MONETARISTAS X KEYNESIANOS (MODELOS DE DESENVOLVIMENTO).
O quadro abaixo é um resumo. As postagens MONETARISMO e KEYNES ESTAVA ERRADO são
um pouco mais explicativas.
ASSUNTO
|
KEYNESIANOS
|
MONETARISTAS
|
1 –
Poder discricionário (arbítrio) na condução da política monetária
|
Sim
|
Não
|
2 –
Regras: a pol. monet. deve ser conduzida por regras?
|
Não
|
Sim
|
3 –
Expectativas racionais dos agentes econômicos?
|
Não
|
Sim
|
4 –
Transparência obrigatória nas informações da autoridade monetária
|
Não
|
Sim
|
5 –
Quantidade de moeda: crescimento sem oscilações e constante,
tendo
como limite o PIB potencial (fatores de produção).
|
Não
|
Sim
|
6 –
Causa das crises: oscilações na oferta monetária
|
Não
|
Sim
|
7 –
Taxa natural de desemprego (6%)
|
Não
|
Sim
|
8 –
Pleno emprego
|
Sim
|
Não
|
9 –
Câmbio flutuante
|
Sim
|
Sim
|
10 - PIB potencial. Nível de utilização dos fatores de produção. Limite
|
Não
|
Sim
|
11 - Taxa básica: em torno da neutra (de equilíbrio)
|
Não
|
Sim
|
12 - Taxa básica: deve ser reduzida mesmo após ser alcançado o auge
|
Sim
|
Não
|
13 –
Meta de inflação.
|
Não
|
Sim
|
14 –
Gastos improdutivos (pirâmides do Egito) causam riqueza.
|
Sim
|
Não
|
14 a - Gastos desnecessários e improdutivos causam pobreza. |
Não
|
Sim
|
15 –
Déficits públicos e aumento de dívida: causa de crise.
|
Não
|
Sim
|
16 –
Aumento da quantidade de moeda acima do PIB potencial causa inflação e
após (no processo) a estagflação.
|
Não
|
Sim
|
17 –
Tabelamentos de preços de produtos e serviços.
|
Sim
|
Não
|
18 –
Presença do governo limitada à normatização, monitoramento,
julgamentos e defesa da concorrência e dos consumidores.
|
Não
|
Sim
|
19 -
Presença do governo o mais ampla (inclusive na produção).
|
Sim
|
Não
|
O livro Teoria
Geral do Emprego, do Juro e da Moeda foi publicado em 1936. No prefácio à
edição francesa de 20/02/1939 ele escreveu sobre a quantidade de moeda e os
preços: "A análise seguinte
registra minha fuga total das confusões da teoria quantitativa, em que antes me
emaranhara. Considero que o nível de preços como um todo é determinado
precisamente da mesma maneira que os preços individuais, isto é, sob a
influência da oferta e da demanda. As condições técnicas, o nível dos salários,
o grau de capacidade ociosa das unidades de produção e da mão de obra, e o
estado do mercado e da concorrência determinam as condições de oferta dos
produtos como um todo. As decisões dos empresários, que originam a renda dos
produtores tomados individualmente, e as decisões desses indivíduos quanto à
disposição dada a esta renda determinam as condições de demanda. E os preços -
tanto tomados individualmente como o nível de preços - aparecem como a
resultante desses dois fatores. A moeda e a quantidade da moeda não
constituem influências diretas a essa altura do processo. Elas já fizeram seu
trabalho numa etapa anterior da análise. A quantidade da moeda determina a
oferta de recursos líquidos e, consequentemente, a taxa de juros, e, em conjunto
com outros fatores (particularmente a confiança), o estímulo a investir, o que
por sua vez fixa o nível de equilíbrio da renda, da produção e do emprego e (a
cada etapa em conjunto com outros fatores) o nível de preços como um todo
através das influências da oferta e da demanda assim
estabelecidas. "
Sobre
o aumento da quantidade de moeda escreveu, talvez influenciado pela depressão
(se tivesse levado sua análise para os momentos seguintes, talvez tivesse
pensado na inflação): "Tem-se
habitualmente admitido que um aumento na quantidade de moeda tende a reduzir a
taxa de juro, pelo menos num primeiro momento e em períodos curtos."
