionário das autoridades na administração do câmbio (enfrentavam a irresponsabilidade monetária e a inflação com câmbio artificial e irreal). Com a adoção do sistema de câmbio flutuante as exportações e as importações cresceram, a previsibilidade e a segurança melhoraram facilitando as negociações internacionais, os investimentos externos no país aumentaram, a moeda deixou de ser um problema para a economia (uma insegurança limitadora). O saldo do balanço comercial passou a ficar positivo, as reservas aumentaram e os juros internacionais para o país reduziram. As crises internacionais foram enfrentadas sem os problemas e os sofrimentos do tempo do câmbio administrado. O PIB (em dólar) e o poder de compra aumentaram com a valorização da moeda nacional (a qualidade de vida do povo melhorou, a capacidade das empresas investirem em modernizações e ganhos de produtividade aumentaram). Ao contrário do que dizem, as exportações de industrializados cresceram muito acima da média histórica. Os exportadores de minérios e produtos agrícolas, apesar da valorização do Real, obtiveram os maiores lucros da história (impensáveis antes do câmbio flutuante). Isto comprova o acerto da taxa de câmbio para a economia como um todo.

CONSIDERAÇÕES SOBRE CÂMBIO:
O câmbio de equilíbrio é aquele que for bom para a maioria.  Nunca será bom para todos. Se for ruim para os consumidores não é bom para a economia. Não existe liberalismo sem livre concorrência (com regras do jogo que a protejam), assim como não existem consistentes ganhos de produtividade, competitividade e avanços tecnológicos, com reservas de mercados ou privilégios, qualquer que seja ele (inclusive proteção cambial, mesmo que escondido atrás de artificialismos).

CÂMBIO FLUTUANTE COMO SOLUÇÃO DO MERCADO LIVRE (Milton Friedman). “A instabilidade das taxas de câmbio é um sintoma da instabilidade da estrutura econômica subjacente. A eliminação de tais sintomas pelo congelamento administrativo das taxas cambiais não corrige nenhuma das dificuldades subjacentes e só torna o ajustamento a elas ainda mais penoso.” 
Câmbio administrado e poder discricionário são defendidos pelos heterodoxos “desenvolvimentistas”.
Câmbio flutuante e normas que estabeleçam as regras do jogo defendam a concorrência e limitem o poder discricionário são defendidos pelos liberais monetaristas.  
Controle de capitais - as saídas devem ser livres para não desestimular as entradas. As entradas podem ser condicionadas a: a) prazo mínimo de empréstimos e financiamentos; b) prazos para retorno de investimentos diretos; c) limites prudenciais para bancos em operações de futuros (derivativos). Medidas que resultem em aumentos de custos para os empréstimos, os financiamentos e os investimentos devem ser evitadas. 


ADENDO: c) em 1944, na conferência de Bretton Woods os USA comprometeram-se a garantir a conversibilidade do dólar em ouro ao preço de US$35,00 por onça-troy. Em 1968 os USA estabeleceu dois preços para o ouro, um oficial apenas para os bancos centrais, outro livre para outros agentes econômicos;
d) em 15/08/1971, os USA, abandonam totalmente a conversibilidade do dólar em ouro. Em março de 1973 os países industrializados abandonam a paridade fixa com o dólar, deixando suas moedas flutuarem em relação ao mesmo enterrando de vez o sistema de Bretton Woods;
e) em 1979 os principais países da Europa decidiram criar um sistema monetário regional (o EURO). O ouro chegou a valer mais de US$800,00 (1980), caindo para US$300,00 em 1985 (as negociações ou especulações como alguns definem alcançaram uma intensidade de movimentação imprevisível). Na primeira década do século 21 o dólar passa a ter circulação muito maior do que a economia dos USA  (na verdade os USA passam a viver de emitir moeda). O regime de câmbio fixo só se justificaria se o dólar fosse conversível em ouro a uma paridade fixa (Bretton Woods). Se o dólar é apenas uma moeda escritural, seu valor dependerá da política monetária e da economia americana (a capacidade dos USA oferecer alguma riqueza real em troca dos dólares). O capital (direitos de receber dividendos, juros, de retorno de capitais) de residentes nos USA no exterior deve ser considerado nesta análise.     

DA POSTAGEM: https://mageconomia.blogspot.com.br/2015/07/a-moeda-resumo-historico.html  

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