sábado, 26 de setembro de 2015

GASTOS PÚBLICOS PRODUTIVOS (liberais monetaristas) X IMPRODUTIVOS (keynesianos) - CP e LP.


GASTOS PÚBLICOS PRODUTIVOS (liberais monetaristas) X IMPRODUTIVOS (keynesianos) - CP e LP.

A análise econômica tem que considerar o ambiente e inúmeras variáveis. Alguns exemplos: a conjuntura está com inflação ascendente, descendente, estável ou com deflação? As atividades estão ascendentes, descendentes, (desaceleração, recessão, depressão)? Existe algum gargalo na infraestrutura?

OS GASTOS PÚBLICOS EM INVESTIMENTOS PRODUTIVOS DE CURTO PRAZO financiados com emissão de moeda em uma economia com inflação estável (descendente ou com deflação) quase sempre podem ser benéficos para a conjuntura, estimulando as atividades ou eliminando gargalos.  Exemplos: a atualização dos maquinários de uma usina de hidroeletricidade que aumente a produção, a ampliação da capacidade de um porto de exportação, a duplicação de uma estrada, generalizando, todo investimento que aumente a produtividade ou a produção. Aumentam a demanda e a oferta em momentos quase iguais.

OS GASTOS COM INVESTIMENTOS IMPRODUTIVOS OU PRODUTIVOS A LONGO PRAZO aumentam a demanda muito antes de aumentar a oferta. Com os investimentos improdutivos aumentarão apenas a demanda. Keynes defendeu a ideia de que os gastos improdutivos aumentam as atividades (de fato aumentam no primeiro momento) e são benéficos para a economia como um todo. Defendeu também a ideia de taxas de juros sempre baixas, estimulando a demanda e por extensão também os investimentos. Na prática o modelo de desenvolvimento keynesiano provocou o recrudescimento do processo inflacionário (inflação, hiperinflação, estagflação). A velocidade de crescimento da demanda fica sempre maior do que da oferta.

A ESTAGFLAÇÃO: O combate á estagflação provocada por política irresponsável se inadequada leva a economia para a recessão e até para a depressão com deflação. Em 1929/30 aconteceu este fenômeno. Hoje os BCs combatem as crises, quase sempre provocadas por irresponsabilidade fiscal, monetária e/ou cambial (com artificialismo de preços reprimidos), com a política (monetária e cambial) aconselhadas por Milton Friedman (o monetarismo e suas evoluções). Não permitir a queda dos meios de pagamentos ampliados, liberar câmbio e preços, não permitir a redução do crédito (empoçamento da liquidez). No Brasil evoluímos, com Armínio Fraga, para o que se denominou chamar de política econômica do tripé: superávit primário (saldo fiscal antes dos juros), câmbio flutuante e meta de inflação combatida com taxa básica de juro adequada.  A estabilidade do poder de compra da moeda é considerada condição necessária, mas não o suficiente, para que ocorra o crescimento econômico sustentado.    

A NME, NOVA MATRIZ ECONÔMICA, adotou a política keynesiana de gastos públicos e juros inadequadamente baixos. Aos primeiros sinais de inflação ascendente começou a reprimir os preços básicos (petróleo, energia, câmbio) e as taxas de lucros dos serviços públicos concedidos. Iniciou-se um sentimento de desconfiança dos investidores (a aversão do governo aos lucros). O que motiva investidores a enfrentar riscos é o lucro. O que aumenta empregos são empresas lucrativas. Em 2014 com a eleição para presidente tudo foi feito para mascarar a realidade.

