domingo, 22 de janeiro de 2012

JUROS REAIS EX-ANTE E EX-POST, TABELAS (SELIC, CDI).


JUROS REAIS EX-ANTE E EX-POST, TABELAS (SELIC, CDI).
No Brasil a diferença entre os juros reais ex-ante e ex-post é imensa. Ao fazer a opção entre poupar ou gastar (consumo ou investimento) os agentes fazem a previsão da inflação esperada e comparam com os juros oferecidos pelo mercado (juros considerados baixos ou negativos estimulam a demanda). O juro real ex-ante é a diferença entre o juro oferecido pelo mercado (líquido de IRF) e a inflação esperada. Após decorrido o prazo da aplicação o agente compara a taxa pactuada com a inflação real, a diferença é o juro real ex-postUma inflação ocorrida maior do que a esperada estimula a demanda (os agentes fogem da moeda mais juros como reserva de valor.). Conforme Fisher (e bom senso do mais simples agente).
No Brasil existe um papo furado de taxa de juro real de 7%. Não é o que acontece nos juros reais ex-post (mensais ou anuais). As tabelas abaixo comprovam.

TABELA DE JUROS REAIS EX-POST 2010

2010
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ.
2010
CDI (- 20% IRRF)
0,528
0,472
0,608
0,528
0,60
0,632
0,688
0,712
0,672
0,648
0,648
0,744
7,8
IGP(M)
0,63
1,18
0,94
0,77
1,19
0,85
0,15
0,77
1,15
1,01
1,45
0,69
11,3
IPCA(IBGE)
0,75
0,78
0,52
0,57
0,43
0,0
0,01
0,04
0,45
0,75
0,83
0,63
5,9
i  real CDI - IGPM
-0,10
-0,7
-0,33
-0,24
-0,59
-0,22
0,538
-0,058
-0,478
-0,36
-0,80
0,054
-3,52
i real  CDI - IPCA
-0,22
-0,308
0,088
-0,042
0,17
0,632
0,678
0,672
0,222
-0,102
-0,182
0,114
1,89

TABELA DE JUROS REAIS EX-POST 2011

2011
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ.
2011
CDI (-20% IRRF)
0,688
0,672
0,736
0,622
0,792
0,76
0,78
0,856
0,75
0,7
0,688
0,72
9,28
IGP(M)
0,79
1,00
0,62
0,45
0,44
-0,18
-0,12
0,44
0,65
0,53
0,5
-0,12
5,10
IPCA(IBGE)
0,83
0,80
0,79
0,77
0,47
0,15
0,16
0,37
0,53
0,43
0,52
0,5
6,50
i  real CDI - IGP(M)
-0,102
-0,328
0,116
0,172
0,352
0,94
0,9
0,416
0,102
0,174
0,188
0,84
4,18
i real  CDI - IPCA
-0,142
-0,128
-0,054
-0,148
0,322
0,61
0,62
0,479
0,222
0,274
0,168
0,22
2,78

TABELA DE JUROS REAIS EX-POST 2002 a 2011
       
ANO
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
1- CDI ACUMUL.
11,60
9,75
9,88
12,48
11,82
15,03
19,00
16,15
23,25
19,11
2- CDI (- 20% IRRF)
9,28
7,80
7,904
9,984
9,456
12,02
15,20
12,92
18,60
15,29
3-IGP(M) 
5,10
11,32
-1,72
9,81
7,75
3,83
1,21
12,41
8,71
25,31
4- i real IGP(M)
4,18
-3,52
9,624
0,174
1,706
8,19
13,99
0,51
9,89
-10,02
5- IPCA 
6,50
5,91
4,31
5,9
4,46
3,14
5,69
7,60
9,3
12,53
6-  i  real (IPCA)
2,78
1,89
3,594
4,084
4,996
8,88
9,51
5,32
9,3
2,76
  

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O COPOM ERROU?


O COPOM errou ao reduzir a taxa básica em 0,5%? Considerando que o COPOM vem reduzindo a taxa básica há 3 reuniões consecutivas, que a meta, mesmo com redução de crescimento mundial, vem sendo ultrapassada insistentemente, que no segundo semestre deste ano a inflação deverá subir, podemos considerar que no mínimo perdeu uma oportunidade de demonstrar seu compromisso com o poder de compra da moeda. Deixou passar a oportunidade de demonstrar seu compromisso com a moeda e ganhar confiança (essencial no regime de metas de inflação).

