quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

POLÍTICA E ECONOMIA (CENÁRIOS, TENDÊNCIAS, PREVISIBILIDADE).


 POLÍTICA E ECONOMIA (CENÁRIOS, TENDÊNCIAS, PREVISIBILIDADE).

A teoria econômica é a ciência utilizada pelos políticos (detentores do poder de decisões) para o planejamento da política econômica do país (monetária, cambial e fiscal).  É uma ciência que estuda os efeitos das ações (ou falta de) gerenciais nas variáveis controláveis (taxa básica, etc.) sobre as não controláveis (taxas de juros de mercado, etc.). É uma ciência inexata, apesar de utilizar a matemática e a estatística como ferramentas auxiliares imprescindíveis. As leis econômicas são dinâmicas, sempre um processo em movimento (estudam fenômenos ou movimentos que se sucedem no tempo). São também condicionais como todas as leis científicas (requisitos são condições necessárias). São complexas, o entendimento exige conhecimentos acumulados, quase sempre tem exceções. Os efeitos no curto prazo podem ser diferentes do longo prazo (no primeiro momento diferente do segundo).  Leis ou postulados econômicos são enunciados de tendências e não previsões exatas.  A economia em equilíbrio natural (não artificial ou forçado) tem a previsibilidade e o planejamento facilitados, encoraja os investimentos, o crescimento é sustentável, a moeda é estável; em desequilíbrio é mais volátil e a previsibilidade cai (desencorajando investimentos). Alarmar os agentes econômicos é mais fácil do que torná-los otimistas e racionais. Autoridades que passam insegurança, por ignorância ou populismo, dificultam a previsibilidade e fazem os investimentos paralisarem (prorrogam decisões).

A política é o poder, no nível nacional escolhe a política econômica a ser adotada e seguida (monetária, cambial e fiscal). Todo o conhecimento adquirido no tempo pela teoria econômica depende das decisões tomadas pela autoridade política, que são dificultadas, pois dependem de interesses diversos e diferentes no tempo (não são previsíveis apenas pela razão). Neste sentido o poder político é o responsável maior pelo crescimento e pelo desenvolvimento econômico (melhoria da qualidade de vida). De suas decisões, principalmente da política econômica adotada, dependerá o desenvolvimento do país. Autoridades leigas em teoria econômica ou populistas atrasam o desenvolvimento do país podendo até empobrecê-lo.

A previsibilidade da teoria econômica é precisa sobre os efeitos (a tendência) de uma ação gerencial tomada sobre uma variável controlável, em outras não controláveis. Imprevisíveis são as decisões que políticos tomarão (ignorância e populismo). Um governo considerado sério com uma equipe econômica competente aumenta a previsibilidade e os investimentos (o inverso reduz a previsibilidade e os investimentos). 

Profissionais que não estudaram economia e não conhecem a matéria em sua profundeza e totalidade não são analistas confiáveis quando escrevem ou falam sobre a ciência. Normalmente são ignorantes ou preconceituosos (com formatura em outra área). Escrever sobre o que não se conhece e domina é o caminho para incorrer em erros primários.
Os dados das tabelas abaixo demonstram o desastre de um governo (PT Dilma) que optou por uma nova política econômica (nova matriz econômica) que passou insegurança para o mercado. A vitoriosa política econômica tinha seus pontos fortes na segurança passada ao mercado através da responsabilidade fiscal (superávit primário), da meta de inflação amparada em taxa básica de juros adequada e na política cambial flutuante (o BC só atuaria retirando ou suprindo liquidez nas necessidades).  O governo Dilma passou a ter como metas a queda da taxa de juros, abandonar o superávit primário (a contabilidade criativa), tabelar preços (inflação reprimida) e intervir no câmbio para desvalorizar a moeda pátria.  Conseguiu passar insegurança aos investidores que seguraram o pé, retornar o processo inflacionário, quase quebrar o país por descontrole das contas externas. A velocidade do crescimento da demanda superou a da oferta, tendo como efeitos o atendimento do mercado interno através das importações e queda das exportações. Como sempre ocorre com governos que passam insegurança a moeda pátria passou a desvalorizar de verdade. Governo considerado incompetente e populista é igual a moeda mais desvalorizada do que o normal (redução do poder de compra e da qualidade de vida do povo). O BC viu-se forçado a subir a taxa básica e arriscar-se na defesa da moeda pátria (swaps cambiais que podem dar um prejuízo imenso ao país, conforme quadro abaixo).   

