quinta-feira, 9 de abril de 2020

A CRISE ECONÔMICA COVID - 19 (03/2020) E DIFERENÇAS COM ANTERIORES.


A CRISE ECONÔMICA COVID - 19 (03/2020) E DIFERENÇAS COM ANTERIORES.

As crises econômicas têm causas em barbeiragens (ou demagogias eleitorais) na política monetária, fiscal e cambial (pode ser em uma isoladamente, mas sempre as três são atingidas). Normalmente são excessos de déficits públicos (acima dos aceitáveis pelos agentes econômicos internos e externos), política monetária expansionista acima do PIB potencial por tempo acima do aceitável (potencial de crescimento da economia sem provocar inflação), política cambial artificial (para valorizar ou desvalorizar o câmbio). As barbeiragens atingem o máximo de negatividade na economia quando provocam crise cambial externa (falta de recursos para efetuar pagamentos podendo faltar até para compras de rotina. A rica Argentina passou por isto). O caso argentino difere do brasileiro por sua moeda ter perdido a função de reserva de valor (os argentinos em sua maioria poupam em dólares), é muito mais grave. No Brasil ainda se poupa na moeda pátria (até quando?) e a maioria dos ativos são valorizados em reais (na Argentina quase todos são valorizados em dólares). A função reserva de valor da moeda pátria facilita e potencializa a política monetária. Então vemos que a maioria das crises são monetárias (se expandem para o câmbio e contas públicas), ativos que não moeda se valorizam acima dos preços aos consumidores, formando bolhas até que estourem. O estouro se dá quando os agentes racionais começam a fugir dos ativos super valorizados e estes perdem liquidez (a desvalorização se dá mais rapidamente do que a valorização). Na valorização (formação das bolhas) acontece o efeito riqueza virtual (a liquidez dos ativos fica quase imediata = moeda), no furo da bolha acontece o inverso, o efeito empobrecimento (a liquidez cai a quase zero, reduzindo a capacidade demanda e atividades). Os BCs aprenderam que nas crises não podem deixar a liquidez cair, faltar crédito nem banco quebrar. Normalmente as crises passam (claro que alguns sofrimentos acontecem) e a economia volta ao normal aos poucos. As crises de solvência (segmentos da economia ficam insolventes) exigem maiores sacrifícios (absorver as perdas). O Brasil absorveu as perdas de quebras de bancos (a maioria dos estados), dos saldos devedores dos financiamentos do BNH. Os USA salvaram bancos na crise dos títulos subprime (hipotecas sem condições de liquidez). Existem também as crises por problemas atmosféricos (terremotos) e guerras. São soluções adequadas a cada situação.

A CRISE ATUAL (COVID -19): é uma crise com origem (causa inicial) diferente da monetária. Uma redução forçada das atividades (isolamento social para evitar contaminações e mortes) com efeitos na renda das pessoas e empresas, que se transmite para desvalorizações dos ativos e da moeda pátria, reduz a liquidez e o crédito (o medo das insolvências), e chega até aos bancos. O BC está agindo correta e rapidamente fornecendo liquidez aos bancos e evitando crise bancária. Um certo empoçamento da liquidez (do crédito) sempre acontece. O normal seria o BC fornecer liquidez com finalidade específica para os bancos emprestarem ou financiarem. A política cambial deve se limitar a fornecer liquidez para o funcionamento normal do mercado (pagamentos de financiamentos e de importações). O BC não deve atuar contra a tendência normal do mercado (é remar contra a maré). Os swaps devem se manter nos limites anteriores à crise (as vendas à vista têm por limite a existência de moeda).

ABAIXO PEQUENA PARTE DA PUBLICAÇÃO DE 01 / 2007 (baseado em texto de 1998, atualizado com gráficos posteriores que confirmam a tese) publicada no site www.magconsultoria.uaivip.com.br .  

1) POLÍTICA MONETÁRIA: RELAÇÕES ENTRE A TAXA BÁSICA E A TAXA DE MERCADO. 01/2007 (baseado em texto de 1998, atualizado com gráficos posteriores que confirmam a tese).

