terça-feira, 1 de dezembro de 2020

DIREITA (LIBERAIS, CONSERVADORES, CENTRO) E ESQUERDA (SOCIALISTAS, COMUNISTAS). SOB OS ASPECTOS ECONÔMICO, POLÍTICO E CULTURAL.

 

 DIREITA (LIBERAIS, CONSERVADORES, CENTRO) E ESQUERDA (SOCIALISTAS, COMUNISTAS).  SOB OS ASPECTOS ECONÔMICO, POLÍTICO E CULTURAL.


QUADROS SINTÉTICOS COM DIFERENÇAS PRINCIPAIS.


VARIÁVEIS ECONÔMICAS

DIREITA: LIBERAIS (economia de mercado), CONSERVADORES.

ESQUERDA (comunistas, socialistas, economia planificada centralizada)

LUCRO

SIM

NÃO

PROPRIEDADE

SIM

NÃO

HERANÇA

SIM (tributação mínima)

NÃO (tributação máxima)

PREÇOS

MERCADO

Controlados

PRODUÇÃO

MERCADO

Planificada

COMÉRCIO

LIVRE

Planificado

ESTATAIS

MÍNIMO

MÁXIMO

TRIBUTAÇÃO

MÍNIMA

MÁXIMA

ESTADO: OPERAR E REGULAR

SÓ Regular (funciona sem norma não normatize)

REGULAR E OPERAR

 

VARIÁVEIS POLÍTICAS

DIREITA: LIBERAIS, CONSERVADORES.

ESQUERDA (comunistas, socialistas).

DIREITO DE IR E VIR

Sim

Não

LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Sim

Não

LIBERDADE DE IMPRENSA

Sim

Não

LIBERDADE POLÍTICA / INSTITUIÇÕES

Sim, DEMOCRACIAS (menor presença do estado).

Não, DITADURAS (maior presença do estado).

PARTIDO POLÍTICO

Livre

Único.

 

 

VARIÁVEIS CULTURAIS

(COSTUMES).

CONSERVADORES

LIBERAIS

ESQUERDA

RELIGIÃO COSTUMES

Religiosos tradicionais

Religiosos, Laicos e progressistas.

Laicos e progressistas.

ABORTO

Contra e criminaliza

Contra, mas não criminaliza.

Contra, mas não criminaliza.

  _______________________________________________________________________________


A) DIREITA (LIBERAIS, CONSERVADORES, LIBERTÁRIOS, CENTRO):

 1. SOB O ASPECTO CULTURAL (conservadores e liberais).

1.1 CONSERVADORES defendem a aceitação dos princípios religiosos doutrinários, a maioria imutável. Na economia são sempre LIBERAIS, contra o comunismo e o socialismo;

1.2 LIBERAIS são progressistas e acompanham a evolução da ciência e dos costumes. Defenderam a separação da igreja do estado, são laicos e pregam a liberdade e o respeito às religiões.

2. SOB O ASPECTO POLÍTICO (DEMOCRACIA).

DEMOCRACIA. Defende três poderes independentes e harmônicos, Legislativo, Executivo e Judiciário, na ordem, e eleições com a participação ampla. Defende o poder dos governados escolherem seus governantes. Os liberais e conservadores são democratas. É considerada direita liberal.

Diversos nomes políticos absorvem a direita: liberais, conservadores, sociais liberais e os que tentam confundir politicamente (sociais-democratas, democracia cristã, social cristão, democratas, republicanos, popular e outros) para obter votos. Alguns partidos com programa de esquerda (socialistas, totalitários, estatizantes) se dizem democratas e são dominados por políticos de direita. CENTRO não quer dizer nada, em geral são apelos políticos de partidos de direita em busca de votos.

3. SOB O ASPECTO ECONÔMICO:

CAPITALISMO DE MERCADO OU LIBERAL (economias de mercado) defende a propriedade privada, o lucro e a concorrência (a luta pelo lucro e pela sobrevivência) como forma de incentivar as melhorias contínuas, os ganhos de produtividade e as inovações. Dividem-se em LIBERAIS: economia de mercado, aceita o estado regulador. O estado regula, mas não opera. Se funciona sem regulamento não regulamente. São as democracias liberais; LIBERTÁRIOS: economia de LIVRE mercado, o estado não regula e não opera. Não existe no mundo.

RESUMO: racionalmente todos os sistemas econômicos são entendidos como capitalistas, a diferença é a propriedade do capital (do estado ou privada). Impossível uma economia se desenvolver sem o Capital.

 B. ESQUERDA (SOCIALISTAS, COMUNISTAS):

 1. SOB O ASPECTO CULTURAL (liberais em parte).

São progressistas e acompanham a evolução da ciência e dos costumes. São laicos e pregam o ateísmo, apenas suportam as religiões, mas sem liberdade e sob vigilância.

