“O CAPITAL NO SÉCULO 21”, THOMAS PIKETTY. DISTRIBUIÇÃO E CONCENTRAÇÃO DE RENDA.
PATRIMÔNIO (CAPITAL), RENDA
E PRODUTO.
PNB (produto nacional
bruto): é o total dos valores adicionados pelos diversos setores da economia ao
processo produtivo. Valor Adicionado: conceito que mede a contribuição de cada
setor ao processo produtivo (sem duplicações). O PNB mede a capacidade de
criação de valor da economia. É a soma de: bens econômicos (tangíveis e
intangíveis) produzidos para o mercado + retenção de mercadorias pelos
produtores para o consumo + valor do aluguel das casas habitadas pelos
proprietários + salários in natura (aluguéis, mercadorias, etc.).
PNB = RNB (renda nacional
bruta) = total das remunerações pagas aos fatores de produção (salários + lucros
+ juros + aluguéis = Y = S + L + i + A).
PNB = RNB = DNB (despesa nacional
bruta) = valor total das despesas em bens para uso final (mercadorias e
serviços para o consumo e investimentos).
Não se inclui no
cálculo do PNB: serviços domésticos da dona de casa, pagamentos de renda que
não resultem de atividades produtivas (aposentadorias, juros da dívida
pública,) e atividades ilegais (não socialmente úteis, como contrabando, etc.).
Fazem parte do PIB
produtos benéficos (pão, medicamentos) e maléficos (fumo, bebidas, armas),
necessários (alimentos) e desnecessários (pirâmides do Egito).
Os liberais e
monetaristas condenam os gastos desnecessários como um mal para a economia, os
keynesianos defendem os gastos sejam eles quais forem.
PIB (produto interno
bruto):
é o PNB ajustado para somar os recebimentos procedentes de rendas do exterior e
deduzir as remessas ao exterior.
RLFE (renda líquida
de fatores do exterior) = recebimentos menos remessas de rendas para o exterior
(Rec. - Rem.).
PNB = PIB + - RLFE = PIB + Rec. – Rem.,
portanto PIB = PNB – Rec. + Rem.
PNB = C + I +G + E – M + Rec. – Rem. e PIB = C
+ I + G + E - M
Pelas definições
acima vimos que não entra no cálculo do PNB e do PIB a propriedade de ativos,
internos ou externos, entram apenas os bens econômicos produzidos para o
mercado.
PATRIMÔNIO: não entra no PNB a
propriedade de bens intelectuais (os ativos protegidos por registros), o
capital de empresas no exterior, o capital emprestado ao exterior, a
propriedade de qualquer ativo no exterior. Apesar de não entrar no cálculo do
PNB, seus rendimentos (lucros, aluguéis, juros, royalties) entram. Semelhante
aos aluguéis das casas residenciais. O ativo casa não entra, mas é representado
pelo valor do aluguel que é semelhante a uma renda (renda = produto). Melhores
as residências maiores os aluguéis e o PIB. Da mesma maneira a propriedade de
ativos no exterior é representada no PNB pelas suas rendas (lucros, juros,
royalties, etc.).
Explicado os
conceitos e as diferenças entre Patrimônio, Renda e Produto podemos afirmar que
a propriedade do patrimônio nacional nem sempre é simétrica com a distribuição
da renda (ou produto). Uma casa (ou lote) de valor semelhante a outra, em
bairro ou cidade diferente, pode valorizar (ou desvalorizar) mais ou menos do
que a outra. Uma casa de valor semelhante pode estar alugada por valor
diferente. Do mesmo modo uma indústria com patrimônio menor pode produzir mais
do que outra com patrimônio maior. Só isto já coloca em dúvida a conclusão de
Piketty de um imposto sobre patrimônio. O imposto de renda progressivo é o mais
indicado e aceito pelo mundo civilizado que progride. É o direito de
propriedade (inclui preços, produção e comércio), os lucros e a herança que
motivam os empreendedores e por consequência o crescimento da riqueza nacional.
As empresas, para conseguir lucro e a sobrevivência, procuram produzir de
acordo com as necessidades e os desejos dos consumidores. Os preços são livres (resultado
da concorrência e da evolução da produtividade). Utiliza os melhores talentos
existentes na população para produzir e dirigir. Em tese utiliza todos os
cérebros existentes no país. Os proprietários, buscando o lucro, buscam também
os melhores dirigentes e ganhos constantes de produtividade (desenvolvimento e
melhoria contínua são o caminho da sobrevivência). Foi isto que fez ocorrer a
vitória da economia de mercado (capitalismo) sobre a economia de planejamento centralizado
(o comunismo). A conclusão de Piketty é uma forma disfarçada de retrocesso à
economia de planejamento centralizado ou comunismo (entregar impostos à
burocracia de governo para gerir).
