terça-feira, 22 de outubro de 2024

BRASIL. TRIPÉ MACROECONÔMICO (meta de inflação, câmbio flutuante e superávit fiscal primário), A TAXA BÁSICA DE JUROS (SELIC) E AS CRÍTICAS,

 

BRASIL. TRIPÉ MACROECONÔMICO (meta de inflação, câmbio flutuante e superávit fiscal primário), A TAXA BÁSICA DE JUROS (SELIC) E AS CRÍTICAS,


BRASIL. TRIPÉ MACROECONÔMICO (meta de inflação, câmbio flutuante e superávit fiscal primário) A TAXA BÁSICA DE JUROS (SELIC) E AS FEDERAÇÕES EMPRESARIAIS, MÍDIAS,  POLÍTICOS, LEIGOS E ECONOMISTAS KEYNESIANOS, HETERODOXOS E PROGRESSISTAS (FALSOS).

A correta utilização da taxa básica de juros como ferramenta para combater o processo inflacionários iniciou em 1999 quando Armínio Fraga na presidência do Banco Central evitou que o plano real fracassasse implantando o Tripé Macroeconômico (e política monetária): Câmbio flutuante, Meta de inflação, e de Superávit fiscal primário.

Antes o BC combatia a inflação com a taxa básica de juro overnight, câmbio administrado, sem meta de inflação e de superávit primário (saldo das contas públicas antes dos juros da dívida). A taxa overnight tinha que acompanhar o processo inflacionário sempre ascendente, agravado com déficit primário, câmbio administrado e sem meta de inflação. Apesar da taxa overnight sempre alta e ascendente a inflação caminhou para hiperinflação, estagflação e moratória (governo Sarney). As críticas contra a taxa overnight eram generalizadas, apesar de que sem ela o processo inflacionário teria acontecido com mais gravidade e celeridade. As críticas teriam  que ter sido contra o câmbio administrado e os déficits públicos primários. O excelente jornal Gazeta Mercantil, especializado em economia e finanças, fazia campanha contra a  taxa overnight (taxa de juro alta) e aceitavam o câmbio administrado e os déficits primários. Os economistas heterodoxos e keynesianos, para vergonha da classe, engrossavam as críticas à taxa overnight (à taxa de juro como ferramenta de combate à inflação). A mídia vivia repleta de artigos que envergonhavam a classe dos economistas, dos jornalistas especializados em economia e finanças, dos empresários presidentes das federações (alguns prestigiados pela mídia engrossavam as críticas). Todos leigos em economia monetária, a maioria sem os conhecimentos básicos mínimos necessários para ler e entender um livro atualizado de política monetária. O coitado do overnight, medicamento que aliava a dor, mas não atacava as causas, arcava com as consequências.  O overnight tinha que combater o processo inflacionário sozinho, sem a ajuda do saldo fiscal primário e do câmbio administrado. Muitos empresários (infelizmente alguns economistas) falavam que a taxa de juros aumentava a inflação. Confundiam taxa de juros de longo prazo com a taxa básica. Custo com processo inflacionário (liquidez subindo em velocidade superior ao PIB potencial). Armínio com o tripé veio harmonizar o entendimento para a minoria estudiosa (a maioria já sabia da necessidade da meta de superávit primário e de inflação, alguns do câmbio flutuante). O tripé só funciona com a adequada taxa básica à política fiscal e com câmbio flutuante (evitar crises cambiais). Depois de 25 anos ainda existem críticos à correta taxa básica. Poucos economistas e não economistas (a mídia especializada se atualizou) ainda não entendem que a taxa básica: 1) tem que a ser a adequada à política fiscal e à meta de inflação (e conjuntura internacional); 2) que Selic (taxa básica de curtíssimo prazo fixada pelo BC) influencia as expectativas de inflação; 3) que a Selic influencia a taxa nominal de juros de mercado de longo prazo; 4) que a Selic influencia a taxa de câmbio; 5) que  a política monetária é mais eficaz no combate à inflação (claro que a parceria com a política cambial e fiscal adequadas torna-a mais eficaz ainda) do que (sozinha) para motivar e conseguir crescimentos (aumentos consistentes das atividades econômicas); 6) quando se adequa a taxa básica para harmonizar a velocidade de crescimento da demanda à capacidade de crescimento da oferta não se está precipitando uma recessão, mas harmonizando a demanda e a oferta ao possível; 7) que a estabilidade monetária é condição necessária para o crescimento sustentado, mas não o suficiente.

ESTABILIDADE MONETÁRIA É CONDIÇÃO NECESSÁRIA PARA O CRESCIMENTO SUSTENTADO? Para os economistas monetaristas sim (necessária, mas não o suficiente). Pela análise das funções da moeda podemos ter um entendimento razoável. A moeda foi uma criação do mercado destinada a facilitar as negociações. Para isto é necessário que ela cumpra as funções de: a) Reserva de Valor (poupanças); b) Unidade de Medida (o metro, a unidade de medida que permite que os produtos e serviços sejam valorizados e negociados); c) Meio de Pagamento (a compra de produtos e serviços com uma unidade de medida que pode ser guardada com facilidade como reserva de valor). É a obediência às suas funções que fazem da Moeda uma das maiores criações da humanidade, a facilidade de negociações e de formação de mercados confiáveis. Deixando a moeda de obedecer a uma das funções ela perde seu poder. A inflação destrói a moeda como reserva de valor.

Um comentário:

  1. LIBERALISMO ECONÔMICO: FORÇAS IMPESSOAIS DO MERCADO x SOCIALISMO: PODER ECONÔMICO CENTRALIZADO NO ESTADO (planejamento centralizado).
    A teoria econômica estuda a relação (causas e efeitos) entre variáveis econômicas (controláveis e controladas pelos mercados).
    LIBERALISMO ECONÔMICO: FORÇAS IMPESSOAIS DO MERCADO. Incontáveis agentes econômicos relacionando-se livremente decidem. No liberalismo o poder é dos mercados.
    SOCIALISMO: PODER ECONÔMICO CENTRALIZADO NO ESTADO. Vontade da elite que controla o poder econômico decide. No socialismo o poder é da autoridade centralizadora do planejamento.
    A DIFERENÇA NA TEORIA ECONÔMICA:
    No liberalismo econômico a teoria estuda as relações causas e efeitos: as mudanças (efeitos) que ocorrerão provocadas por ação em uma ou mais variáveis controláveis. Quais efeitos podem ser previstos em quais variáveis, em que tempo, por quanto tempo e em quais quantidades por ação provocada em variável controlável. No liberalismo se estudam as reações dos mercados: expectativas dos agentes, oferta, demanda, investimentos, preços, juros futuros, câmbio, movimento de capitais etc.
    No socialismo a centralização do planejamento tabela e fixa tudo: o que produzir, que quantidade, os preços, juros, câmbio etc.
    UM EXEMPLO: a política monetária no socialismo trabalha com tabelamentos. Nas economias de mercado a política monetária trabalha com previsões dos efeitos nos agentes econômicos de ação provocada em variável controlável, quanto, quando, por quanto tempo e se terá sustentação. EXEMPLO: a ação na variável controlável taxa básica de juros provocará quais efeitos: nas expectativas de inflação, nos juros nominais de mercado de longo prazo, no câmbio (no socialismo o câmbio é fixo), no movimento de capitais, no balanço comercial (importações, exportações), no nível das atividades etc. No socialismo não existe mercado e por extensão não existe teoria e política econômica semelhante ao que ocorre no liberalismo (não existe política monetária).

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