segunda-feira, 30 de junho de 2014

PIB POTENCIAL X NÍVEL DE ATIVIDADES X INFLAÇÃO. BRASIL ATUAL (DESENVOLVIMENTISTAS X MONETARISTAS).



PIB POTENCIAL X NÍVEL DE ATIVIDADES X INFLAÇÃO.
BRASIL ATUAL (DESENVOLVIMENTISTAS X MONETARISTAS).
Sem maiores aprofundamentos teóricos, apenas apelando para o bom senso (razão), contrariando a turma dos economistas “nacional-desenvolvimentistas”, podemos afirmar que os conceitos de capacidade instalada (de produção) e por extensão capacidade de crescimento da economia (PIB potencial), existem e são necessários ao estudo da ciência. Esta introdução é uma crítica à turma que desacredita os conceitos de PIB potencial e de Equilíbrio (geral da economia, de taxa básica de juros, etc., esquecendo-se que o conceito de equilíbrio presume o desequilíbrio). Para esta turma (alguns se definem como keynesianos) responsabilidade fiscal e monetária, nem pensar em tal esforço, viver no mundo real é desnecessário e até pecado. É o que chamo de turma do pensamento mágico. Não conhecem nem aceitam os conceitos de investimento produtivo e improdutivo (necessários e desnecessários). Para eles construir pirâmides do Egito provoca riqueza (conforme Keynes, acredito que numa escorregada, quando vivenciava e sofria os efeitos da crise de 29/30).
Em 1776, Adam Smith escreveu em seu livro A RIQUEZA DAS NAÇÕES:
Trecho do capítulo III: “As grandes nações nunca empobrecem devido ao esbanjamento ou à imprudência de particulares, embora empobreçam às vezes em consequência do esbanjamento e da imprudência cometidos pela administração pública. Toda ou quase toda renda pública é empregada, na maioria dos países, em manter cidadãos improdutivos. Tais pessoas constituem uma corte numerosa e esplêndida, um grande estabelecimento eclesiástico, grandes esquadras e exércitos, que em tempos de paz nada produzem, e em tempos de guerra nada adquirem que possa compensar os gastos de sua manutenção, mesmo enquanto perdura a guerra. Essas pessoas que nada produzem, são mantidas pela produção do trabalho de terceiros. Quando, portanto, esse contingente é multiplicado além do necessário, em determinado ano ele pode consumir uma parcela tão grande da produção anual, a ponto de não deixar o suficiente para manter os trabalhadores produtivos, que reproduziriam, no ano vindouro, o que foi gasto neste. Em consequência, a produção do ano seguinte será menor do que a do precedente e se a mesma situação confusa continuar, a produção do terceiro ano será ainda inferior à do segundo. Os cidadãos improdutivos, que deveriam ser mantidos apenas por uma parcela da renda economizada pelo povo, podem chegar a consumir parte tão relevante da renda total, e com isso obrigar tão grande número de pessoas a interferir em seu capital, nos fundos destinados à manutenção de mão de obra produtiva, que toda a frugalidade e a boa administração dos indivíduos podem ser incapazes de compensar o desperdício e aviltamento da produção, gerados por essa intromissão violenta e forçada.”   
    UM RESUMO DE CONCEITOS ACEITOS POR TODOS OS ECONOMISTAS RACIONAIS E ADEPTOS DA RESPONSABILIDADE FISCAL E MONETÁRIA:
1)   NAIRU (Non-Accelerating Inflation Rate of Unemployment): TAXA DE DESEMPREGO QUE NÃO ACELERA A INFLAÇÃO.
2)  NAICU (Non-Accelerating Inflation Rate of Capacity Utilization): Taxa de utilização da capacidade instalada que não acelera a inflação.
3)  NUCI: NÍVEL DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA
4)   PIB POTENCIAL: CAPACIDADE DE CRESCIMENTO SUSTENTADO (sem inflação ascendente) DA ECONOMIA.
5)  HIATO DO PRODUTO: diferença entre o PIB potencial e o efetivo.
6)  HIATO INFLACIONÁRIO: demanda agregada maior do que a oferta agregada em situação de pleno emprego dos fatores.
7)  HIATO DEFLACIONÁRIO: oferta agregada maior do que a demanda agregada em situação de desemprego;
8)  Em 1906, Knut Wicksell escreveu (ideia básica do monetarismo moderno): "o problema fundamental da ciência monetária (contrariando os economistas “nacional-desenvolvimentistas”) teria solução teórica e prática, bastando para isso a adequada manipulação da taxa de juro, "reduzindo-a quando os preços estivessem em baixa, e elevando-a quando se mostrassem em alta."
9)  MODELOS ECONÔMICOS: modelo é uma representação simplificada da realidade e como tal deve ser entendido. É a expressão matemática de uma teoria econômica. Formulação de um modelo econômico: a) delimitar o fenômeno ou grupos de fenômenos que se deseja estudar; b) localizar as variáveis; c) estabelecer as relações existentes entre as variáveis (equações); d) ter uma ideia definida da finalidade que deverá alcançar.
      PLANO REAL (Itamar Franco e FHC) E O TRIPÉ (Armínio Fraga): o plano real conseguiu uma fórmula (URV = unidade real de valor) de fazer o judiciário aceitar a morte da correção monetária (não sem muitas decisões ignorantes de juízes que não entendem nada de economia, finanças, índices de preços e matemática financeira e decidem a respeito como se doutores fossem no assunto). Eliminada a inflação passada caberia ao governo reduzir o déficit público nominal (tendo como limite máximo a capacidade de crescimento da economia = PIB potencial), fixar uma taxa básica de juros adequada (em torno da taxa de juro de equilíbrio da economia, a neutra que não provoca inflação) e deixar o câmbio flutuar. Como o governo não conseguiu produzir os superávits primários necessários (déficit nominal reduzido das despesas financeiras) teve que controlar o câmbio para controlar a inflação (não deixou o câmbio flutuar). Isto (juntamente com o risco Lula, 2002) quase levou o país a uma nova moratória e ao enterro do plano real. Armínio Fraga com a introdução do tripé (meta de inflação, superávit primário e câmbio flutuante) e o compromisso de FHC com a fórmula salvou o plano real. Lula, um populista pragmático, assinando a carta compromisso com o FMI (jogando às favas o besteirol demagógico populista e ignorante do programa e dos economistas do PT) deu continuidade ao tripé, sempre prestigiando seu presidente do BC, o monetarista Henrique Meirelles (até aumentou o superávit primário).   
    