OS AJUSTES (a reversão da política econômica): a presidente assim que reeleita, aconselhada ou sabedora que estaria levando o país para uma crise cambial (a maior do mundo), convidou um economista conceituado da linha liberal monetarista (J. Levy) e tentou reverter a política econômica. De início estava dando certo, mesmo com a redução do superávit fiscal (no orçamento proposto e anunciado). A inflação mudando de ascendente para descendente, o balanço comercial de negativo para positivo, o real desvalorizando-se para algo aceitável. Eis que a realidade bate à porta: o superávit fiscal não é possível de se alcançar, aumentos de impostos são pedidos. A sociedade se revoltou, como pedir aumentos de impostos com tanta corrupção anunciada? A mensagem dúbia passada pela presidente (e informada pela imprensa) de que não abriria mão de certos gastos públicos improdutivos (nunca se ouviu uma declaração clara de apoio à nova política econômica), o enfraquecimento de J. Levy, a crítica de senadores e deputados da base aliada aos cortes de gastos públicos e à política monetária do BC puseram fogo à fogueira que estava sendo apagada. Parecia que estavam querendo fugir da responsabilidade dos ajustes e impor à oposição os custos dos mesmos. A crise recrudesceu. O PSDB (oposição) começou a votar contra o que sempre defendeu como correto (adotando a política antiga do PT, do quanto pior melhor). O PT votando a favor dos ajustes e dando declarações à imprensa contra o mesmo.   

MAG 09/2015. 

terça-feira, 15 de setembro de 2015

POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETARISMO LIBERAL X KEYNESIANA X “DESENVOLVIMENTISMO”. DIFERENÇAS. VARIÁVEIS CONTROLÁVEIS E INFLUENCIÁVEIS.


POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETARISMO LIBERAL X KEYNESIANA X “DESENVOLVIMENTISMO”. DIFERENÇAS. VARIÁVEIS CONTROLÁVEIS E INFLUENCIÁVEIS.

A política econômica é praticada através das variáveis CONTROLÁVEIS (aquelas sobre as quais a autoridade tem o poder de manipulação).
Pode ser dividida em: a) Política Fiscal (orçamento e execução); b) Política Monetária (os BCs, a moeda, o crédito e o sistema financeiro); c) Política Cambial (BCs).

    a)    Política Fiscal: orçamento e sua execução. Receita pública (sistema tributário). Gastos Públicos (correntes e investimentos, meios e fins, produtivos e improdutivos). Saldo Primário (antes dos juros) e Nominal (final) das contas do governo.  Gerenciamento e custo da dívida pública interna e externa.

    b)    Política Monetária. Monitoramento: das taxas de juros de Mercado, Natural, Básica e suas relações. Dos meios de Pagamentos Ampliados (M0, M1, M2, M3, M4). Das operações de Crédito do Sistema Financeiro. Da dívida pública em poder do público, do BC e o seu custo. Da elevação dos índices de preços (estratificados). Da relação cambial com a moeda reserva padrão mundial (hoje o dólar) e com principais importadores.  

   c)    Política Cambial (externa). Monitoramento: do Balanço de Pagamentos (Comercial, Serviços, Rendas, Conta Capital e Financeira, Saldo em Transações Correntes); dos Fluxos Cambiais (Comercial, Financeiro); das Reservas Cambiais; da Dívida Externa (pública, privada e entre empresas); das intervenções do BC nas contas externas (no câmbio); da atuação dos bancos e empresas no Câmbio; da relação cambial com a moeda reserva padrão mundial (hoje o dólar) e com principais importadores. Definição do sistema cambial: flutuante ou administrado. Depois que os USA eliminou a relação dólar x ouro, o único sistema cambial aceitável passou a ser o flutuante. Querer administrar câmbio sem ter poder sobre a moeda reserva mundial é o caminho para crise cambial.

A autoridade econômica tem poder (diretamente ou através do legislativo) sobre as variáveis consideradas CONTROLÁVEIS.
     1)    Na política fiscal: sobre gastos públicos, sobre tributos;        
    2)    Na política monetária: sobre a taxa básica de juro, sobre a emissão de moeda, sobre depósitos compulsórios, sobre o sistema financeiro (estabelecimento de limites prudenciais);
     3)      Na política cambial: sobre a compra e a venda de divisas, sobre o estabelecimento de normas e limites para a entrada de capitais (as saídas devem sempre ser livres, pois se proibidas desestimularão as entradas), sobre o gerenciamento das reservas cambiais, sobre o imposto de importações e de exportações, sobre o IOF.

