CRISES E BOLHAS. OURO
E COMMODITIES - 12/2008.
1) USA, SET./2001 - ATAQUE
A TORRES GÊMEAS. Fed inicia queda da taxa básica, cai até
1% (01/2002 a 08/2004). Preços dos imóveis subiram (bolha). Quando a moeda não cumpre a função de reserva de valor
os agentes refugiam-se em outros ativos e as bolhas se formam. Ampliaram
os empréstimos com garantias hipotecárias e juros mais altos (a valorização dos
imóveis permitia). Por falta de opções (as outras taxas de juros eram menores)
todos os bancos embarcaram na bolha dos sub-prime (financiamentos hipotecários
de maior risco).
2) USA,
SET./2008 (LB)- Em 2006 o Fed sobe a taxa básica (12/2005
a 08/2007). Os preços dos imóveis começam a cair e a inadimplência começa a
subir. Em 2007 a crise tem início. Em set./2008 agravou-se (transformou-se em
crise de liquidez, de crédito e de confiança.).
3) Nas crises o que sobe mais (bolha) é também o que desce mais. A descida é mais
rápida do que a subida.
4) A Euforia (emoção faz a
ganância suplantar a razão) forma a bolha (crescimento).
5) O Medo provoca a fuga dos
ativos e fura a bolha (recessão ou redução do crescimento). O crédito e a
liquidez são afetados. A crise de confiança instala-se.
6) JAPÃO
(DÉCADA de 1980)- crise imobiliária. Imóveis valorizaram. A
bolsa atingiu 40.000 pontos (em set./ 2008 ainda estava em 12.000).
7) USA,
NASDAQ (2000)- caiu
de 5048 pontos (03/2000) para 2240 (09/2008).
8) O QUE FAZ BOLHAS E CRISES? TAXA BÁSICA INADEQUADAMENTE
BAIXA POR MUITO TEMPO. A MOEDA NÃO CUMPRIR A FUNÇÃO DE RESERVA DE VALOR. IRRESPONSABILIDADES
NA POLÍTICA FISCAL (DÉFICITS FISCAIS SUPERIORES A 3% DO PIB, OU POR MUITOS ANOS
SEGUIDOS, PRESSIONANDO A RELAÇÃO DÍVIDA PÚBLICA PIB).
9) COMO
EVITAR CRISES? SUBIR A TAXA
BÁSICA, AOS POUCOS, ATÉ O PONTO MAIS NEGOCIADO DA CURVA DE JUROS DE LONGO
PRAZO.
10) COMO COMBATER
CRISES JÁ INSTALADAS: DAR LIQUIDEZ AO
MERCADO (CAIR BÁSICA E REDESCONTO). AMPLIAR PRAZOS DE FINANCIAMENTOS (ADEQUAR A
FLUXOS DE CAIXA). SE O PAÍS TEM PROBLEMAS NO BALANÇO DE PAGAMENTOS (SALDO EM
TRANSAÇÕES CORRENTES) A TAXA BÁSICA NÃO DEVE SER REDUZIDA (DEVE IR PARA O PONTO
MAIS NEGOCIADO DA CURVA DE LONGO PRAZO PARA REDUZIR IMPORTAÇÕES).
11) BRASIL
1971/72 - A QUEDA APÓS A ALTA DA BOLSA BRASILEIRA EM 1971/72 (MILAGRE
ECONÔMICO) SÓ FOI REVERTIDA 16 ANOS
DEPOIS, EM 1986 (PLANO
CRUZADO), CAINDO EM SEGUIDA. APÓS O PLANO REAL O CRESCIMENTO FOI MAIS
CONSISTENTE. ACONTECEU A QUEDA POR MEDO DO LULA E DO PT (2002/03), SENDO TAMBÉM
REVERTIDA. MAG 12/2008.
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A SAÍDA DE TODAS AS CRISES EXIGIRÁ ALGUM TIPO DE
SOFRIMENTO. SE BEM GERENCIADA EXIGIRÁ A ADEQUAÇÃO A UM PADRÃO DE VIDA POSSÍVEL
E SUSTENTÁVEL. O PADRÃO ANTERIOR MANTIDO POR IRRESPONSABILIDADE FISCAL E/OU
MONETÁRIA, INVIÁVEL E INSUSTENTÁVEL NÃO CONSEGUIRÁ SER MANTIDO. O SOFRIMENTO
ATINGIRÁ A TODOS, CREDORES E DEVEDORES.
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A MOEDA - RESUMO HISTÓRICO.
Publicado em
03/2011 no site magconsultoria.uaivip.com.br
ITEM 10 DO ARTIGO) AS DESVALORIZAÇÕES DAS PRINCIPAIS
MOEDAS DESDE A ANTIGUIDADE (um breve resumo): as moedas metálicas tinham o seu valor baseado no seu
peso e pureza (ouro, prata). Os romanos para financiar suas guerras de
conquistas reduziam o peso e a pureza do ouro contido nas moedas (era um tipo
de inflação ou desvalorização da moeda). Os governos imperiais e monárquicos
achavam-se no direito de falsificar a moeda da mesma maneira que os romanos.
