A POLÍTICA
ECONÔMICA DE JOAQUIM LEVY É CORRETA OU É ERRADA? É A POSSÍVEL (RESPONSÁVEL,
ADEQUADA AO MOMENTO), OU A CORRETA SERIA A EXPANSIONISTA (FISCAL E MONETÁRIA)?
Jornalistas perguntam (e economistas
heterodoxos criticam) se é adequada a política econômica proposta pelo ministro
Joaquim Levy (que uns dizem austera, outros, responsável, possível e adequada
ao momento) para o Brasil. A resposta é: reducionismos em economia quase sempre levam
a análises embotadas. É impossível reduzir a complexidade de um ambiente (país)
econômico (parte da complexidade mundial) a análises que consideram apenas uma
parte das variáveis conjunturais conhecidas. Perguntar se é adequado o Brasil
estar apertando a política fiscal e a monetária em uma conjuntura em que não há
crescimento, a um famoso e competente economista americano (professor de Harvard),
é tentar induzir uma resposta. Como ele é competente respondeu que é muito complicado
saber se não conhece suficientemente a economia brasileira (a pergunta com variáveis
insuficientes tenta condicionar uma resposta). O mínimo exigido para saber se a
política econômica do Ministro J. Levy é adequada é, considerando:
a) a necessidade de correção dos preços administrados reprimidos (energia elétrica, combustíveis e sua cadeia de preços). O BC ter comprometido US$ 118 bilhões em operações de Swaps cambiais para atrasar a desvalorização do Real, e o novo equilíbrio dos preços relativos (tempo);
b) a necessidade de reversão do processo inflacionário ascendente para descendente;
c) que os meios de pagamentos ampliados, de 2010 a 2014, cresceram 95%, as operações de crédito 137%, o PIB 14%, o IPCA 35,5% e o IGPM 38%, apenas;
d) que o Saldo externo em Transações Correntes em 2014 foi negativo em US$91,5 bilhões (série negativa crescente);
e) que o Balanço Comercial em 2014 foi negativo em US$ 4 bilhões, após 14 anos de saldos positivos;
f) que o Fluxo Cambial Total e Financeiro foram negativos em 2013 e 2014;
g) que a monetização excessiva para manter as taxas de juros de mercado e a básica baixas (na verdade negativas quando líquidas de IRF e inflação) provocaram uma demanda sustentada por aumento das importações e reduções das exportações (mantendo um nível de equilíbrio artificialmente alto e insustentável no tempo), os saldos externos negativos que levariam o país a mais uma moratória externa e provavelmente interna;
h) que a taxa de investimento privado estava caindo por sentimento (desconforto) de um governo com aversão aos lucros (a aversão ao risco aumentou o sentimento de proteção do capital. Do saco a embira como diz o ditado popular);
i) saldo negativo nominal em 2014 (7% do PIB) e primário, dívida mobiliária do TN bruta de R$ 3,3 trilhões e uma receita de R$ 1,2 trilhões.
a) a necessidade de correção dos preços administrados reprimidos (energia elétrica, combustíveis e sua cadeia de preços). O BC ter comprometido US$ 118 bilhões em operações de Swaps cambiais para atrasar a desvalorização do Real, e o novo equilíbrio dos preços relativos (tempo);
b) a necessidade de reversão do processo inflacionário ascendente para descendente;
c) que os meios de pagamentos ampliados, de 2010 a 2014, cresceram 95%, as operações de crédito 137%, o PIB 14%, o IPCA 35,5% e o IGPM 38%, apenas;
d) que o Saldo externo em Transações Correntes em 2014 foi negativo em US$91,5 bilhões (série negativa crescente);
e) que o Balanço Comercial em 2014 foi negativo em US$ 4 bilhões, após 14 anos de saldos positivos;
f) que o Fluxo Cambial Total e Financeiro foram negativos em 2013 e 2014;
g) que a monetização excessiva para manter as taxas de juros de mercado e a básica baixas (na verdade negativas quando líquidas de IRF e inflação) provocaram uma demanda sustentada por aumento das importações e reduções das exportações (mantendo um nível de equilíbrio artificialmente alto e insustentável no tempo), os saldos externos negativos que levariam o país a mais uma moratória externa e provavelmente interna;
h) que a taxa de investimento privado estava caindo por sentimento (desconforto) de um governo com aversão aos lucros (a aversão ao risco aumentou o sentimento de proteção do capital. Do saco a embira como diz o ditado popular);
i) saldo negativo nominal em 2014 (7% do PIB) e primário, dívida mobiliária do TN bruta de R$ 3,3 trilhões e uma receita de R$ 1,2 trilhões.
