BRASIL. TRIPÉ MACROECONÔMICO (meta de inflação, câmbio flutuante e superávit fiscal primário), A TAXA BÁSICA DE JUROS (SELIC) E AS CRÍTICAS,
BRASIL. TRIPÉ MACROECONÔMICO (meta de inflação,
câmbio flutuante e superávit fiscal primário) A TAXA BÁSICA DE JUROS (SELIC) E
AS FEDERAÇÕES EMPRESARIAIS, MÍDIAS,
POLÍTICOS, LEIGOS E ECONOMISTAS KEYNESIANOS, HETERODOXOS E PROGRESSISTAS
(FALSOS).
A correta utilização da taxa básica de juros como ferramenta
para combater o processo inflacionários iniciou em 1999 quando Armínio Fraga na
presidência do Banco Central evitou que o plano real fracassasse implantando o Tripé
Macroeconômico (e política monetária): Câmbio flutuante, Meta de inflação, e de
Superávit fiscal primário.
Antes o BC combatia a inflação com a taxa básica de juro overnight,
câmbio administrado, sem meta de inflação e de superávit primário (saldo das
contas públicas antes dos juros da dívida). A taxa overnight tinha que acompanhar
o processo inflacionário sempre ascendente, agravado com déficit primário,
câmbio administrado e sem meta de inflação. Apesar da taxa overnight sempre
alta e ascendente a inflação caminhou para hiperinflação, estagflação e
moratória (governo Sarney). As críticas contra a taxa overnight eram generalizadas,
apesar de que sem ela o processo inflacionário teria acontecido com mais
gravidade e celeridade. As críticas teriam que ter sido contra o câmbio administrado e os
déficits públicos primários. O excelente jornal Gazeta Mercantil, especializado
em economia e finanças, fazia campanha contra a
taxa overnight (taxa de juro alta) e aceitavam o câmbio administrado e
os déficits primários. Os economistas heterodoxos e keynesianos, para vergonha
da classe, engrossavam as críticas à taxa overnight (à taxa de juro como
ferramenta de combate à inflação). A mídia vivia repleta de artigos que
envergonhavam a classe dos economistas, dos jornalistas especializados em economia
e finanças, dos empresários presidentes das federações (alguns prestigiados
pela mídia engrossavam as críticas). Todos leigos em economia monetária, a
maioria sem os conhecimentos básicos mínimos necessários para ler e entender um
livro atualizado de política monetária. O coitado do overnight, medicamento que
aliava a dor, mas não atacava as causas, arcava com as consequências. O overnight tinha que combater o processo
inflacionário sozinho, sem a ajuda do saldo fiscal primário e do câmbio administrado.
Muitos empresários (infelizmente alguns economistas) falavam que a taxa de
juros aumentava a inflação. Confundiam taxa de juros de longo prazo com a taxa
básica. Custo com processo inflacionário (liquidez subindo em velocidade
superior ao PIB potencial). Armínio com o tripé veio harmonizar o entendimento
para a minoria estudiosa (a maioria já sabia da necessidade da meta de
superávit primário e de inflação, alguns do câmbio flutuante). O tripé só
funciona com a adequada taxa básica à política fiscal e com câmbio flutuante
(evitar crises cambiais). Depois de 25 anos ainda existem críticos à correta
taxa básica. Poucos economistas e não economistas (a mídia especializada se
atualizou) ainda não entendem que a taxa básica: 1) tem que a ser a adequada à
política fiscal e à meta de inflação (e conjuntura internacional); 2) que Selic
(taxa básica de curtíssimo prazo fixada pelo BC) influencia as expectativas de
inflação; 3) que a Selic influencia a taxa nominal de juros de mercado de longo
prazo; 4) que a Selic influencia a taxa de câmbio; 5) que a política monetária é mais eficaz no combate
à inflação (claro que a parceria com a política cambial e fiscal adequadas
torna-a mais eficaz ainda) do que (sozinha) para motivar e conseguir
crescimentos (aumentos consistentes das atividades econômicas); 6) quando se
adequa a taxa básica para harmonizar a velocidade de crescimento da demanda à
capacidade de crescimento da oferta não se está precipitando uma recessão, mas
harmonizando a demanda e a oferta ao possível; 7) que a estabilidade monetária
é condição necessária para o crescimento sustentado, mas não o suficiente.
ESTABILIDADE MONETÁRIA É CONDIÇÃO NECESSÁRIA PARA O
CRESCIMENTO SUSTENTADO? Para os economistas monetaristas sim (necessária, mas
não o suficiente). Pela análise das funções da moeda podemos ter um
entendimento razoável. A moeda foi uma criação do mercado destinada a facilitar
as negociações. Para isto é necessário que ela cumpra as funções de: a) Reserva
de Valor (poupanças); b) Unidade de Medida (o metro, a unidade de medida que
permite que os produtos e serviços sejam valorizados e negociados); c) Meio de
Pagamento (a compra de produtos e serviços com uma unidade de medida que pode
ser guardada com facilidade como reserva de valor). É a obediência às suas
funções que fazem da Moeda uma das maiores criações da humanidade, a facilidade
de negociações e de formação de mercados confiáveis. Deixando a moeda de
obedecer a uma das funções ela perde seu poder. A inflação destrói a moeda como
reserva de valor.
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