Um governo que optou por uma política econômica ultrapassada e populista teve a previsibilidade confirmada: quase quebrou o país. MAG 31/12/2013.

DADOS DO COMÉRCIO EXTERIOR E INTERVENÇÕES DO BC NO CÂMBIO.

TÍTULOS
2008
2009
2010
2011
2012
10/13 11/13 12/13 2013
1) BAL. COMERCIAL
24746
25347
20267
29796
19431
-224 1740 2654 2561
2) TRANS. CORRENTES
-28300
-24334
-47518
-52612
-54246
-7132 -5145 -8678 -81374
3) CONTA CAPITAL
32986
70551
100102
111868
72762
2552 4170 5851 73778
4) DIV. EXTERNA bi.
267
282
350
402
442
476 482 485 485
5) RESERVAS caixa mi.
198793
238520
288575
352073
373147
3645054 362410 358808 358808
5.1) RESERVAS LIQUIDEZ 206806 239054 288575 352012 378613 376891 376096 375794 375794
6) FLUXO CAMB. Total
-983
28732
24354
65279
16753
-6200 2540 -8780 -12261
6.1) Fluxo Comercial
47900
9924
-1650
43950
8373
-1063 4237 -1881 11136
6.2) Fluxo Financeiro
-48883
18808
26004
21329
8380
-5137 -1697 -6898 -23396
7) INTERVENÇÕES BC
-5438
36527
41952
50107
5686
-5000 -1300 -3300 -11520
7.1) Pronto
7585
24038
41417
47908
11152
0 0 0 0
7.2) Termo
0
0
0
2199
0
0 0 0 0
7.3) Linha c/ Recompra
-8338
8338
0
0
-5466
-5000 -1300 -3300 -11520
7.4) Empréstimo
-4685
4151
535
0
0
0 0 0 0
8) OUTROS BC
18887
8211
8103
13331
8445
851 -795 -302 -2819
9) EXPOSIÇÃO BC US$ swaps
-27749
0
0
3016
-4204
-140817 -158425 -175422 -175422
9 .1) Resultado (caixa) 4801 3199 x 706 1098 4677 -7986 -49 -1315
10) POS. CÂMB Bancos
C10130
C3391
V16784
V1583
V6069
V12289 V9577 V18124 V18124
11) VAR. CAMB. US$
31,93
-25,49
-4,307
12,579
8,94
-1,23 5,55 0,76 14,636


BALANÇO DE PAGAMENTOS - US$ milhões - DÍVIDA MOBIL. BC + TN (reais).
2014P é previsão.

CONTAS 2009 2010 2011 2012 2013 2014P
1- BAL. COMERCIAL 25347 20267 29796 19431 2558 10000
 1.1- Exportações 152995 201915 256040 242580 242179 255000
 1.2- Importações -127637 -181649 226243 -223149 239621 245000
2- BAL. SERV. E RENDAS -52945 -70630 -85225 -76523 -87325 -91100
 2.1) RENDAS x -39567 -47319 -35448 -39773 -39400
  2.1.1- Juros -9069 -9682 -9719 -11847 -14244 -12900
  2.1.2 - Divid. e Lucros -25218 -30375 -38166 -24112 -26045 -27000
  2.1.3 - Salários x 498 567 511 516 600
  2.2) SERVIÇOS x -30807 -37906 -41075 -47552 -51700
  2.2.1 - Viagens x -10503 -14459 -15588 -18632 -19000
  2.2.2 - Transpotes x -6406 -8335 -8769 -9786 -11200
  2.2.3 - Aluguel Equip. x -13752 -16669 -18741 -19060 -21000
  2.2.4 - Outros x -147 1558 2022 -46 -500
  2.3- OUTROS -18659 X X X x X
3- TRANSF. UNILAT. 3263 2845 2816 2846 3364 4000
4- TRANS. CORRENTES -24334 -47518 -52612 -54246 -81374 -78000
5- CONTA CAPITAL e FINAN. 70551 100102 111868 72762 73778 98500
6- BAL. PGTO. Saldo 46217 52584 59256 20516 -7596. 20500
6.1) PIB cresc. % -0,3 7,5 2,6 1,0 X
7- AJUSTES  LIQUID. +1496 3063 -8713 +558 -6743 X
8- RESERVAS - CAIXA 238520 288575 352073 373147 358808 379308
8 - RESERVAS - LIQUIDEZ 239054 288575 352073 378560 375794 396294
 8.1) Aumento Res. L. 34532 49521 63498 26487 -14339 20500
A) a1) Fluxo Com. saldo 9924 -1650 43950 8373 11136 X
   a2) Fluxo Finan. saldo 18808 26004 21329 8380 -23396 X
   a3) Fluxo Total saldo 28732 24354 65279 16753 -12261 X
9- Dívida Ext . 282,3 350,44 402,4 441,8 485 X
   9.1- Pública 77,1 83,60 62,3 67,3 70,8 X
   9.2- Privada 125,4 172,07 235,1 249,6 241,2 X
   9.3- Entre Empresas 79,8 94,77 105,0 124,9 173 X
10- Dív..  Mobil. int. TN 11/13 1398,4 1603,9 1783 1916,7 1927 2100
11- SRF - REC. admin. 12/13 698,3 805,7 939 1029 1138 1300
 11.1- DÍV. / REC. 2,0 1,99 1,81 1,86
12- IGPM 12/13 -1,72 11,32 5,10 7,82 5,51 6,0
13- IPCA 12/13 4,31 5,91 6,50 5,84 5,91 6,0
14- CDI 12/13 9,88 9,75 11,60 8,40 8,06 11,5
15- US$ % ACUM. 12/13 -25,5 -4,3074 12,58 8,84 14,63 6,0
16- PIB US$ bi. 1,625 2,143 2,475 2499 2530 2.590
17- DÍV. MOB. / PIB X x x X x X

