sexta-feira, 19 de abril de 2013

TAXA BÁSICA – EFEITOS NAS TAXAS DE JUROS DE MERCADO DE CP, DE LP, NO PRIMEIRO (CP) E NO SEGUNDO MOMENTO (LP).


TAXA BÁSICA – EFEITOS NAS TAXAS DE JUROS DE MERCADO DE CP, DE LP, NO PRIMEIRO (CP) E NO SEGUNDO MOMENTO (LP).
O s efeitos de um aumento ou redução da taxa básica dependem, resumidamente, de:
a)    Se a inflação está ascendente ou descendente (série superior ou inferior ao mesmo mês do ano anterior);
b)    Se a atual taxa básica está acima (contracionista) ou abaixo (expansionista) da taxa neutra e se o aumento (ou redução) ultrapassa-a (positiva ou negativamente) ou não;
c)    Se as expectativas (conjuntura prospectiva) são positivas ou negativas;
d)    Da credibilidade das autoridades monetárias;
e)    Do Balanço de Pagamentos (positivo ou negativo);
f)     Da relação dívida pública e resultado fiscal.
Outros fatores poderiam ser relacionados, mais ou menos importantes, dependendo do momento (por exemplo, uma eleição, uma mudança de governo).
Analisando os efeitos do aumento atual de 0,25% na Selic: no primeiro dia as taxas de juros de mercado de cp e de lp reduziram fazendo parecer que a medida do COPOM foi correta. Em tese, no primeiro momento, as taxas de cp deveriam subir acompanhando o aumento da Selic e as de lp ceder (prevendo-se queda na inflação). Na verdade o mercado antecipou os aumentos das taxas (de cp e de lp) prevendo um aumento da Selic de 0,5% e outros subsequentes, ocorrendo agora os ajustes para baixo na curva de juros. No segundo momento as taxas de mercado de cp irão acompanhar as previsões do aumento da Selic e as de lp iniciarão um movimento de alta se as expectativas de inflação não cederem (e de baixa se cederem). As autoridades monetárias podem (e devem) influenciar as expectativas deixando transparecer os futuros movimentos. No longo prazo sempre prevalecerá a verdade (a tendência da inflação). MAG 04/2013.
MATRIZ RESUMIDA DAS TENDÊNCIAS DE VARIÁVEIS A PARTIR DE MUDANÇAS NA TAXA BÁSICA(SELIC)
ib e imlp
CP
LP
ib  
imcp
imlp
PIB  
 C   
 I  
INFL.
Poup.
EXP.
IMP.

PIB

Contr. Monet.
ib >  imlp
CP
+
+
-
-
 -
-
-
+
+
-
Redução atividades
LP
-
-
-
+
+
+
-
+
+
-
Cresc. Sustentado
Expans. Monet.
ib <  imlp  
CP
+
-
+
+
+
+
+
-
-
+
Cresc. não Sust.
LP
+
+
+
-
-
-
+
-
-
+
Bolha
CP (curto prazo) = primeiro momento; LP (longo prazo) = segundo momento; imlp = juro de mercado de equilíbrio de lp; imcp = juro de mercado de curto prazo.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

A MOEDA - RESUMO HISTÓRICO


A MOEDA - RESUMO HISTÓRICO

1) NO INÍCIO AS TROCAS DIRETAS (ESCAMBO): as sociedades e economias rudimentares utilizavam as trocas diretas como meio de circulação dos produtos. Com o desenvolvimento das relações comerciais e a divisão do trabalho algumas mercadorias passaram a ser utilizadas como moeda.

2) MERCADORIA MOEDA: mercadorias mais comercializáveis, mais fáceis de estocar e de transportar, passaram a ser utilizadas como moeda de troca (o sal, o trigo, o gado, etc.). Como eram ao mesmo tempo um bem de consumo e de troca, ficavam comprometidas como reserva de valor e instrumento de troca. Produtos com mais durabilidade e facilidade de transporte passaram a ser os preferidos como instrumento de trocas e de reserva (os metais).

3) MOEDA METÁLICA: o ouro e a prata passaram a ser os metais preferidos por suas qualidades atenderem as funções de reserva de valor e de instrumento de trocas. Comerciantes mais ricos e que adquiriram CONFIANÇA do mercado, passaram a emitir certificados de depósitos de ouro ou de prata, para evitar o risco e a dificuldade do transporte. Daí nasceram as casas de Custódia, que armazenavam o ouro ou a prata e emitiam os Certificados de Depósitos, mais cômodos e seguros. Estes certificados passaram a circular no lugar dos metais. O poder de compra da moeda metálica, ouro ou prata, variava diretamente com o valor de mercado dos metais. As descobertas de novas minas influenciavam o valor dos metais no mercado (e o poder de compra das moedas).

