ALGUNS CONCEITOS ECONÔMICOS
(“economês”).
1) NAIRU (Non-Accelerating
Inflation Rate of Unemployment); TAXA DE DESEMPREGO QUE NÃO ACELERA A INFLAÇÃO.
2) NAICU (Non-Accelerating
Inflation Rate of Capacity Utilization); Taxa de utilização da capacidade instalada
que não acelera a inflação.
3) NUCI: NÍVEL DE
UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA
4) PIB POTENCIAL,
CAPACIDADE DE CRESCIMENTO DA ECONOMIA.
5) HIATO DO PRODUTO,
diferença entre o PIB potencial e o efetivo.
6) HIATO INFLACIONÁRIO demanda
agregada maior do que a oferta agregada em situação de pleno emprego dos
fatores.
7) HIATO DEFLACIONÁRIO oferta
agregada maior do que a demanda agregada em situação de desemprego;
8) Em 1906, Knut Wicksell escreveu:
"o problema fundamental da ciência monetária" teria solução teórica e
prática, bastando para isso a adequada manipulação da taxa de juro,
"reduzindo-a quando os preços estivessem em baixa, e elevando-a quando se
mostrassem em alta."
9) MODELOS ECONÔMICOS:
modelo é uma representação simplificada da realidade e como tal deve ser
entendido. É a expressão matemática de uma teoria econômica. Formulação de um
modelo econômico: a) delimitar o fenômeno ou grupos de fenômenos que se deseja
estudar; b) localizar as variáveis; c) estabelecer as relações existentes entre
as variáveis (equações); d) ter uma ideia definida da finalidade que deverá
alcançar.
10) VARIÁVEIS E PARÂMETROS: a)
Variáveis endógenas são as que influenciam e são influenciadas pelo conjunto de
relações e pelo modelo; b) Variáveis exógenas são as que influenciam o modelo
sem serem influenciadas por ele; c) Perturbações aleatórias são as que são
introduzidas para recolher o efeito conjunto de múltiplas variáveis,
individualmente irrelevantes, que não figuram no modelo; Parâmetros são
magnitudes que expressam a influência de fatores quantitativos e não
quantitativos.
11) RELAÇÕES OU EQUAÇÕES: a)
Relações de comportamento definem as ações dos agentes econômicos (equação de
demanda); b) Relações técnicas expressam as condições nas quais se estudam um
processo técnico ou de fabricação (função de produção); c) relações contábeis
expressam a identidade quantitativa entre magnitudes econômicas (relações das
contas nacionais); d) Relações estruturais são as funcionais que integram e
definem um modelo; e) Parâmetros estruturais são os valores concretos que
expressam uma determinada estrutura.
12) TIPOS DE MODELOS: a)
uniequacionais e multiequacionais; b) lineares e não lineares; c) estáticos e
dinâmicos (discretos e contínuos); d) abertos e fechados; e) microeconômicos e
macroeconômicos; f) de previsão e de decisão; g) exatos e estocásticos.
13) REGIME DE METAS DE INFLAÇÃO:
a) com capacidade ociosa (com ou sem deflação); b) sem capacidade ociosa (com
ou sem inflação).
14) PREÇOS DE PRODUTOS EXPORTADOS:
a) Quedas pioram a relação de trocas (redução de renda real pode provocar
depreciação cambial); b) Aumentos melhoram a relação de trocas (aumento da
renda real pode provocar apreciação cambial).
15) EXPECTATIVAS DE VALORIZAÇÃO CAMBIAL
(do real, desvalorização do dólar): pode aumentar a oferta de dólares futuros (swaps)
desvalorizando-os mais ainda e por extensão o à vista. O BC pode dificultar e
limitar as operações domésticas futuras (mas não alcança operações no
exterior). Pode dificultar a entrada de capitais de curto prazo e comprar o
excesso de oferta e dólares à vista e futuros (swaps cambiais reversos);
15.1) EXPECTATIVAS DE DESVALORIZAÇÃO
CAMBIAL (do real, valorização do dólar): pode aumentar a demanda por dólares
futuros valorizando-os mais ainda e por extensão o à vista. O BC pode fazer swaps
cambiais e vender à vista para atender a demanda.