     DILMA ROUSSEF E A NOVA MATRIZ ECONÔMICA: DR que já havia declarado sua simpatia pelo nacional-desenvolvimentismo (inclusive agredindo a ética e criticando HM durante o governo Lula) montou uma equipe econômica sem compromisso com a responsabilidade fiscal e monetária (gaste à vontade, abaixe a taxa básica e por mágica tudo dará certo. Não deu). Inventaram (seus economistas keynesianos e desenvolvimentistas) a “nova matriz econômica” que quase leva o Brasil à nova moratória. Não levou, pois quando viram a bobagem que estavam fazendo, inflação subindo, PIB sem crescer, Saldo em transações Correntes (contas externas) com negativo ascendente, chegando a mais de US$ 80 bilhões e a Conta Capital e Financeira, pela primeira vez em muitos anos não conseguindo financiar, mudaram de lado e retornaram, verdade que envergonhadamente, ao tripé que tanto criticaram (semelhante à pessoa que ganha 100, gasta 150 e pede emprestado para sustentar sua irresponsabilidade, prometendo pagar não se sabe como). Isto apesar de terem desarmonizado a economia com preços reprimidos, desvalorizando empresas brasileiras, inclusive estatais, trazendo insegurança ao mercado e paralisando os investimentos (fizeram tudo errado).  A inadequada taxa básica desarmonizou o frágil equilíbrio existente entre a demanda e a oferta, fazendo a primeira crescer em velocidade muito superior  à segunda variável. O resultado foi a demanda ser sustentada por importações e déficits em contas externas. O processo inflacionário que estava sendo controlado retornou perigosamente.
   DESENVOLVIMENTISTAS X MONETARISTAS: os monetaristas afirmam que a política monetária (taxa básica incluída) tem que ser harmônica com a política fiscal. Política fiscal responsável permite taxa básica menor, o inverso é verdadeiro. Afirmam também que uma política econômica considerada inconsistente (irresponsável) trás insegurança ao mercado e a imprevisibilidade desmotiva investimentos (reduzindo o crescimento da oferta e da produtividade). Os desenvolvimentistas ainda acreditam na mágica da irresponsabilidade fiscal e monetária provocar crescimento sem inflação (ou que um pouquinho mais de inflação não faz mal). A experiência já provou que acelera o processo inflacionário e provoca estagflação (inflação sem crescimento). Uma sequência de anos com crescimento do M4 (quantidade de moeda) superior a 15%, com PIB crescendo em torno de 2%, só pode ter como resultado processo inflacionário ascendente e fuga da moeda para outros ativos (ações, imóveis, etc.) como reserva de valor, provocando a formação das famosas bolhas de seus preços (riqueza virtual). O furo da bolha, sabemos, vem acompanhado de sofrimentos com a perda da riqueza virtual (as atividades acompanham a queda).