Nos tempos mais contemporâneos muitas nações deixaram de honrar o compromisso
com sua moeda. Podemos enumerar os prejuízos (tipo de moratória ou quebra) que
deram:
a) a Inglaterra deixou
de honrar a conversibilidade da Libra esterlina em ouro na primeira guerra
mundial (após a guerra, em 1925, retornou para a conversibilidade à paridade de
antes da guerra, um tiro no peito);
b) em 1931 a França resolveu transformar toda a sua
reserva em ouro. A Inglaterra não tendo como honrar suspendeu a
conversibilidade da Libra esterlina;
c) em 1944, na conferência de Bretton Woods os
USA comprometeram-se a
garantir a conversibilidade do dólar em ouro ao preço de US$35,00 por onça-troy.
Em 1968 os USA estabeleceu
dois preços para o ouro, um oficial apenas para os bancos centrais, outro livre
para outros agentes econômicos; d) em 15/08/1971, os USA, abandonam totalmente a conversibilidade do dólar em ouro. Em março de 1973 os países industrializados abandonam a paridade fixa com o dólar, deixando suas moedas flutuarem em relação ao mesmo enterrando de vez o sistema de Bretton Woods;
e) em 1979 os principais países da Europa decidiram criar um sistema monetário regional (o EURO). O ouro chegou a valer mais de US$800,00 (1980), caindo para US$300,00 em 1985 (as negociações ou especulações como alguns definem alcançaram uma intensidade de movimentação imprevisível). Na primeira década do século 21 o dólar passa a ter circulação muito maior do que a economia dos USA (na verdade os USA passam a viver de emitir moeda). O regime de câmbio fixo só se justificaria se o dólar fosse conversível em ouro a uma paridade fixa (Bretton Woods). Se o dólar é apenas uma moeda escritural, seu valor dependerá da política monetária e da economia americana (a capacidade dos USA oferecer alguma riqueza real em troca dos dólares). O capital (direitos de receber dividendos, juros, de retorno de capitais) de residentes nos USA no exterior deve ser considerado nesta análise.
MAG - 03/2011.
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COMMODITIES MUNDIAIS - PREÇOS (BCB)
DATAS
|
OURO
|
PETR.
Brent.
|
Milho
|
Café
|
Soja
|
Suco
Laran.
|
Açúcar
|
Trigo
|
2002
|
348,2
|
28,66
|
235,75
|
60,2
|
569,5
|
91,75
|
7,61
|
325,0
|
2003
|
416,1
|
30,17
|
246,0
|
64,95
|
789,0
|
60,75
|
5,67
|
377,0
|
2004
|
438,4
|
40,46
|
204,75
|
103,75
|
547,75
|
86,1
|
9,04
|
307,5
|
2005
|
518,9
|
58,98
|
215,75
|
107,1
|
602,0
|
125,2
|
14,68
|
339,3
|
2006
|
638,0
|
60,86
|
390,25
|
126,2
|
683,5
|
201,3
|
11,75
|
501,0
|
2007
|
838,0
|
93,85
|
455,5
|
136,2
|
1199
|
143,6
|
10,82
|
885,0
|
2008
|
884,3
|
45,59
|
407,0
|
112,05
|
972,25
|
68,55
|
11,81
|
610,8
|
2009
|
1096
|
77,93
|
414,5
|
135,95
|
1039,8
|
124,0
|
26,95
|
541,5
|
2010
|
1421
|
94,75
|
629,0
|
240,5
|
1393,8
|
172,35
|
32,12
|
794,3
|
2011
|
1567
|
107,38
|
646,5
|
226,85
|
1198,5
|
169,0
|
23,30
|
652,75
|
08/2012
|
1685
|
114,57
|
802,75
|
164,55
|
1764,50
|
131,90
|
19,78
|
870,00
|
% mês
|
4,64
|
9,20
|
-0,46
|
-5,65
|
2,53
|
20,02
|
-12,63
|
-2,05
|
% ano
|
7,56
|
6,70
|
24017
|
-27,46
|
47,23
|
-21,95
|
-15,11
|
33,28
|
% 12 meses
|
-7,87
|
-0,24
|
5,97
|
-43,08
|
21,77
|
-21,74
|
-33,36
|
16,74
|
Em 2008 os preços que não caíram foram os do ouro e os do açucar. Em 2009 todos os preços subiram, menos os do
trigo. Em 2010 todos os preços subiram. Em 2011 os preços das commodities agrícolas Café, Soja, Suco Laranja, Açúcar e
Trigo caíram. O Ouro e o petróleo subiram. Em 2012 até agosto o Ouro havia subido 7,56%, e caído -7,87% no acumulado de 12
meses (em outros anos também aconteceram quedas durante o ano, mas em dez.
sempre fecharam positivo).
