terça-feira, 11 de setembro de 2012

SELIC NEGATIVA, INFLAÇÃO E DESEMPREGO.


SELIC (taxa básica) X DI 360 (taxa de mercado).
SELIC X DI 360 
Meses
 
2008
PIB 5,2% 
2009
 PIB -0,36%
2010
 PIB 7,5%
2011
 PIB 2,7%
2012
 PIB 1,8%
DI 360  SELIC DI 360 SELIC DI 360 SELIC DI 360 SELIC DI 360 SELIC 
JAN. 12,08 E11,25 11,16 C12,75 10,46 E8,75 12,44 E11,25 9,55 C10,5
FEV. 11,92 E11,25 10,62 C12,75 10,75 E8,75 12,62 E11,25 9,41 C10,5
MAR. 12,69 E11,25 9,79 C11,25 10,85 E8,75 12,29 E11,75 8,96 C9,75
ABR. 13,21 E11,75 9,88 C10,25 11,66 E8,75 12,58 E12 8,33 C9
MAI. 13,75 E11,75 9,34 C10,25 11,54 E9,5 12,45 E12 7,93 C8,5
JUN. 14,45 E12,25 9,23 E9,25 11,86 E10,25 12,65 E12,25 7,57 C8,5
JUL. 14,58 E13 9,21 E8,75 11,16 E10,75 12,58 E12,5 7,46 C8
AGO. 14,57 E13 9,2 E8,75 11,1 E10,75 11,22 C12 7,49 C7,5
SET. 14,43 E13,75 9,65 E8,75 11,28 E10,75 10,39 C12
OUT. 15,34 E13,75 9,93 E8,75 11,21 E10,75 10,3 C11,5
NOV. 15,34 E13,75 10,12 E8,75 11,94 E10,75 9,66 C11,5
DEZ. 12,17 C13,75 10,4 E8,75 12,03 E10,75 10,04 C11
SELIC MAIOR DO QUE DI 360 = CONTRACIONISTA (C), em amarelo. MENOR = EXPANSIONISTA (E), em azul.
IPCA (meta 4,5% a.a; 0,367485% a.m)
ANO Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Ano
2008 0,54 0,49 0,48 0,55 0,79 0,74 0,53 0,28 0,26 0,45 0,36 0,28 5,9
2009 0,48 0,55 0,20 0,48 0,47 0,36 0,24 0,15 0,24 0,28 0,41 0,37 4,31
2010 0,75 0,78 0,52 0,57 0,43 0,0 0,01 0,04 0,45 0,75 0,83 0,63 5,91
2011 0,83 0,80 0,79 0,77 0,47 0,15 0,16 0,37 0,53 0,43 0,52 0,50 6,50
2012 0,56 0,45 0,21 0,64 0,36 0,08 0,43 0,41 x x x x 3,18

JUROS REAIS EX-POST (DI 360 - 20% IRF - IGPM)
ANO Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Ano
2008 -0,354 0,11 -0,07 0,03 -0,91 -1,21 -0,92 1,13 0,77 -0,04 0,42 1,026 0,174
2009 1,272 0,42 1,516 0,822 0,686 0,684 1,054 0,912 0,132 0,502 0,428 0,836 9,624
2010 -0,102 -0,708 -0,332 -0,242 -0,59 -0,218 0,538 -0,058 -0,478 -0,362 -0,802 0,054 -3,52
2011 -0,102 -0,328 0,116 0,172 0,352 0,94 0,90 0,416 0,1 0,174 0,188 0,84 4,18
2012 0,462 0,652 0,218 -0,29 -0,436 -0,148 -0,796 -0,878 x x x x -1,254
DI 360 (no Brasil é semelhante à Selic.).
O DI 360 (taxa nominal de mercado, semelhante à Selic) líquido de IRRF e do IGPM (i real ex-post de mercado) de 2009 (9,624%) não impediu  o crescimento de 7,5% do PIB em 2010 e um IPCA de 4,31% em 2009 e de 5,9% em 2010. Já em 2010, apesar de ter sido negativa (-3,52%), só conseguiu motivar um crescimento do PIB de 2,7% em 2011 e um IPCA de 6,5% (taxa básica negativa amedronta mais do que motiva). A taxa básica (Selic) negativa de 2012 está amedrontando e motivando  um crescimento menor ainda. Taxas negativas de juros trazem insegurança e instabilidade aos mercados (todos procuram se refugiar em ativos que não a moeda pátria). Keynes, Lênin e todos de bom senso e racionais sabem que a melhor maneira de desestabilizar e desorganizar uma economia é desmoralizando sua moeda (as autoridades monetárias desmoralizam junto.).
Considerando que a análise econômica é complexa e não aceita definições reducionistas (são inúmeras variáveis e agentes, o tempo), motivo de interpretações divergentes por linhas de pensamento, entretanto algumas evidências foram e são comprovadas por dados e fatos. Dito isto, afirmamos que: a taxa básica tem mais força negativa, para reduzir as atividades, do que positiva, para expandi-las. A moeda estável é condição necessária para o crescimento sustentado, mas não o suficiente. Podemos afirmar que a história comprovou que a inflação é causa de desemprego e se não combatida adequadamente é causa da estagflação (inflação sem crescimento). Uma taxa básica frouxa ou negativa não causará crescimento sustentado, mas bolhas nos preços dos ativos que não moeda e crise na hora que furar (imprevisível).
O DI 360 é uma taxa de juro nominal de mercado para 360 dias (ex-ante, a inflação prevista está embutida). Se as expectativas do mercado forem positivas, se os agentes estiverem prevendo aumento das atividades e dos lucros, estes se dispõem a pagar mais juros (os lucros compensarão). Claro que outras variáveis (internas, externas, liquidez, normativas e outras) também influenciam a taxa nominal de juro de mercado. Mas se os agentes estiverem prevendo queda das atividades e dos lucros, reduzem a demanda por crédito (o risco aumenta e os bancos ficam mais seletivos) e a taxa de juro nominal de mercado normalmente cai (a selic deve acompanhar). O BC influencia a taxa nominal de mercado se tiver credibilidade e se suas previsões forem racionais (de acordo com o mercado) e aceitáveis. Se o mercado estiver prevendo aumento das atividades e da inflação, não adianta o BC tentar influenciar com argumentos considerados não racionais (ele perde a credibilidade). Neste caso se ele abaixar a taxa básica, a taxa nominal longa de mercado subirá, acompanhando as expectativas de inflação.     MAG  

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