segunda-feira, 19 de março de 2012

MONETARISTAS X KEYNESIANOS (MODELOS DE DESENVOLVIIMENTO).


 MONETARISTAS X KEYNESIANOS (MODELOS DE DESENVOLVIMENTO).
O quadro abaixo é um resumo. As postagens MONETARISMO e KEYNES ESTAVA ERRADO são um pouco mais explicativas.   
ASSUNTO
KEYNESIANOS
MONETARISTAS
1 – Poder discricionário (arbítrio) na condução da política monetária
Sim
Não
2 – Regras: a pol. monet. deve ser conduzida por regras?
Não
Sim
3 – Expectativas racionais dos agentes econômicos?
Não
Sim
4 – Transparência obrigatória nas informações da autoridade monetária
Não
Sim
5 – Quantidade de moeda: crescimento sem oscilações e constante,
tendo como limite o PIB potencial (fatores de produção).
Não
Sim
6 – Causa das crises: oscilações na oferta monetária
Não
Sim
7 – Taxa natural de desemprego (6%)
Não
Sim
8 – Pleno emprego
Sim
Não
9 – Câmbio flutuante
Sim
Sim
10 - PIB potencial. Nível de utilização dos fatores de produção. Limite
Não
Sim
11 - Taxa básica: em torno da neutra (de equilíbrio)
Não
Sim
12 - Taxa básica: deve ser reduzida mesmo após ser alcançado o auge
Sim
Não
13 – Meta de inflação.
Não
Sim
14 – Gastos improdutivos (pirâmides do Egito) causam riqueza.
Sim
Não
14 a - Gastos desnecessários e improdutivos causam pobreza.
Não
Sim
15 – Déficits públicos e aumento de dívida: causa de crise.
Não
Sim
16 – Aumento da quantidade de moeda acima do PIB potencial causa inflação e após (no processo) a estagflação.
Não
Sim
17 – Tabelamentos de preços de produtos e serviços.
Sim
Não
18 – Presença do governo limitada à normatização, monitoramento, julgamentos e defesa da concorrência e dos consumidores.
Não
Sim
19 -  Presença do governo o mais ampla (inclusive na produção).
Sim
Não

O livro Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda foi publicado em 1936. No prefácio à edição francesa de 20/02/1939 ele escreveu sobre a quantidade de moeda e os preços: "A análise seguinte registra minha fuga total das confusões da teoria quantitativa, em que antes me emaranhara. Considero que o nível de preços como um todo é determinado precisamente da mesma maneira que os preços individuais, isto é, sob a influência da oferta e da demanda. As condições técnicas, o nível dos salários, o grau de capacidade ociosa das unidades de produção e da mão de obra, e o estado do mercado e da concorrência determinam as condições de oferta dos produtos como um todo. As decisões dos empresários, que originam a renda dos produtores tomados individualmente, e as decisões desses indivíduos quanto à disposição dada a esta renda determinam as condições de demanda. E os preços - tanto tomados individualmente como o nível de preços - aparecem como a resultante desses dois fatores. A moeda e a quantidade da  moeda não constituem influências diretas a essa altura do processo. Elas já fizeram seu trabalho numa etapa anterior da análise. A quantidade da moeda determina a oferta de recursos líquidos e, consequentemente, a taxa de juros, e, em conjunto com outros fatores (particularmente a confiança), o estímulo a investir, o que por sua vez fixa o nível de equilíbrio da renda, da produção e do emprego e (a cada etapa em conjunto com outros fatores)  o nível de preços como um todo através das influências da oferta e da demanda assim estabelecidas. "  

Sobre  o aumento da quantidade de moeda escreveu, talvez influenciado pela depressão (se tivesse levado sua análise para os momentos seguintes, talvez tivesse pensado na inflação): "Tem-se habitualmente admitido que um aumento na quantidade de moeda tende a reduzir a taxa de juro, pelo menos num primeiro momento e em períodos curtos." 