3.1) BIMETALISMO E MONOMETALISMO: quando os governos passaram a fixar o poder de compra das moedas, ouro e prata, obedecendo a uma relação fixa (Inglaterra em 1717, USA 1787) independente do valor dos metais no mercado, a moeda cujo metal valorizava em relação ao outro sumia de circulação (todos só pagavam com a moeda cujo metal estava desvalorizado em relação ao outro). Principalmente por este motivo, em 1816 a Inglaterra adotou o padrão ouro, e os USA em 1873 (formal em 1879). Milton Friedman argumentou que a adoção do monometalismo (ouro) nos USA, devido à valorização e à escassez do ouro em relação à prata foi um crime contra a economia. Seu argumento era de que se a prata não tivesse sido abandonada a quantidade de moeda em circulação teria crescido muito mais do que com o padrão ouro (mais escasso). O descasamento do ritmo de crescimento econômico com a quantidade ofertada de moeda padrão ouro fez ocorrer deflação, o que gerava insatisfação (ao que denominou de ilusão monetária = a atenção é maior para os preços nominais do que para os reais). A deflação desagradava mais aos produtores (era mais visível nos poucos produtos que vendia), do que agradava aos consumidores (a atenção era dispersa em vários produtos). Já a inflação moderada (o aumento dos preços agrada aos vendedores e por ser disperso e pequeno desagrada pouco aos consumidores) provoca a sensação de bem estar, e a deflação, mesmo que moderada, causa uma sensação de desagrado. 

4) MOEDA-PAPEL: os certificados emitidos pelas casas de custódia passaram a ser considerados como uma moeda-papel. Os donos das casas de custódia, com o tempo, verificaram que um saldo do estoque de moedas (ouro e prata) sempre ficava ocioso (apesar da movimentação de novos depósitos e saques).

5) PAPEL MOEDA, MOEDA FIDUCIÁRIA: os depósitos de ouro que ficavam ociosos em estoque nas Casas de Custódia permitiram que estas emitissem certificados não lastreados ou parcialmente lastreados, sendo que sua circulação e aceitação dependiam da CONFIANÇA da casa emissora do certificado, dando início ao que seria no futuro o papel moeda com emissão monopolizada pelos governos. Como vemos os primeiros certificados eram 100% lastreados em metal.

6) PAPEL MOEDA MONOPÓLIO DOS GOVERNOS; com o tempo os governos se viram obrigados a controlar e fiscalizar as casas de custódia (primeiros bancos).  O monopólio de emissão de moedas pelos governos foi uma evolução natural. A evolução na tecnologia na fabricação do papel moeda (início do século XIX), evitando falsificações, foi fator importante e preponderante no abandono da moeda metálica ouro para o papel moeda padrão ouro. No início as moedas emitidas pelos governos eram parcialmente conversíveis. A última moeda importante parcialmente conversível foi o dólar americano, que abandonou o padrão ouro em 1971.

7) MOEDA ESCRITURAL, CONTÁBIL OU BANCÁRIA: com a evolução e o desenvolvimento do sistema financeiro, do crescimento dos depósitos e dos empréstimos, foi sendo aumentada a circulação e a quantidade da moeda escritural, movimentada por meio de cheques e de ordens de pagamentos (hoje transações eletrônicas). Verificou-se que os depósitos criam condições de empréstimos, que criam novos depósitos, que criam novos empréstimos, sucessivamente. Os governos verificaram a necessidade de regulamentar o sistema bancário, com normas prudenciais, limites de criação de moeda escritural (capital x empréstimos) e a atividade passou a ser concedida ou autorizada e regulamentada pelos governos.