O BC tem a obrigação PRUDENCIAL
de normatizar e monitorar as operações futuras e de derivativos dos bancos
evitando riscos superiores à capacidade dos mesmos (suportar e honrar perdas).
AS OPERAÇÕES COM MOEDAS TÊM POR LIMITE
A EXISTÊNCIA DAS MESMAS.
AS OPERAÇÕES FUTURAS E DERIVATIVOS DEVEM TER
LIMITES FIXADOS PELO BC, POIS SÃO VIRTUAIS E NÃO TÊM LIMITE (evitar jogatinas
irresponsáveis e insolvências).
O BC não deve atuar contra a tendência,
defendendo posição artificial.
O BC não deve atuar contra a tendência, defendendo posição
artificial.
16) DEFLAÇÃO
E EMPOÇAMENTO DE LIQUIDEZ: quando as bolhas de preços
de ativos furam (perda de riqueza com a desvalorização dos ativos e
insegurança) é normal ocorrer aversão ao risco e busca de aplicações nos
títulos do país que emite a moeda considerada reserva mundial. Isto provoca a
redução dos juros dos títulos emitidos por este país. Ao mesmo tempo ocorre uma
redução da liquidez para empréstimos ao setor privado (é o que se pode chamar
de empoçamento de liquidez). A quantidade de moeda cai (na crise de 30 caiu em
um terço). Milton Friedman estudou este fenômeno e aconselhou aos BCs evitar a
queda da quantidade de moeda para reduzir os efeitos da crise (sofrimentos). O
sofrimento da perda de riqueza (desvalorização de ativos) persiste e provoca
redução das atividades. Os USA na crise atual adotou os QE (quantitative easing
- comprar títulos em poder do público) para evitar a queda da liquidez e das
atividades.
17) PEA: população
economicamente ativa (= pessoas da PIA empregadas). PIA:
população em idade ativa. TAXA DE DESEMPREGO: pessoas da PIA
procurando emprego
18) LIBERALISMO:
pensamento que defende a supremacia das leis sobre as autoridades (o poder é da
lei e não da autoridade). É a favor de normas que reduzam o poder
discricionário das autoridades e contra as que aumentam. É também contra as
normas e os regulamentos que criam dificuldades para oportunizar a venda de
facilidades. É a favor da concorrência e do mercado, inúmeros interesses em
jogo para definir preços. É obrigação do governo estabelecer as regras do jogo
e defender a concorrência e o mais fraco contra o mais forte (evitar monopólios
e fiscalizar oligopólios);
19) MONETARISMO: pensamento
econômico que afirma que a estabilidade do poder de compra da moeda é
necessária, mas não o suficiente, para que ocorra o crescimento sustentado.
Recomenda para o controle da inflação:
a) a utilização da taxa básica de juros como a ferramenta mais
poderosa para adequar e harmonizar a velocidade de crescimento da oferta e da
demanda, controlar a liquidez e o volume de crédito. Fixar acima da taxa neutra
ou estrutural, quando ocorre inflação ascendente, abaixo quando a inflação está
controlada e a tendência de crescimento não ocorre;
b) o
controle da dívida pública (se alta através de superávits primários);
c) o
crescimento da liquidez constante (entre 3% e 5% para não causar inseguranças
e imprevisibilidades) e em harmonia com o crescimento econômico.
MAG 03/2013.
2)
PNB e PIB - O QUE ENTRA E O QUE NÃO ENTRA NO CÁLCULO.
DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL - OPÇÃO POR REDUÇÃO DO PIB (POBREZA).
PNB
(produto nacional bruto):
é o total dos valores adicionados pelos diversos setores da economia ao processo
produtivo. Valor Adicionado: conceito que mede a contribuição de cada setor ao
processo produtivo (sem duplicações). O PNB mede a capacidade de criação de
valor da economia. É a soma de: bens econômicos (tangíveis e intangíveis)
produzidos para o mercado + retenção de mercadorias pelos produtores para o
consumo + valor do aluguel das casas habitadas pelos proprietários + salários in
natura (aluguéis, mercadorias, etc.). PNB = RNB (renda nacional bruta) = total
das remunerações pagas aos fatores de produção (salários + juros + lucros +
aluguéis). PNB = RNB = DNB (despesa
nacional bruta) = valor total das despesas em bens para uso final (mercadorias e
serviços para o consumo e investimentos).