A autoridade econômica não tem o poder direto sobre as variáveis consideradas INFLUENCIÁVEIS, mas tem através dos efeitos provocados pela manipulação das controláveis.
Exemplos: tem o poder direto sobre a taxa básica (uma taxa de curto prazo manipulável) que influencia a liquidez, as atividades, as expectativas dos agentes quanto à inflação e sobre os juros de mercado de longo prazo (estes caem quando a taxa básica sobe adequadamente). Em um processo inflacionário (inflação ascendente) a velocidade de crescimento da demanda fica sempre à frente à da oferta. A taxa básica harmoniza (equilibra) a oferta e a demanda (adequando as atividades ao possível).   

MONETARISMO LIBERAL X KEYNESIANO X “DESENVOLVIMENTISMO”: DIFERENÇAS ENTRE AS POLÍTICAS ECONÔMICAS.

MONETARISMO LIBERAL: afirma ser a estabilidade monetária (a manutenção do poder de compra da moeda) condição necessária, mas não o suficiente, para o desenvolvimento econômico. Defende limites para a dívida pública, para a criação de moeda (conceito amplo) que deve ser constante e no máximo 3% acima da inflação, tendo por limite o PIB potencial. A inflação deve ser combatida através de superávits fiscais primários e da manipulação da taxa básica. O câmbio deve ser flutuante, o BC deve atuar apenas para evitar volatilidades artificiais. Privilegia os gastos produtivos sobre os improdutivos, os fins sobre os meios. Defende a menor presença estatal possível, a iniciativa privada e o estado tendo a função fundamental de regular as relações entre os agentes, defendendo a concorrência e os consumidores.   

KEYNESIANO: defende os gastos públicos (produtivos ou improdutivos) como fator estimulador do crescimento econômico, bem como taxas de juros sempre baixas para estimular a propensão ao consumo e por extensão aos investimentos. O câmbio deve ser flutuante. Apesar de ser contra a inflação o modelo acelera a demanda em velocidade superior à oferta e provoca um processo inflacionário que evolui para hiperinflação, estagflação, que se combatido com atraso ou inadequadamente pode provocar recessão com deflação (início das depressões).  No processo de desconfiança da moeda os agentes refugiam-se em outros ativos (bolsa, imóveis, dólar, ouro, etc.) que não a moeda pátria, formando bolhas nos preços dos mesmos (os preços sobem acima da inflação), provocando uma sensação de riqueza (virtual). Na hora dos ajustes a bolha fura desvalorizando os ativos e provocando uma sensação de perdas das riquezas virtuais. As atividades caem e se as autoridades econômicas permitirem a crise evolui de liquidez, para de crédito e de confiança se não combatida adequadamente pela política monetária (controle da liquidez e do crédito). Defendem a presença estatal na economia. Na prática tabelaram preços e administram câmbio para segurar a inflação. A ingerência no câmbio leva também à crise cambial.  

DESENVOLVIMENTISMO: em geral seguem o keynesianismo. Defendem a política keynesiana de gastos públicos, juros baixos, preços administrados e a presença do estado na economia. Muitos defendem (ou defendiam) o câmbio administrado para estimular a indústria e as exportações. Defendem o controle de preços e câmbio administrado. A prática demonstrou que sempre seguram a desvalorização do câmbio para combater a inflação. A prática também demonstrou ser impossível conviver com déficits fiscais, juros baixos e câmbio valorizado artificialmente. A crise cambial explode.
Alguns passaram a defender superávits primários e até nominais e câmbio administrado desvalorizado (para estimular a indústria), o inverso da linha desenvolvimentista original. É uma política contrária ao pensamento keynesiano e também defendida pelos liberais monetaristas. Os superávits fiscais reduzem a dívida pública, as taxas de juros de mercado e valorizam o câmbio (o inverso do que pretendem). A diferença com os monetaristas parece ser o câmbio administrado (flutuante para os monetaristas) e a taxa básica (a adequada para os monetaristas) sempre mais baixa. É o início do caminho para a política econômica aceita e seguida pelo mundo desenvolvido e responsável, a liberal monetarista.

MAG 09/2015.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

COMO A INSEGURANÇA AFETA OS JUROS FUTUROS.