8) O BANCO CENTRAL (A AUTORIDADE MONETÁRIA); o monopólio da emissão de moeda, a necessidade de controle e fiscalização dos bancos e do meio circulante fez surgir, como evolução natural, o que hoje entendemos por Banco Central (século XIX). Podemos considerar o Banco da Inglaterra como o primeiro banco central do mundo. Foi uma evolução natural, depositário das reservas do sistema bancário, compensação das operações dos outros bancos, emprestador de última instância (redesconto). Na América Latina, o Banco do Uruguai, foi o que podemos considerar como primeiro Banco Central da região (1896). A separação do Banco Central com a execução orçamentária de receita e despesa dos governos (orçamento fiscal) é uma conquista que veio aos poucos e está ainda em implantação em muitos países. A autonomia ou independência do BC é assunto que ainda provoca contraditórios, mas é uma necessidade e evolução natural. As funções modernas dos bancos centrais são:
a) emissão de moeda e controle do meio circulante;
b) redesconto (empréstimos a instituições financeiras);
c) regular a oferta da moeda através da taxa básica de juros (compra de títulos do governo) e do compulsório (medida também prudencial);
d) banco do governo (caixa do tesouro nacional) e dos bancos;
e) regulamentar, supervisionar e fiscalizar o sistema financeiro nacional, inclusive conceder autorização para o funcionamento de bancos;
f) administrar o sistema de pagamentos e o meio circulante;
g) administrar as reservas (em moedas, títulos e ouro);
h) executar a política cambial, incluindo o movimento de capitais.
Resumindo, podemos definir a missão do Banco Central como: Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez do sistema financeiro.     

9) O BANCO CENTRAL DO BRASIL: foi criado pela lei 4.595 de 31/12/1964 (governo revolucionário), denominada lei da reforma bancária (em substituição à SUMOC, criada em 1945), juntamente com o CMN (Conselho Monetário Nacional). O Banco Central do Brasil exerce a função de banqueiro do governo (conta única do Tesouro Nacional). A política monetária, atualmente, obedece ao sistema de Metas para a Inflação (SMPI). A meta é estabelecida pelo CMN como objetivo a ser alcançado pelo BC e pelo COPOM, Comitê de Política Monetária do BC, que buscam influenciar as expectativas dos agentes econômicos, utilizando como ferramentas, a taxa básica de juros (acima ou abaixo da taxa neutra, conforme a conjuntura), depósito compulsório, IOF, normas, atas, relatórios e comunicados.

10) AS DESVALORIZAÇÕES DAS PRINCIPAIS MOEDAS DESDE A ANTIGUIDADE (um breve resumo): as moedas metálicas tinham o seu valor baseado no seu peso e pureza (ouro, prata). Os romanos para financiar suas guerras de conquistas reduziam o peso e a pureza do ouro contido nas moedas (era um tipo de inflação ou desvalorização da moeda). Os governos imperiais e monárquicos achavam-se no direito de falsificar a moeda da mesma maneira que os romanos. Nos tempos mais contemporâneos muitas nações deixaram de honrar o compromisso com sua moeda.
Podemos enumerar os prejuízos (tipo de moratória ou quebra) que deram:
a) a Inglaterra deixou de honrar a conversibilidade da Libra esterlina em ouro na primeira guerra mundial (após a guerra, em 1925, retornou para a conversibilidade à paridade de antes da guerra, um tiro no peito);
b) em 1931 a França resolveu transformar toda a sua reserva em ouro. A Inglaterra não tendo como honrar suspendeu a conversibilidade da Libra esterlina;
c) em 1944, na conferência de Bretton Woods os USA comprometeram-se a garantir a conversibilidade do dólar em ouro ao preço de US$35,00 por onça-troy. Em 1968 os USA estabeleceu dois preços para o ouro, um oficial apenas para os bancos centrais, outro livre para outros agentes econômicos;
d) em 15/08/1971, os USA, abandonam totalmente a conversibilidade do dólar em ouro. Em março de 1973 os países industrializados abandonam a paridade fixa com o dólar, deixando suas moedas flutuarem em relação ao mesmo enterrando de vez o sistema de Bretton Woods;
e) em 1979 os principais países da Europa decidiram criar um sistema monetário regional (o EURO). 

O ouro chegou a valer mais de US$800,00 (1980), caindo para US$300,00 em 1985 (as negociações ou especulações como alguns definem alcançaram uma intensidade de movimentação imprevisível). Na primeira década do século 21 o dólar passa a ter circulação muito maior do que a economia dos USA  (na verdade os USA passam a viver de emitir moeda). O regime de câmbio fixo só se justificaria se o dólar fosse conversível em ouro a uma paridade fixa (Bretton Woods). Se o dólar é apenas uma moeda escritural, seu valor dependerá da política monetária e da economia americana (a capacidade dos USA oferecer alguma riqueza real em troca dos dólares). O capital (direitos de receber dividendos, juros, de retorno de capitais) de residentes nos USA no exterior deve ser considerado nesta análise.    

