A DÍVIDA INTERNA E EXTERNA – RISCO DE MORATÓRIA:
Considerando as três hipóteses explicitadas
a seguir sobre a dívida pública da União pergunta-se, qual representa maior
risco? a) dívida em poder do público 80 + em poder do BC 20 = 100; b) 70 + 30 = 100; c) 90 + 10 = 100.
Na verdade a dívida em poder do
BC não deve ser considerada um fator de maior ou menor risco da dívida da União.
O BC não vai cobrar do TN apesar de constitucionalmente ser proibido de
financiar a União. O BC tem que cobrar o recebimento dos títulos no vencimento,
mas pode adquirir outros no mercado. O TN pode pagar através de superávits, de
emissão de moeda (o BC precisa de autorização do congresso), ou da venda de
novos títulos (rolar a dívida). O risco para o público é de fato a dívida em
seu poder. Mas as dívidas das cidades, dos estados, das entidades
governamentais independentes também devem ser consideradas. Os EUA (através do
Obama) falou que o governo da União não irá dar garantia para a dívida de
Detroit (que pediu moratória). O governo brasileiro não pode negar uma dívida
da CEF, do BNDES ou do BB, mas sabemos que sempre existirá uma solução de
mercado. O congresso, também, sempre autorizou a emissão para capitalizar estes
Bancos. Entretanto existem outros órgãos, como a Eletrobrás, o DNIT, etc.
A nossa experiência demonstra vários canos dados por órgãos do governo que não
afetaram o crédito do TN. Eu considero apenas a dívida do TN em poder do
público. O resto ainda é gerenciável sem afetar o TN.
DÍVIDA
INTERNA E EXTERNA - RISCO DE MORATÓRIA
Nos quadros abaixo demonstro
resumidamente a Dívida Interna (reais), Externa (US$), algumas contas do
Balanço de Pagamentos (inclusive o fluxo cambial e intervenções do BC no
câmbio). PERGUNTAS: a) corremos risco de moratória da dívida interna? E da
externa? RESPONDO: NÃO. AS DÍVIDAS SÃO FACILMENTE GERENCIÁVEIS (o único risco
que se corre é o político. Algum presidente desonesto, demagogo, ignorante ou
irresponsável querer dar o cano.).
Da dívida externa de US$480 bi.
apenas US$65,6 bi são do governo. Nossas Reservas somam US$370
bilhões. Por outro lado estamos com um déficit na Conta Transações Correntes
= Bal. Comerc. + - Bal. Serv. E Rendas + - Transf. Unilaterais de
US$43,478 bi. até junho (no ano deve chegar a US$75 bi.). Este déficit é resultado da
demagógica política fiscal e monetária deste desgoverno. A política
monetária estabelece a taxa básica de juros de acordo com a política fiscal (a
taxa básica será mais baixa ou alta dependendo do déficit fiscal menor ou
maior). O BC fixou uma taxa básica insustentável para o equilíbrio do nosso
Bal. De Pagamentos. EXPLICO: a taxa básica (Selic) abaixo da neutra (ou de
equilíbrio) influencia as atividades positivamente (aumenta consumo) e
desequilibra A HARMONIA
ENTRE A VELOCIDADE DE CRESCIMENTO DA OFERTA E DA DEMANDA (a demanda cresce em
velocidade superior à oferta). Os exportadores passam a atender o
mercado interno ao invés de exportar e as importações sobem para atender a
demanda interna. O BC felizmente enxergou a barbeiragem e INICIOU A CORREÇÃO da
taxa básica. Até quanto?
Até o fluxo de capital retornar à normalidade. O Bal. Comercial é
o registro de compras e vendas ao exterior a vista e a prazo. O fluxo registra
os pagamentos e os recebimentos (entradas e saídas). A CONTA DE MOVIMENTO DE
CAPITAIS E FINANCEIRA (investimentos, empréstimos, pagamentos) é que permite
(compensa) o saldo negativo da Conta Transações Correntes (a tabela abaixo
demonstra). Se o país ou o governo perde a credibilidade por adotar política
econômica considerada errada, pára de receber as entradas de capitais (os
créditos e os investimentos zeram). A escolha passa a ser: subir a
taxa básica ou caminhar para moratória e ficar excluído do mundo financeiro
mundial. VERIFIQUE TABELA EM POSTAGEM
ANTERIOR.
O que chamo de turma de pensamento mágico: os economistas de pé no chão
(racionais) escreviam sempre pensando no segundo momento (o ou os efeitos no LP.