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CONJUNTURA PROSPECTIVA – USA, EURO, BRASIL.
09/2012.
USA: por ainda emitir a moeda reserva mundial, por ter a
liderança nas inovações tecnológicas, por ter sua dívida em dólar, por ser o
país líder em multinacionais (que remetem dividendos), por ser um dos maiores
produtores de commodities agrícolas, pecuárias e industriais, por ser o maior
produtor de armamentos e deter a mais moderna tecnologia e ainda por ter como
aliados os países que têm ativos dolarizados (a desvalorização abrupta traria prejuízos
para eles), pode adotar uma política monetária e fiscal mais expansionista e
por mais tempo. Os déficits fiscais, do balanço comercial e da conta saldo em
transações correntes podem ser financiados. Na aversão ao risco todos correm
para os títulos americanos (perdem em rentabilidade, juros, mas garantem o
capital.). Os ativos que não moeda disputam
a preferência dos investidores e dos poupadores. Os imóveis e o ouro formam
bolhas que furam em épocas diferentes. Os imóveis desvalorizam quando as previsões
das atividades ficam negativas. O ouro valoriza quando a monetização é inadequadamente
superior ao crescimento do PIB e desvaloriza quando a crise acaba e a economia
volta ao normal.
O passivo americano, dívida e moeda entesourada pelo mundo, apesar dos
déficits no balanço comercial e no saldo da conta de transações correntes, é
gerenciável com a desvalorização do dólar. A dívida real cai, os preços dos
produtos americanos também caem e ficam competitivos, mas o padrão de vida
também cai com a queda do poder de compra da moeda. O PIB efetivo cai, mas o
país pode iniciar novo ciclo de crescimento.
EURO: a irresponsabilidade fiscal de alguns países
membros (incluído aí a má utilização de recursos) e a ganância (que cega análise
racional) dos bancos permitiu a crise da moeda. A falta de um emprestador de
última instância e a crise americana fizeram a moeda quase implodir. De fato
apenas a Grécia seria um caso insolúvel. Os outros foram pegos no arrastão (o medo).
A solução ainda não foi encontrada e também será longa e sofrida (padrão de
vida terá que ser adequado ao possível).
BRASIL: o
aumento dos preços das commodities comercializadas pelo país (agrícolas,
pecuárias, industriais), a maturidade alcançada pela democracia brasileira (parar
de culpar a terceiros por seus erros) de respeitar contratos e tratar honestamente
e com simpatia os investidores e os clientes (os compradores de nossos produtos
e serviços), as corretas políticas monetária e fiscal (o tripé, superávit primário,
câmbio flutuante e meta de inflação), fez, inicialmente, aumentar o saldo do balanço
comercial brasileiro e da conta saldo em transações correntes, reduzindo a
dívida externa e atraindo capitais. A moeda brasileira valorizou-se em razão da
melhoria dos termos de troca e da correta política econômica, aumentando o
poder de compra dos brasileiros (inclusive das empresas), a demanda e o PIB. O parque
industrial pode comprar novas tecnologias e maquinários adequando-se às exigências
dos mercados. Foram 16 anos de continuidade de política econômica vitoriosa. Faltaram
as reformas para adequar o país à evolução do mundo (as relações de mercado).
O Brasil não pode abrir mão do tripé (já
citado) e ceder à pressão dos lobbies empresariais que desejarem reserva de
mercado, fazer do mercado brasileiro um cartório para defesa de seus interesses,
contra a qualidade de vida de todos os brasileiros, para atender a seus lucros
extras ou incompetências. Isto é apostar no atraso.
AS REFORMAS:
TRIBUTÁRIA: simplificar e eliminar
guerra fiscal entre estados e municípios.
PREVIDENCIÁRIA:
adequar-se ao possível e eliminar as injustiças dos privilégios. O plano tem que
ter consistência atuarial. Estudo assinado por no mínimo três atuários com fundamentação
(e revisão e crítica de outros três) deve anteceder a aprovação pelo congresso.
Os tributos e os penduricalhos cobrados na folha devem ser eliminados.
RELAÇÕES CAPITAL X TRABALHO (CLT): A relação capital x trabalho deveria ser mais flexível
validando acordos entre sindicatos dos trabalhadores e de empresas e também
entre sindicato e empresa (individualmente). O imposto sindical
obrigatório deve ser eliminado (de patrões e de empregados). As leis trabalhistas
devem sofrer um afrouxamento.
POLÍTICA: eliminar a representatividade
de partidos políticos que não alcançarem 5% dos votos válidos. Isto para cada
eleição separadamente. Um partido poderá ter representação em uma câmara de
vereadores ou deputados e não ter em outra Isto possibilitaria o crescimento
dos partidos e respeitaria a vontade dos eleitores de cada distrito ou cidade.
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