M1, M2, M3, M4
Data
M1
Meio
de pag.
M2
M3
M4
Oper. Créd.
Sist. Financ.
12 meses
Variação % ano
Valor
12
meses
i real
IGPM
PIB
IPCA
IGPM
2010
281876
1362389
2549739
3040495
16,7
20,57
-0,102
7,5
5,91
11,32
01/2011
257449
1348659
2554397
3044764
17,3
x
x
x
x
x
2011
285377
1617480
3030280
3550253
16,8
19,02
4,18
2,6
6,50
5,10
01/2012
259833
1591803
3085569
3599589
18,2
x
X
X
X
X
2012
324483
1763932
3518246
4103151
15,6
16,2
-1,1
1
5,84
7,82
01/2013
286780
1720981
3548965
4128406
14,7
X
0,132

0,89
0,34
12/2013
3448431953197382024344553838,614,60,938
5,915,51
MOEDA SEGUNDO SUA LIQUIDEZ:
M0 = Base Monetária = Moeda corrente + Reservas;
M1 = Meio de Pagamento = Oferta Monetária = Moeda corrente + Dep. a vista;
M2 = M1 + Dep. Investimentos + Poupança;
M3 = M2 + Fundos Invest. + Oper. Compromissadas;
M4 = M3 + Títulos Federais Selic.

COMPOSIÇÃO % DA DPMFI (DÍV. PÚBL. MOB. FED. INT.) EM PODER DO PÚBLICO (Fonte TN).
MÊS/ANO
TOTAL
fora BC
% s/ ano
Anter.
Cart.
BC
% s/ ano
Anter.
TOTAL
Geral
DEZ./2001
624,08
x
x
x
x
DEZ./2002
623,19
-0,14
282,7
x
838,8
DEZ./2003
731,43
17,368
276,9
-2,05
978,1
DEZ./2004
810,26
10,777
302,8
9,35
1099,5
DEZ./2005
979,66
20,906
279,6
-7,66
1252,5
DEZ./2006
1093,5
11,62
297,2
6,29
1390,7
DEZ./2007
1224,87
12,059
359,0
20,79
1583,9
DEZ./2008
1264,82
3,2615
494,3
37,68
1759,1
DEZ./2009
1398,42
10,562
637,8
29,0
2036,2
DEZ./2010
1603,94
14,69
703,2
10,25
2307,1
DEZ./2011
1783,06
11,167
751,8
6,91
2534,9
DEZ./2012
1916,71
7,49
906,6
20,59
2823,3
DEZ./2013
2028,13
5,81
958,1
5,68
2986,2

OPERAÇÕES DE CRÉDITO DO SISTEMA FINANCEIRO (BRASIL).

