GASTOS
PÚBLICOS PRODUTIVOS (liberais monetaristas) X IMPRODUTIVOS (keynesianos) - CP e LP.
A análise econômica tem que considerar
o ambiente e inúmeras variáveis. Alguns exemplos: a conjuntura está com
inflação ascendente, descendente, estável ou com deflação? As atividades estão ascendentes,
descendentes, (desaceleração, recessão, depressão)? Existe algum gargalo na infraestrutura?
OS GASTOS PÚBLICOS EM
INVESTIMENTOS PRODUTIVOS DE CURTO PRAZO financiados com emissão de
moeda em uma economia com inflação estável (descendente ou com deflação) quase
sempre podem ser benéficos para a conjuntura, estimulando as atividades ou eliminando
gargalos. Exemplos: a atualização dos
maquinários de uma usina de hidroeletricidade que aumente a produção, a
ampliação da capacidade de um porto de exportação, a duplicação de uma estrada,
generalizando, todo investimento que aumente a produtividade ou a produção. Aumentam
a demanda e a oferta em momentos quase iguais.
OS GASTOS COM INVESTIMENTOS IMPRODUTIVOS OU PRODUTIVOS A LONGO PRAZO aumentam a demanda muito antes de aumentar a oferta. Com os investimentos improdutivos aumentarão apenas a demanda. Keynes defendeu a ideia de que os gastos improdutivos aumentam as atividades (de fato aumentam no primeiro momento) e são benéficos para a economia como um todo. Defendeu também a ideia de taxas de juros sempre baixas, estimulando a demanda e por extensão também os investimentos. Na prática o modelo de desenvolvimento keynesiano provocou o recrudescimento do processo inflacionário (inflação, hiperinflação, estagflação). A velocidade de crescimento da demanda fica sempre maior do que da oferta.
A ESTAGFLAÇÃO: O combate á estagflação provocada por política irresponsável se inadequada leva a economia para a recessão e até para a depressão com deflação. Em 1929/30 aconteceu este fenômeno. Hoje os BCs combatem as crises, quase sempre provocadas por irresponsabilidade fiscal, monetária e/ou cambial (com artificialismo de preços reprimidos), com a política (monetária e cambial) aconselhadas por Milton Friedman (o monetarismo e suas evoluções). Não permitir a queda dos meios de pagamentos ampliados, liberar câmbio e preços, não permitir a redução do crédito (empoçamento da liquidez). No Brasil evoluímos, com Armínio Fraga, para o que se denominou chamar de política econômica do tripé: superávit primário (saldo fiscal antes dos juros), câmbio flutuante e meta de inflação combatida com taxa básica de juro adequada. A estabilidade do poder de compra da moeda é considerada condição necessária, mas não o suficiente, para que ocorra o crescimento econômico sustentado.
A NME, NOVA MATRIZ ECONÔMICA, adotou a política keynesiana de gastos públicos e juros inadequadamente baixos. Aos primeiros sinais de inflação ascendente começou a reprimir os preços básicos (petróleo, energia, câmbio) e as taxas de lucros dos serviços públicos concedidos. Iniciou-se um sentimento de desconfiança dos investidores (a aversão do governo aos lucros). O que motiva investidores a enfrentar riscos é o lucro. O que aumenta empregos são empresas lucrativas. Em 2014 com a eleição para presidente tudo foi feito para mascarar a realidade.
OS AJUSTES (a reversão da política econômica): a presidente assim que reeleita, aconselhada ou sabedora que estaria levando o país para uma crise cambial (a maior do mundo), convidou um economista conceituado da linha liberal monetarista (J. Levy) e tentou reverter a política econômica. De início estava dando certo, mesmo com a redução do superávit fiscal (no orçamento proposto e anunciado). A inflação mudando de ascendente para descendente, o balanço comercial de negativo para positivo, o real desvalorizando-se para algo aceitável. Eis que a realidade bate à porta: o superávit fiscal não é possível de se alcançar, aumentos de impostos são pedidos. A sociedade se revoltou, como pedir aumentos de impostos com tanta corrupção anunciada? A mensagem dúbia passada pela presidente (e informada pela imprensa) de que não abriria mão de certos gastos públicos improdutivos (nunca se ouviu uma declaração clara de apoio à nova política econômica), o enfraquecimento de J. Levy, a crítica de senadores e deputados da base aliada aos cortes de gastos públicos e à política monetária do BC puseram fogo à fogueira que estava sendo apagada. Parecia que estavam querendo fugir da responsabilidade dos ajustes e impor à oposição os custos dos mesmos. A crise recrudesceu. O PSDB (oposição) começou a votar contra o que sempre defendeu como correto (adotando a política antiga do PT, do quanto pior melhor). O PT votando a favor dos ajustes e dando declarações à imprensa contra o mesmo.
MAG 09/2015.
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