sábado, 20 de outubro de 2012

RELAÇÕES TAXA BÁSICA X NATURAL X DE MERCADO.


RELAÇÃO CAUSA E EFEITO (in, im, ib).
Tendências das variáveis (efeito) a partir de mudanças na variável controlável taxa básica (ib = selic. Causa.), com a  im (taxa de mercado) igual ou maior do que a in (taxa natural).
imlp = > in
CP
LP
ib  
imcp
imlp
PIB  
C   
 I  
INFL.
Poup.
EXP.
IMP.
 
PIB

ib > imlp = > in
Contração Monetária
CP
+
+
-
-
 -
-
-
+
+
-
Redução atividades
LP
-
-
-
+
+
+
-
+
+
-
Cresc. Sustentado
ib < imlp = > in
Expansão Monetária
CP
+
-
+
+
+
+
+
-
-
+
Cresc. não Sustentado
LP
+
+
+
-
-
-
+
-
-
+
Bolha ativos

SE A im (taxa de mercado) FOR MENOR DO QUE A in (taxa natural).
imlp < in
CP
LP
ib  
imcp
imlp
PIB  
 C   
 I  
INFL.
Poup.
EXP.
IMP.
 
PIB

ib > in > imlp  
Contração Monetária
CP
+
+
-
-
 -
-
-
+
+
-
Redução atividades
LP
-
-
-
+
+
+
-
+
+
-
Cresc. Sustentado
ib < in > imlp
Expansão Monetária
CP
+
-
+
+
+
+
+
-
-
+
Cresc. não Sustentado
LP
+
+
+
-
-
-
+
-
-
+
Bolha ativos
CP = curto prazo; LP = longo prazo; imcp = taxa de juro de mercado de curto prazo; imlp = taxa de juro de mercado de longo prazo; C = consumo; I = investimentos.
Os dois quadros acima são uma análise reducionista (no caso não foram consideradas as expectativas sobre a conjuntura prospectiva, nem as ações futuras da autoridade governamental.).

DADOS MENSAIS ANUALIZADOS
MÊS
SELIC
2001
DI 360
2001
E,
C.
N.
IPCA
2001
IGPM
2001
x
SELIC
2002
DI 360
2002
E,
C.
N.
IPCA
2002
IGPM
2002
x
SELIC
2003
DI 360
2003
E,
C.
N.
IPCA
2003
 IGPM
2003
JAN.
15,25
15,44
N
7,058
7,699
x
19
20,81
E
6,426
4,406
x
25,5
29,13
E
30,06
31,84
FEV.
15,25
16,44
E
5,662
2,795
x
18,75
18,96
N
4,406
0,722
x
26,5
29,24
E
20,55
31,06
MAR.
15,75
19,82
E
4,656
6,931
x
18,5
18,53
N
7,44
1,085
x
26,5
27,14
E
15,8
19,99
ABR.
16,25
21,49
E
7,186
12,68
x
18,5
19,79
E
10,03
6,931
x
26,5
23,96
C
12,28
11,62
MAI.
16,75
22,99
E
5,032
10,82
x
18,5
19,9
E
2,549
10,42
x
26,5
23,53
C
7,571
-3,156
JUN.
18,25
24,03
E
6,422
12,41
x
18,5
26,21
E
5,158
20,12
x
26
21,99
C
1,815
-12,68
JUL.
19
25,65
E
17,18
19,27
x
18
29,01
E
15,25
26,08
x
24,5
21,32
C
2,426
-7,214
AGO.
19
24,56
E
8,731
17,87
x
18
23,42
E
8,085
31,68
x
22
18,99
C
4,157
4,656
SET.
19
25,92
E
3,412
3,784
x
18
29,94
E
8,99
32,92
x
20
18,06
C
9,772
15,12
OUT.
19
24,55
E
10,43
15,11
x
21
29,7
E
16,9
57,72
x
19
17,59
C
3,536
4,656
NOV.
19
22,95
E
8,861
14,03
x
22
30,9
E
42,91
83,52
x
17,5
16,02
C
4,157
6,042
DEZ.
19
20,23
E
8,085
2,672
x
25
29,07
E
28,32
55,54
x
16,5
15,88
C
6,422
7,571

