sexta-feira, 10 de julho de 2015

AS OPINIÕES E O SABER EM TEORIA E ANÁLISE ECONÔMICA.

AS OPINIÕES E O SABER EM TEORIA E ANÁLISE ECONÔMICA.

Os jornais têm editorias (páginas diárias dedicadas) de Política, Internacional, Nacional, Polícia, Cultura, Esportes e Economia (e finanças). A Economia é uma das ciências noticiada diariamente em jornais, com muitas informações corretas e muitas análises erradas. No Brasil temos que elogiar os profissionais do BC (um centro de saber econômico, o que não significa que não erram, pois são submetidos à autoridade política).
Economia é um curso superior onde se estuda Economia Monetária, Macroeconomia, Economia Internacional, Contabilidade Nacional, Econometria entre outras matérias. Uma análise econômica da conjuntura (presente ou prospectiva) exige o saber dos conhecimentos aprendidos e acumulados no tempo (estudos e experiências de políticas econômicas adotadas e seus efeitos por diversos países em diversas épocas). Muitos conceitos já foram confirmados e mundialmente aceitos (é o saber mínimo exigido para se escrever sobre a ciência). A  ECONOMIA é uma CIÊNCIA SOCIAL-POLÍTICA (não exata). Toda sua lógica baseia-se no estudo do equilíbrio (movimento das variáveis) das forças econômicas (agentes, variáveis, tempo = mercado). A ideia de equilíbrio presume o desequilíbrio. As leis econômicas são dinâmicas, sempre um processo em movimento, são CAUSAIS E TEMPORAIS, estudam fenômenos que se sucedem no tempo (e as antecipações). São também CONDICIONAIS, como todas as leis científicas (requisitos são condições necessárias). São complexas, o entendimento exige conhecimentos acumulados, quase sempre tem exceções. Os efeitos no curto prazo podem ser diferentes do longo prazo (os juros de CP podem subir e os de LP caírem), no primeiro momento ser diferente dos seguintes. Leis ou postulados econômicos são enunciados de tendências. Neste sentido é necessário saber que a economia tem sempre que trabalhar com a frase padrão, “e tudo o mais permanecendo constante”.  Todas as previsões econômicas dependerão dos acontecimentos futuros. Isto não torna desnecessário o saber, pois as  decisões atuais influenciarão os acontecimentos futuros. Uma decisão errada por ignorância em teoria econômica pode causar uma recessão, inflação, desvalorização cambial entre outras consequências possíveis de serem evitadas. A crise de 29/30 foi exponenciada por erro de política monetária. Alguns conceitos mais complexos são próprios dos profissionais economistas. Os modelos matemáticos macroeconômicos, muito criticados, apesar de não serem exatos, são uma ferramenta poderosa nas mãos de quem os entende. A política econômica pode ser dividida em: Fiscal (orçamento e execução), Monetária (os BCs, a moeda e o crédito) e Cambial (BCs). Entre os conceitos mínimos exigidos para escritos e análises econômicas racionais, que não agridam o saber mínimo estão (além de estar atualizado com as estatísticas):

Na Política Fiscal: orçamento e sua execução. Receita pública. Gastos Públicos (correntes e investimentos). Saldo primário (antes dos juros) e nominal (final) das contas do governo.  Dívida pública interna e externa. Entre os gastos públicos temos os produtivos (correntes e investimentos), improdutivos (correntes e investimentos), necessários e desnecessários.
Na Política Monetária: a) taxa de juros de mercado, natural, básica e suas relações; b) os Meios de Pagamentos Ampliados e seu conceito (M1, M2, M3, M4); Operações de Crédito do Sistema Financeiro; c) a dívida pública em poder do público e do BC e seu custo; a elevação dos índices de preços (estratificados); a relação cambial com a moeda reserva padrão mundial (hoje o dólar).  
Na Política Externa e Cambial: a) Balanço de Pagamentos (Comercial, Serviços, Rendas, Conta Capital e Financeira, Saldo em Transações Correntes), Fluxos Cambiais (Comercial, Financeiro); Reservas Cambiais; Dívida Externa; Intervenções do BC nas contas externas; Atuação dos Bancos  e empresas no Câmbio;  a relação cambial com a moeda reserva padrão mundial (hoje o dólar). 

MODELOS ECONÔMICOS DE DESENVOLVIMENTO: todos os modelos econômicos são CAPITALISTAS, com duas vertentes:

     a) CAPITALISMO LIBERAL (as democracias liberais, ou estado democrático do direito) ou de mercado (preços livres, lucros, propriedade privada), o que sobreviveu e permitiu o crescimento e desenvolvimento dos países que o adotou (os hoje considerados desenvolvidos). Prega a menor presença estatal possível. A principal função do estado é estabelecer as regras do jogo. O poder é da lei e não das autoridades. Regras do jogo devem ser preestabelecidas. A luta pela sobrevivência é um estímulo constante pela melhoria contínua e inovações.
    b) CAPITALISMO DE ESTADO (socialismo ou comunismo, economia de planejamento centralizado): foi a experiência política e econômica que trouxe sofrimentos e não conseguiu produzir riquezas, fracassou em todas as partes do mundo (desenvolvido ou não). Quem optou pelo regime empobreceu. Sua morte foi decretada com a queda do muro de Berlim e a famosa frase de Nikita Krushev, “ que modelo econômico bom é este se todos querem fugir dele, se temos que construir muros para que não fujam, se fosse bom estaríamos construindo muros para que não entrassem”. Se a economia é de planejamento centralizado, o poder também o é, motivo de pregar a ditadura.
Substituir a ordem natural, espontânea e complexa dos mercados (infinitos interesses pessoais) pelas limitações do planejamento centralizado, dirigido por burocratas de governos (totalitários e autocráticos, onde a corrupção é facilitada), foi o caminho do empobrecimento, motivo do comunismo ter sido abandonado pelo mundo civilizado e livre.
Quando prescrevem mais impostos, inclusive o sobre fortunas ou heranças, o que no fundo pretendem é substituir o modelo que proporcionou riquezas ao mundo, o capitalismo liberal (a gerência nas mãos dos interessados em lucros), pelo capitalismo de estado, a gerência nas mãos de burocratas corruptos. É a concentração das riquezas nas mãos dos mais fortes e não da dos mais dedicados e capazes (e medidos diariamente pelo lucro ou prejuízo. Os incapazes perecem e são substituídos pelos mais capazes. É a lei de sobrevivência do capitalismo liberal).    
07/2015.

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