A TAXA BÁSICA FAZ MAIS EFEITOS CONTRACIONISTA DO QUE EXPANSIONISTA: a escolha dos agentes econômicos (consumidores, investidores e poupadores) entre a Moeda e outros Ativos Financeiros ou não é fundamental (isto é aceito por todos, keynesianos e clássicos).  Se a Moeda Pátria não é aceita como Reserva de Valor (Moeda mais Juros) a turma foge para outros ativos (bolsa, imóveis, moedas estrangeiras, etc.), podendo formar bolhas (véspera da crise). Não existe nada pior para uma economia do que a desmoralização de sua moeda (bom senso).
Relação déficit público x taxa de juro básica x taxa de juro de mercado: o déficit público influencia as taxas de juro de mercado através da demanda por crédito pelo estado ou da monetização da economia, por extensão a taxa básica;

a) COM A ECONOMIA EM EXPANSÃO (conjuntura prospectiva de crescimento, expansionista): a taxa básica fixada acima da taxa neutra tem efeito contracionista; fixada abaixo da taxa neutra provoca inflação e bolha (preços dos ativos sobem acima dos IPCs) ao invés de mais crescimento. Com os preços subindo acima da meta o BC deve fixar a taxa básica acima da de equilíbrio (ou neutra). Os agentes fazem aplicações no BC (através dos bancos) = retirada de moeda do mercado (contração monetária, retração de empréstimos). Se o BC, ao contrário, fixar a taxa básica abaixo da neutra o efeito expansionista será imediato e absurdo provocando inflação e bolha (preços dos ativos sobem acima dos IPCs). Retirando moeda do mercado ele reduz os depósitos bancários, reduzindo por consequência os empréstimos e assim sucessivamente, desestimulando as atividades (a demanda e a inflação).
Aplicações em títulos do TN = a moeda continua no mercado (o gasto acontece através do TN). Apenas se acontecer Superávit Público Nominal e o TN depositar o valor no BC é que é = a retirada de moeda do mercado. Se o Superávit for utilizado para pagar dívida do TN a moeda continua no mercado (o efeito imediato é a redução das taxas de juros de mercado, por extensão da taxa básica). A redução da demanda do estado (G) é compensada pelo aumento de recursos com a iniciativa privada. Os juros caem pela redução das captações pelo estado;

b) COM A ECONOMIA EM CONTRAÇÃO (ou conjuntura prospectiva contracionista): Neste caso o BC deve fixar a taxa básica abaixo da neutra. O efeito expansionista da taxa básica apesar de nulo para conseguir crescimento, evita mais contração. Os agentes continuam com suas aplicações no mercado (não acontece contração monetária), mas como a conjuntura já está recessiva continua da mesma maneira (mas com menos força). Estando a conjuntura em transição, saindo da recessão, com os preços aos consumidores subindo acima da meta e os dos ativos que não moeda evoluindo acima destes, a taxa básica sendo fixada abaixo do ponto neutro agravará o cenário. A história monetária e a prática têm demonstrado que o efeito expansionista da taxa básica (o efeito expansionista da moeda) atua mais nos preços dos Ativos que Não Moeda (financeiros ou não), formando Bolhas, do que no crescimento real da economia (acontece inflação ao invés de crescimento econômico). Estando a conjuntura em recessão os efeitos acontecem nos preços dos ativos (acima dos efeitos nos preços dos bens de consumo). A conjuntura recessiva continua, agravada pelo desequilíbrio nos preços relativos e pela redução nos salários reais. A correção da economia em desequilíbrio (preços relativos e bolhas) apenas atrasa. Para evitar contração a receita é aumento dos gastos públicos (déficit público de 3%, com máximo de 5% do PIB, até que as atividades e expectativas revertam para retorno da normalidade) e fixar a taxa básica abaixo da neutra. 04/2020.







quarta-feira, 1 de abril de 2020

A TURMA DO PENSAMENTO MÁGICO TENTA REAPARECER.


A TURMA DO PENSAMENTO MÁGICO TENTA REAPARECER.

Após produzirem o retorno do processo inflacionário (conseguirem provocar motivos legais e políticos para o impeachment de DR), a maior recessão dos últimos anos (quase 10%), quase criarem uma crise cambial de difícil solução (a Argentina conseguiu quebrar duas vezes quase seguidas), e terem silenciado após o modelo liberal conseguir com racionalidade e responsabilidade:

1) controlar o processo inflacionário;
2) reduzir as taxas de juros de mercado e a seguir a taxa básica (sem artificialismo);
3) corrigir as barbeiragens (artificialismo) da política cambial e as contas externas;
4) corrigir os preços reprimidos do setor energia;
5) eliminar a corrupção generalizada em empresas e bancos públicos;
6) salvar a Petrobras;
7) aprovar a reforma da previdência;
8) encaminhar a solução das outras reformas (administrativa, tributária) com possibilidade de serem aprovadas;
9) enfim, praticarem uma política monetária, fiscal e cambial racional e responsável.

