CAUSAS
(por ação ou natural), TEMPO E EFEITOS.
VARIÁVEIS
CONTROLÁVEIS. ARTIFICIALISMO NO CÂMBIO E NA POLÍTICA MONETÁRIA.
A economia é uma ciência
dinâmica, sempre um processo em andamento, complexa, o entendimento exige
conhecimentos acumulados, sempre tem exceções, os efeitos no curto prazo podem
ser diferentes do longo prazo e no primeiro momento diferentes do segundo. Leis
ou postulados econômicos são enunciados de tendências. A lógica da teoria
econômica é o estudo do equilíbrio e das tendências (e movimentos) das
variáveis econômicas (a dinâmica, o processo em constante movimento). A ideia
de equilíbrio presume o desequilíbrio. O estudo da evolução da conjuntura
econômica (passada, presente e prospectiva) deve definir e analisar as causas e
o tempo de início e do desenrolar dos efeitos. As causas podem ser internas e externas,
os efeitos virando causa (um processo contínuo), mas isto não permite que se confunda
a causa primeira e os efeitos iniciais (o principal erro de leigos e de
análises apressadas). Muitos analistas confundem causa com efeito
(principalmente experts em outras ciências e leigos em economia). O estudo da economia (a ação e os efeitos) dos
países que emitem moedas aceitas como reservas e meio de pagamentos mundial deve
ter o entendimento considerando este fato.
Podemos dividir,
pragmaticamente, os planos econômicos em:
a)
Política Fiscal (orçamento e sua execução). A
relação carga tributária PIB, gastos correntes produtivos e improdutivos (meios
e fins), investimentos públicos produtivos e improdutivos, saldo primário e
nominal, dívida pública (TN);
b)
Política Monetária. A liquidez (depósitos
compulsórios), o crédito, a curva de juros de mercado, a taxa básica de juros, o
IOF, a compra e venda de títulos do TN, a regulamentação bancária, inclusive a prudencial;
c)
Política Cambial. O sistema cambial,
flutuante ou administrado. Compra e venda de moeda pelo BC, operações de
futuros (swaps), IOF, prazos mínimos para empréstimos externos e outras formas
de fluxo. A taxa de câmbio pode ser a de mercado ou artificial, resultado de
ações administrativas dos BCs.
As variáveis econômicas podem
ser Controláveis:
a) Diretamente.
A taxa básica, uma ação, uma causa;
b) Indiretamente.
A taxa de juros de mercado de curto e de longo prazo, efeitos.
Podem também ser divididas
em:
a)
Exógenas. São as que influenciam outras
variáveis, mas não são influenciadas por elas. Exemplo: A emissão de moeda e os
gastos do governo dependem da ação da autoridade econômica;
b)
Endógenas. São as que influenciam e são
influenciadas. Exemplo: consumo, produto, etc.
CÂMBIO ADMINISTRADO OU
FLUTUANTE?
O câmbio de equilíbrio é aquele que for bom
para a maioria. Nunca será bom para
todos. Se for ruim para os consumidores não é bom para a economia. Não existe
liberalismo sem livre concorrência (com regras do jogo que a protejam), assim
como não existem consistentes ganhos de produtividade, competitividade e
avanços tecnológicos, com reservas de mercados ou privilégios, qualquer que
seja ele (inclusive proteção cambial, mesmo que escondido atrás de
artificialismos).
CÂMBIO FLUTUANTE COMO SOLUÇÃO DO MERCADO
LIVRE (Milton Friedman).
“A instabilidade das taxas de câmbio é um
sintoma da instabilidade da estrutura econômica subjacente. A eliminação de
tais sintomas pelo congelamento administrativo das taxas cambiais não corrige
nenhuma das dificuldades subjacentes e só torna o ajustamento a elas ainda mais
penoso.”
O CÂMBIO ADMINISTRADO é o resultado da
vontade de um burocrata de governo. Pode ser fixado acima ou abaixo do de
equilíbrio (o resultante das forças de mercado, o flutuante), será sempre um
valor artificial, prejudicando uns e favorecendo outros. É vulnerável à
corrupção.