N   Nas tabelas abaixo vemos a queda da quantidade de moeda e das operações de crédito para conter o processo inflacionário, que terá ainda de ajustar os preços reprimidos (harmonizar os preços relativos) e liberar o câmbio (dólar). Para evitar a desvalorização do real o BC, além de subir a Selic para 11%, apostou US$ 198 bilhões contra o dólar (swaps). A irresponsabilidade fiscal e monetária aconselhada pelos “desenvolvimentistas (keynesianos)” leva a economia a um nível de equilíbrio artificialmente mais alto (virtual), e a correção tem que passar por uma redução das atividades (é o preço que se cobra da irresponsabilidade e do pensamento mágico). MAG 06/2014.
M1, M2, M3, M4
Data
M1
Meio
de pag.
M2
M3
M4
Oper. Créd.
Sist. Financ.
12 meses %
Variação % ano
Valor
12
meses
i real
IGPM
PIB
IPCA
IGPM
2010
281876
1362389
2549739
3040495
16,7
20,57
-0,102
7,5
5,91
11,32
01/2011
257449
1348659
2554397
3044764
17,3
x
x
x
x
x
2011
285377
1617480
3030280
3550253
16,8
19,02
4,18
2,6
6,50
5,10
01/2012
259833
1591803
3085569
3599589
18,2
x
X
X
X
X
2012
324483
1763932
3518246
4103151
15,6
16,2
-1,1
1
5,84
7,82
01/2013
286780
1720981
3548965
4128406
14,7
X
0,132
0,89
0,34
12/2013
344843
1953197
3820243
4455383
8,6
14,64
0,938
2,3
5,91
5,51
01/2014
312969
1929693
3815899
4434913
7,4
14,8
X
X
0,55
0,48
05/2014
303211
1979397
3945538
4569701
7,6
3,25
0,076
X
3,33
3,22
 
MOEDA SEGUNDO SUA LIQUIDEZ:
M0 = Base Monetária = Moeda corrente + Reservas;
M1 = Meio de Pagamento = Oferta Monetária = Moeda corrente + Dep. a vista;
M2 = M1 + Dep. Investimentos + Poupança;
M3 = M2 + Fundos Invest. + Oper. Compromissadas;
M4 = M3 + Títulos Federais Selic.
OPERAÇÕES DE CRÉDITO DO SISTEMA FINANCEIRO (BRASIL).
 