ANO
GOV.
TOTAL
VAR. %
i real
PIB
IPCA
IGPM
12
meses
Ano
12/2007
18,8
935,97
X
X
0,174
5,4
4,46
7,75
12/2008
27,2
1227,5
31,14
31,14
9,624
5,1
5,9
9,81
12/2009
58,974
1414,34
15,22
15,22
- 3,52
-0,6
4,31
-1,72
12/2010
67,805
1705,28
20,57
20,57
-3,52
7,5
5,91
11,32
12/2011
81,671
2033,9
19,02
19,02
4,18
2,6
6,50
5,10
12/2012
118,833
2368,68
16,2
16,2
-1,1
1
5,84
7,82
12/2013
150,273
2751,15
14,6
14,6
0,938

5,91
5,51



METAS DE INFLAÇÃO

ANO
DATA
META
BANDA
IPCA
PIB
SELIC
ORIG.
CORRIG.
DEZ.
DIFER.
1999
30/06/99
8
8
+ - 2
8,94
0,3
19
-6
2000
30/06/99
6
6
+ - 2
5,97
4,3
15,75
-3,25
2001
30/06/99
4
4
+ - 2
7,67
1,3
19
+3,25
2002
28/06/00
3,5
3,5
+ - 2
12,53
2,7
25
+6
2003
28/06/01
3,25
8,5
+ - 2
9,30
1,1
16,5
-8,5
2003
27/06/02
4
8,5
+ - 2,5
9,30
=
16,5
-8,5
2004
27/06/02
3,75
5,5
+ - 2,5
7,60
5,7
17,75
+1
2004
25/06/03
5,5
5,5
+ - 2,5
7,60
=
17,75
+1
2005
25/06/03
4,5
4,5
+ - 2,5
5,69
3,2
18
+0,25
2006
30/06/04
4,5
4,5
+ - 2
3,14
4,0
13,25
-4,75
2007
23/06/05
4,5
4,5
+ - 2
4,46
6,1
11,25
-2,0
2008
29/06/06
4,5
4,5
+ - 2
5,90
5,2
13,75
+2,5
2009
26/06/07
4,5
4,5
+ - 2
4,31
-0,36
8,75
-5,00
2010
01/07/08
4,5
4,5
+ - 2
5,91
7,5
10,75
+2,00
2011
30/06/09
4,5
x
+ -2
6,50
2,7
11,0
0,25
2012
006/2010
4,5
x
+ - 2
5,84
1,0
7,25
-3,75
2013
06/2011
4,5
x
+ - 2
5,91
x
10,0
+2,75

MAG 31/12/2013. ATUALIZADO 31/01/2013



sábado, 21 de dezembro de 2013

BANCO CENTRAL DO BRASIL Perspectivas para a Inflação. Carlos Hamilton Araújo. Dezembro de 2013.

BANCO CENTRAL DO BRASIL
Perspectivas para a Inflação. Carlos Hamilton Araújo. Dezembro de 2013.  (resumo da publicação)

Missão do Banco Central
Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente.

Importância dessa Missão
A experiência internacional e a teoria econômica apontam inflação baixa e estável como
precondição para o crescimento sustentável.

• Inflação elevada:
• Eleva prêmios de risco, diminui confiança, encurta horizonte de planejamento e deprime investimentos;
• Reduz emprego, renda e consumo; e
• Aumenta a concentração de renda, diminui o crescimento da economia e o bem-estar da sociedade.
Retrospectiva - Exterior
Desde a divulgação do último Relatório:
• Riscos para a estabilidade financeira global elevados;
 • Curva de juros permaneceu positiva e fortemente inclinada em importantes economias maduras;
 • Atividade global em ritmo moderado;
 • Certa acomodação dos preços das commodities nos mercados internacionais;
 • Nos mercados de moeda, têm-se observado maior  volatilidade e tendência de apreciação do dólar dos EUA; e
 • De modo geral, política monetária se mantém acomodatícia, nas economias emergentes e maduras.

Retrospectiva - Brasil
 Desde a divulgação do último Relatório:
• Recuo de 0,5% da atividade no terceiro trimestre;
 • No mercado de fatores: utilização da capacidade instalada relativamente estável e estreita margem de ociosidade no  mercado de trabalho;
 • No mercado atacadista, pressões de preços no segmento  agrícola e, especialmente, no industrial;
 • Inflação ao consumidor elevada e ainda mostrando resistência; e
 • Continuidade do ciclo de ajuste das condições monetárias iniciado em abril deste ano.
Cenário Prospectivo – Política Monetária
• O Copom destaca que, em momentos como o atual, a política monetária deve se manter especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação, como o observado nos últimos doze meses, persistam no horizonte relevante para a política monetária. Ao mesmo tempo, o Comitê pondera que a transmissão dos efeitos das ações de política monetária para a inflação ocorre com defasagens.

