HAYEK FALANDO SOBRE O MONETARISMO DE MILTON FRIEDMAN:
DISCIPLINANDO AS AUTORIDADES MONETÁRIAS.
Seria bom poder dividir com meu amigo Milton Friedman a confiança que tem no fato de que se poderiam evitar
abusos de poder, por parte das autoridades monetárias para fins políticos, se
se destituíssem estas autoridades de
todo e qualquer poder discricionário,
prescrevendo a soma de dinheiro que elas poderiam e deveriam, a cada ano,
acrescentar ao meio circulante. Talvez ele considerasse isto viável
porque, para efeitos estatísticos, ele acostumou-se a distinguir com precisão a
linha divisória entre o que é e o que não é considerado dinheiro. Essa
distinção, no entanto, não existe no mundo real.
Para garantir que tudo o que é quase-dinheiro possa ser convertido em
dinheiro propriamente dito — o que se faz necessário para evitar pânico ou
graves crises de liquidez —, estou certo de que é preciso que as autoridades monetárias tenham um certo grau de arbítrio.
Concordo com Friedman, no entanto, quando diz que temos de tentar voltar a
um sistema mais ou menos automático, se quisermos regular a quantidade de
dinheiro dos tempos normais.
Comento: o liberalismo de Hayek e o de Friedman são iguais, a divergência
é o monetarismo. Prevaleceu o princípio de Friedman, a aceitação de BCs e o
monopólio estatal na emissão da moeda. O poder discricionário da autoridade
monetária passou a ser limitado pela meta de inflação e pelo câmbio flutuante.
HAYEK FALANDO SOBRE
A INFLAÇÃO E O DESEMPREGO.
DESEMPREGO: CONSEQUÊNCIA INEVITÁVEL DA INFLAÇÃO.
O primeiro dever de qualquer economista que mereça este nome parece-me
ser o de acentuar, em todas as oportunidades, o fato de que o desemprego de hoje é a consequência direta
e inevitável das chamadas políticas de pleno emprego que, nos últimos vinte
e cinco anos, vêm sendo seguidas. Muita gente ainda acredita
equivocadamente que um aumento da demanda agregada eliminará, por algum tempo,
o desemprego. Esta solução para o desemprego, muito embora, no mais das
vezes, seja bastante eficiente a curto
prazo, longe de ter efeitos positivos, vai gerar, mais tarde, um desemprego
muito maior. E só a compreensão deste fato pode impedir o público de
exercer uma pressão irresistível para retomar a inflação assim que o desemprego
for aumentando consideravelmente.
Não há possibilidade de escolha entre inflação e desemprego.
A inflação tem, obviamente, muitos outros efeitos nocivos, muito mais
graves e dolorosos, aliás, do que podem supor as pessoas que não vivenciaram um
processo inflacionário severo. Mas o efeito, mais devastador, e ao mesmo
tempo o menos compreendido, é que a
inflação, a longo prazo, inevitavelmente leva ao desemprego em grande escala. 09/2012
(parte da publicação).
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UMA DAS MAIORES CRIAÇÕES DA HUMANIDADE A
MOEDA. A EVOLUÇÃO PARA A MOEDA ESCRITURAL (FIDUCIÁRIA ESTATAL).
ABAIXO PARTE DA POSTAGEM: A MOEDA - RESUMO HISTÓRICO.
4) MOEDA-PAPEL: os certificados
emitidos pelas casas de custódia passaram a ser considerados como uma
moeda-papel. Os donos das casas de custódia, com o tempo, verificaram que um
saldo de estoque de moedas (ouro e prata) sempre ficava ocioso (apesar da
movimentação de novos depósitos e saques).
5) PAPEL MOEDA, MOEDA FIDUCIÁRIA: os depósitos de
ouro que ficavam ociosos em estoque nas Casas de Custódia permitiram que
estas emitissem certificados não lastreados ou parcialmente lastreados,
sendo que sua circulação e aceitação dependiam da CONFIANÇA da casa
emissora do certificado, dando início ao que seria no futuro o papel moeda com
emissão monopolizada pelos governos. Como vemos os primeiros certificados eram
100% lastreados em metal.
6) PAPEL MOEDA MONOPÓLIO DOS GOVERNOS; com o tempo os
governos se viram obrigados a controlar e fiscalizar as casas de custódia
(primeiros bancos). O monopólio de emissão de moedas pelos governos foi uma evolução natural.
A evolução na tecnologia na fabricação do papel moeda (início do século XIX),
evitando falsificações, foi fator importante e preponderante no abandono da
moeda metálica ouro para o papel moeda padrão ouro. No início as moedas
emitidas pelos governos eram parcialmente conversíveis. A última moeda
importante parcialmente conversível foi o dólar americano, que abandonou o padrão
ouro em 1971.
7) MOEDA ESCRITURAL, CONTÁBIL OU BANCÁRIA: com a evolução e o
desenvolvimento do sistema financeiro, do crescimento dos depósitos e dos
empréstimos, foi sendo aumentada a circulação e a quantidade da moeda
escritural, movimentada por meio de cheques e de ordens de pagamentos (hoje
transações eletrônicas). Verificou-se que os depósitos criam condições de
empréstimos, que criam novos depósitos, que criam novos empréstimos,
sucessivamente. Os governos verificaram a necessidade de regulamentar o sistema bancário, com normas prudenciais, limites de
criação de moeda escritural (capital x empréstimos) e a atividade passou a ser concedida ou autorizada e regulamentada
pelos governos.
8) O BANCO CENTRAL (A AUTORIDADE MONETÁRIA): o
monopólio da emissão de moeda, a necessidade de controle e fiscalização dos
bancos e do meio circulante fez surgir, como evolução natural, o que hoje
entendemos por Banco Central (século XIX). Podemos considerar o Banco da
Inglaterra como o primeiro banco central do mundo. Foi uma evolução natural,
depositário das reservas do sistema bancário, compensação das operações dos
outros bancos, emprestador de última instância (redesconto). Na América Latina,
o Banco do Uruguai, foi o que podemos considerar como primeiro Banco Central da
região (1896). A separação do Banco Central com a execução orçamentária de
receita e despesa dos governos (orçamento fiscal) é uma conquista que veio aos
poucos e está ainda em implantação em muitos países. A autonomia ou independência
do BC é assunto que ainda provoca contraditórios, mas é uma necessidade e
evolução natural. As funções modernas dos bancos centrais são: a)
emissão de moeda e controle do meio circulante; b) redesconto (empréstimos a
instituições financeiras); d) regular a oferta da moeda através da taxa básica
de juros (compra de títulos do governo) e do compulsório (medida também
prudencial); e) banco do governo (caixa do tesouro nacional) e dos bancos; f)
regulamentar, supervisionar e fiscalizar o sistema financeiro nacional,
inclusive conceder autorização para o funcionamento de bancos; g) administrar o
sistema de pagamentos e o meio circulante; h) administrar as reservas (em
moedas, títulos e ouro); i) executar a política cambial, incluindo o movimento
de capitais. Resumindo, podemos definir a missão do Banco Central como: Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e
a solidez do sistema financeiro. 03/2011 (parte da publicação). 07/2014.
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