ADENDO SOBRE O MONETARISMO: pensamento econômico que afirma que a estabilidade do poder de compra da moeda é condição necessária, mas não o suficiente, para que ocorra o crescimento sustentado.
Recomenda para o controle da inflação:
a) a utilização da taxa básica de juros como a ferramenta mais poderosa para adequar e harmonizar a velocidade de crescimento da oferta e da demanda, controlar a liquidez e o volume de crédito. Fixar acima da taxa neutra ou estrutural, quando ocorre inflação ascendente, abaixo quando a inflação está controlada e a tendência de crescimento não ocorre;
b) o controle da dívida pública (se alta através de superávits primários);
c)  o crescimento da liquidez constante (entre 3% e 5% para não causar inseguranças e imprevisibilidades) e em harmonia com o crescimento econômico.


marco aurélio garcia, 03/2011.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

SELIC - IPCA (demagogia ou erro?).


 SELIC - IPCA
Mês
2011
SELIC
2012
SELIC
2013
SELIC
Jan.
0,83
11,25
0,56
10,50
0,86
7,25
Fev.
0,80
11,25
0,45
10,50
0,60
7,25
Mar.
0,79
11,75
0,21
9,75
0,47
7,25
Abr.
0,77
12,0
0,64
9,0


Mai.
0,47
12,0
0,36
8,50


Jun.
0,15
12,25
0,08
8,50


Jul.
0,16
12,50
0,43
8,0


Ago.
0,37
12,0
0,41
7,5


Set.
0,53
12,0
0,57
7,5


Out.
0,43
11,50
0,59
7,25


Nov.
0,52
11,50
0,60
7,25


Dez.
0,50
11,0
0,79
7,25


Ano
6,50
X
5,84
X
1,94

Depois que a Selic caiu para 8,0% o IPCA sempre foi superior ao do mesmo mês do ano anterior (o que prova o excesso da queda e atraso na subida). Em amarelo IPCA abaixo da meta, em laranja acima do mesmo mês do ano anterior.  São 9 meses seguidos com IPCA acima do mesmo mês do ano anterior.  MAG 04/2013.

domingo, 7 de abril de 2013

GASTOS PÚBLICOS (qualidade) E CRESCIMENTO CONSISTENTE E SUSTENTADO. LIBERAIS MONETARISTAS X KEYNESIANOS.


GASTOS PÚBLICOS (qualidade) E CRESCIMENTO CONSISTENTE E SUSTENTADO.
LIBERAIS MONETARISTAS X KEYNESIANOS.

POLÍTICA FISCAL:
Os gastos públicos podem ser estratificados em relação à sua qualidade em:
      a)    produtivos e improdutivos;
      b)    necessários e desnecessários;
      c)    benéficos e maléficos.
Neste texto vamos tratar dos gastos públicos com:
       a)    com Consumo produtivo e improdutivo;
       b)    com Investimento produtivo e improdutivo.
Chamo a atenção que um gasto (consumo ou investimento) pode ser produtivo e desnecessário.
Gastos com Consumo improdutivo e com parcela alta em relação ao produtivo pode, para os liberais, afetar negativamente o crescimento econômico sustentado (para os keynesianos provoca crescimento). O mesmo raciocínio é válido para os Investimentos. Os liberais defendem o princípio de que a qualidade dos investimentos (produtivos e improdutivos) e sua participação na Renda Nacional são fundamentais para o crescimento econômico consistente e sustentado.

     a)    Investimento improdutivo e desnecessário: uma ponte construída onde não tem estrada, túneis ferroviários sem ferrovia (ferrovia do aço em MG), estádio de futebol superdimensionado, duas escolas onde é necessária apenas uma; hidroelétrica ou rede elétrica desnecessária, usina atômica imperfeita ou proibida; etc.;

     b)    Investimento improdutivo e necessário: reforma ou construção de estádio de futebol, de escola, substituição de uma ponte velha por uma nova, financiamento de uma pesquisa que deu resultado negativo, etc.;

    c)    Investimento produtivo e necessário: todo aquele do qual resulta aumento de produção ou de produtividade;   

    d)    Gasto com consumo (ou investimento) improdutivo e desnecessário é o que, para os liberais, se em proporção alta em relação aos produtivos e necessários, pode provocar redução da riqueza nacional. Os keynesianos pensam o contrário, para eles todo gasto provoca crescimento.