Perspectivas – Projeções – 2013-2014-2015
 Projeção para o PIB:
 • A taxa estimada para o crescimento do PIB em 2013 foi revisada para 2,3%, ante 2,5% constante no Relatório de setembro; e
• A taxa estimada alcança 2,3% no acumulado em quatro trimestres até o terceiro trimestre de 2014.

Projeções para a inflação:
 • Cenário de referência: 5,8% para 2013; 5,6% para 2014; e 5,4% para 2015; e
• Cenário de mercado: 5,8% para 2013; 5,6% para 2014; e 5,3% para 2015.

Perspectivas – Política Fiscal
• Considerando trajetórias estimadas para o produto efetivo e potencial, admite-se que a política fiscal pode se deslocar para a neutralidade no horizonte relevante para a política monetária.
• A geração de superavits primários em patamares próximos à média dos gerados em anos recentes é necessária para manter a dívida pública em trajetória sustentável;
• Aumentou a diferença entre a taxa real do custo de financiamento do setor público e a taxa real de crescimento do PIB
• Atendida essa condição, o custo de financiamento da dívida pública tenderia a recuar, com repercussões favoráveis sobre o custo de capital de modo geral, o que estimularia o investimento privado no médio e no longo prazo.
Perspectivas – Brasil - 2014-2015
Ritmo de expansão da atividade relativamente estável no próximo ano, em comparação a 2013, com mudança na composição da demanda e da oferta agregadas;
 • Déficit nas transações correntes financiado essencialmente com investimentos estrangeiros diretos;
 • Expansão moderada do crédito (ao consumo em especial);
 • Moderação de ganhos salariais;
 • Correção de preços relativos; e
 • Projeções indicam inflação em doze meses elevada no horizonte relevante, mas com tendência de recuo.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

LFT OU LTN (NTN)?

LFT OU LTN (NTN)?

O TN financia-se no mercado (através dos bancos ou do tesouro direto) vendendo títulos conforme a seguir: 
a) LFT, título corrigido pela taxa básica (Selic); 
b) LTN (i no final) e NTN F (i semestral), títulos corrigidos por taxa fixa de juros; 
c) NTN B (IPCA) e NTN C (IGPM). 

O TN escolhe a forma de correção dos seus títulos de acordo com seus interesses.

BANCO CENTRAL. POLÍTICA MONETÁRIA -   É função da política monetária assegurar o poder de compra da moeda. O Banco Central atua através de:
 1) Administração das taxas de juros (básica x de mercado );
 2) Depósitos compulsórios;
 3) Compra ou venda de títulos públicos;
 4) Compra ou venda de moedas inclusive atuação em mercados futuros;
 5) I. O. F. = Imposto sobre Operações Financeiras.

 A Taxa Básica (Selic) é a principal ferramenta de política monetária.  A experiência demonstrou que a política monetária é mais eficaz no combate à inflação (claro que a parceria com a política cambial e fiscal adequadas torna-a mais eficaz ainda) do que (sozinha) para motivar e conseguir crescimentos (aumentos consistentes das atividades econômicas), principalmente no caso de recessões ou depressões. O efeito da taxa básica deve ser medido em relação à taxa de juro de mercado de lp mais negociada (a taxa mais próxima da neutra ou de equilíbrio). Se fixada acima terá efeito duplo (é um canhão de tiro duplo), motiva imediatamente o aumento das aplicações no BC, retirando moeda do mercado e prorrogando a ânsia de comprar para evitar perdas com a inflação (relação taxa de juros x inflação e expectativas). O aumento dos depósitos compulsórios tem efeito retardado, pois as taxas de juros só subirão em um segundo momento, inclusive as de lp (e os efeitos também). Com o aumento da taxa básica, de imediato as taxas de cp sobem e a seguir as de lp caem (acompanhando as expectativas de queda da inflação).  A seguir com a queda da inflação as taxas de cp também caem e inicia-se o ciclo virtuoso. Explicado isto vamos analisar o motivo do TN vender títulos corrigidos por Selic. O primeiro motivo é que por ser uma taxa básica é a de menor custo e risco (é de sua livre escolha e interesse). Quando o BC e sua política monetária é acreditada o aumento da taxa básica provoca expectativas de queda da inflação e a seguir as taxas de lp caem. Neste caso é mais interessante captar por Selic (pois a mesma cairá quando a expectativa de inflação cair com sustentação). No presente momento a taxa básica está em 9,5% e a taxa DI de 360 dias está em 10,76%, portanto é mais vantagem captar em selic. Como a Selic deverá subir para 10% dando mais credibilidade ao BC a tendência será do DI 360 iniciar um ciclo de queda. Esta será a hora do BC estudar o início da queda da selic (se suas projeções da inflação também forem de queda). 27/11/2013.