 2. SOB O ASPECTO POLÍTICO:

DITADURA. Defendem um poder proeminente, o executivo. A ditadura é definida obedecendo a linha de pensamento econômico, planejamento centralizado (que exige o poder nas mãos de poucos). Sem propriedade privada o poder fica centralizado nas mãos dos burocratas e dos militares. Sabemos que maior o poder maior a possibilidade de corrupção. O poder total sempre leva à corrupção total (centralizada). O comunismo e o socialismo defendem a ditadura. Diversos nomes absorvem a esquerda: socialismo (o principal), comunistas (os radicais) e os que tentam confundir (socialismo e liberdade, socialistas liberais, do trabalhador, trabalhista e outros).    

3. SOB O ASPECTO ECONÔMICO:

CAPITALISMO DE ESTADO: economias de planejamento centralizado, comunismo, socialismo. O planejamento centralizado (poder centralizado em poucas pessoas) impede a democracia (poder descentralizado, nas mãos de muitos, do mercado), motivo do comunismo defender a forma de governo ditadura (centralização do poder). É considerado ESQUERDA. Podem ser:

RADICAIS: comunistas e socialistas, economia de planejamento centralizado. As experiências no mundo fracassaram, produziram pobreza, miséria e fome para o povo e ditaduras sanguinárias (uma elite militar e a alta burocracia centralizam o controle da riqueza). As experiências ocorridas no mundo e as comparações com estados semelhantes com regime de economia de mercado (liberais) demonstrou o fracasso das economias de planejamento centralizado: URSS, a  Alemanha ocidental e oriental, as duas Coreias; A China comunista e Hong Kong e Taiwan, os países da Europa ocidental e oriental (leste), a China comunista e a que liberou a economia e a pobreza de Cuba.

 ESTATIZANTES INTERVENCIONISTAS: vários nomes como keynesianos, desenvolvimentistas, heterodoxos, estatizantes. Exemplos comparativos: o sucesso do Japão e de Cingapura, a quebra da Venezuela (país com a maior reserva de petróleo conhecida do mundo), as concordatas do Brasil e Argentina que se aventuraram em regime intervencionista (controles de preços, de mercado, estatais). 17/04/2019.

 OBSERVAÇÕES: 

O REGIME MILITAR BRASILEIRO (ditadura disfarçada) em economia foi de esquerda (estatais, preços, câmbio e até mercado controlados, proibiam importações até de tecnologias, excessos de normas e regulamentos controlavam quase tudo), em política também (ditadura). E se diziam de direita, assim como as ditaduras e os regimes totalitários, nazismo (apesar do nome e programa socialista) e o fascismo italiano (ditadura controladora intervencionista).  

O PD PARTIDO DEMOCRATA DOS USA está servindo para abrigar políticos de esquerda. Afirmam serem liberais, mas em economia são intervencionistas e abrigam as esquerdas (inclusive socialistas). O PR PARTIDO REPUBLICANO é liberal em economia e conservador em costumes. 17/04/2019.

 

 

KEYNESIANOS (heterodoxos, desenvolvimentistas) X MONETARISTAS (ortodoxos).

 

ASSUNTO

KEYN.

MON.

1 – Poder discricionário (arbítrio) na condução da política monetária ou meta de inflação como limite.

Arbítrio

Meta

2 – Regras: a pol. monetária deve ser conduzida por regras?

Não

Sim

3 – Expectativas racionais dos agentes econômicos?

Não

Sim

4 – Transparência obrigatória nas informações da autoridade monetária

Não

Sim

5 – Quantidade de moeda: crescimento sem oscilações e constante, tendo como limite o PIB potencial (fatores de produção).

Não

Sim

6 – Causa das crises: oscilações e excessos ou faltas na oferta monetária (liquidez)

Não

Sim

7 – Taxa natural de desemprego aceitável (até 6%)

Não

Sim

8 – Pleno emprego

Sim

Não

9 – Câmbio flutuante

Sim

Sim

10 – PIB potencial. Nível de utilização dos fatores de produção. Limite

Não

Sim

11 – Taxa básica: em torno da neutra (de equilíbrio)

Não

Sim

12 -  Taxa básica principal ferramenta para reverter processo inflação

Não

Sim

13 – Meta de inflação

Não

Sim

14 – Gastos improdutivos (pirâmides do Egito)

Sim

Não

15 – Déficits públicos e aumento de dívida: causa de crise

Não

Sim

16 – Aumento da quantidade de moeda acima do PIB potencial causa inflação e após (no processo) a estagflação

Não

Sim

17 – Tabelamentos de preços de produtos e serviços

Sim

Não

18 – Presença do governo limitada à Regular, Monitorar, Julgar e Defender a Concorrência e os Consumidores.

Não

Sim

19 - Presença do governo a mais ampla (inclusive operacional e na produção)

Sim

Não

MAG 10/2015 

domingo, 15 de novembro de 2020

O PROCESSO INFLACIONÁRIO ESTÁ RETORNANDO?

 

O PROCESSO INFLACIONÁRIO ESTÁ RETORNANDO?