COMO A INSEGURANÇA AFETA OS JUROS FUTUROS

A insegurança passada por DR e seus ministros da área econômica em conseguir implementar as necessárias medidas de cortes dos gastos superiores à receita (que provocam déficit primário), provocou a redução da nota de crédito do país para o nível de risco, abaixo do considerado seguro para investir. Os efeitos imediatos serão a redução das entradas no fluxo cambial e o aumento das taxas de juros para o país. As empresas e os bancos encontrarão dificuldades em conseguir financiamentos. Os riscos maiores serão a dificuldade dos bancos em conseguir renovações. Os cortes do governo devem afetar gastos improdutivos, necessários mas não possíveis e os políticos, que demonstrem com clareza para a sociedade o sacrifício em cortar na própria carne.  

O rebaixamento da nota de crédito ocorreu principalmente por insegurança nas intenções do governo e de sua base de sustentação em responsabilizar-se pelos cortes dos gastos necessários mas não possíveis de serem sustentados. Pesa sobre o país um passado de mal pagador, uma moratória recente e declarações de senadores e deputados do PT contra a responsabilidade fiscal e também a monetária. O mundo desenvolvido que financia investimentos não suporta mais populistas e demagogos irresponsáveis (que trabalham contra os interesses de seu próprio país).   

Abaixo a curva que demonstra a queda dos juros futuros após os aumentos da selic e o aumento após a queda da nota de crédito pela S&P. O juro de 2018 passou de 12,84% para 15,34%. Os juros dos títulos do TN corrigidos por IPCA passaram mais de 7%. E ainda tem economista "desenvolvimentista", senadores, deputados e líderes do PT (e outros) que falam contra a Selic (a menor taxa de juro que o TN paga). O mundo não está aceitando mais ignorantes e desonestos. Já perderam muito.  

CURVA DE 10/SET/2015

CURVA DE 13/07/2015



quinta-feira, 3 de setembro de 2015

O RISCO EXTERNO BRASIL (GRAU DE INVESTIMENTO).

   O RISCO EXTERNO BRASIL (GRAU DE INVESTIMENTO).


Considerando os dados abaixo:
      a)     Selic a 14,25% e câmbio flutuante;
      b)    O Saldo do Balanço Comercial deverá dar um superávit de US$ 15 bilhões em 2015;
     c)    O Fluxo Cambial Comercial e Financeiro está positivo em US$ 8,996 bilhões até o dia 21/08. O Comercial positivo em US$ 15,164 bilhões;
    d)    O Saldo em Transações Correntes em 2015 deverá dar um negativo de US$ 73,5 bilhões;
     e)    A Conta Capital e Financeira deverá dar um positivo de US$ 70 bilhões;
     f)     As Reservas (critério liquidez) estão em US$ 370 bilhões;
     g)    As operações de Swaps Cambiais do BC em US$ 108 bilhões (as perdas ou lucros são pagas em reais);
     h)   Os preços das commodities que importamos e exportamos se compensam;
   i)  A desvalorização cambial já tornou os preços dos ativos brasileiros muito baratos e atraentes, bem como a capacidade de competição da indústria e de seus produtos agropecuários;
     j)      A DPMFI – Dívida Pública Mobiliária Federal Interna está em R$ 2,5 trilhões, equivalente a 1,8 vezes a receita da união e menos de 40% do PIB. A dívida incluindo a parte na carteira do BC está em R$ 3,59 trilhões. Mas o BC é do governo e seu lucro também. Os juros dos títulos públicos são tributados na fonte (tabela que vai de 22,5% a 15%), o que de reduz os juros pagos pelo TN;
     k)    A inflação já mudou a tendência de ascendente para descendente;  
     l)     Um BC profissional e competente;
    m)    Dívida Externa pequena: US$ 552,8 bilhões, sendo que apenas US$ 74,6 bi. do governo e US$ 209 bi. entre empresas.   
Considerando também que o Brasil é uma economia com empresas americanas, europeias e japonesas com muitos ativos e interesses no país, uma democracia liberal, com judiciário e órgãos de estado fortes, profissionais, competentes e já testados. Que o governo reverteu a política econômica populista para a responsável. 
PERGUNTA-SE: 
1) QUAL O RISCO DA DÍVIDA EXTERNA BRASILEIRA? NENHUM; 
2) QUAL O MOTIVO DA POSSÍVEL QUEDA DA NOTA DE CRÉDITO DO PAÍS? A INSEGURANÇA PASSADA PELA PRESIDENTE E PARTE DE SUA EQUIPE ECONÔMICA? MAS A POLÍTICA ECONÔMICA PRATICADA ESTÁ NO CAMINHO CORRETO. A ÚNICA DIFICULDADE ESTÁ EM REDUZIR GASTOS PÚBLICOS (normal no mundo inteiro), MAS O GOVERNO PROCURA SOLUÇÃO.  O único risco seria o governo ser tomado por economistas “desenvolvimentistas”, na verdade irresponsáveis. MAG 09/2015.
   