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

RELAÇÕES TAXA BÁSICA X CURVA DA TAXA DE JUROS (TAXA DE 1 DIA; TAXA DE 1 ANO; PONTO MAIS NEGOCIADO; TAXA MAIS LONGA; VOLUMES NEGOCIADOS.).

RELAÇÕES: TAXA BÁSICA X CURVA DA TAXA DE JUROS (TAXA DE 1 DIA; TAXA DE 1 ANO; PONTO MAIS NEGOCIADO; TAXA MAIS LONGA; VOLUMES NEGOCIADOS.).
 VARIÁVEIS IMPORTANTES NO ESTUDO DA FIXAÇÃO DA TAXA BÁSICA:
a) taxa de juros de 1 dia; b) taxa de juros de 1 ano; c) ponto mais negociado da curva de juros; d) taxa mais longa; e) maiores volumes negociados; f) inflação ascendente ou descendente; g) juros longos da curva ascendentes ou descendentes; h) percentual de itens de preços pesquisados subindo IPCA (se maior do que 45% é o início do processo inflacionário). Estes pontos da curva da taxa de juros de mercado são variáveis importantes da conjuntura presente e prospectiva (expectativas). É a visão que os agentes do mercado que colocam valores em jogo têm do presente e do futuro (suas expectativas). São avisos importantíssimos para o analista econômico-financeiro. Quem não entende isto não entende de política monetária.   
PONTO MAIS NEGOCIADO: se abaixo de 1 ano significa que a taxa básica está baixa. O ponto mais negociado deve estar sempre acima de 1 ano.
VOLUMES NEGOCIADOS: Se o maior volume estiver abaixo de 1 ano significa que a taxa básica está baixa. O maior volume deve estar sempre acima de 1 ano. Se os volumes negociados da curva de juros estiverem migrando de prazos longos para curtos, significa que os agentes estão com expectativas inflacionárias ascendentes e considerando a política monetária inadequada (frouxa).
A TAXA BÁSICA (taxa que o BC paga para reduzir a monetização da economia - depósitos e empréstimos) pode ser fixada nos intervalos:
a) Menor do que a taxa de 1 dia: neste caso a atuação do BC fica inócua, pois sendo menor do que a taxa de mercado de 1 dia, os agentes não aplicarão com o BC, portanto não acontecerá contração monetária;
b) Maior do que a taxa de 1 dia, mas menor do que a taxa de 1 ano e que o ponto mais negociado da curva: neste caso a atuação do BC será inócua (com a liquidez nas negociações dos títulos do TN, o mercado paga mais). Somente se o BC tiver credibilidade e demonstrar que o viés da taxa básica será de alta (ou as expectativas forem de baixa na inflação) é que conseguirá os primeiros efeitos positivos;
c) Maior do que a taxa de 1 ano, mas menor do que o ponto mais negociado. Se o BC tiver credibilidade e o mercado acreditar que a taxa básica irá subir (ou que a inflação irá cair) os primeiros efeitos acontecerão;
d) Acima do ponto mais negociado. Neste caso a taxa básica terá um efeito contracionista e a inflação será contida.
PIB POTENCIAL: curva da inflação ascendente significa que o PIB POTENCIAL já foi ultrapassado.
O BC E A CURVA DE JUROS DO MERCADO: Claro que o BC não pode atuar influenciando nas taxas de juros da curva de juros mercado (e deve verificar se agentes do mercado tentam influenciar).  As tentativas de influenciar têm mais efeito no curto prazo (a longo prazo prevalece a vontade do mercado). Mas agentes podem atuar a favor da tendência do mercado.  

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

CRISES E CRESCIMENTO ECONÔMICO – CONSUMO X INVESTIMENTO X DÍVIDA PÚBLICA X DÉFICIT PÚBLICO


CRISES E CRESCIMENTO ECONÔMICO – CONSUMO X INVESTIMENTO X DÍVIDA PÚBLICA X DÉFICIT PÚBLICO.