Os IPCAs de jul., ago., set. e out. foram: 0,36%; 0,24%; 0,64% e 0,86%. ANUALIZANDO OS 4 MESES TEREMOS 6,48% ANO (projeção). ANUALIZANDO APENAS SET. e OUT. TEREMOS 9,38% ANO (projeção). As duas opções podem ser consideradas indício de retorno do processo inflacionário. Considerando os efeitos negativos das paralizações causadas pelo COVID-19 para as atividades econômicas (a favor a correta distribuição de renda, incorreta por ser sem controle), os aumentos absurdos do IGPM (já estando atingindo os IPCs), é um sinal de risco desnecessário (a fase preventiva e a tempestiva da política monetária já ultrapassadas). Todos os indicadores indicam que o crescimento será retomado (as atividades deverão retornar em V após as vacinas).

A taxa básica abaixo da adequada já provocou: a desvalorização da moeda pátria e a consequente queda do poder de compra, da qualidade de vida e aumentos absurdos dos IGPs (já atingindo os IPCs). É uma transferência de renda (artificial) dos fundos de poupanças para complementação de aposentadorias e das poupanças das classes mais baixas para as atividades que têm seus preços dolarizados (commodities), para os exportadores e algumas indústrias. Os importadores e os consumidores de produtos importados (e exportados que sofrem influência em seus preços por causa das exportações) perdem muito. O Balanço Comercial reduz importações e aumenta exportações. No geral o Balanço de Pagamentos melhora, mas o Fluxo Cambial Financeiro fica muito negativo (fuga da moeda pátria para o dólar). O maior risco: A MOEDA PÁTRIA PERDER A FUNÇÃO DE RESERVA DE VALOR (o que já aconteceu com Equador, Argentina e outros) E A SOBERANIA MONETÁRIA FICAR AFETADA. A taxa básica perde efeitos sobre as expectativas de inflação (taxas muito altas passam a ser necessárias). A Argentina já perdeu a função de reserva de valor de sua moeda e a política monetária através de taxa básica exige custo muito alto. A parte da dívida corrigida por Selic abaixo da adequada reduz o custo, mas as taxas de juros de LP aumentam (o custo de refinanciamento aumenta) e o prazo médio da dívida fica mais curto (pode ser muito arriscado). O PIOR DE TUDO: AFASTA INVESTIMENTOS EXTERNOS POR CAUSA DE PERDAS COM VALORIZAÇÕES DE ATIVOS INTERNOS. A PRIMEIRA EXIGÊNCIA DE INVESTIMENTOS FICA SEVERAMENTE AFETADA: A GARANTIA DO CAPITAL INVESTIDO (A DESVALORIZAÇÃO DA MOEDA NACIONAL AFASTA INVESTIDORES). Mesmo o Brasil sendo um país que cumpre contratos, mas temos um passado de controle de preços e de lucros que ainda é lembrado (afeta a garantia de lucros futuros).

Todo artificialismo em política monetária e fiscal (nossa política fiscal passa insegurança) é negativo e se estendido além do aceitável termina em crise e prejuízo. A Argentina já perdeu a função de reserva de valor de sua moeda.     11/2020.

domingo, 8 de novembro de 2020

BANCO CENTRAL INDEPENDENTE?

 

BANCO CENTRAL INDEPENDENTE?

MILTON FRIEDMAN E O Fed (Banco Central americano).

 Milton Friedman deu entrevista respondendo sobre o que achava da atuação do Fed. Respondeu que podia fechar. Ele foi um crítico rigoroso da atuação do Fed, inclusive responsabilizando-o pela crise de 29/30 (pela atuação errada). Relacionou todos os erros cometidos pelo Fed. Foi de fato um crítico severo (e correto nas críticas). Mas em seu livro “Capitalismo e Liberdade” escreveu: “Convém que usemos o governo para fornecer uma estrutura monetária estável à economia livre – isto é parte da função de propiciar uma estrutura legal estável”.  Rendeu-se à realidade.

ESCREVEU CONTRA A INDEPENDÊNCIA DO BANCO CENTRAL: “É um mau sistema para os que acreditam na liberdade justamente porque dá a poucos homens um poder tão grande sem que seja exercido nenhum controle efetivo pelo corpo político – este é o argumento chave político contra um BC independente.”

COMENTO:
Hoje o BC tem que atender a uma meta de inflação (estabilidade do poder de compra da moeda), com câmbio flutuante, que funcionam como um redutor do poder discricionário. Estas limitações do poder discricionário justificam a independência do BC para evitar as pressões políticas em anos de eleição. 2002.

 ATUALMENTE, CABE AO BC:

 a) garantir o poder de compra da moeda nacional;

b) zelar pela liquidez da economia;

c) manter as reservas internacionais em nível adequado;

d) estimular a formação de poupança;

e) zelar pela estabilidade e promover o aperfeiçoamento do sistema financeiro.

MISSÃO DO BCB - Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez do sistema financeiro nacional.

 A PROPOSTA APROVADA PELO SENADO DIZ QUE:

a) a meta principal é GARANTIR O PODER DE COMPRA DA MOEDA NACIONAL;

b) sem prejuízo da meta principal, o BC terá também os objetivos de:

b1) “zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro;

b2) suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e;

b3) fomentar o pleno emprego”.

