sábado, 4 de maio de 2019

A INFLAÇÃO AFETA O CÂMBIO ANTES DE AFETAR OS PREÇOS INTERNOS (INÉRCIA DE PREÇOS).



A INFLAÇÃO AFETA O CÂMBIO ANTES DE AFETAR OS PREÇOS INTERNOS (INÉRCIA DE PREÇOS).

Sabemos que:

a)    não há taxa de juros, mesmo que negativa (+ i - % inflação = - i), capaz de fazer crescimento sustentado e reanimar uma economia. A taxa de juro é apenas uma variável das mais importantes. Existe a inércia inflacionária (conhecida pelos brasileiros) e a de preços (tipo uma inflação retardada, diferente da reprimida);

b)   A INFLAÇÃO AFETA O CÂMBIO ANTES DE AFETAR OS PREÇOS INTERNOS (INFLAÇÃO E CÂMBIO SÃO EFEITOS, SÃO GÊMEOS, UM AFETA O OUTRO);

c)    não existe inflação que perdure sem expansão monetária e demanda que a sustente;

d)    EXPANSÃO MONETÁRIA: nos países que não emitem moeda conversível (reserva) a expansão monetária acima do PIB potencial é causa de inflação;

           e)     FATORES DE PRODUÇÃO (pleno emprego): não existindo pleno emprego dos      fatores de produção (trabalho, capital, recursos naturais, tecnologia), o aumento dos gastos do governo (G e I) e a expansão da liquidez, direcionados a investimentos eficazes e de maturação de médio prazo, não provocam inflação, podendo ser uma medida benéfica e de estímulo à economia (estimula a procura global, os investimentos e a produção);
     

f)     NUNCA ACONTECEU UM PROCESSO INFLACIONÁRIO SEM EXPANSÃO MONETÁRIA E DEMANDA QUE O SUSTENTASSE. A EXPANSÃO MONETÁRIA É CAUSA DE INFLAÇÃO DEPENDENDO DE CADA PAÍS (e da conjuntura dos mesmos). O que aprendemos de novo é que a expansão monetária sozinha não provoca crescimento nem inflação em país que emite moeda reserva mundial (basta que a aceitação da moeda se expanda para outros países);

g)    TAXA BÁSICA E INFLAÇÃO (aumentos e reduções):
a) taxa básica alta, mas abaixo da adequada piora a inflação, é semelhante a altas doses de antibióticos, mas abaixo do necessário (piora a infecção);
b) em um processo inflacionário (inflação ascendente) enquanto os aumentos graduais da taxa básica não ultrapassarem o juro de equilíbrio (neutro), a inflação e o aumento dos juros ocorrem simultaneamente;
c) após revertido o processo inflacionário a inflação e a taxa básica (quedas graduais) caem simultaneamente;
d) um governo acreditado necessita de taxas básicas menores e por menos tempo do que um desacreditado;
e) com superávits primários ou relação dívida PIB estável é mais fácil reverter um processo inflacionário (inclusive as taxas de juros nominais de mercado são mais baixas).

O COPOM não pode deixar o processo inflacionário se reinstalar (e fortalecer) com taxa básica paliativa que afetará mais o câmbio e a credibilidade do BC, para no futuro próximo exigir mais do que no momento. MAG 05/2019.

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