MÊS
SELIC
2008
DI 360
2008
E,
C.
N.
IPCA
2008
 IGPM
2008
x
SELIC
2009
DI 360
2009
E,
C.
N.
IPCA
2009
 IGPM
2009
x
SELIC
2010
DI 360
2010
E,
C.
N.
IPCA
2010
 IGPM
2010
JAN.
11,25
12,08
E
6,676
13,39
x
12,75
11,16
C
5,91
-5,41
x
8,75
10,46
E
9,38
7,83
FEV.
11,25
11,92
E
6,041
6,548
x
12,75
10,62
C
6,80
3,16
x
8,75
10,75
E
9,77
15,12
MAR.
11,25
12,69
E
5,915
9,25
x
11,25
9,79
C
2,42
-9,25
x
8,75
10,85
E
5,91
11,88
ABR.
11,75
13,21
E
6,803
8,602
x
10,25
9,88
C
5,91
-1,81
x
8,75
11,66
E
6,04
9,64
MAI.
11,75
13,75
E
9,9
21,12
x
10,25
9,34
C
5,78
-0,84
x
9,5
11,54
E
5,22
15,25
JUN.
12,25
14,45
E
9,25
26,25
x
9,25
9,23
N
4,40
-1,21
x
10,25
11,86
E
0,0
10,69
JUL.
13
14,58
E
6,549
23,29
x
8,75
9,21
E
2,92
-5,28
x
10,75
11,16
E
0,12
1,815
AGO.
13
14,57
E
3,412
-3,91
x
8,75
9,2
E
1,81
-4,40
x
10,75
11,10
E
0,481
9,641
SET.
13,75
14,43
E
3,165
1,21
x
8,75
9,65
E
2,92
5,15
x
10,75
11,28
E
5,535
14,707
OUT.
13,75
15,34
E
5,535
12,4
x
8,75
9,93
E
3,41
0,60
x
10,75
11,21
E
9,381
12,816
NOV.
13,75
15,34
E
4,406
4,65
x
8,75
10,12
E
5,03
1,21
x
10,75
11,94
E
10,43
18,857
DEZ.
13,75
12,17
C
3,412
-1,57
x
8,75
10,46
E
4,53
-3,16
x
10,75
12,03
E
7,83
8,6015

MÊS
SELIC
2011
DI
360

E,
C.
N.
IPCA

IGPM

SELIC
2012
DI
360

E,
C.
N.
IPCA

IGPM

JAN.
11,25
12,44
E
10,4275
9,9029
x
10,5
9,55
C
6,9309
3,0416
FEV.
11,25
12,62
E
10,0338
12,682

10,5
9,41
C
5,53567
-0,722
MAR.
11,75
12,29
E
9,90295
7,699

9,75
8,96
C
2,5493
5,2838
ABR.
12,00
12,58
E
9,6415
5,5356

9,00
8,33
C
7,9562
10,691
MAI.
12,00
12,45
E
5,7881
5,2838

8,50
7,93
C
4,40657
12,95
JUN.
12,25
12,65
E
1,8149
-2,1815

8,50
7,57
C
0,9642
8,2139
JUL.
12,50
12,58
E
1,93698
-1,449

8,0
7,46
C
5,2838
17,319
AGO.
12,0
11,22
C
4,53147
5,4096

7,50
7,49
C
5,0325
18,576
SET.
12,0
10,39
C
6,54871
8,0850

7,50
7,48
C
7,0585
12,281
OUT.
11,5
10,30
C
5,2838
6,5487






NOV.
11,50
9,66
C
6,42159
6,1678






DEZ.
11,0
10,04
C
6,16778
-1,4495






 SELIC MAIOR DO QUE DI 360 = POL. MONET. CONTRACIONISTA (C).
SELIC MENOR DO QUE DI 360 = POL. MONET. EXPANSIONISTA (E).
SE DI 360 (taxa de juro de mercado de 1 ano) FOR MENOR DO QUE TAXA NATURAL (neutra ou de equilíbrio) = TAXA DE MERCADO EXPANSIONISTA.


domingo, 14 de outubro de 2012

TEORIA QUANTITATIVA, LIMITES, MONETARISMO DE M. FRIEDMAN.


TEORIA QUANTITATIVA, LIMITES, MONETARISMO DE M. FRIEDMAN.

PALAVRAS: conceitos reducionistas, teoria quantitativa x equações quantitativas, meta de expansão monetária, meta de inflação, limites, sintonia fina, calibrar, adequar, taxa básica de juro (controle de expansão monetária), taxa de juro de mercado e natural (de equilíbrio, neutra), bolhas de preços de ativos, política econômica consistente, previsível, sustentada, credibilidade, ambiente, VARIÁVEIS CONTROLÁVEIS (orçamento, taxa básica, depósitos compulsórios, limites prudenciais e operacionais, etc.).