 PERGUNTA e AFIRMAÇÃO:

 a)      a) Solidez do sistema financeiro nacional?

b)       b) Sem câmbio flutuante fica uma liberdade perigosíssima.

c)        c) Sabemos que a preservação do poder de compra da moeda (responsabilidade monetária) é condição necessária, mas não o suficiente para o crescimento econômico sustentado (empregos). Não é um risco e redundância desnecessária colocar outras metas que dependem 100% da primeira?   

MISSÃO DO BCB - Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez do sistema financeiro nacional. A experiência demonstrou que a política monetária é mais eficaz no combate à inflação (claro que a parceria com a política cambial e fiscal adequadas torna-a mais eficaz ainda) do que (sozinha) para motivar e conseguir crescimentos (aumentos consistentes das atividades econômicas). A política monetária sozinha não provoca, com certeza, o aumento sustentado dos investimentos e empregos, é apenas uma variável necessária. O reconhecimento das limitações da política monetária, de que ela não pode como único fator resolver os complexos problemas e interesses individuais da atividade econômica, não tira sua importância no quadro mais vasto da política macroeconômica. A função da moeda, RESERVA DE VALOR, não deve nunca ser esquecida (bolhas demagógicas de crescimento devem ser evitadas, apenas o empurrão inicial pode ser aceito). A preservação do poder de compra da moeda (responsabilidade monetária) é condição necessária, mas não o suficiente para o crescimento econômico sustentado (e emprego).

 Resumo de textos de 2000/2002.

 

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

A TAXA BÁSICA ESTÁ ABAIXO DA ADEQUADA? EXIGIRÁ AJUSTES FUTUROS ONEROSOS?

 A TAXA BÁSICA ESTÁ ABAIXO DA ADEQUADA? EXIGIRÁ AJUSTES FUTUROS ONEROSOS?

SET. 2020 (12 MESES).

M1 +45,9%; M2 +29,2%; M3 +16,4%; M4 -2,7%.

LIQUIDEZ MUITO ACIMA DA ADEQUADA.

______________________________________

IGP M 18,2%; (JUL. a OUT. 2,23%; 2,74%; 4,34%; 3,23%); IPA M 25,78%;

PROD. AGROPEC. 41,23%; PROD. INDUSTR. 20,71%; INCC 4,83%;

IPC M 2,77%; IPCA 2,1% (SET. 0,64; OUT. 0,75%); US$ 43,8% (out.).

IGPs pressionarão os IPCs.

A DESVALORIZAÇÃO DO REAL REDUZIU O PIB E O PIB PER CAPTA (em dólar). REDUZIU O PODER DE COMPRA E A QUALIDADE DE VIDA DA POPULAÇÃO. 

_____________________________________________

SWAPS CAMBIAIS OUT. RESULTADO US$ 69,053 bilhões NEGATIVOS;

FLUXO CAMBIAL FINANCEIRO OUT. US$ 52,342 bilhões NEGATIVOS;

___________________________________________________

CRÉDITO SIST. FINANC. 12 MESES SET.

PJ 18,7%; PF 9,3%; GOVERNOS 16,3%; TOTAL 13,1%.

_______________________________________________________

JUROS COM VENC. EM JAN. 2025 7%; SELIC 2%.

FOCUS DE 11/2019 PREVIA: US$ 4,00 (está em 5,70); SELIC 4,5%; IPCA 3,6%.

É UM CENÁRIO DE INFLAÇÃO ASCENDENTE DESNECESSÁRIO E DE CORREÇÃO MAIS ONEROSA. A POLÍTICA MONETÁRIA TEMPESTIVA JÁ ESTÁ ULTRAPASSADA (A PREVENTIVA ABANDONADA).

_______________________________________________________________

NAS FASES DE RECESSÃO E DEPRESSÃO QUALQUER TAXA DE JURO POR BAIXA QUE SEJA É ALTA DEMAIS. NÃO HÁ COMO FUGIR À CORRELAÇÃO ENTRE AS POLÍTICAS MONETÁRIA, FISCAL, TAXAS DE JUROS E PREÇOS. A TAXA BÁSICA ADEQUADA É SEMPRE A MELHOR PARA A CONJUNTURA PROPECTIVA (evita desequilíbrios entre preços relativos de ativos, de serviços e de produtos).

A FUGA DO REAL PARA O DÓLAR OU OURO NO EXTERIOR PODERÁ ELIMINAR A FUNÇÃO DE RESERVA DE VALOR DA NOSSA MOEDA (IREMOS VIRAR UMA ARGENTINA GRANDE). MAG 11/2020.

ATUALMENTE, CABE AO BC:


a)    garantir o poder de compra da moeda nacional;

b)     zelar pela liquidez da economia;

c)    manter as reservas internacionais em nível adequado;

d)    estimular a formação de poupança;

e)    zelar pela estabilidade e promover o aperfeiçoamento do sistema financeiro.


segunda-feira, 26 de outubro de 2020

O ALTO RISCO DE SELIC NEGATIVA. VARIÁVEIS MACROECONÔMICAS - RELAÇOES.

