A LEITURA DA RELAÇÃO SELIC X DI 360.
A teoria econômica dificilmente aceita projeções baseadas
na relação de apenas duas variáveis, apesar do efeito entre elas ser aceito por
todos (ser previsível). Exemplifico: um aumento da taxa básica (variável
controlável) influencia negativamente os preços, mas se o mesmo (o aumento) for inadequado
em relação às expectativas (ou à visão da conjuntura futura, cenário), não
surtirá o efeito desejado (se necessário um aumento 4% e for dado um aumento
menor o efeito não acontecerá em sua totalidade). Mas podemos afirmar que num
cenário de processo inflacionário ascendente, se a taxa básica não for
aumentada os preços não serão contidos. Se estivermos com projeções de queda
das atividades ou dos preços, uma taxa básica inferior ao DI 360 não provocará
inflação (neste caso o DI 360 deverá entrar em queda, para confirmar as expectativas).
Se o DI 360 iniciar tendência de alta, a taxa básica deverá acompanhar. O
aumento da taxa básica quando consegue influenciar as expectativas dos agentes quanto
a reversão do processo inflacionário, faz as taxas de juros futuros caírem (a
curva de juros reverte a tendência das taxas acima do DI 360 de ascendente para
descendente). Se a taxa básica estiver inadequadamente baixa ela fará o nível
geral de preços subir (os aumentos dos preços ocorridos por sazonalidade ou
influência climática acontecerão em percentual maior ainda).
PREÇOS DOS PRODUTOS
AGRÍCOLAS: em 2012 subiram 18,8%, IPCA 6,5%, em 2013 caíram -1,49%, IPCA 5,84%,
em jan./2014 caíram -0,89%, em fev./14 -0,61%. Já em março subiram 6,16%. O
argumento de que não adianta subir a taxa básica, pois os preços agrícolas subiram
por efeito de fenômeno climático, é totalmente errado (uma taxa básica
inadequadamente baixa permitiria a contaminação do nível geral dos preços e os
agrícolas subiriam mais ainda).
UM PARADOXO: uma taxa
básica positiva e que muda as expectativas dos agentes de um cenário inflacionário
ascendente para descendente pode provocar aumento dos preços dos produtos de
primeira necessidade (a demanda por outros produtos caem, por efeito da taxa
básica alta e das expectativas sobre a queda da inflação, já o consumo dos
produtos de primeira necessidade pode subir. Este efeito é passageiro. Semelhante
ao paradoxo de Giffen. O paradoxo de Giffen
diz que quando o preço do trigo sobe seu consumo aumenta ao invés de cair, por
ser o produto mais barato e de maior utilidade e necessidade). MAG 04/2014
SELIC X DI 360
|
||||||||
Mês/Ano
|
2011
|
2012
|
2013
|
2014
|
||||
Selic
|
DI 360
|
Selic
|
DI 360
|
Selic
|
DI 360
|
Selic
|
DI 360
|
|
JAN.
|
11,25
|
12,44
|
10,50
|
9,55
|
7,25
|
7,25
|
10,5
|
11,77
|
FEV.
|
11,25
|
12,62
|
10,50
|
9,41
|
7,25
|
7,76
|
10,75
|
11,22
|
MAR.
|
11,75
|
12,29
|
9,75
|
8,95
|
7,25
|
7,92
|
10,75
|
11,38
|
ABR.
|
12,00
|
12,52
|
9,00
|
8,33
|
7,50
|
8,01
|
11,0
|
|
MAI.
|
12,00
|
12,45
|
8,50
|
7,93
|
8,0
|
8,67
|
||
JUN.
|
12,25
|
12,65
|
8,50
|
7,57
|
8,0
|
9,39
|
||
JUL.
|
12,50
|
12,58
|
8,0
|
7,46
|
8,5
|
9,29
|
||
AGO.
|
12,00
|
11,22
|
7,50
|
7,49
|
9,0
|
10,19
|
||
SET.
|
12,00
|
10,39
|
7,50
|
7,48
|
9,0
|
10,07
|
||
OUT.
|
11,50
|
10,30
|
7,25
|
7,24
|
9,5
|
10,5
|
||
NOV.
|
11,50
|
9,66
|
7,25
|
7,17
|
10,0
|
10,60
|
||
DEZ.
|
11,0
|
10,04
|
7,25
|
7,14
|
10,0
|
10,57
|
IPCA - META 4,5% a.a; 0,36748% a.m
|
|||||
Mês/Ano
|
20111
|
2012
|
2013
|
2014
|
|
JAN.
|
0,83
|
0,56
|
0,86
|
0,55
|
|
FEV.
|
0,80
|
0,45
|
0,60
|
0,69
|
|
MAR.
|
0,79
|
0,21
|
0,47
|
||
ABR.
|
0,77
|
0,64
|
0,55
|
||
MAI.
|
0,47
|
0,36
|
0,37
|
||
JUN.
|
0,15
|
0,08
|
0,26
|
||
JUL.
|
0,16
|
0,43
|
0,03
|
||
AGO.
|
0,37
|
0,41
|
0,24
|
||
SET.
|
0,53
|
0,57
|
0,35
|
||
OUT.
|
0,43
|
0,59
|
0,57
|
||
NOV.
|
0,52
|
0,60
|
0,54
|
||
DEZ.
|
0,50
|
0,79
|
0,92
|
||
ANO
|
6,50
|
5,84
|
5,91
|
1,24
|
OBS:
em vermelho acima da meta, em amarelo pontos fora da curva.
IGPM - IPAM - IPCM
-
IPA DI até 12/2008.
Em 2009 IPA M (Ind. e Agric.)
|
||||||||||
DATA
|
IGPM
|
IPAM
|
IPCM
|
IPA
|
||||||
Mês
|
12
meses
|
Mês
|
12
meses
|
Mês
|
12
meses
|
Prod. Ind.
|
Prod. Agric.
|
|||
Mês
|
12 meses
|
Mês
|
12
meses
|
|||||||
2012/12
|
0,68
|
7,82
|
0,73
|
8,63
|
0,73
|
5,79
|
0,46
|
5,03
|
1,40
|
18,80
|
2013/DEZ.
|
0,60
|
5,51
|
0,63
|
5,12
|
0,69
|
5,51
|
0,58
|
7,82
|
0,75
|
-1,49
|
JAN./2014
|
0,48
|
5,66
|
0,31
|
5,33
|
0,87
|
5,39
|
0,76
|
8,20
|
-0,89
|
-1,76
|
FEV.
|
0,38
|
5,76
|
0,27
|
5,39
|
0,70
|
5,81
|
0,59
|
7,95
|
-0,61
|
-1,07
|
MAR.
|
1,67
|
7,30
|
2,20
|
7,69
|
0,82
|
5,91
|
0,76
|
8,45
|
6,16
|
5,77
|
Obs:
em vermelho acima da meta.
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