Entendiam que o cp não era entendimento econômico, era apenas financeiro.). A
turma de pensamento mágico, nacional-desenvolvimentistas (que se apelidam
de keynesianos), escrevia sempre sobre o ou os efeitos no cp (quase demagogia
em economia). Mas o correto é escrever sobre os efeitos (em economia são sempre
efeitos, apesar da prevalência de um ou dois) no CP (primeiro momento) e no LP (segundo momento),
o que está passando a ser feito por alguns.
A DÍVIDA INTERNA DO TN ESTAVA EM
R$1,84 trilhão (1,67 vezes a receita anual do TN. É o menor índice nos últimos 15 anos.). MAG 07/2013.
DÍVIDA PÚBLICA
(atualizada 07/13).
CONTAS
|
2009
|
2010
|
2011
|
2012
|
07/2013
|
9- Dívida Externa total
|
282,3
|
350,44
|
402,4
|
441,8
|
474
|
9.1-
Pública
|
77,1
|
83,60
|
62,3
|
67,3
|
63,4
|
9.2-
Privada
|
125,4
|
172,07
|
235,1
|
249,6
|
250,6
|
9.3- Entre
Empresas
|
79,8
|
94,77
|
105,0
|
124,9
|
160
|
8-
RESERVAS - CAIXA
|
238520
|
288575
|
352073
|
373147
|
371966
|
8 -
RESERVAS – LIQUIDEZ
|
239054
|
288575
|
352073
|
378560
|
378613
|
4-
TRANS. CORRENTES
|
-24334
|
-47518
|
-52612
|
-54246
|
-52472
|
5-
CONTA CAPITAL e FINAN.
|
70551
|
100102
|
111868
|
72762
|
59651
|
A)
a1) Fluxo Comerc. saldo
|
9924
|
-1650
|
43950
|
8373
|
16748
|
a2) Fluxo Financ. saldo
|
18808
|
26004
|
21329
|
8380
|
-8660
|
a3) Fluxo TOTAL saldo
|
28732
|
24354
|
65279
|
16753
|
8088
|
-
|
|||||
10- Dív. Mobil. Int. TN 05/13
|
1398,4
|
1603,9
|
1783
|
1916,7
|
1840,6
|
11- SRF - REC. total. 07/13
|
698,3
|
805,7
|
939
|
1029
|
638
|
11.1- DÍV. / REC.
|
2,0
|
1,99
|
1,81
|
1,86
|
1,67
|
DÍVIDA PÚBLICA
(atualizada 10/2014).
CONTAS
|
2009
|
2010
|
2011
|
2012
|
10/2014
|
9 - Dívida Externa total
|
282,3
|
350,44
|
402,4
|
441,8
|
549
|
9.1-
Pública
|
77,1
|
83,60
|
62,3
|
67,3
|
74,96
|
9.2-
Privada
|
125,4
|
172,07
|
235,1
|
249,6
|
268,3
|
9.3- Entre
Empresas
|
79,8
|
94,77
|
105,0
|
124,9
|
205,7
|
8- RESERVAS - CAIXA
|
238520
|
288575
|
352073
|
373147
|
375.833
|
8.1 - RESERVAS –
LIQUIDEZ
|
239054
|
288575
|
352073
|
378560
|
376.033
|
4 - TRANS. CORRENTES
|
-24334
|
-47518
|
-52612
|
-54246
|
-70697
|
5 - CONTA CAPITAL e
FINAN.
|
70551
|
100102
|
111868
|
72762
|
86574
|
A) a1) Fluxo Comerc.
saldo
|
9924
|
-1650
|
43950
|
8373
|
5004
|
a2) Fluxo
Financ. saldo
|
18808
|
26004
|
21329
|
8380
|
3267
|
a3) Fluxo
TOTAL saldo
|
28732
|
24354
|
65279
|
16753
|
8270
|
10 - Dív. Mobil. Fed.
Int. líqu. TN 10/2014
|
1398,4
|
1603,9
|
1783
|
1916,7
|
2050
|
11 - SRF - REC. total. 09/2014
|
698,3
|
805,7
|
939
|
1029
|
831,6
|
11.1 - DÍV. / REC.
|
2,0
|
1,99
|
1,81
|
1,86
|
1,83
|
12 – Dív. Mob. Fed. Int.
TN + em poder BC (1002).
|
1603,9
|
1783,0
|
1916,7
|
2028
|
3053
|
O governo utilizou o
BC para financiar seus déficits.
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