domingo, 6 de maio de 2012

DESINDUSTRIALIZAÇÃO, DESACELERAÇÃO, RECESSÃO E DEPRESSÃO.

DESINDUSTRIALIZAÇÃO, DESACELERAÇÃO, RECESSÃO E DEPRESSÃO.
DESINDUSTRIALIZAÇÃO: redução da capacidade de produção de uma economia. Não confundir com a redução natural e esperada da participação da indústria no PIB, ocasionada por crescimento e desenvolvimento de uma economia (semelhante à redução da participação do setor agrícola.).  Com o desenvolvimento de uma economia a participação do setor serviços aumenta (é um acontecimento natural e esperado).
DESACELERAÇÃO: redução sequencial do percentual de crescimento do PIB por três trimestres (mas continua havendo crescimento).   
RECESSÃO: redução sequencial do valor do PIB por três trimestres seguidos, em percentual negativo pequeno.
DEPRESSÃO: redução sequencial do valor do PIB por três trimestres seguidos, em percentual negativo significativo e expectativas negativas quanto ao cenário futuro,  

No Brasil, atualmente, não está acontecendo desindustrialização, pelo contrário, o setor industrial está em crescimento e as exportações de manufaturados idem. A produção da indústria automobilística cresceu muito, várias novas fábricas estão sendo construídas. O que existe é uma redução natural da participação do setor no PIB (o setor de serviços está crescendo). Como nossa economia conviveu por vários anos com protecionismo industrial, política de substituição de importações, política monetária e fiscal irresponsáveis, nossa moeda ficava desvalorizada, muitos segmentos do setor industrial não se desenvolveram (nasceu e conviveu sem capacidade de competir), os preços ficaram absurdamente acima dos mundiais, o poder de compra era semelhante ao poder de compra da moeda desvalorizada, inferior ao resto do mundo e a qualidade de vida também inferior. Com a responsabilidade orçamentária (fiscal) estabelecida (superávit primário), política monetária obedecendo a metas de inflação e o sistema de câmbio flutuante, a credibilidade do país voltou, a moeda valorizou-se, a atração por investimentos diretos do exterior cresceu acima do esperado pelos mais otimistas, o poder de compra dos consumidores (povo) subiu e a qualidade de vida melhorou. Isto tudo aconteceu apesar de nenhuma reforma necessária ter sido feita. Com as reformas o desenvolvimento será maior ainda. Apesar disto tudo ainda existem economistas que aconselham a que voltemos aos tempos antigos de desvalorização da moeda, redução do poder de compra do povo e piora da qualidade de vida, tudo em nome de defesa dos interesses (lobbies) menores de uma indústria atrasada e sem poder de competição. É defender o errado para proteger privilégios para minorias.      

2 comentários:

  1. Precisamos ficar atentos à esses comentários de um economista experiente,racional, inteligente, preparado e estudioso como o Dr. Marco Aurélio Garcia.
    Não podemos ser enganados, manipulados e deixar que haja regressão da nossa economia, com a simples finalidade de defesa de privilégios das minorias.

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  2. Obrigado anônimo. De fato é um absurdo a propaganda que lobbies fazem para defender privilégios de setores da indústria sem condições de competitividade (é uma minoria do setor industrial). Na verdade os setores altamente lucrativos, que são a maioria (exploram os consumidores brasileiros com preços absurdamente maiores que a concorrência permitiria), aproveitam-se desta minoria para defender seus interesses escusos.
    Desvalorização artificial da moeda pátria para privilegiar exportadores (privilégios) é o mesmo que aceitar reduzir o PODER DE COMPRA (por extensão a qualidade de vida) de todos os brasileiros. Menor poder de compra é igual mercado menor e menor atração de indústrias (é o inverso que propagam).

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