INÍCIO. Em economia os conceitos reducionistas devem ser entendidos como aplicáveis em casos específicos. Nunca devem ser entendidos de forma generalista. Sabemos que efeito (e tendência) uma variável tem, mas em economia é o conjunto de fatores e variáveis (o peso de cada um) que definirá a tendência. A maioria dos erros em análises econômicas é resultante de estudos reducionistas (deixar de considerar o peso de todos os fatores e variáveis). UM EXEMPLO: as equações quantitativas são reducionistas e devem ter um entendimento que considere isto, a teoria quantitativa é ampla e permite um entendimento onde todas as variáveis sejam consideradas. Podemos generalizar: as equações macroeconômicas (e econométricas) apesar de toda a evolução são reducionistas (isto não as invalida, longe disto, são a cada dia melhoradas e inovadas), e devem assim ser entendidas (algumas são de precisão impressionante).

O MONETARISMO, linha de pensamento econômico baseado na teoria quantitativa, foi revivido, modernizado, prestigiado e explicado por M. Friedman, quando estudou a crise (recessão, depressão) de 1930 e concluiu que a mesma ocorreu por causa das autoridades monetárias terem permitido que a quantidade de moeda caísse em mais de um terço. 

Keynes concluiu diferentemente receitando queda das taxas de juros e aumento dos gastos públicos. No fim os dois caminhos evitam a queda da quantidade de moeda, mas a solução keynesiana leva ao descontrole da inflação (é o que podemos denominar de irresponsabilidade fiscal e monetária). A receita keynesiana por não colocar limites na queda dos juros nem nos gastos públicos leva à formação de bolhas nos preços dos ativos que não moeda e à crise. O estouro das bolhas e seus efeitos: crise de crédito, efeito empobrecimento, redução das atividades, bancos ficam mais seletivos na concessão de crédito, redução da liquidez, falências, etc. 

M. Friedman aconselha que a crise deve e pode ser evitada com um conhecido, constante e consistente crescimento da quantidade de moeda, tendo por limite o potencial de crescimento do PIB (entre 3 a 5%). A crise, se instalada, deve ser combatida evitando-se a queda de quantidade moeda. O que chamam hoje de AUSTERIDADE pode e deve ser conceituado como RESPONSABILIDADE. Toda crise tem por origem irresponsabilidades fiscais, monetárias e ou cambiais (geralmente as três).
O pensamento de M. Friedman levou à adoção da utilização da Variável CONTROLÁVEL Taxa Básica de juro para controlar os excessos de monetização (irresponsabilidades monetárias) e o processo inflacionário. É o que evoluiu para o tripé: meta de inflação, responsabilidade fiscal (superávit primário) e câmbio flutuante (também defendido por Keynes). O Crescimento Econômico Sustentado só acontece em ambientes que passam segurança e com moeda sem desvalorização, que cumpra sua função de Reserva de Valor (demagogia e irresponsabilidade têm vida curta.).  
MAG 10/2012. 

sábado, 13 de outubro de 2012

APOSENTADORIAS E JUROS.


APOSENTADORIA - CÁLCULOS MATEMÁTICOS (NÃO ATUARIAIS)

A crise do Euro (globalizada), a monetização promovida pelo Fed e pelo Brasil, fez as taxas de juros de mercado (do dólar e a doméstica do Brasil) ficarem abaixo da natural (neutra ou de equilíbrio). Na verdade a taxa de mercado (BM&FBOVESPA) pré ex-post de 1 ano (DI 360) está desde abril deste ano negativa. Considerando isto fiz os cálculos matemáticos abaixo para demonstrar o risco que os trabalhadores da iniciativa privada estão correndo (já que os funcionários públicos são privilegiados com aposentadorias igual ao último salário e corrigidas de acordo com os da ativa.).

