quinta-feira, 30 de maio de 2019

POLÍTICA MONETÁRIA – EFICÁCIA (INFLAÇÃO E CRESCIMENTO). 01/2007.


POLÍTICA MONETÁRIA – EFICÁCIA (INFLAÇÃO E CRESCIMENTO). 01/2007.

A experiência demonstrou que a Política Monetária é mais eficaz no combate à inflação (claro que a parceria com a política cambial e fiscal adequadas torna-a mais eficaz ainda) do que (sozinha) para motivar e conseguir crescimentos (aumentos consistentes das atividades econômicas). O crescimento depende de outras variáveis fundamentais que constituem também a relação das causas das atividades econômicas (Anatole Murad desenvolveu um estudo interessante sobre o assunto). A queda da taxa de juro (sozinha) não provoca, com certeza, o aumento dos investimentos, é apenas uma variável necessária. A contestação de que a política monetária pode criar um ambiente de expansão, como único fator, é unanimemente aceito (apenas leigos contestam este fato já comprovado). O reconhecimento das limitações da política monetária, de que ela não pode como único fator resolver os complexos problemas e interesses individuais da atividade econômica, não tira sua importância no quadro mais vasto da política macroeconômica.  
     
      O CRESCIMENTO SUSTENTADO EXIGE:

a)    uma adequada distribuição de rendas;
b)    a existência de fatores de produção (recursos naturais, capital, trabalho, tecnologia);
c)    a segurança institucional do capital investido, uma normatização (marco regulatório) adequada que passe segurança e motivação;
d)    vantagens ou desvantagens comparativas naturais e artificiais (leis adequadas, judiciário eficaz – rápido e justo - legislativo ou executivo que passem segurança);
e)     um sistema financeiro que proporcione segurança para as poupanças e que alimente as necessidades de financiamentos do consumo e dos investimentos;
f)     um sistema previdenciário que estimule a formação de poupanças e que não permita privilégios;
g)    contas públicas transparentes com publicações de balancetes mensais analíticos;
h)     gastos públicos improdutivos (atividades meio) sejam o menor possível em relação aos produtivos;

Os itens listados acima são fatores importantes e que devem ser analisados.

MAG 01/2007

Um comentário:

  1. “As reduções dos juros além de um certo ponto podem diminuir, em vez de aumentar a demanda. Nesse caso, a política monetária não só será incapaz de conseguir o pleno emprego, como também será incapaz de aumentar a inflação. Se a demanda cair de forma consistente abaixo da capacidade de produção, a Curva de Phillips indica que a inflação tenderá a cair em vez de subir”.
    “De uma perspectiva macro, os juros baixos promovem a alavancagem e as bolhas de ativos ao reduzir os custos dos empréstimos e os fatores de desconto, e encorajar os investidores a buscar rendimentos maiores. Quase toda descrição da crise financeira de 2008 atribui pelo menos algum papel às consequências dos juros muito baixos que prevaleciam no começo dos anos 2000. Num sentido mais amplo, os estudantes das bolhas, do historiador econômico Charles Kindleberger em diante, sempre enfatizam o papel do dinheiro fácil e a liquidez excessiva”.

    “Como as reduções dos juros tem efeitos positivos e negativos sobre a demanda, pode ser que não haja uma taxa de juro real consistente com a plena utilização dos recursos. Cortes nos juros além de um certo ponto podem diminuir, em vez de aumentar, a demanda”.

    Lawrence H. Summers foi secretário do Tesouro dos EUA (1999-2001) e presidente da Universidade de Harvard, onde hoje é professor.
    Anna Stansbury é candidata a PhD em Economia pela Universidade de Harvard.

    ResponderExcluir