Considerando a fórmula reduzida de PIB = C + I (Consumo + Investimentos), qual seria o efeito das diversas relações percentuais I / PIB (Investimento/PIB) no crescimento econômico? Sabemos que os gastos com investimentos permitem o aumento da produção e da produtividade (ajudam nas inovações). Sabemos também que um gasto mínimo com investimentos é necessário para fazer face às depreciações (inclusive as tecnológicas, que hoje são muito rápidas). Sabemos que a Qualidade dos Gastos Públicos influencia a qualidade de vida e o crescimento econômico. Os gastos podem ser classificados em: 
a) necessários e desnecessários; 
b) produtivos e improdutivos; 
c) meio ou fim; 
d) benéficos (alimentos) ou maléficos (cigarros, bebidas); 
e) honestos ou desonestos (corrupção nos gastos públicos). Fácil entender que a boa ou má qualidade dos gastos públicos é fator condicionante no crescimento e no desenvolvimento econômico e social (qualidade de vida). Neste sentido podemos afirmar que o subdesenvolvimento (pobreza) é conseqüência da má qualidade na gestão dos gastos públicos.

No quadro abaixo varias relações de gastos públicos (consumo x investimentos x dívida pública x déficit):
PIB
C
I
Div. Públ.
% PIB
Déf. Públ.
% PIB
100
85
15
125
3
100
80
20
100
3
100
70
30
80
3
100
60
40
60
3

Fácil entender que o país com a melhor relação consumo x investimentos tem mais condições de crescimento (claro que a qualidade dos gastos influencia).    
CRISES: normalmente são resultados de políticas fiscal e/ou monetárias irresponsáveis (os ativos que não moeda valorizam muito acima dos IPCs, clima de desconfiança se instala e taxas de juros para rolagem da dívida aumentam). 

Milton Friedman ensinou que os BCs não podem deixar cair a quantidade de moeda (diferente de aumentar irresponsavelmente). 

A. Smith escreveu que se os gastos improdutivos superarem os produtivos o efeito será redução do crescimento e recessão.  

Keynes falou em aumentar os gastos públicos independente se produtivo ou improdutivo para o crescimento do PIB. Esta solução dada por Keynes depende de: se o país é emissor ou não de moeda reserva mundial, das relações Receita Tributária, Dívida Pública e Déficit Público em relação ao PIB. 

Os gastos públicos não podem ser aumentados de forma a aumentar a desconfiança dos agentes no governo (as taxas de juros sobem e pioram o cenário).    



sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

SELIC: COPOM, ESTÁ NA HORA DE PARAR A QUEDA.


SELIC: COPOM, ESTÁ NA HORA DE PARAR A QUEDA.
O COPOM, que agiu preventivamente (estava agindo tempestivamente) nas três últimas reduções da Selic (12,5% para 11%), mudando sua ação de tempestiva para preventiva, para manter o critério, deve parar com as quedas. Não vale a pena correr o risco de mais uma queda (o mal causado pelo erro será maior do que a parada). Os juros futuros já iniciaram o movimento de alta. É quem tem valor em jogo falando (o mercado).    

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

PROTEÇÃO CAMBIAL E BALANÇA COMERCIAL.


EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS  (2011 / 2010).
EXPORTAÇÕES VAR. %
2011/2010
PART. %
2011 2010 2011 2010
BÁSICOS 122457 90005 36,1 47,8 44,6
INDUSTRIAL. 128330 107770 19,1 50,1 53,4
 Semimanuf. 36026 28207 27,7 14,1 14,0
 Manufat. 92304 79563 16,0 36,1 39,4
OPER. ESPEC. 5254 4140 26,9 2,1 2,1
TOTAL 256041 201915 26,8 100 100

IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS (2011 /2010)
IMPORTAÇÕES VAR. %
2011/2010
PART. %
2011 2010 2011 2010
BENS DE CAPIT. 47888 40995 16,8 21,2 22,6
MAT. PRIMAS 102107 83995 21,6 45,1 46,2
BENS DE CONS. 40083 31426 27,5 17,7 17,3
 Não Duráveis 15988 12847 24,4 7,1 7,1
 Duráveis 24095 18579 29,7 10,6 10,2
   Automóveis 11892 8543 39,2 5,3 4,7
COMB. E LUBRIF. 36173 25344 42,7 16,0 13,9
  Petróleo 14080 10097 39,4 6,2 5,6
  Demais 22093 15247 44,9 9,8 8,4
TOTAL 226251 181760 24,5 100 100
FONTE: SECEX / MDIC.  

