COMO
O MPF (LAVA JATO) INFLUENCIOU A VITÓRIA DE BOLSONARO.
O MPF (e a LAVA JATO) decidiram a eleição? Sim. Como? A
direita tinha dois candidatos que poderiam chegar ao segundo turno para
enfrentar a esquerda:
a) Bolsonaro conseguiu 17% dos votos dos eleitores
revoltados (na verdade furiosos, e toda fúria obscurece decisões) com os
escândalos descobertos pela Lava Jato;
b) Alckmin (PSDB) que surpreendeu pelo discurso racional e claro
(tinha os votos dos eleitores mais tradicionais da direita e do PSDB e a
preferência do mercado), mas era investigado (indiretamente).
A esquerda, com o prestígio de Lula, que não é afetada
pelos inúmeros processos e escândalos de corrupção, perante seus fiéis
eleitores (diferente dos eleitores da direita), conseguia 40% dos votos nas
pesquisas no segundo turno (que os racionais sabem ser a fotografia de um
momento). A decisão seria difícil, mas a direita tinha mais chances de ganhar
(os eleitores liberais de fato não votam na esquerda).
Como o MPF e a LAVA
JATO interferiram: faltando poucos dias para a eleição (o tempo que Alckmin teria
para subir) começou operações que destroçaram o PSDB de SP, GO e PR (em MG
Aécio já estava sem prestígio), e liberou o depoimento de Palocci que
destruiria (por ser verdade) qualquer político (mas afetou em quase nada a
esquerda).
Alckmin foi destruído, caiu de 10% para meros 2% quando
esperava subir para 20%. Os eleitores da direita com medo da esquerda ganhar
(nas pesquisas a esquerda ganhava de Bolsonaro, pois os eleitores de outros
candidatos da direita negavam voto em Bolsonaro), passaram para o voto útil
(derrotar a esquerda).
Mas o MPF e a LAVA JATO
inventaram corrupções? NÃO.
PARTE DA POSTAGEM PUBLICADA EM 07/10/ 2018
NESTE BLOG:
MICHEL TEMER 2016 a 2018: iniciou
apoiado pelo legislativo e compromissado em fazer as reformas necessárias ao
país. As gravações feitas pelo empresário da JBS em conversas com Temer e com
Aécio enfraqueceram o governo. A parte entregue a Henrique Meirelles ficou
blindada como prometido. Semelhante a Lula cumpriu a promessa e respeitou as
áreas econômicas entregues a HM. O BC conseguiu reverter o processo
inflacionário e controlar a inflação. A recessão de 10% que já havia eliminado
mais de 3 milhões de empregos com carteira assinada, foi revertida e em 2018
até junho mais de 500.000 carteiras já haviam sido assinadas. O real valorizou
e reduziu a perda de poder de compra que já havia ocorrido. Foi um bom governo,
mas moralmente indefensável (não conseguiu livrar-se do passado).
ELEIÇÃO
2018: as corrupções descobertas pela operação Lava Jato, MPF e PF
indignaram os eleitores de direita. O PSDB perdeu seu candidato Aécio Neves
gravado pela JBS em conversas comprometedoras. Geraldo Alckmin, governador do
estado de São Paulo, experiente, competente, também estava sendo investigado
por corrupção, apesar de não haver provas de sua atuação direta, mas o nome de
seu cunhado foi citado. Os governos de José Serra muito comprometidos. O MPF
poucos dias antes da votação pediu prisões preventivas de gestores ligados aos
governos do PSDB de SP, Goiás e Paraná. Isto foi um tiro no pé da candidatura
Alckmin (liquidou-a). O partido terá que ser refundado. E os eleitores do PT?
Assumiram as corrupções de seus líderes e continuam fiéis, mas perdeu os votos
dos eleitores de centro.
OS VOTOS
DE BOLSONARO FORAM:
A)
DESCONTENTAMENTO CONTRA A CORRUPÇÃO DO
PODER POLÍTICO ESTABELECIDO;
B) CONTRA VIOLÊNCIA URBANA, PRO SEGURANÇA (saudades da segurança e ordem dos regimes militares);
C) CONTRA MÁ QUALIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS;
D) ANTI PT E LULISMO;
E) PRO LAVA JATO E MORO.
B) CONTRA VIOLÊNCIA URBANA, PRO SEGURANÇA (saudades da segurança e ordem dos regimes militares);
C) CONTRA MÁ QUALIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS;
D) ANTI PT E LULISMO;
E) PRO LAVA JATO E MORO.
TEXTO
COMPLEMENTAR.
2018 - A REJEIÇÃO PELOS ELEITORES DA DIREITA COM
O PODER POLÍTICO ESTABELECIDO (com a imagem contaminada por investigação
por corrupção):
1) O PSDB teimou em lançar
um candidato competente, experiente, mas citado e investigado pelo MPF. O
momento pedia um candidato sem a contaminação com investigações (prevaleceu a
versão e não os fatos);
2) A insegurança policial
tendo como oposição a lembrança da segurança do tempo do regime
militar (Bolsonaro sempre defendeu a segurança do regime militar). São
outros tempos (a solução é muito mais complexa), mas a maioria exige mais rigor
e poder aos policiais;
3) A crise econômica
provocada pelo governo Dilma (a nova matriz econômica) que originou a maior
recessão que o país já passou e seus efeitos (o timing entra causa e efeitos
favoreceu demagogias). De uma queda nos empregos com carteira de mais de 3
milhões provocada pelas demagogias e barbeiragens da equipe econômica de DR, o
governo Temer (a equipe econômica de HM) conseguiu reverter para mais de 500
mil carteiras assinadas até ago./2018;
4) A gravação feita pela JBS
com Temer e Aécio acabou de expor a contaminação da corrupção ao mais alto
nível político (atingiu os eleitores do PSDB, mas não atingiu os do PT que
fecharam os olhos para as corrupções). O MPF e a Lava Jato pedindo prisões da
elite do PSDB do Paraná, Goiás e SP, em setembro, enterrou as pretensões de
Alckmin (era esperado);
5) A esquerda absorveu a
corrupção de seus líderes e vota ideologicamente. A direita trocou o PSDB por
Bolsonaro. Nos
estados está prevalecendo a vitória do poder político estabelecido no NE. A
esquerda continua com os votos do NE, dos eleitores com renda mais baixa e com
os menos escolarizados (do Brasil);
6) FATO NOVO: Bolsonaro
abandonou a visão econômica nacional-desenvolvimentista do regime militar e de
DR, adotando o modelo liberal defendido por seu competente economista.
Demonstrou ter a maleabilidade necessária para articular e negociar com o poder
legislativo (são muitos anos de experiência no legislativo). Tem um discurso
que agrada ao momento de insegurança policial e econômica do país (o mercado
absorveu suas falas e de seu economista);
7) SEGUNDO TURNO: será a
disputa entre esquerda demagoga e atrasada com a direita (qual?). Começa do
zero: que vença a direita para o bem do Brasil e dos brasileiros. Os juros caem
(inclusive os externos), o real valoriza (na verdade reduz a queda), os ativos
valorizam (inclusive a bolsa). A inflação? Terá que ser combatida com a taxa
básica adequada (Selic). As reformas? Terão que ser feitas ou teremos inflação
e nossa moeda deixará de ter a função de reserva de valor (tipo Argentina).
Antes de melhorar deverá piorar.
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