CRISES E CRESCIMENTO
ECONÔMICO – CONSUMO X INVESTIMENTO X DÍVIDA PÚBLICA X DÉFICIT PÚBLICO.
Considerando a fórmula reduzida de PIB = C + I (Consumo + Investimentos),
qual seria o efeito das diversas relações percentuais I / PIB (Investimento / PIB)
no crescimento econômico? Sabemos que os gastos com investimentos permitem o
aumento da produção e da produtividade (ajudam nas inovações). Sabemos também
que um gasto mínimo com investimentos é necessário para fazer face às depreciações
(inclusive as tecnológicas, que hoje são muito rápidas). Sabemos que a Qualidade dos Gastos Públicos influencia a
qualidade de vida e o crescimento econômico.
Os gastos públicos (consumo e
investimentos) podem ser classificados, além de possíveis e ideais, em:
a)
necessários e desnecessários;
b)
produtivos e improdutivos (existem investimentos improdutivos);
c)
meio ou fim;
d)
benéficos (alimentos) ou maléficos (cigarros, bebidas);
e)
honestos ou desonestos (corrupção nos gastos públicos).
Fácil entender que a boa ou má qualidade dos
gastos públicos é fator condicionante e preponderante no crescimento e no
desenvolvimento econômico e social (qualidade de vida). Neste sentido podemos
afirmar que o subdesenvolvimento (pobreza) é conseqüência da má qualidade na
gestão dos gastos públicos.
No quadro abaixo varias relações de % do PIB
e suas análises:
a)
maior a dívida e a receita em % do PIB menor
a possibilidade de aumentá-las;
b) maior o saldo primário (antes dos juros), menor o
pagamento de juros e o crescimento da dívida;
c) menor a dívida e a receita mais fácil aumentá-las;
d) menor o saldo primário, maior o aumento da dívida, do
risco, da credibilidade, a redução da previsibilidade e menor a propensão a
investimentos.
% PIB
|
||||||||
C
|
I
|
Dívida
|
Receita
|
Gastos
|
Saldo
Primário
|
Saldo
Nominal
|
||
Antes juros
|
Juros
|
Total
|
||||||
85
|
15
|
50
|
40
|
40
|
3
|
43
|
0
|
-3
|
80
|
20
|
50
|
35
|
35
|
3
|
38
|
0
|
-3
|
70
|
30
|
60
|
30
|
28
|
3
|
31
|
2
|
-1
|
70
|
30
|
60
|
30
|
32
|
3
|
35
|
-2
|
-5
|
80
|
20
|
50
|
35
|
32
|
3
|
35
|
3
|
0
|
Fácil entender que o país com a melhor
relação consumo x investimentos tem mais condições de crescimento (claro que a
qualidade dos gastos influencia).
CRISES:
Adam Smith escreveu que se a relação gastos
improdutivos x produtivos assumisse uma proporção alta a riqueza das nações
reduziria.
Keynes aconselhou gastos públicos mesmo que
improdutivos para aumentar a propensão a consumir e incentivar os
investimentos. Esta solução dada por Keynes depende de: se o país é emissor de
moeda reserva mundial, das relações Dívida Pública e Déficit Público / PIB. Os
gastos públicos não podem ser aumentados de forma a aumentar a desconfiança dos
agentes no governo (as taxas de juros sobem e pioram o cenário). Instala-se um
processo de inflação ascendente, hiperinflação, estagflação e recessão (quando
do furo da bolha de ativos acontece).
Milton Friedman ensinou que os BCs não podem deixar cair a quantidade de
moeda (diferente de aumentar irresponsavelmente).
As
crises são sempre resultados de políticas fiscal e/ou monetárias irresponsáveis
(os ativos que não moeda valorizam muito acima dos IPCs, clima de desconfiança
se instala e as taxas de juros para rolagem da dívida aumentam). Quando a bolha
fura as perdas das riquezas virtuais (valorizações dos ativos) passam um
sentimento de empobrecimento que provoca redução das atividades. 10/01/2012.
Redação renovada em 30/07/2015.
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