A boa ou a má QUALIDADE do GASTO PÚBLICO - G -  (necessários, desnecessários, produtivos, improdutivos, meio ou fim, benéficos, maléficos, honestos ou desonestos), é fator condicionante do crescimento sustentado e do desenvolvimento econômico e social (qualidade de vida). Neste sentido podemos afirmar que o subdesenvolvimento (e a pobreza) é consequência da má qualidade na gestão dos gastos públicos.

 POLÍTICA MONETÁRIA:
Os monetaristas e os liberais consideram que a estabilidade monetária é condição necessária, mas não o suficiente, para o crescimento econômico consistente e sustentado.

CRESCIMENTO ECONÔMICO SUSTENTADO, MOEDA E INFLAÇÃO:

J. M. KEYNES: “Não existe meio mais sutil e mais seguro de subverter a base existente da sociedade do que pela desmoralização da moeda.” "Os regimes autoritários contemporâneos parecem resolver o problema do emprego à custa da eficiência e da liberdade."

LÊNIN: “A melhor maneira de destruir um sistema capitalista é destruir a sua moeda.”

ADAM SMITH (21 anos antes de publicar A Riqueza das Nações): “Para retirar um estado do mais baixo nível de pobreza e elevá-lo à riqueza bastam três coisas: a paz, impostos módicos e uma boa administração da justiça. O resto virá por consequência.”

MILTON FRIEDMAN - CÂMBIO: “A instabilidade das taxas de câmbio é um sintoma da instabilidade da estrutura econômica subjacente. A eliminação de tais sintomas pelo estabelecimento administrativo das taxas cambiais não corrige nenhuma das dificuldades subjacentes e só torna o ajustamento a elas ainda mais penoso.” Substituir a ordem natural, espontânea e complexa dos mercados (infinitos interesses pessoais) pelas limitações do planejamento centralizado, dirigido por burocratas de governos (totalitários e autocráticos, onde a corrupção é facilitada), é o caminho do empobrecimento. 

BANCO CENTRAL DO BRASIL – Missão: assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente.   

Apesar dos que se dizem keynesianos (e desenvolvimentistas) defenderem a ideia de que um pouco mais de inflação faz desenvolvimento, podemos ver pelo acima que o grande pensador econômico era contra a inflação. Keynes também era a favor do câmbio flutuante (semelhante aos liberais e diferente dos nacional-desenvolvimentistas). Os modernos monetaristas defendem a teoria quantitativa (não confundir com a equação quantitativa que é uma simplificação, um reducionismo) como M. Friedman, ou seja: a quantidade de moeda deve crescer tendo por limite a capacidade de crescimento da economia (PIB potencial ou NAICU - Non-Accelerating Inflation Rate of Capacity Utilization: Taxa de utilização da capacidade instalada que não acelera a inflação -; e a NAIRU - Non-Accelerating Inflation Rate of Unemployment: taxa de desemprego que não acelera a inflação. 6%), sem oscilações grandes, para reduzir a volatilidade e aumentar a previsibilidade.      M. Friedman defendeu o controle da oferta monetária por considerar mais transparente e de mais fácil controle. A experiência demonstrou que K. Wicksell, que em 1906 defendeu a manipulação da taxa de juro ("o problema fundamental da ciência monetária" teria solução teórica e prática, bastando para isso a adequada manipulação da taxa de juro, "reduzindo-a quando os preços estivessem em baixa, e elevando-a quando se mostrassem em alta.)" como meio de controlar a liquidez e a inflação. Hoje a harmonia entre a política monetária (meta de inflação), a fiscal (responsabilidade fiscal) e a cambial (câmbio flutuante) é a corrente de pensamento dominante. Keynes defendeu a baixa da taxa de juro em qualquer circunstância conforme escreveu: “O remédio para o auge não é portanto a alta, mas a baixa da taxa de juros; porque aquela pode fazer perdurar o chamado auge. O verdadeiro remédio para o ciclo econômico não consiste em evitar os auges e em manter assim uma semi depressão permanente, mas em evitar as depressões e manter deste modo um quase auge constante.  O resultado desta política aconselhada por Keynes levou as nações que a experimentaram à inflação e a seguir à estagflação. Outra diferença fundamental entre liberais e keynesianos é a política discricionária. Os liberais são a favor de normas que limitam o poder discricionário das autoridades  (monetárias e fiscais) e de normas que estabeleçam as regras do jogo (defesa da concorrência). Keynes era a favor da política com poder discricionário (menos regras limitando os poderes das autoridades). Bem diferente do que escrevem no Brasil. MAG 04/2013.