ARTIGOS RELACIONADOS:

EFEITOS DA POLÍTICA MONETÁRIA NA DÍVIDA PÚBLICA MOBILIÁRIA FEDERAL INTERNA (DPMFI). 2001

POLÍTICA MON. FROUXA (a queda artificial da selic provoca inflação): a) AUMENTA AS TAXAS DE JUROS PRÉ DE LONGO PRAZO (a curva de juros de mercado fica positivamente mais inclinada) E O CUSTO DE NOVAS CAPTAÇÕES; b) REDUZ O PRAZO DE NOVAS CAPTAÇÕES; c)  O TN NÃO CONSEGUE FAZER NOVAS CAPTAÇÕES SELIC (só com deságios desaconselháveis); d) O CUSTO DE CARREGAMENTO DO ESTOQUE DA DÍVIDA CORRIGIDA POR ÍNDICES AUMENTA (o risco de inflação inercial volta).

POLÍTICA MONETÁRIA CORRETA (condição para crescimento sustentado): a) AS TAXAS DE JUROS DE LONGO PRAZO CAEM (a curva reduz a inclinação positiva podendo até ficar negativa, descendente), REDUZINDO O CUSTO DE CAPTAÇÃO E FACILITANDO O ALONGAMENTO DA DÍVIDA; b) O ALONGAMENTO DA DÍVIDA  REDUZ OS VALORES MENSAIS A SEREM REFINANCIADOS (facilitando as captações pelo TN) PERMITINDO REDUÇÃO DE TAXAS; c) OS ÍNDICES DE INFLAÇÃO CAEM (CONSEQÜENTEMENTE A SELIC) REDUZINDO O CUSTO (SUSTENTADO) DE CARREGAMENTO DO ESTOQUE DA DÍVIDA. 2001 

POLÍTICA MONETÁRIA – EFICÁCIA (INFLAÇÃO E CRESCIMENTO). 01/2007.  

MOTIVO: tentar explicar que o crescimento conseguido através de taxa básica expansionista e imprudente não tem sustentação.

1) A experiência demonstrou que a política monetária é mais eficaz no combate à inflação (claro que a parceria com a política cambial e fiscal adequadas torna-a mais eficaz ainda) do que (sozinha) para motivar e conseguir crescimentos (aumentos consistentes das atividades econômicas). O crescimento depende de outras variáveis fundamentais que constituem também a relação das causas das atividades econômicas (Anatole Murad desenvolveu um estudo interessante sobre o assunto). A queda da taxa de juro (sozinha) não provoca, com certeza, o aumento dos investimentos, é apenas uma variável necessária. A contestação de que a política monetária pode criar um ambiente de expansão, como único fator, é unanimemente aceito. O reconhecimento das limitações da política monetária, de que ela não pode como único fator resolver os complexos problemas e interesses individuais da atividade econômica, não tira sua importância no quadro mais vasto da política macroeconômica.  
   2) Uma adequada distribuição de rendas, a existência de fatores de produção (recursos naturais, capital, trabalho, tecnologia), a segurança institucional do capital investido, uma normatização (marco regulatório) adequada que passe segurança e motivação, vantagens ou desvantagens comparativas naturais e artificiais (leis adequadas, judiciário eficaz – rápido e justo - legislativo ou executivo que passem segurança), um sistema financeiro compatível que proporcione segurança para as poupanças e que alimente as necessidades de financiamentos do consumo e dos investimentos, um sistema previdenciário que estimule a formação de poupanças e que não permita privilégios, contas públicas transparentes com publicações de balancetes mensais analíticos, gastos públicos improdutivos (atividades meio) sejam o menor possível, são fatores importantes e que devem ser analisados.


quarta-feira, 13 de novembro de 2013

AS DESVALORIZAÇÕES DAS PRINCIPAIS MOEDAS DESDE A ANTIGUIDADE (SEMELHANTE A UMA MORATÓRIA MODERNA).