 

O ALTO RISCO DE SELIC NEGATIVA. VARIÁVEIS MACROECONÔMICAS - RELAÇOES.

RF (renda das famílias);

SP (saldo fiscal primário, antes das despesas financeiras);

SN (saldo nominal, após despesas financeiras);

ib (taxa básica de juros, Selic);

 im (taxa de juros de mercado de cp e de lp);

CÂMBIO, FLUXO CAMBIAL (comercial e financeiro);

SBC (saldo balanço comercial);

STC (saldo em transações correntes).

INFLAÇÃO: a taxa básica (Selic) é a principal ferramenta do BC para controlar a liquidez e a pressão da demanda (harmonizar demanda e oferta). A adequada taxa básica harmoniza a demanda e oferta (sem pressionar preços). Com taxa básica abaixo da adequada os juros de mercado de LP sobem (expectativas). O TN fica com dificuldade de vender títulos de LP. O prazo médio da dívida do TN encurta. O saldo fiscal primário e nominal influenciam a necessidade de mais ou menos taxa básica.

TAXA BÁSICA E CÂMBIO: taxa básica considerada abaixo da adequada faz agentes econômicos (investidores, poupadores, consumidores) refugiarem-se em antecipação de consumo, investimentos em ativos que não moeda pátria, fuga para o dólar. O fluxo cambial fica negativo. O dólar sobe e pressiona os IGPs e a seguir os IPCs. Se o BC adotar câmbio administrado abaixo do adequado o mercado adota o câmbio paralelo que sobe e se distancia do oficial. O pior dos cenários, viver acima das condições (é o caso da Venezuela e Argentina). Uma taxa básica abaixo da adequada com câmbio flutuante desvaloriza a moeda pátria e o poder de compra da população (queda da qualidade de vida), mas as contas externas tendem a ficar positivas (é o caso do Brasil, que não tem dívida pública em dólar). O STC (saldo em transações correntes) reduz o déficit ou produz superávit (é o caso do Brasil).

SALDO FISCAL PRIMÁRIO E NOMINAL: a taxa básica abaixo da adequada aproveitando um momento da conjuntura favorável (queda de atividades com pandemia) reduz o custo financeiro no CP e o negativo do saldo nominal. Mas no momento os preços dos produtos de primeira necessidade subiram muito e a inflação muito alta dos IGPs atinge os IPCs. Não subir a taxa básica é risco desnecessário (e errado).

TAXA BÁSICA NEGATIVA: apenas países que emitem moedas reservas mundial e nas crises são utilizadas como refúgio (segurança) e têm fluxo positivo (atraem capitais) podem arriscar a utilizar (mesmo assim com atenção a efeitos de LP. A moeda deixar de ser considerada reserva mundial). 10/2020

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

LINHAS DE PENSAMENTO ECONÔMICO (1994).

 

RESUMO DE TEXTO DE 1994: LINHAS DE PENSAMENTO ECONÔMICO.  

PUBLICADO HÁ 6 ANOS DO FACE BOOK.

INTRODUÇÃO:

A economia é uma ciência social-política (não exata). Toda sua lógica baseia-se no estudo do equilíbrio (o constante movimento das variáveis) das forças econômicas (agentes, variáveis, tempo = mercado). A noção de equilíbrio presume o desequilíbrio.

A ECONOMIA E AS PREVISÕES: por ser uma ciência social, não exata, e política (depender de decisões futuras de quem mantem o poder) as conclusões de estudos vêm sempre acompanhadas da frase padrão: “e tudo o mais continuando constante”. Isto não desqualifica a ciência, pelo contrário, ela define e antecipa as consequências (efeitos) de ações políticas. Leis ou postulados econômicos são enunciados de tendências.

O EQUILÍBRIO ESTÁTICO (a fotografia de um momento): facilita o estudo dos fenômenos econômicos para os iniciantes.

O EQUILÍBRIO DINÂMICO (o equilíbrio em movimento): procura explicar o processo em que o sistema está caminhando para alcançar o equilíbrio, assim como os momentos sequenciais. A economia em equilíbrio (pouca volatilidade) tem a PREVISIBILIDADE facilitada (facilita o planejamento e encoraja os investimentos, o crescimento é sustentável, a moeda é estável), em desequilíbrio é mais volátil e imprevisível (desencoraja investimentos).

LINHAS DE PENSAMENTOS ECONÔMICOS:

a) LIBERAL (economia de mercado): defende a menor presença estatal possível, regras do jogo preestabelecidas, o poder deve ser da lei e não da autoridade, as normas devem reduzir o poder discricionário, defender a concorrência e o mais fraco contra o mais forte. Defende também que os gastos públicos improdutivos devem ser o menor possível e manter uma relação com os produtivos (inclusive os investimentos produtivos com os improdutivos). É contra o controle dos preços. Os monopólios e os oligopólios naturais devem ser monitorados e fiscalizados por agências governamentais (defesa da qualidade e do consumidor). O câmbio deve ser flutuante.

b) Os liberais defendem a concorrência (sem concorrência não existe livre mercado) e não a livre concorrência. Podemos dizer que o Capitalismo Liberal é o melhor exemplo prático.