Não se inclui no cálculo do PNB: serviços domésticos da dona de casa, pagamentos
de renda que não resultem de atividades produtivas (aposentadorias, juros da
dívida pública,) e atividades ilegais (não socialmente úteis, como contrabando,
etc.).
Fazem parte do PIB produtos benéficos (pão, medicamentos) e maléficos (fumo,
bebidas, armas), necessários (alimentos) e desnecessários (pirâmides do Egito).
Os liberais e monetaristas condenam os gastos desnecessários como um mal para a
economia, os keynesianos defendem os gastos sejam eles quais forem.
PIB (produto interno bruto):
é o PNB ajustado para somar os recebimentos procedentes de rendas do exterior e
deduzir as remessas ao exterior.
RLFE (renda líquida de fatores do exterior) = recebimentos menos remessas de
rendas para o exterior (Rec. - Rem.).
PNB
= PIB + - RLFE = PIB + Rec. – Rem., portanto PIB = PNB – Rec. + Rem.
PNB
= C + I +G + E – M + Rec. – Rem. e PIB = C + I + G + E - M
Pelas definições acima vimos que não entra no cálculo do PNB e do PIB a
propriedade de ativos, internos ou externos, entram apenas os bens econômicos
produzidos para o mercado. Então não entra no PNB a propriedade de bens
intelectuais (os ativos protegidos por registros), o capital de empresas no
exterior, o capital emprestado ao exterior, a propriedade de qualquer ativo no
exterior. Apesar de não entrar no cálculo do PNB, seus rendimentos (lucros,
aluguéis, juros, royalties) entram. Semelhante aos aluguéis das casas
residenciais. O ativo casa não entra, mas é representado pelo valor do aluguel
que é semelhante a uma renda (renda = produto). Melhores as residências maiores
os aluguéis e o PIB. Da mesma maneira a propriedade de ativos no exterior é
representada no PNB pelas suas rendas (lucros, juros, royalties, etc.).
EFEITO DA DESVALORIZAÇÃO DA MOEDA (para privilegiar exportadores):
acomoda a necessidade (e a motivação) da busca de melhoria contínua de qualidade
e gestão; transfere recursos da parte eficiente (a competitiva) da economia para
proteger os incompetentes e privilegiar os competitivos que exportam (a maioria
empresas. com capitais estrangeiros); é opção por redução de poder de compra da
população, da demanda e do PIB (empregos inclusive); é opção por parque
industrial atrasado e não competitivo.
Outro efeito muito importante e não divulgado da desvalorização cambial é o
barateamento dos ativos nacionais (empresas, imóveis, etc.) e sua conseqüente
transferência de titularidade para estrangeiros. Os ativos sendo de propriedade
de estrangeiros têm como contrapartida a remessa de lucros (o maior saldo
negativo da conta transações correntes do balanço de pagamentos brasileiro).
EXCESSO DE RESERVAS PARA EVITAR VALORIZAÇÃO CAMBIAL:
se originada de compras feitas pelo BC para dar liquidez ao mercado é correto.
Se, porém, é originada de excessos de compras de moedas para evitar valorização
cambial é errado. O excesso de reserva se aplicado com rendimento de juros
menores do que a inflação é como se estivéssemos fazendo uma doação ao país
emissor da moeda reserva mundial (pobres doando para ricos). É pobre financiando
rico.
No momento atual o Brasil tem excesso de reserva e aplica em títulos de liquidez
mais alta (e juros menores). Como temos necessidade de captar poupança externa
em torno de US$65 bi. em 2012, é aceitável e recomendado que o excesso da
reserva seja aplicado financiando empresas (e bancos) brasileiras que fazem
captação no exterior (através do BNDES e BB que têm expertise em
financiamentos).
Se aplicarmos em títulos americanos estaremos financiando o Fed (com juros
baixos) a monetizar o mundo, cobrando juros baixos dos bancos, que reemprestam a
empresas brasileiras (e ao TN) cobrando juros altos. MAG 01/03/2012.
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