POLÍTICA MONETÁRIA
TEMPESTIVA, PREVENTIVA, PRUDENTE E IMPRUDENTE (síntese de texto de 1998).
A política
monetária pode classificar-se como:
a)
EXPANSIONISTA quando a taxa básica fica abaixo da de equilíbrio (os agentes econômicos
não têm motivação para aplicar suas poupanças no BC, dirigindo-as para o
mercado, não acontece retirada de moeda do mercado);
b)
CONTRACIONISTA quando a taxa básica fica acima da taxa de equilíbrio (estando a
taxa básica acima da de mercado, os agentes econômicos ficam motivados a
aplicar suas poupanças no BC, retirando moeda do mercado. Podem postecipar demanda);
c) NEUTRA quando a taxa
básica é fixada igual à taxa de equilíbrio.
Pode também ser classificada como:
a) TEMPESTIVA (cautelosa);
b) PREVENTIVA (cautelosa
e que se antecipa);
c) PRUDENTE;
d) IMPRUDENTE
(frouxa, inadequada, populista).
A política monetária expansionista apesar de ser atraente (defendida pelos economistas autodenominados
desenvolvimentistas), pois provoca um crescimento artificial no início (maior quantidade de moeda no mercado), que agrada a todos (não é sustentável nem
consistente no tempo, pois forma bolhas,
aumentos de preços dos ativos maior do que a inflação), causa males profundos e que exigem ações
corretivas sempre radicais e que causam grandes sofrimentos. Além da inflação,
do desequilíbrio dos preços relativos, da redução do poder de compra dos
salários, do aumento dos juros reais, pode valorizar alguns ativos
artificialmente (quando a correção vem pode provocar quebras, crise de crédito,
de liquidez e de solvência). O crescimento da demanda ocorre em velocidade maior que o da oferta.
A política monetária neutra ou contracionista, menos atraente no início, por ser mais realista,
tem como grande atrativo o crescimento consistente e sustentável, sem inflação,
com preços relativos equilibrados, as valorizações dos ativos não são
artificiais (são reais), o poder de compra dos salários não diminui, até
aumenta. Com os ganhos de produtividade os preços podem cair e os salários
aumentar (relativos). A velocidade do crescimento da demanda e da oferta são
equilibradas. A distância da taxa básica para a de equilíbrio é que motiva mais
ou menos os agentes econômicos a aplicarem suas poupanças com o BC (retira
moeda do mercado).
Relação
déficit público x taxa básica de juro x taxa de juro de
mercado: o déficit público influencia as taxas de juro de mercado através
da demanda por crédito pelo estado ou da monetização da economia, por extensão
a taxa básica.
MOEDA X OUTROS
ATIVOS (FORMAÇÃO DE BOLHAS): a escolha dos agentes
econômicos (consumidores, investidores e poupadores) entre a Moeda e
outros Ativos financeiros ou não é fundamental (isto é aceito por
todos, keynesianos e clássicos). Se a Moeda pátria não é aceita como
Reserva de Valor (Moeda mais Juros) a turma foge para outros ativos (bolsa,
imóveis, moedas estrangeiras, etc.), podendo formar bolhas (véspera da crise).
Não existe nada pior para uma economia do que a desmoralização de sua moeda
(bom senso). A combinação taxa básica expansionista e negativa (menor do
que a inflação) é a receita para formação de bolhas (é o que podemos definir como
política monetária expansionista e imprudente, o pior dos mundos).
WICKSELL - FISHER:
Wicksell disse que um processo inflacionário se
constata quando a taxa natural de juros (neutra, de equilíbrio) inicia uma
tendência de alta. A causa dos processos inflacionários são os juros de mercado
baixos em relação ao natural (neutro ou de equilíbrio).
Fisher complementa o raciocínio introduzindo o conceito
de comparação entre os juros de mercado (nominal, ex-ante, fruto das
expectativas de inflação, efetivamente planejado), com o juro acontecido (real,
ex-post, efetivamente realizado). Se as expectativas de inflação são maiores do que os
juros de mercado é o pior dos mundos para o processo inflacionário. Para ele a
inflação alimenta a expectativa de que os preços continuarão a subir.
Pode-se fazer uma analogia com a fuga do real para o dólar.
O BANCO CENTRAL (Ilan) terá que decidir se
ADOTARÁ UMA POLÍTICA MONETÁRIA TEMPESTIVA OU PREVENTIVA. Perder dinheiro em swaps
ou subir a Selic.
05/2018.
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