1) POUPANÇA NECESSÁRIA PARA GARANTIR UM RENDIMENTO MENSAL FUTURO (uma aposentadoria) DURANTE UM PERÍODO DESEJADO.
Vamos considerar as variáveis:
a) TRÊS taxas de juros mensais: i = 0; i = 0,3274% e 0,5%;
b) período de recebimento da aposentadoria de 360 meses (30 anos, aposentadoria com 55 anos e vida até 85), e de 216 meses (18 anos, aposentadoria com 65 anos e vida até os 83);
c) renda mensal R$1.000,00.
Soluções (HP 12C):
POUPANÇA NECESSÁRIA PARA GARANTIR O PAGAMENTO DA APOSENTASDORIA:
i = 0; n = 360; PMT = 1.000; PV = R$360.000,00.
i = 0,3274%; n = 360; PMT = 1000;  PV = R$211.273,70.
i = 0,5%; n = 360;  PMT = 1000;  PV =  R$166.791,61.
I = 0; n = 216; PMT = 1000; PV = R$216.000,00
i = 0,3274; n = 216; PMT = 1000;  PV = R$154.673,04.
i = 0,5; n = 216; PMT = 1000;  PV = R$131.897,87.
Resposta, PV = poupanças necessárias para garantir o pagamento da aposentadoria considerando períodos e taxas diferentes.
2) POUPANÇA MENSAL NECESSÁRIA  (% do salário) PARA CAPITALIZAR UM VALOR QUE GARANTA UM RENDIMENTO MENSAL FUTURO DURANTE UM PERÍODO DESEJADO.
Vamos considerar as variáveis:
a) TRÊS taxas de juros mensais: i = 0; i = 0,3274% e 0,5%;
b) capital futuro necessário para garantir a renda mensal: R$ 316.000,00; R$211.273,70; R$166.791,61; R$216.000,00; R$154.673,04; R$131.897,87;
c) período de capitalizações de mensalidades n = 420 (35 anos);
d) aposentadoria, renda mensal = R$1.000,00.
Soluções (HP 12C): 
n = 420; i = o; FV = R$360.000,00; PMT = R$857,14 = 85,71% do rendimento mensal.
n = 420; i = 0,3274; FV = 211.273,70;  PMT = R$234,75 = 23,475% do rendimento mensal.  
n = 420; i = 0,5; FV = 166.791,61;  PMT = R$117,07 = 11,707% do rendimento mensal. 
n = 420; i = 0; FV = 216.000,00; PMT = R$514,28 = 51,428% do rendimento mensal.
n = 420; i = 0,3274; FV = 154.673,04;  PMT = R$171,86 = 17,186% do rendimento mensal.
n = 420; i = 0,5; FV = 131.897,87;  PMT = R$92,58 = 9,258% do rendimento mensal.
PMT = % que deverá ser poupado sobre o salário mensal para garantir a aposentadoria.
MAG 10/2012 (parte de artigo publicado em 10/1998).  

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

PARA ONDE VAI O DÓLAR?


PARA ONDE VAI O DÓLAR?

CHARLES HUGH SMITH fez a previsão de que “o dólar vai subir” e argumenta os motivos “expansão global e contração de dólares para o comércio e em reservas.” Argumenta ainda, “tudo se resume em oferta e demanda: a demanda por dólares para reservas continuará alta, e a oferta dos mesmos irá diminuir.”  

No momento os USA estão com déficits no Balanço Comercial, em Transações Correntes e Fiscal. País que emite a moeda de comércio e reserva mundial não consegue ter superávit no Balanço Comercial (para isto teria que aceitar uma desvalorização de sua moeda, o inverso do que prevê C. H. Smith). A desvalorização da moeda traria como consequência a redução do poder de compra e da qualidade de vida de sua população. O déficit em Transações Correntes também é muito difícil de ser eliminado (da mesma maneira que é fácil de ser financiado). Se o PIB mundial crescer a entrada de dividendos cai, pois as suas multis terão que investir em suas filiais para conquistar ou manter mercados. O déficit fiscal poderá ser reduzido e até eliminado.
Para manter seu status os USA terão que emitir títulos ou dólares. Se emitir títulos os juros devem subir e o dólar se valorizará. Se emitir moeda os juros se mantêm baixos e o dólar se desvaloriza. Isto até que o processo inflacionário retorne e obrigue a adoção de responsabilidade (austeridade) fiscal e monetária. É como empurrar com a barriga, as bolhas vão se formando para substituir a moeda que se desvaloriza até que estoure e comece tudo de novo. A responsabilidade (austeridade?) fiscal, monetária e cambial não permitem abusos e privilégios, mas evitam crises (pelo menos ameniza-as).  
ESTAMOS CAMINHANDO PARA: a renda dos países com capacidade de produção industrial terá que ser menos desigual, a dos USA e a do mundo desenvolvido cairá relativamente (através da desvalorização do dólar), a do mundo em desenvolvimento subirá (com a valorização de suas moedas).  
Um dos motivos que me leva a condenar a desvalorização artificial do Real é a queda do poder de compra e da qualidade de vida de todo um povo (e de suas empresas) para beneficiar exportadores que não necessitam de proteção cambial e outros que não merecem. Se fosse politicamente possível seria melhor doar verbas para as empresas sem capacidade de competir (longe de mim defender esta ideia, apenas afirmo que seria menos danoso para a economia) do que desvalorizar artificialmente a moeda. A luta pela sobrevivência é que obriga as empresas a investirem em ganhos de produtividade e em inovações. A proteção e a reserva de mercado acomodam e tornam as empresas atrasadas e paradas no tempo (é o pior que se pode fazer a uma economia). MAG 10/2012