Taxa de Câmbio Real x Taxa Nominal: a taxa de
câmbio, independente do regime adotado, sempre tenderá para a real, pois esta
independe do regime cambial adotado. A taxa de câmbio administrada sempre tenderá
para a real (flutuante).
MOEDA
DESVALORIZADA (artificialmente):
Movimento de Capitais –
a)
facilita a entrada de capitais (os ativos, bolsa, imóveis, empresas e
mercadorias do país ficam baratos);
b)
incentiva operações de crédito em moeda estrangeira para investimentos;
c)
obriga autoridade monetária a comprar a moeda estrangeira (para evitar a
desvalorização dela), monetizando a economia (obrigando o BC a fazer operações
de política monetária, retirar moeda pátria do mercado para evitar a inflação),
aumentando as reservas (financiamento de país possuidor de moeda reserva). O
aumento das reservas transmite segurança e valoriza a moeda pátria;
d) se
a taxa de juro de equilíbrio interna (a que não provoca inflação) for maior que
a externa mais o spread cobrado para o país poderá motivar entradas de divisas;
Exportações e Importações -
a)
favorece as exportações (artificialmente);
b)
encarece produtos importados e exportados cotados em dólar (dificulta o
controle da inflação), inclusive custo de energia, tecnologia e maquinários;
c)
exportadores de produtos com cotação em dólar aumentam seus lucros
artificialmente;
d)
incentiva segmentos sem vantagens comparativas, com baixo nível de eficiência e
de produtividade em relação ao exterior a aventurarem-se a exportar (é um peso
para o resto da economia, pois consomem fatores de produção que poderiam ser
utilizados por setores competitivos tornando-os mais competitivos ainda);
e)
alguns segmentos podem ganhar competitividade com o tempo;
f)
provoca superávits no balanço comercial.
Crescimento: pode provocar um período de
crescimento que não se sustentará com o tempo (todas as medidas artificiais têm
seu tempo de duração). Piora a qualidade de vida (reduz poder de compra do
povo).
MOEDA VALORIZADA (artificialmente):
Movimento de Capitais –
3.1) MOEDA DESVALORIZADA (artificialmente):
Movimento de Capitais –
a) facilita a entrada de capitais (os ativos,
bolsa, imóveis, empresas e mercadorias do país ficam baratos);
b) incentiva operações de crédito em moeda
estrangeira para investimentos;
c) obriga autoridade monetária a comprar moeda
estrangeira, monetizando a economia (obrigando operações de política
monetária), aumentando as reservas (financiamento de país possuidor de moeda
reserva);
d) se a taxa de juro de equilíbrio interna (a
que não provoca inflação) for maior que a taxa externa mais o spread cobrado do
país, não motivará saída de capitais e poderá motivar entradas;
Exportações e Importações -
a)
favorece as exportações (artificialmente);
b)
encarece produtos importados e exportados cotados em dólar (dificulta o
controle da inflação), inclusive custo de energia, tecnologia e maquinários;
c)
exportadores de produtos com cotação em dólar aumentam seus lucros
artificialmente;
d)
incentiva segmentos sem vantagens comparativas, com baixo nível de eficiência e
de produtividade em relação ao exterior a aventurarem-se a exportar (é um peso
para o resto da economia, pois consomem fatores de produção que poderiam ser
utilizados por setores competitivos tornando-os mais competitivos ainda);
e)
alguns segmentos podem ganhar competitividade com o tempo;
f)
provoca superávits no balanço comercial.
Crescimento: pode provocar um período de
crescimento que não se sustentará com o tempo (todas as medidas artificiais têm
seu tempo de duração). Piora a qualidade de vida (reduz poder de compra do
povo).