Levy pegou a economia brasileira
toda desajustada e tenta dar um caminho possível. Mas como diz o famoso economista
americano; “o Brasil está pagando um preço alto por não ter feito as reformas
estruturais que o crescimento exige.” E quem não faz ou não permite que se
façam as reformas necessárias? Os privilegiados do sistema (os cartórios
privilegiados) e a culpa maior, o LEGISLATIVO, que tem o poder de corrigir as
barbeiragens demagógicas do passado, que tornam o Brasil um país inviável no
caminho da riqueza e não o faz.
A nação que tem o privilégio
de emitir uma moeda aceita como meio de pagamento mundial e estocada como
reserva de valor pode manter uma política monetária e fiscal expansionistas por
muito mais tempo do que as que não emitem. Estamos vivendo um processo de
monetização do dólar que está sendo absorvido pelo mundo. Quando o mundo ficará
(se considerará) encharcado? É uma resposta ainda não sabida, mas quando a
inflação doméstica dos USA entrar em processo ascendente e superar 2% ao ano
será o momento da reversão da política monetária (aumento de taxa básica,
redução da monetização).
Não
podemos comparar:
ESTAGNAÇÃO:
uma conjuntura com taxa básica negativa e inflação baixa (EURO, USA).
ESTAGFLAÇÃO:
uma conjuntura com taxa básica negativa e inflação alta (BRASIL).
Uma
economia com taxa básica positiva (mas ainda abaixo da neutra), inflação baixa
e crescimento alto, não tem sustentação no tempo. Se alongada as bolhas de ativos
que não moeda se formarão para substituir a moeda com expectativas negativas. A
tendência é a estagflação.
Uma
economia com taxa básica positiva, inflação alta e crescimento, significa que a
taxa básica apesar de positiva está abaixo da neutra.
Uma
economia com taxa básica positiva, inflação revertendo a tendência de
ascendente para descendente e crescimento negativo significa que o BC adotou a política
monetária adequada e deve acompanhar a conjuntura e sua tendência (para adequar a
taxa básica no momento correto).
A taxa básica é um juro de cp (de 1 dia,
podendo ser modificado discricionariamente pelo BC) cujo efeito se faz sentir
na expectativa de inflação e nas taxas de juros de mercado de lp. A parte longa
da curva de juros de mercado cai (fica negativa) quando a taxa básica começa a
surtir efeito (expectativas de queda da inflação).
NÃO
EXISTE CAMINHO FÁCIL (nem mágico) PARA QUEM NÃO EMITE MOEDA CONVERSÍVEL. O CAMINHO
É A RESPONSABILIDADE FISCAL (gastos e investimentos produtivos, os possíveis
entre os necessários), MONETÁRIA E CAMBIAL.
MAGECONOMIA
05/2015.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAS CRISES ECONÔMICAS TÊM ORIGEM EM ERROS (INCOMPETÊNCIAS E/OU IRRESPONSABILIDADES FISCAIS, MONETÁRIAS E/OU CAMBIAIS, FRUTO DE DEMAGOGIAS POPULISTAS ELEITORAIS OU IDEOLÓGICAS). AS CRISES SEGUEM, QUASE SEMPRE, SEQUENCIALMENTE O CAMINHO: INFLAÇÃO, HIPERINFLAÇÃO, ESTAGFLAÇÃO, BOLHAS DE ATIVOS, UMA RIQUEZA VIRTUAL (fuga da moeda como reserva de valor para outros ativos), FURO DA BOLHA, PERDA DAS RIQUEZAS VIRTUAIS, SENSAÇÃO DE EMPOBRECIMENTO, QUEDA DE DEMANDA, RECESSÃO, DEPRESSÃO E DEFLAÇÃO (a fase final que mais sofrimentos provoca e mais difícil de ser debelada). OS AJUSTES, NA VERDADE SÃO CORREÇÕES DOS ERROS E IRRESPONSABILIDADES ANTERIORES, QUE PROVOCARAM UMA ILUSÓRIA SENSAÇÃO DE BEM ESTAR (ATIVIDADES EM NÍVEL SUSTENTADO POR DÉFICITS EXTERNOS, INSUSTENTÁVEL NO TEMPO). AS CORREÇÕES (AJUSTES) QUANDO TOMADAS NA FASE INICIAL DO INÍCIO DO AGRAVAMENTO DO PROCESSO INFLACIONÁRIO SÃO MAIS FÁCEIS E PROVOCAM MENORES SOFRIMENTOS, MAS ALGUNS SEMPRE OCORRERÃO, POIS O NÍVEL DE ATIVIDADES TERÁ QUE SER ADEQUADO AO POSSÍVEL.
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