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

A RECEITA KEYNESIANA (DESENVOLVIMENTISTA) DE CRESCIMENTO

A RECEITA KEYNESIANA (DESENVOLVIMENTISTA) DE CRESCIMENTO.

Os economistas brasileiros (e leigos) que se denominam (alguns se denominavam) keynesianos (ou desenvolvimentistas), a maioria oriundos ou docentes da UNICAMP e das escolas federais, receitavam gastos públicos e juros baixos como modelo de desenvolvimento. Alguns defendiam desvalorizar o câmbio (a moeda pátria), sem definir se artificialmente abaixo da estabelecida pelo mercado. Keynes era favorável ao câmbio flutuante ainda na fase do dólar padrão ouro. Ser contra câmbio flutuante na fase de moedas puramente escriturais é inaceitável até para leigos. Também não esclareciam o que entendiam por juro baixo. Se era o provocado por aumento da liquidez ou através do estabelecimento da taxa básica abaixo da neutra (a de mercado de longo prazo). Todos com entendimento primário em economia monetária sabem que uma taxa básica fixada abaixo da neutra, com conjuntura inflacionária, terá como efeito o agravamento do processo (a demanda crescerá em velocidade maior do que a oferta e as contas externas serão afetadas negativamente. Crise cambial). Se a receita alongar-se os agentes fugirão da moeda pátria para outros ativos (dólares, ouro, ações, imóveis, etc.) formando as famosas bolhas (véspera da crise e de perdas de riquezas virtuais). Não eram claros na utilização da terminologia em política monetária. Entendia-se que a receita era: a) déficits públicos (primários e nominais); b) taxa de juros sempre mais baixa; c) câmbio sempre desvalorizado. Na verdade abusaram dos preços reprimidos, inclusive câmbio, através de operações de swaps cambiais desaconselháveis, com o único propósito de retardar a desvalorização do real (e da inflação). Passaram também uma mensagem de aversão ao lucro desmotivando investimentos (o propósito era atrasar a inflação com preços reprimidos). Hoje alguns se definem a favor de superávits fiscais, juros baixos (não definem qual nem como) e câmbio desvalorizado (não definem se artificialmente). Na verdade sabemos que superávits fiscais (primários e mais ainda os nominais) são variáveis que influenciam a queda das expectativas de inflação, a baixa dos juros longos de mercado (o que eles negavam) e por extensão a necessidade de taxa básica (o crescimento sustentado é resultado). A moeda tem tendência a deixar de desvalorizar-se ou a valorizar-se (dependendo do ambiente internacional). Receitavam também a maior presença do estado na economia, o controle de preços, de lucros, do câmbio. Foi esta receita que deixou a herança do quadro atual que vivemos (o que eles denominaram de NME – Nova matriz Econômica). Alguns passaram a defender o que sempre criticaram: o superávit primário (alguns até o nominal). Outros receitam mais do mesmo, dizem que a dosagem foi pequena (o fim do mundo). Os liberais monetaristas sempre afirmaram e receitaram: responsabilidade fiscal e monetária. A estabilidade da moeda é condição necessária, mas não o suficiente, ao desenvolvimento sustentado. Nas economias com juro de mercado alto, o superávit primário tem que ser política de estado. O câmbio deve ser flutuante. A inflação máxima deve ser de 3% e combatida com taxa básica adequada e necessária. A moeda (em seu conceito amplo) deve ter um crescimento estável, sem surpresas, tendo por limite o PIB potencial. No máximo 3% acima da inflação prevista (se a conjuntura não for de inflação ascendente).  MAG 09/2015.