CAUSAS E EFEITOS (O SABER E A IGNORÂNCIA).
Ainda
sobre causas e efeitos, o saber e a ignorância. A confusão entre o que é causa
e o que é efeito definem o saber e a ignorância em teoria econômica (e em quase
todas as ciências). Como a economia é dinâmica, sempre um processo em
movimento, acontecem muitas análises que confundem causa com efeito. As causas e
os efeitos podem ser definidos em (considerando o objetivo deste estudo):
a)
Principais
e Secundários;
b)
Controláveis, Influenciáveis e de Mercado;
c)
Internas
e Externas;
d)
Naturais.
Podem
também ser definidas em:
a)
Exógenas. São as que influenciam outras
variáveis, mas não são influenciadas por elas. Exemplo: A emissão de moeda e os
gastos do governo dependem da ação da autoridade econômica;
b) Endógenas. São as que influenciam e são
influenciadas. Exemplo: consumo, POB, etc.
c)
Dependentes. Dependem de outras variáveis;
d)
Independentes. Não dependem de outras
variáveis.
Como
a economia é um processo em movimento as causa e os efeitos estão sempre
acontecendo e influenciando as expectativas, que são ao mesmo tempo efeito da
conjuntura passada e presente e causa (variável influenciável) da conjuntura prospectiva.
Alarmar os agentes econômicos é mais
fácil do que torná-los otimistas e racionais. Expectativas
racionais de mercado influenciam possíveis cenários econômicos, previsíveis
pela teoria econômica, mas que sofrem influências emocionais. Confiança nas
instituições e nas autoridades aumentam a segurança e a previsibilidade
facilitando as previsões e influenciando positivamente as expectativas.
A
taxa básica de juro (Selic no Brasil) é uma variável controlável e principal. A
sua fixação é feita pela autoridade monetária (uma causa) objetivando adequar a
inflação à meta estabelecida (também controlável) através da redução (ou
aumento) dos meios de pagamentos ampliados (efeito), que influenciam as atividades
econômicas (efeito) adequando-as à possibilidade do momento.
A
taxa de juro de mercado (as passadas e a atual, a evolução da curva de juro) é uma
causa (às vezes a principal) para ajudar a fixar a taxa básica e um efeito (variável
influenciável) da fixação da taxa básica passada.
O
efeito do aumento da taxa básica (variável interna controlável e principal) se
verificará entre outras coisas na curva de juros de mercado (variável interna influenciável),
aumentando a parte curta da curva e reduzindo a parte longa, por efeito do
controle e da redução das expectativas de inflação. Outro efeito do aumento da
taxa básica é a melhoria das contas externas por efeito de redução da demanda
doméstica (reduz importações e sobram produtos para exportar). O inverso também
acontece: uma taxa básica inadequadamente baixa aumenta as expectativas de
inflação, os juros longos de mercado, a demanda, as importações e reduz a motivação
para exportar (existe demanda interna excedente). A crise cambial com saldos
negativos em transações correntes também é um efeito. No câmbio o efeito de uma
taxa básica inadequadamente baixa é a provável redução da entrada de capitais e
a desvalorização cambial (com suas influências na inflação e no balanço
comercial). Normalmente a insegurança passada ao mercado por uma política monetária expansionista
e errada (quase sempre demagogia política) afeta imediatamente o câmbio
desvalorizando-o antes de afetar os preços (inflar o processo inflacionário).
Se o BC fizer operações de venda de dólar à vista e swaps (venda futura de dólar x real) para evitar a desvalorização cambial ele estará colocando em risco despesas para o orçamento da união sem nenhuma contrapartida em materiais ou serviços (apenas uma perda em jogo financeiro). Tais operações são aceitas como normais apenas para ajudar a suportar uma redução momentânea da liquidez (algum fluxo anormal ao exterior ou algum problema de liquidez). Um pagamento de uma grande importação, alguma insegurança momentânea sem fundamentação econômica que a suporte, mas nunca para sustentar artificialmente o valor do real (política eleitoral de taxa básica inadequada, atrasar a desvalorização para após a eleição, etc.). O BC tinha US$ 2 bilhões em operações de swaps cambiais em 2012, em 2013 passou para US$ 75,105 bilhões, em 19/12/2014 passou para US$ 108,588 bilhões, tentando segurar a desvalorização do real. Isto é uma política cambial definida para segurar o valor do real, completamente diferente de operações eventuais para suprir a falta momentânea de liquidez. Sustentar uma taxa de câmbio artificial só é possível por um tempo, sempre estoura dando prejuízo ao estado.
Se o BC fizer operações de venda de dólar à vista e swaps (venda futura de dólar x real) para evitar a desvalorização cambial ele estará colocando em risco despesas para o orçamento da união sem nenhuma contrapartida em materiais ou serviços (apenas uma perda em jogo financeiro). Tais operações são aceitas como normais apenas para ajudar a suportar uma redução momentânea da liquidez (algum fluxo anormal ao exterior ou algum problema de liquidez). Um pagamento de uma grande importação, alguma insegurança momentânea sem fundamentação econômica que a suporte, mas nunca para sustentar artificialmente o valor do real (política eleitoral de taxa básica inadequada, atrasar a desvalorização para após a eleição, etc.). O BC tinha US$ 2 bilhões em operações de swaps cambiais em 2012, em 2013 passou para US$ 75,105 bilhões, em 19/12/2014 passou para US$ 108,588 bilhões, tentando segurar a desvalorização do real. Isto é uma política cambial definida para segurar o valor do real, completamente diferente de operações eventuais para suprir a falta momentânea de liquidez. Sustentar uma taxa de câmbio artificial só é possível por um tempo, sempre estoura dando prejuízo ao estado.
Outro
aparente erro da política monetária do BC é a comunicação inadequada. Passa a mensagem de
que a meta é a redução da taxa básica e não a da inflação.
A
política fiscal abandonou o compromisso com o superávit primário e passou insegurança
ao mercado com operações que dificultavam e falseavam o entendimento da
contabilidade (apelidada de contabilidade criativa ou artificial). MAG 12/2014.
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