AUTORES:

Adam Smith, A Riqueza das Nações (1776);

Friedrich August Von Hayek, Caminho da Servidão (1944);

Milton Friedman, Capitalismo e Liberdade (1962);

José Guilherme Merquior, A Natureza do Processo;

Roberto Campos, Lanterna na Popa;

Karl R. Popper, A Sociedade Aberta e seus Inimigos;

Douglas North, Entendendo o Processo de Mudança Econômica; Norberto Bobbio, Liberalismo e Democracia.

b) MONETARISMO: defende a defesa do poder de compra da moeda (estabilidade monetária) como condição necessária, mas não o suficiente, para o desenvolvimento econômico. O princípio básico é o controle da quantidade da moeda (liquidez) e o seu crescimento em harmonia com a capacidade de crescimento do PIB (PIB potencial) para evitar que o processo inflacionário se instale (inflação ascendente, hiperinflação e a seguir a estagflação). Um resumo seria dizer que defende a responsabilidade fiscal e a monetária. A taxa básica de juro demonstrou ser a melhor ferramenta para controlar a liquidez e estabelecer a harmonia entre a velocidade de crescimento da demanda e da oferta. Quando a demanda cresce em velocidade superior à oferta, a motivação para exportar cai e a para importar sobe, evoluindo para crise cambial. Se não abortada com a elevação da taxa básica o crescimento cai e o quadro evoluirá para a moratória e suas consequências negativas para a economia e para o povo. O monetarismo combina com o liberalismo e com câmbio flutuante.

Autores:

BERNARDO DAVANZATI (1582): escreve “Lição da Moeda” onde é esboçada a ideia, talvez inicial, da teoria quantitativa da moeda; DAVID HUME (1752): “Of Money e Of interest” dá forma bem esboçada à ideia da teoria quantitativa da moeda. Separa os efeitos do curto e médio prazo da alteração monetária das do longo prazo (inflação). “Os preços das mercadorias evoluirão sempre proporcionalmente à quantidade de moeda”; 1760 – 1770: tem início a revolução industrial inglesa (inovações);

ADAM SMITH (1776): publica o livro “A Riqueza das Nações”, com as ideias básicas do pensamento econômico liberal. A presença do estado deve ser definida e limitada por leis, o poder é da lei e não da pessoa (limitar o poder discricionário das autoridades). Redução dos gastos improdutivos dos governos. Liberdade dos mercados, concorrência defendida por regras do jogo pré-estabelecidas, a menor presença estatal possível;

GUSTAV KNUT WICKSELL (1911): “Lições de Economia Política”, quase um resumo de suas obras. Introduziu a ideia de taxa de juro de equilíbrio e suas relações com a inflação. Se o juro de mercado é superior ao de equilíbrio a demanda e os preços caem. O monetarismo racional tem suas origens em seus estudos;

IRVING FISHER (1928/1937): desenvolveu os estudos da teoria monetária moderna (tudo passa por ele);

MILTON FRIEDMAN (1962), com a publicação do livro “Capitalismo e Liberdade”, em linguagem acessível a todos, faz o monetarismo renascer, contrapondo-se às conclusões de Keynes, que considerava totalmente erradas (fábrica de estagflação). É o principal autor do liberalismo e monetarismo modernos. Sua principal obra é “A História Monetária dos Estados Unidos”.

UM COMENTÁRIO FEITO HÁ 6 ANOS SOBRE A PUBLICAÇÃO A SEGUIR:

O comunismo (socialismo) controla preços, não tem responsabilidade monetária (emite irresponsavelmente), não tem responsabilidade fiscal, gastam à vontade, nem se lixam para a relação gastos produtivos / improdutivos, e suas moedas não têm valor no mundo (valem zero). É neste sentido que os heterodoxos (keynesianos que não têm competência para ler Keynes) se igualam. A diferença entre o capitalismo de estado que esta turma defende e o comunismo é a propriedade privada (que é pequena no capitalismo de estado, improdutiva e decadente) e o lucro (que eles odeiam e tentam reprimir tabelando preços e dificultando a vida das empresas). Keynes era um socialista envergonhado, meio cor de rosa (a inveja dele era o sucesso dos USA e a decadência da Inglaterra e da Libra). A dos comunistas é a riqueza dos outros (querem sempre mamar sem produzir). O capitalismo de estado fez o Brasil ser pobre e atrasado. As estatais atrasaram a vida do país. A lei de informática atrasou o país em 50 anos. O capitalismo de estado só é menos ruim do que o comunismo (socialismo). O comunismo falhou nas grandes comparações que as experiências práticas deixaram de ensino para o mundo: as duas Alemanhas, as duas Coreias, a China continental x Taiwan x Hong Kong x Cingapura, a Europa ocidental x a oriental. Nikita Krushev enterrou o comunismo ao escrever: que diabo de comunismo bom que é este que temos que construir muros para que não fujam, se fosse bom estaríamos construindo para que não entrassem. Com a derrocada final do comunismo (QUEDA DO MURO E DISSOLUÇÃO DA URSS) as viúvas refugiaram-se na heterodoxia (alguns se dizem keynesianos sem nunca o terem lido, nem têm competência para tanto). É neste sentido que os igualo, tudo farinha do mesmo saco.