Sobre juros escreveu (receita
de inflação e bolha, preços dos ativos subirem em velocidade maior do que os
preços do consumo; fuga da moeda mais juros como reserva de valor para outros
ativos.):
“O
remédio para o auge não é portanto a alta, mas a baixa da taxa de juros; porque
aquela pode fazer perdurar o chamado auge. O verdadeiro remédio para o ciclo
econômico não consiste em evitar os auges e em manter assim uma semi depressão
permanente, mas em evitar as depressões e manter deste modo um quase auge
constante.”
Sobre a teoria quantitativa da moeda
escreveu:
"A
Teoria Quantitativa da Moeda pode ser enunciada como segue:
Enquanto
houver desemprego, o emprego variará proporcionalmente à quantidade de
moeda; e quando o pleno emprego é alcançado, os preços variarão
proporcionalmente à quantidade de moeda. A unidade de salários tenderá a
subir antes que o pleno emprego seja alcançado. A demanda efetiva não
variará em proporção exata à quantidade de moeda. O aumento da quantidade de
moeda traduz-se parte pelo aumento do emprego e parte pela alta dos preços.
Os preços sobem progressivamente à medida que o emprego aumenta. O efeito
primário de uma variação na quantidade de moeda sobre o montante da demanda
efetiva resulta da sua influência sobre a taxa de juros.”
COMENTO: entendia
a teoria quantitativa da moeda mas não concordava com ela. Seus seguidores
abusaram do poder de criar moeda e por consequência a inflação, a
hiperinflação e a estagflação. Vivemos isto no Brasil. Não considerou na sua
análise de criar moeda para fazer os juros baixarem o efeito no longo prazo
e no segundo momento. Falou em confiança e esqueceu-se que as expectativas de
aumento das atividades e
da demanda leva também à expectativa de aumento da inflação. Considerando que a estabilidade monetária é condição necessária para o crescimento e o desenvolvimento econômico, podemos considerar seu modelo como falho, pois apesar de provocar o aumento da demanda no primeiro momento, a seguir vem o processo inflacionário, a hiperinflação e a estagflação (inflação sem crescimento).
Sobre Gastos públicos (pirâmides do
Egito e furar buracos):
"O antigo Egito
tinha o duplo privilégio, que sem dúvida explica a sua riqueza fabulosa, de
possuir duas espécies de atividades, a construção de pirâmides e a extração de
metais preciosos cujos frutos, pelo fato de servirem às necessidades do homem
sem ser consumidos, não se aviltarem por serem abundantes. A idade média
edificou catedrais e entoou cânticos. Duas pirâmides, duas missas de réquiem,
valem duas vezes mais que uma - o que porém não é verdade tratando-se de duas
estradas de ferro ligando Londres a York."
COMENTO: Adam
Smith, antes de Keynes, defendeu o princípio de que os gastos improdutivos acima
de um certo limite levariam a queda do PIB (à pobreza). Os desenvolvimentistas
utilizaram este e outros argumentos keynesianos para defender déficits públicos
e gastos improdutivos.
http://mageconomia.blogspot.com.br/2012/01/keynes-estava-errado.html?showComment=1434823866599#c6786544023831363770
ResponderExcluirKEYNES ESTAVA ERRADO 01/01/2012
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirÉ aceito que a história da macroeconomia moderna começa em 1936 com a publicação do livro, “Teoria Geral do emprego, do juro e da moeda”, de J. M. Keynes.
ResponderExcluirO modelo keynesiano de desenvolvimento, uma linda construção teórica, na prática leva à estagflação. Indiscutível que o futuro da humanidade está na sua capacidade de desenvolvimento tecnológico e nos ganhos de produtividade, produzir mais com menos fatores (mais tempo disponível para o lazer, inclusive o criativo). Na prática vimos que o PLENO EMPREGO (nas democracias-liberais) defendido por Keynes provoca a corrida salários x preços (as greves). Isto leva sempre a mais inflação (e no fim à estagflação, pois os investimentos param, por causa da insegurança).