3.2) MOEDA VALORIZADA (artificialmente):
Movimento de Capitais –
a) afasta
a entrada e estimula a saída de capitais (os ativos do país ficam valorizados);
b) a
crença de não sustentabilidade abala confiança na estabilidade cambial;
c) estimula
investimentos no exterior.
Exportações e Importações –
a) dificulta
exportações e estimula importações;
b) reduz
preços (artificialmente) de produtos importados (facilita compra de tecnologia
e maquinários) e facilita o combate à inflação;
c) exportadores
recebem menos Reais para as exportações dos produtos cotados em dólar (reduz
preços internos e lucros dos exportadores);
d) dificulta
industrialização do país (produtos importados ficam com preços competitivos).
e) provoca
déficits no balanço comercial.
Crescimento: melhora a qualidade de vida do
povo (artificialmente). É insustentável a médio ou longo prazo.
O
REGIME DE METAS DE INFLAÇÃO:
a) A eficácia da política monetária depende
em grande medida da sua CREDIBILIDADE;
b) Uma COMUNICAÇÃO eficaz e o compromisso com a TRANSPARÊNCIA
são fundamentais;
c) A coordenação das EXPECTATIVAS exige
explicações racionais e consistentes por parte do BC;
d) O BC determina a taxa de juros de
curtíssimo prazo (TAXA SELIC), mas a transmissão da política monetária se dá
por meio das taxas de mercado em diferentes horizontes, que não são controladas
pela autoridade monetária;
e) é possível ocorrer um descasamento entre
a taxa selic e as taxas de mercado, se os agentes anteciparem mudanças da
política monetária, ou em períodos de incerteza ou ainda em períodos em que a
política monetária perde CREDIBILIDADE.
A RESPEITO DE POLÍTICA MONETÁRIA:
1)
Sozinha não resolve problemas microeconômicos, estruturais ou setoriais. A
ESTABILIDADE MONETÁRIA É CONDIÇÃO NECESSÁRIA (mas não o suficiente) AO
DESENVOLVIMENTO E AO CRESCIMENTO ECONÔMICO;
2) A
moeda neutra permite que o equilíbrio nas relações tenha como efeito uma taxa
de crescimento consistente e sustentável;
3) A
emissão de moeda não provoca crescimento sustentado (provoca bolhas e crises);
4) A
política monetária deve contribuir para um ambiente de ESTABILIDADE e de PREVISIBILIDADE, permitindo o
alongamento do planejamento e das operações (das famílias e das empresas);
5) A
estabilidade e a previsibilidade são condições para redução das taxas de juros
reais e consequentemente do crescimento do PIB;
6) A
TAXA BÁSICA DE JURO É O PRINCIPAL INSTRUMENTO DA POLÍTICA MONETÁRIA (errando
nela errou em tudo);
7) A
DETERMINAÇÃO DA TAXA BÁSICA IDEAL DEVE OBEDECER A AÇÃO IMPESSOAL DOS MERCADOS
(um grande número de agentes, com interesses, gera resultados superiores aos
alcançados pelo poder discricionário dos planejamentos centralizados). O PONTO
DA CURVA DE JURO DE MERCADO MAIS NEGOCIADO É O MAIS PRÓXIMO DA TAXA NEUTRA (OU
DE EQUILÍBRIO);
8) O
REGIME DE TAXA DE CÂMBIO FLUTUANTE É NECESSÁRIO PARA QUE A POLÍTICA MONETÁRIA
NÃO PROVOQUE DESEQUILÍBRIOS NO BALANÇO DE PAGAMENTOS. 08/2008.
TEMPO
ENTRE CAUSAS E EFEITOS: existe sempre um tempo entre a ação gerencial (a causa)
da autoridade econômica (ou outra) e o início dos efeitos, que podem ser
crescentes (iniciar lentamente). As causas podem também ser internas, naturais
ou externas.
A
taxa básica deve ser fixada acima ou abaixo da de equilíbrio dependendo da
conjuntura atual e da prospectiva.
MAGECONOMIA.
12/2014. Artigos já publicados.
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