c) HETERODOXIA DESENVOLVIMENTISTA (irresponsabilidade fiscal e monetária):

a) defende a maior presença estatal possível, inclusive os monopólios estatais, não condena o poder discricionário das autoridades (defende a política monetária discricionária);

b) defende a taxa básica de juros baixa (não reconhecem a taxa neutra de equilíbrio) como meio de aumentar as atividades;

c) não se importam com déficits fiscais e gastos públicos sem diferenciar os produtivos dos improdutivos;

d) criticam a responsabilidade fiscal e monetária. Apesar da maioria se dizer keynesiana, defendem o câmbio administrado, preços controlados e um pouco mais de inflação como meio de obter o crescimento. Keynes era a favor do câmbio flutuante e contra a inflação (o seu modelo de desenvolvimento é que leva ao processo inflacionário, inflação, hiperinflação e por fim a estagflação);

e) aceitam, mas criticam a economia de mercado e tentam controlá-la tabelando preços (para evitar a inflação) quando o sistema começa a apresentar problemas de sustentação;

f) Exemplos de heterodoxia: Intervencionistas, Capitalismo de Estado, o Socialismo e o Comunismo. 1994.

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

A RENDA (PODER DE COMPRA) E O CONSUMO.

 

A RENDA (PODER DE COMPRA) E O CONSUMO.

A renda nacional é representada pela soma das variáveis:

RNB = RENDA DO TRABALHO (assalariado com e sem carteira, autônomos e MEI) + LUCROS + JUROS + ALUGUÉIS.

A DEMANDA D = C + I + G + E = PIB + M (= OFERTA)

O CONSUMO = D - (I + G + E) = OF – (I + G + E) = PIB + M – (I + G + E) = PIB - (I + G + E - M) 

(Conforme o sistema padronizado de contas nacionais originado em Keynes (Teoria Geral), iniciado e organizado por Simon Kusnetz, aperfeiçoado por Richard Stone. A ideia de equilíbrio presume o desequilíbrio).  

Sabemos que: o consumo é função da riqueza acumulada e da garantia de renda futura em relação à expectativa de vida.

A expectativa não é de renda futura garantida: Renda do Trabalho, Lucros, Juros, Alugueis. Os empregos e a renda do trabalho ainda não demonstram segurança futura. As empresas também sem segurança de lucros futuros. Os juros básicos negativos representam queda de renda e de poder de compra (consumo). Além de reduzir a renda provocam fuga para ativos no exterior (dólar, ouro ou bolsa). O juro básico tem que ser fixado buscando manter uma relação de equilíbrio entre demanda e oferta. Juros negativos podem estimular a demanda na mesma proporção que a fuga de capitais e uma percepção de empobrecimento (queda de poder de compra).

EFEITO EMPOBRECIMENTO - Expectativas negativas, provocadas por desvalorizações de ativos (poupanças, bolsas, imóveis, etc., provoca percepção de empobrecimento), e por taxas de juros reais negativas (queda da renda de poupadores, de fundos de pensões, etc.), provocam insegurança quanto ao futuro e podem induzir a redução de consumo e a queda de preços (paradoxo).   

EFEITO ENRIQUECIMENTO - Expectativas positivas e segurança quanto ao futuro podem aumentar o consumo provocando aumentos de preços, caso inexista aumento de produção (a percepção de aumento de renda pessoal, provocada por valorizações de ativos, etc., provoca sensação de segurança e aumento de consumo).

MAG 28/09/2020. Resumo de escrito 10/1998.

 

domingo, 6 de setembro de 2020

A PANDEMIA COVID-19 A TAXA BÁSICA, A RENDA, A DEMANDA (consumo e investimento), A OFERTA (investimento), A DIFERENÇA ENTRE A INFLAÇÃO DOS IGPs e do IPCA. O CÂMBIO.


A PANDEMIA COVID-19 A TAXA BÁSICA, A RENDA, A DEMANDA (consumo e investimento), A OFERTA (investimento), A DIFERENÇA ENTRE A INFLAÇÃO DOS IGPs e do IPCA. O CÂMBIO.