ANO
GOV.
INDUST.
HABIT.
RURAL
COMERC.
P. FÍS.
OUTROS
TOTAL
VAR. %
i real
PIB
IPCA
IGPM
12
meses
Ano
12/2007
18,8
213,8
45,8
89,2
97,6
314,3
156,3
935,97
X
X
0,174
5,4
4,46
7,75
12/2008
27,2
296,4
63,3
106,4
124,8
389,5
219,6
1227,5
31,14
31,14
9,624
5,1
5,9
9,81
12/2009
58,974
304,745
91,862
112,266
136,306
462,506
247,687
1414,34
15,22
15,22
- 3,52
-0,6
4,31
-1,72
12/2010
67,805
361,051
138,784
123,902
172,559
548,777
292,403
1705,28
20,57
20,57
-3,52
7,5
5,91
11,32
12/2011
81,671
417,385
200,506
141,134
208,415
633,758
347,483
2033,9
19,02
19,02
4,18
2,6
6,50
5,10
12/2012
118,833
461,997
277,047
171,301
227,212
698,505
404,739
2368,68
16,2
16,2
-1,1
1
5,84
7,82
12/2013
150,273
516506
395,224
218,162
242,271
767,512
425,200
2715,15
14,6
14,6
0,938
2,3
5,91
5,51
05/2014
167772
521893
440101
236034
237141
779178
421772
2803891
3,25
3,3
0,076
3,33
3,22
FONTE BCB 
DADOS DO COMÉRCIO EXTERIOR E INTERVENÇÕES DO BC NO CÂMBIO.
TÍTULOS
2008
2009
2010
2011
2012
10/13
11/13
12/13
2013
01/14
02/14
03/14
04/14
05/14
2014
1) BAL. COMERCIAL
24746
25347
20267
29796
19431
-224
1740
2654
2561
-4057
-2125
112
506
712
-4854
1 A) BAL. SERV. E RENDAS
-57234
-52945
-70630
-85225
-76523
X
X
X
-87325
-7704
-5434
-6470
-8876
-7417
-35799
2) TRANS. CORRENTES
-28300
-24334
-47518
-52612
-54246
-7132
-5145
-8678
-81374
-11591
-7445
-6246
-8291
-6635
-40074
3) CONTA CAPITAL E FINANC.
32986
70551
100102
111868
72762
2552
4170
5851
73778
14070
7627
7654
9945
7414
45773
4) DIV. EXTERNA bi.
267
282
350
402
442
476
482
485
485
489
493,7
503,67
518,6
518,15
518,15
5) RESERVAS caixa mi.
198793
238520
288575
352073
373147
3645054
362410
358808
358808
360936
362691
363914
366717
368752
368752
5.1) RESERVAS LIQUIDEZ
206806
239054
288575
352012
378613
376891
376096
375794
375794
375462
377217
377217
378418
379153
379153
6) FLUXO CAMB. Total
-983
28732
24354
65279
16753
-6200
2540
-8780
-12261
1610
-1856
2304
2783
-813
4028
6.1) Fluxo Comercial
47900
9924
-1650
43950
8373
-1063
4237
-1881
11136
1591
-2129
-521
3798
1922
4662
6.2) Fluxo Financeiro
-48883
18808
26004
21329
8380
-5137
-1697
-6898
-23396
19
272
2825
-1015
-2735
-634
7) INTERVENÇÕES BC
-5438
36527
41952
50107
5686
-5000
-1300
-3300
-11520
2460
0
1250
1575
2035
5285
7.1) Pronto
7585
24038
41417
47908
11152
0
0
0
0
X
X
x
x
X
X
7.2) Termo
0
0
0
2199
0
0
0
0
0
X
X
x
x
X
X
7.3) Linha c/ Recompra
-8338
8338
0
0
-5466
-5000
-1300
-3300
-11520
2460
X
1250
1575
1300
6585
7.4) Empréstimo
-4685
4151
535
0
0
0
0
0
0
X
X
x
x
X
0
8) OUTROS BC
18887
8211
8103
13331
8445
851
-795
-302
-2819
-295
1755
-27
1228
735
3359
9) EXPOSIÇÃO BC US$ swaps
27749
0
0
-3016
4204
140817
158425
175422
175422
192110
194223
197618
198701
203800 
203800
9 .1) Resultado (caixa)
4801
3199
x
706
1098
4677
-7986
-49
-1315
-3920
8336
6206
3964
2202 
16788
10) POS. CÂMB Bancos
C10130
C3391
V16784
V1583
V6069
V12289
V9577
V18124
V18124
V16593
V18597
V16254
V13578
V14342
V14342
11) VAR. CAMB. US$
31,93
-25,49
-4,307
12,579
8,94
-1,23
5,55
0,76
14,636
3,57
-3,83
-3017
-1,19
0,13
-4,42

 MAG 06/2014.

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