INVESTIMENTOS, POUPANÇAS (DEMAGOGIAS).
Sabemos que os investimentos privados acontecem em ambientes que passam segurança para o capital (países com boas instituições). Além da segurança os empreendedores só investem objetivando lucros (o lucro tem que motivar mais que a insegurança e o risco). Economias com estabilidade monetária e respeito às regras do jogo reduzem a insegurança e aumentam a previsibilidade (facilitam planejamentos), atraindo investimentos. Resumidamente, investimentos procuram: segurança, regras do jogo estabelecidas, estabilidade monetária, ambientes que permitam planejamentos (previsibilidade), mercado (poder de compra da população), expectativas de lucros (positivas). Além disto, é necessário que exista um mercado de crédito com fluxo contínuo (para os investimentos e para os consumidores). O mercado de crédito só funciona com fluxo contínuo se existir fluxo de poupança também contínuo (interno ou externo).
A estabilidade monetária impede que a liquidez seja aumentada com a criação irresponsável de moeda acima do potencial de crescimento da economia. Para que exista fluxo contínuo de poupança interna é necessário que o mercado financeiro seja considerado seguro e que as taxas de juros sejam positivas. Taxas de juros negativas fazem com que os agentes fujam da moeda pátria mais juros para o consumo ou ativos que não moeda (moedas estrangeiras, ouro, imóveis, formando bolhas, antecedente de crise).
O Brasil não tem poupança interna para fazer face aos investimentos necessários ao estágio atual de desenvolvimento. Somos um país importador de poupanças externas. Em 2009 importamos através da conta Capital US$70,5 bi.; em 2010 US$100,1 bi.; em 2011 US$111,8 bi. (poupança externa). Isto permitiu que os empreendedores fizessem seus investimentos e se financiassem com segurança (não existem investimentos sem financiamentos, a média é 30% de capital próprio e 70% de terceiros). No mercado financeiro as taxas de juros de cp são menores do que as de lp (maior o risco maior a taxa) e as captações de cp (2 anos) são mais fáceis de conseguir. As empresas que não conseguem captar a lp ficam renovando captações. Bancos brasileiros fazem captações externas e emprestam internamente (isto movimenta o mercado e faz as taxas internas de juros serem menores). A atuação do governo fixando IOF de 6% sobre captações de 5 anos foi uma agressão às regras do jogo. Rapidamente teve de voltar atrás (felizmente reconheceu o erro).
Bancos são atividades concedidas (privilégios), portanto o poder concedente tem o direito e a obrigação de estabelecer normas de funcionamento e prudenciais, não devendo se intrometer nas estratégias dos mesmos (isto é pensamento liberal). A cobrança de IOF sobre derivativos é outra agressão às regras do jogo. Se tem poder para fixar limites não precisa de IOF.
Podemos concluir que a atuação do governo dificultou os investimentos e trouxe insegurança e prejuízos ao mercado. Com uma conjuntura mundial instável criaram mais instabilidade.
O pior de tudo é que não conseguiram conter os índices inflacionários (conforme quadro abaixo).
ACUMULADOS 2012: ÍNDICES E META DE INFLAÇÃO | ||||||||||
ACUM. ATÉ
| META | IPCA | IPC 10 | IPC M | IPC DI | IGP 10 | IGP M | IGP DI | IPA M | INCC 10 |
04/2012 | 1,47806 | 1,87 | 2,288 | 2,29 | 2,288 | 1,089 | 1,47 | 1,95 | 1,05 | 2,0027 |
05/2012 | 1,85509 | 2,24 | 2,81 | 2,79 | 2,72 | 2,11 | 2,50 | 2,89 | 2,24 | 2,88 |
06/2012 | 2,22526 | x | 3,15 | 2,96 | x | 2,86 | 3,19 | x | 2,99 | 4,60 |
META: 4,5% a.a; 0,367485% a.m; em vermelho acima da meta.
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