O estudo da ciência econômica iniciou de fato com os pensadores da análise macro (daí macroeconomia) da demanda (procura global, macro) e da oferta (também macro). O que interfere na demanda e na oferta? A Economia estuda as influências e conexões de variáveis e fatores econômicos (as que interferem entre si e as que não interferem e não sofrem interferências), da política (o poder).  
Definições foram desenvolvidas para facilitar as análises de conjunturas, passadas, presente e prospectivas (futuras). A principal foi a definição reduzida de oferta e demanda global, produto (produção) interno bruto (antes de depreciações) = C +I (consumo global + investimento global). Neste texto (e em todos os textos econômicos pensamos em variáveis macros): a massa de salários e não o salário de uma pessoa, a demanda global e não a demanda de uma pessoa (PIB = C + I). A definição de PIB (produto interno bruto) mais comum é: C + I + G + E – M (consumo + investimentos + gastos dos governos + exportações – importações). O PIB líquido seria o reduzido de depreciações. O PNB (produto nacional bruto) seria o PIB acrescido de recebimentos do exterior e reduzido de remessas para o exterior.  Outra maneira de demonstrar e estudar macroeconomia é a definição de RNB (renda nacional bruta) = PIB. RNB = RT (renda do trabalho) + L (lucros) + J (juros) + A (aluguéis). Aprendemos que a demanda sofre influência da renda e de expectativas (segurança futura). Quando falamos em renda entra no estudo a moeda (teoria monetária). Sobre a renda e sua influência já se estudou e definiu.
RENDA: RELAÇÕES COM CONSUMO, JUROS E INFLAÇÃO.
1) KEYNES: para Keynes o consumo subiria de acordo com a renda. Maior a renda maior o consumo total, mas menor em relação à renda.
2) IRVING FISHER: para Fisher o consumo dependia da expectativa de renda e de vida.
3) MILTON FRIEDMAN: para Friedman o consumo dependia da renda permanente (a renda que os agentes têm segurança de que receberão).
4) MODIGLIANI: para Modigliani o consumo é função da riqueza e da renda em relação à expectativa de vida.
5) MELHORIA NA DISTRIBUIÇÃO DE RENDA: a melhoria na distribuição da renda (redução da concentração da renda) aumenta o consumo no curto e no médio prazo (ou enquanto houver espaço para ela ocorrer). O aumento do consumo induz o aumento dos investimentos (é o crescimento da renda total = PIB).

RESUMINDO: PIB (C + I) = C + I + G + E – M = RNB = RT + L + J + A.

O estudo dos EFEITOS DOS JUROS na economia: na renda, no consumo, na oferta, nos investimentos, nas expectativas.

Quem recebe e quem paga juros? Recebe juros os poupadores. Quem são os poupadores? Quem tem renda e gasta apenas uma parte dela (a parte não gasta é a poupança). Poupadores são os trabalhadores (RT = renda do trabalho), os fundos de pensão (dos trabalhadores), quem investe em bolsa (lucros e dividendos), quem poupa para aposentadoria, quem poupa especulativamente (posterga ou antecipa consumo ou investimento dependendo da relação juros x inflação). Não existe na teoria econômica a variável rentista (existe poupador, investidor, consumidor). Rentista em economia e política é demagogia barata ou ignorância.

Vimos que os juros influenciam na renda e decisões dos agentes econômicos: trabalhadores, poupadores, aposentados, investidores e empreendedores. Pelo estudo da teoria monetária aprendemos que existe um juro de equilíbrio (neutro). Aprendemos que o BC deve tentar equilibrar a demanda com a oferta através da taxa básica de juro. Para aumentar a demanda ela deve ser fixada abaixo da taxa de equilíbrio, para reduzir acima. A inflação é a medida. Se ascendente a taxa básica deve ser aumentada, se descendente deve ser reduzida. A taxa básica acima da de equilíbrio estimula os agentes a postergarem a demanda, abaixo a antecipar (evitar a perda com a inflação).  

A pandemia covid-19 trouxe uma novidade: o governo forçado a dar uma renda mensal (quase sem controle) que estimulou a demanda de produtos essenciais (alimentação, limpeza, etc.). A taxa básica fixada em 2% (tomando por base as expectativas de inflação) desvalorizou a moeda pátria, o real. A desvalorização foi muito alta (40%). Muitos ativos que haviam valorizado desvalorizaram (o furo da bolha), estão resistindo o dólar, o Euro e o ouro (em primeiro lugar, 60%). O IGPM subiu em 12 meses 13% (em jul. 2,23%; em ago. 2,74%). O ano passado 7%. O IPAM 13,435 até ago. e em 12 meses 18%. O IPCM no ano subiu 1,38%, em 12 meses 2,34%. A diferença é muito alta, um risco.
O que teremos pela frente? O IPCA subirá ou os IGPs cederão? Na minha opinião a inflação dos IPCs voltará. Quando? Assim que a Pandemia for controlada.
O TN para captar a prazo médio tem que pagar taxas mais altas (ainda baixas, subirão mais). O que poderá ajudar? A política monetária dos USA de corrigir a valorização do dólar (que dificulta exportações).
Estamos caminhando um caminho que deverá trazer desarmonia entre oferta e demanda (a valorização do real, se ocorrer, poderá ajudar). A taxa básica terá que subir para evitar o retorno da inflação. Se ocorrer na época da eleição Bolsonaro não se reelegerá. MAG 06/09/2020.  

 https://mageconomia.blogspot.com/2020/02/crescimento-economico-relacoes-com.html