Utilizando a fórmula reduzida
de renda nacional Y = S + L + i + A, podemos afirmar: o % de participação do
capital (patrimônio) tem crescido proporcionalmente mais em relação ao fator trabalho
(efeito da evolução de maquinários, de sistemas, das inovações), à variável
juros i e à produção (PIB). Cada vez se produz mais com menos mão de obra (o
custo direto da mão de obra tem reduzido cada vez mais em relação a outros
custos, inclusive aos custos sociais). Então é lógico que apesar da renda nacional
ter crescido mais para todos nas economias de mercado, ela cresce mais para o
patrimônio (capital) em relação a outros fatores (O INVESTIMENTO ACONTECE
ANTES DO AUMENTO DA PRODUTIVIDADE). É A LEI DA ACUMULAÇÃO CAPITALISTA. Se o
capital (patrimônio) fica cada vez mais produtivo, por extensão a variável L
lucro cresce mais (é isto que faz a produtividade, a competitividade e a
riqueza crescerem mais). RESUMINDO: L cresce mais do que os outros fatores (S, i e A) e do que o PIB. É uma evolução natural das sociedades que investem mais em
educação e em pesquisas e desenvolvimento. O crescimento maior do patrimônio
faz o fator trabalho ter maiores rendimentos (ao contrário do que acontece nas
economias de planejamento centralizado, que reduz a riqueza de todos).
Esta postagem é uma
extensão conclusiva da postagem: PNB e PIB - O QUE ENTRA E O QUE NÃO ENTRA NO
CÁLCULO. De 01/03/2012. MAGECONOMIA 18/05/2014.
MAIS SOBRE PIKETTY
ResponderExcluirSOBRE PIKETTY e seu livro (que vai sumir em pouco tempo): é uma pesquisa longa e aparentemente bem feita (mas desnecessária) que comprova o sabido por todos que entendem de teoria econômica com um pouco mais de profundidade. O PIB pode ser definido como C + I (fórmula reduzida e utilizada pelos economistas para facilitar escritos e aulas = consumo + investimentos). PIB é a produção de um ano ou período. Para produzir existe um estoque de CAPITAL (investimentos ou FBCF Formação Bruta de Capital Fixo + o capital tecnológico) que são: as fábricas, a infraestrutura e os ativos tecnológicos (software, tecnologias). Tem que existir também a mão de obra (inclusive a técnica especializada). A mão de obra recebe Salários e Honorários, o Capital fixo recebe Alugueis ou Lucros. Os Salários e os Honorários são a maior parte da Renda Nacional ou PIB. RN = S + J + L + A (salários + juros + lucros + aluguéis) = PIB = C + I. Como a produção de bens para consumo ou para investimentos só acontece após os investimentos originais que proporcionam a produção atual (investimentos já maturados), é claro que ele anda na frente do consumo (só os teimosos heterodoxos é que ainda acreditam que não, mesmo depois dos sofrimentos provocados ao Brasil e as necessidades de ajustes, sempre entregues aos economistas liberais monetaristas, como Lula fez e agora Dilma repete). Demonstrado que os Investimentos têm que acontecer primeiro para que a produção (PIB ou RN) ocorra, vamos explicar a propriedade do capital e o erro básico de Piketty (e sua pesquisa) e dos teimosos franceses que ainda elogiam Lacan (um picareta assumido. Em uma conferência nos USA explicou que na França se não colocar nos textos uns 30% de ininteligências não se faz sucesso). O registro da propriedade do Capital é complexo e quase impossível de se levantar. EXPLICO: os fundos de investimentos recebem aplicações de trabalhadores, os fundos de pensão, as aposentadorias privilegiadas dos funcionários públicos (é como se tivessem feito uma poupança – capital – para receber juros ou dividendos e sustentar suas aposentadorias), as aplicações financeiras e as cadernetas de poupança não especificam se o dono é trabalhador ou não. RESUMINDO: a propriedade do capital é diferente do CONTROLADOR das empresas, como também são agentes econômicos diferentes o EMPREENDEDOR (controlador das empresas) E O POUPADOR (proprietário de parte do capital). O capital pertence ao poupador (capitalista) que pode ser: o assalariado pessoalmente ou através de seu fundo de pensão, o autônomo, o empreendedor, o poupador e investidor financeiro, etc.. Impossível definir quem é o proprietário do capital no mundo moderno. Na Rússia era da elite militar e burocrática (a famosa máfia russa que até matava) e todos falavam que era dos trabalhadores.
CPMF é um imposto que reduz PIB. Imposto sobre propriedade tem que ser moderado como o nosso IPTU e assemelhados. Nos USA o imposto sobre herança é muito grande e é um erro burlado facilmente. Os países que ficaram ricos (sem ter o privilégio de emitir moeda reserva mundial) taxam a renda do capital (com alíquotas crescentes). Taxam lucros, dividendos, aluguéis, importações, exportações (para alguns países é essencial) e juros (nem todos, eu sou contra). MAGECONOMIA 2014.