As exportações de Industrializados (128330) foram superiores às importações de Bens de Consumo (40083) em US$88,247 bi.
Comb. e Lubrificantes (36173) representaram 16% das importações.
As importações de Matérias Primas (102107) representaram 45,1% do total (parte é reexportada em produtos industrializados).
As importações de Bens de Capital (47888) 21,2% do total permitem modernizações e inovações em nosso parque produtivo.
Se o câmbio fosse administrado ao invés de flutuante estaríamos nas mãos do poder discricionário da autoridade do momento.
A FUNCEX manipula a estatística e agride a razão (saldo comercial do setor industrial) misturando dados desconexos onde procura influenciar o sistema cambial (luta pelo retorno da proteção cambial, do câmbio arbitrário e artificial, defendendo interesses cartoriais contra todos os brasileiros, empresas e consumidores). A grande maioria não precisa de proteção. Os maiores exportadores industriais são empresas com capital estrangeiro (remetem lucros e juros), muitos nem S/A são (a indústria automobilística é quase 100% Ltda.). Não precisam e não merecem proteção cambial artificial. É anti-patriótico (além de ignorância) defender interesses de minorias (e de empresas estrangeiras) contra o poder de compra da moeda nacional (por extensão de todos). 



domingo, 1 de janeiro de 2012

KEYNES ESTAVA ERRADO


KEYNES ESTAVA ERRADO

As afirmações de Keynes em seu livro Teoria Geral (1936):
 “A política mais vantajosa consiste em fazer baixar a taxa de juro até o nível em que, em relação à curva da eficiência marginal do capital se realize o pleno emprego.” "uma elevação da taxa de juro terá por efeito baixar a renda a um nível em que a diminuição da poupança iguala a do investimento." "é indubitável que o consumo diminui quando a taxa de juros aumenta;" “É lícito crer que a manutenção mais ou menos contínua de uma situação de pleno emprego exigirá a baixa acentuada da taxa de juro, salvo se se verificar uma forte modificação na propensão global a consumir (incluindo o estado).” “Tão logo se alcance o pleno emprego, a unidade de salários e os preços é que subirão na medida exatamente proporcional ao aumento da demanda efetiva.”
“O remédio para o auge não é portanto a alta, mas a baixa da taxa de juros; porque aquela pode fazer perdurar o chamado auge. O verdadeiro remédio para o ciclo econômico não consiste em evitar os auges e em manter assim uma semi depressão permanente, mas em evitar as depressões e manter deste modo um quase auge constante.” 

 Comento: De fato o aumento da taxa básica de juro acima da neutra reduz as atividades (renda e demanda) e a inflação. Mas Keynes em seu livro nunca se preocupou com a inflação, só com o crescimento.

MULTIPLICADOR DE KAHN: Keynes era um economista clássico (assistente e companheiro de Marshall). Seu livro Teoria Geral é também uma crítica aos economistas clássicos e aos neoclássicos (conforme sua definição e entendimento). Ao analisar o multiplicador de Khan, apesar de saber que: "quando o pleno-emprego é alcançado, se se procura aumentar ainda mais o investimento os preços tendem a subir sem limite, seja qual for a propensão marginal a consumir, isto é, chega-se a um estado de verdadeira inflação. Até aí, no entanto, a alta dos preços irá acompanhada de um aumento da renda global."  
Comento: Mesmo sabendo dos riscos da inflação nunca conseguiu prever a sequência do processo, a ESTAGFLAÇÃO (crescimento zero e inflação nos bens de consumo, bolhas nos preços dos ativos e crise).  

KEYNES E QUALIDADES DOS GASTOS PÚBLICOS: ao contrário de Adam Smith, que condenava os gastos IMPRODUTIVOS, considerando-os o caminho para a redução do crescimento, acreditava que a riqueza do Egito tinha como uma das causas a construção das pirâmides (um gasto improdutivo). Afirmava que nas crises era preferível furar buracos nas ruas e consertá-los a deixar de aumentar os gastos.

Comento: a melhoria na distribuição da renda, como um bônus transitório para os mais pobres (aposentadorias mais baixas, seguro desemprego, salário família, bolsa família) é mais eficiente e justo, assim como não deixar cair o crédito. Hoje sabemos que as crises têm, quase sempre, como causa principal e primeira irresponsabilidade monetária ou/e fiscal. Friedman ensinou que os BCs não podem deixar cair a quantidade de moeda (moeda e crédito), como forma de amenizar os sofrimentos que as crises causam.
A correta utilização da taxa básica veio evitar a inflação e as bolhas de ativos (fenômenos que acontecem por utilização errada na administração da taxa básica.). 01/01/2012