segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

TAXA BÁSICA E INFLAÇÃO.




TAXA BÁSICA E INFLAÇÃO. 02/2017.

AMBIENTE: da mesma maneira que em engenharia é necessário estudar o ambiente (solo, ventos, sol), em economia também o é (ambiente e conjuntura).

EXPANSÃO MONETÁRIA: nos países que não emitem moeda conversível (reserva) a expansão monetária acima do PIB potencial é causa de inflação.

NUNCA ACONTECEU UM PROCESSO INFLACIONÁRIO SEM EXPANSÃO MONETÁRIA E DEMANDA QUE O SUSTENTASSE. A EXPANSÃO MONETÁRIA É CAUSA DE INFLAÇÃO DEPENDENDO DE CADA PAÍS (e da conjuntura dos mesmos). O que aprendemos é que a expansão monetária sozinha não provoca crescimento nem inflação em país que emite moeda reserva mundial.

REGIME DE METAS DE INFLAÇÃO: no Brasil o regime de metas de inflação (o tripé meta de inflação, superávit primário e câmbio flutuante) é de 01/06/1999.
DEPRESSÃO E RECESSÃO: não existe depressão sem deflação (existe recessão mais longa por não ser combatida corretamente). Existe recessão com inflação ascendente e descendente (a descendente é o caminho para deflação e depressão).
O Japão não consegue fazer inflação com expansão monetária (nem com dívida interna, já em 200% do PIB). Os japoneses acreditam e preferem a liquidez imediata do Yen a outros ativos já valorizados (já perderam com várias bolhas de ativos que não moeda). O risco de desvalorização é alto.
Os EUA não conseguiram fazer inflação com taxa básica zero e com as operações de QE – quantitative easing – liquidez a juros baixos para os títulos de LP, mas conseguiram evitar uma depressão (crise de 2007/2008 denominada de subprime ou quebra do Lehman Brother, de solvência, liquidez e crédito). A emissão da moeda meio de pagamento mundial permite importar do mundo todo sem crise cambial, mas as commodities subiram. Formaram bolha que já furou (a crise foi para os exportadores). O ouro subiu e caiu (a bolha furou). O dólar ainda é atração nas crises (aversão a perdas maiores).

TAXA BÁSICA E INFLAÇÃO (aumentos e reduções):
a) taxa básica alta, mas abaixo da adequada piora a inflação, é semelhante a altas doses de antibióticos, mas abaixo do necessário (piora a infecção);
b) em um processo inflacionário (inflação ascendente) enquanto os aumentos graduais da taxa básica não ultrapassarem o juro de equilíbrio (neutro), a inflação e o aumento dos juros ocorrem simultaneamente;
c) após revertido o processo inflacionário a inflação e a taxa básica (quedas graduais) caem simultaneamente;
d) um governo acreditado necessita de taxas básicas menores e por menos tempo do que um desacreditado;
e) com superávits primários ou relação dívida PIB estável é mais fácil reverter um processo inflacionário (inclusive as taxas de juros nominais de mercado são mais baixas).

QUANDO O AUMENTO DA TAXA BÁSICA PODE PROVOCAR INFLAÇÃO?
Sabemos que a taxa básica deve ser elevada acima da taxa de equilíbrio (neutra), mas o mínimo possível, até que o processo inflacionário inicie a reversão de ascendente para descendente assim como a curva de juros nominal de mercado (os juros de mercado de LP caem).
Se o governo é desacreditado (causa de insegurança e de imprevisibilidade), exista uma relação dívida PIB considerada alta (também causa de insegurança), acompanhada de déficits fiscais primários (causa de processo ascendente da dívida) e a taxa básica acima da de equilíbrio (no Brasil o DI 360, nos EUA a taxa de 2 ou de 5 anos) não conseguir reverter as expectativas de inflação e a curva de juro nominal de mercado, significa que o mercado espera que a dívida será paga através de emissão de moeda (de inflação). Neste caso não adianta utilizar a taxa básica.
Claro que uma política fiscal superavitária evita processo inflacionário, mas sabemos que não existe processo inflacionário sem política fiscal considerada irresponsável pelo mercado.
MAG 02/2017.




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