segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

PIB EFETIVO (o realizado) x PIB POTENCIAL (o possível) x SELIC.


PIB EFETIVO (o realizado) x PIB POTENCIAL (o possível) x SELIC.

Estará o PIB efetivo abaixo do potencial? A economia brasileira estava rodando acima do possível (PIB potencial), sendo sustentada por déficit externo (US$ 104 bi. negativos em transações correntes). A velocidade da demanda muito superior à da oferta interna (as importações complementavam). Energia elétrica, gás, aeroportos, portos, estradas, utilizados acima do sustentável (gargalos insuperáveis estavam previstos). A causa? Taxa básica abaixo da adequada, gastos públicos correntes subindo acima da inflação, déficits fiscais acima do aceitável, preços reprimidos, inclusive câmbio, tudo forçando a demanda acima do sustentável. A confiança e a previsibilidade perto de zero e a aversão ao lucro pelo governo desmotivaram os investimentos.  Relação de trocas (preços de produtos exportados x importados) caindo desfavoravelmente ao país (as commodities exportadas pelo país caíram muito de preço). O rompimento da barragem de minério da SAMARCO em Mariana, provavelmente foi ocasionada pelo boom de exportações forçando a utilização da mesma acima da capacidade (drenos utilizados acima da capacidade).
COMENTO: o PIB efetivo estava muito acima do potencial, a infraestrutura básica repleta de gargalos, novos investimentos em queda. Os ajustes iniciados em 2015, liberação dos preços reprimidos, inclusive câmbio e aumento da Selic, não acompanhados pelo necessário superávit fiscal primário, reduziram o PIB efetivo (a recessão), mas não conseguiram reverter a inflação ascendente.
COMENTO AINDA: Selic alta, mas abaixo da necessária é semelhante a antibiótico insuficiente, faz mais mal do que bem. Por que a inflação ficou ascendente apesar dos aumentos da Selic? Porque os aumentos foram insuficientes. Os juros de mercado futuros (a parte longa da curva) passaram de ascendentes para descendentes quando Levy anunciou o primeiro superávit primário. Escrevi uma postagem comemorando a vitória do BC: 
http://mageconomia.blogspot.com.br/2015/07/avitoria-do-bc-contra-o-proceso.html,

 OS JUROS LONGOS DE MERCADO PASSARAM DE ASCENDENTES PARA DESCENDENTES. Quando noticiaram que o superávit primário não seria conseguido os juros longos de mercado passaram de descendentes para ascendentes (a parte longa da curva reverteu de descendente para ascendente). Os juros reais ex-post (efetivamente realizados) calculados pelo critério CDI (ou Selic) – IRF – IPCA ou IGPM ficaram todo o ano de 2015 negativos. A Economia Monetária ensina que quando os juros reais ex-post ficam abaixo dos ex-ante (previstos) e negativos, entramos em um processo de agravamento inflacionário. Desde o plano real nenhuma inflação ascendente conseguiu ser revertida com juro básico abaixo do DI 360. Se a inflação está ascendente significa que a contaminação e a demanda continuam pressionando os preços. Sem demanda que a sustente não existe inflação ascendente (exceção para a inercial. Esperamos que não permitam que retorne). Taxa básica negativa não reverte inflação ascendente. O PIB potencial será atingido quando o processo inflacionário conseguir ser revertido. Até lá são afirmações sem base em dados que a sustentem. O PIB efetivo e potencial serão equilibrados (harmonizados) quando a inflação for revertida. O primeiro aviso da queda da inflação são as expectativas influenciando a queda dos juros longos de mercado. MAG 12/2015.       


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