AS DESVALORIZAÇÕES DAS PRINCIPAIS MOEDAS DESDE A ANTIGUIDADE (SEMELHANTE A UMA MORATÓRIA MODERNA).

As moedas metálicas tinham o seu valor baseado no seu peso e pureza (ouro, prata).
Os romanos para financiar suas guerras de conquistas reduziam o peso e a pureza do ouro contido nas moedas (era um tipo de inflação ou desvalorização da moeda).
Os governos imperiais e monárquicos achavam-se no direito de falsificar a moeda da mesma maneira que os romanos. Nos tempos mais contemporâneos muitas nações deixaram de honrar o compromisso com sua moeda.

Podemos enumerar os prejuízos (tipo de moratória ou quebra) que deram:

a) a Inglaterra deixou de honrar a conversibilidade da Libra esterlina em ouro na primeira guerra mundial. Após a guerra, em 1925, retornou para a conversibilidade à paridade de antes da guerra. Foi semelhante a um tiro no peito;

b) em 1931 a França resolveu transformar toda a sua reserva em ouro. A Inglaterra não tendo como honrar suspendeu a conversibilidade da Libra esterlina (foi o início do fim da Libra como moeda reserva mundial); 

c) em 1944, na conferência de Bretton Woods, os USA comprometeram-se a garantir a conversibilidade do dólar em ouro ao preço de US$35,00 por onça-troy. Em 1968 os USA estabeleceu dois preços para o ouro, um oficial apenas para os bancos centrais, outro livre para outros agentes econômicos (foi o início do cano);

d) o caso Alemão 1948: Sexta-feira, 18 de junho de 1948. Os alemães (e o mundo) ouviram no rádio: "A primeira lei da reforma do sistema financeiro alemão foi anunciada pelos governos militares do Reino Unido, Estados Unidos e França, a entrar em vigor em 20 de junho de 1948. A moeda alemã válida até hoje será tirada de circulação por essa lei. O novo dinheiro se chamará marco alemão".  As pessoas do mundo inteiro que haviam comprado marco alemão antigo e guardado, confiando na capacidade alemã de soerguer, perderam tudo (foi uma espécie de cano).

e) US$ PADRÃO OURO: em 15/08/1971 os USA abandonam totalmente a conversibilidade do dólar em ouro. Em março de 1973 os países industrializados abandonam a paridade fixa com o dólar, deixando suas moedas flutuarem em relação ao mesmo enterrando de vez o sistema de Bretton Woods (o ouro passa a ser considerado uma mercadoria como as outras). O ouro chegou a valer mais de US$800,00 (1980), caindo para US$300,00 em 1985 (as negociações ou especulações como alguns definem alcançaram uma intensidade de movimentação imprevisível). Em 2002 US$348,00, 2003 US$438,40, em 2012 US$1675,80, em 10/2013 US$ 1323,70. Na primeira década do século 21 o dólar passa a ter circulação muito maior do que a economia dos USA  (na verdade os USA passam a viver de emitir moeda). O regime de câmbio fixo só se justificaria se o dólar fosse conversível em ouro a uma paridade fixa (Bretton Woods). Se o dólar é apenas uma moeda escritural, seu valor dependerá da política monetária e da economia americana (a capacidade dos USA oferecer alguma riqueza real em troca dos dólares). O capital (direitos de receber dividendos, juros, retorno de capitais investidos no exterior) de residentes nos USA no exterior deve ser considerado nesta análise.  

f) EURO: nasce como moeda em 01/01/2002 (como moeda escritural em 01/01/1999).

g) A VANTAGEM DE QUEM EMITE A MOEDA RESERVA MUNDIAL: tem as menores taxas de juros do mundo. Quanto mais emite (monetiza) maior é a procura por seus títulos (aversão ao risco dos outros países) e menores as taxas de juros para seus títulos (são os mais seguros). Podem comprar e investir (fatores de produção) à vontade no exterior (a contrapartida são juros e lucros, além do poder da propriedade). Pode suportar déficits em Transações Correntes com o exterior por anos, assim como na política fiscal. O mundo fica a seus pés. marco aurélio garcia, 03/2011.