Sobre juros escreveu (receita de inflação e bolha, preços dos ativos subirem em velocidade maior do que os preços do consumo; fuga da moeda mais juros como reserva de valor para outros ativos.): “O remédio para o auge não é portanto a alta, mas a baixa da taxa de juros; porque aquela pode fazer perdurar o chamado auge. O verdadeiro remédio para o ciclo econômico não consiste em evitar os auges e em manter assim uma semi depressão permanente, mas em evitar as depressões e manter deste modo um quase auge constante.” 

Sobre a teoria quantitativa da moeda escreveu:

"A Teoria Quantitativa da Moeda pode ser enunciada como segue:  Enquanto houver desemprego, o emprego variará proporcionalmente à quantidade de moeda; e quando o pleno emprego é alcançado, os preços variarão proporcionalmente à quantidade de moeda. A unidade de salários tenderá a subir antes que o pleno emprego seja alcançado. A demanda efetiva não variará em proporção exata à quantidade de moeda. O aumento da quantidade de moeda traduz-se parte pelo aumento do emprego e parte pela alta dos preços. Os preços sobem progressivamente à medida que o emprego aumenta. O efeito primário de uma variação na quantidade de moeda sobre o montante da demanda efetiva resulta da sua influência sobre a taxa de juros.”


COMENTO: entendia a teoria quantitativa da moeda mas não concordava com ela. Seus seguidores abusaram do poder de criar moeda e por consequência a inflação, a hiperinflação e a estagflação. Vivemos isto no Brasil. Não considerou na sua análise de criar moeda para fazer os juros baixarem o efeito no longo prazo e no segundo momento. Falou em confiança e esqueceu-se que as expectativas de aumento das atividades e da demanda leva também à expectativa de aumento da inflação. Considerando que a estabilidade monetária é condição necessária para o crescimento e o desenvolvimento econômico, podemos considerar seu modelo como falho, pois apesar de provocar o aumento da demanda no primeiro momento, a seguir vem o processo inflacionário, a hiperinflação e a estagflação (inflação sem crescimento). 



Sobre Gastos públicos (pirâmides do Egito e furar buracos):
"O antigo Egito tinha o duplo privilégio, que sem dúvida explica a sua riqueza fabulosa, de possuir duas espécies de atividades, a construção de pirâmides e a extração de metais preciosos cujos frutos, pelo fato de servirem às necessidades do homem sem ser consumidos, não se aviltarem por serem abundantes. A idade média edificou catedrais e entoou cânticos. Duas pirâmides, duas missas de réquiem, valem duas vezes mais que uma - o que porém não é verdade tratando-se de duas estradas de ferro ligando Londres a York."
COMENTO: Adam Smith, antes de Keynes, defendeu o princípio de que os gastos improdutivos acima de um certo limite levariam a queda do PIB (à pobreza). Os desenvolvimentistas utilizaram este e outros argumentos keynesianos para defender déficits públicos e gastos improdutivos. 

3 comentários:

  1. http://mageconomia.blogspot.com.br/2012/01/keynes-estava-errado.html?showComment=1434823866599#c6786544023831363770
    KEYNES ESTAVA ERRADO 01/01/2012

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  2. É aceito que a história da macroeconomia moderna começa em 1936 com a publicação do livro, “Teoria Geral do emprego, do juro e da moeda”, de J. M. Keynes.
    O modelo keynesiano de desenvolvimento, uma linda construção teórica, na prática leva à estagflação. Indiscutível que o futuro da humanidade está na sua capacidade de desenvolvimento tecnológico e nos ganhos de produtividade, produzir mais com menos fatores (mais tempo disponível para o lazer, inclusive o criativo). Na prática vimos que o PLENO EMPREGO (nas democracias-liberais) defendido por Keynes provoca a corrida salários x preços (as greves). Isto leva sempre a mais inflação (e no fim à estagflação, pois os investimentos param, por causa da insegurança).

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