Aconteceu a crise do Coronavírus (COVID-19) com paralisação de indústrias, comércios, serviços, esportes e transportes, todos os segmentos perdendo receitas e condições de cumprirem com pagamentos, várias pessoas perdendo emprego (o seguro desemprego cobre) e a turma das atividades informais (inclusive trabalhadores sem registros) e autônomos em situação de vulnerabilidade social em razão da pandemia virótica que afeta pulmões e respiração, ocasionando uma anomalia econômica e social.

Os liberais sempre foram defensores da responsabilidade monetária, fiscal e cambial, mas também da Assistência Social aos mais necessitados (um dos princípios do liberalismo racional). Em situações anômalas (imprevisíveis), acima das perturbações aleatórias (previsto nos modelos macroeconômicos), é defendido pela política monetária, após Milton Friedman, não permitir que a liquidez caia e por extensão os gastos públicos, muito diferente do defendido por Keynes (1936) que é gastar (gastos produtivos ou improdutivos) contestando Adam Smith (1776) que defendeu que se a relação gastos improdutivos / produtivos subisse acima do aceitável (o aceitável dependeria da relação gastos públicos / PIB) os efeitos sobre a renda (PIB) seria negativo (reduziria a renda). É quando a maioria consome, mas não produz, desarmonizando a relação oferta e demanda.
A receita que está sendo adotada neste momento é a liberal monetarista na política monetária: impedir a queda da liquidez e dos empréstimos (evitar o empoçamento da liquidez); e na política fiscal: prover assistência social para quem perdeu renda, portanto nada da irresponsabilidade dos gastadores irresponsáveis, provocadores de hiperinflação e de recessão (apelidados de keynesianos). 31/03/2020.


terça-feira, 10 de março de 2020

RNB - RENDA NACIONAL BRUTA = PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO, TAXA BÁSICA E CRESCIMENTO.


RNB - RENDA NACIONAL BRUTA = PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO, TAXA BÁSICA E CRESCIMENTO.

A RNB (PIB) é igual ao somatório de: Renda do trabalho (salários, honorários e outros rendimentos do trabalho) + Juros + Lucros + Aluguéis = RT + J + L + A.

O aumento da RT e dos Juros é uma das condições necessárias (não exclusivas) para que ocorra o crescimento sustentado (não artificial) do PIB (RNB). Explico: a maior parte das pessoas recebem salários, honorários ou outros rendimentos do trabalho, por extensão são os maiores Consumidores e Poupadores (fundos de pensão, cad. de poupanças, etc.) em quantidade e em valor. Sabemos que o PIB = C + I + G + E - M (consumo + investimentos+ gastos do governo + exportações – importações) e que o Investimento = Poupança interna + externa.  Portanto não havendo aumento da renda do trabalho (por aumento da quantidade de trabalhadores ou da renda dos mesmos) não teremos aumento de Consumo (motivador de Investimentos), nem de Poupança interna (se deficiente será necessário importar poupança externa sob a forma de investimentos diretos ou empréstimos). Os lucros são dependentes da renda do trabalho (consumo) e os investimentos da relação risco x lucros. Os investimentos externos têm como contrapartida a remessa de lucros, os empréstimos os pagamentos dos juros (redutores do PNB = produto nacional bruto = RNB).

Se os juros internos (taxa básica) forem negativos, não existirá motivação para poupança com aplicações financeiras na moeda pátria, ocorrerão fugas para a moeda mais forte e aplicações em outros ativos como imóveis, bolsa, ouro, etc. podendo formar bolhas e o furo das mesmas quando ocorrer a crise (e esta ocorrerá, pois tudo que valoriza acima do limite será desvalorizado) e o sentimento geral de empobrecimento (redução de atividades e queda do PIB). Os juros internos negativos causam também desalento e insegurança à grande quantidade de trabalhadores que passam a ter receio quanto a renda futura (fundos de pensão e poupanças pessoais). E sabemos que a expectativa negativa quanto a renda futura (salários, pensões, aposentadorias, poupanças) tem efeito negativo sobre o consumo e este sobre os investimentos (reduz PIB). É o inverso do que se pensa em uma análise rápida sem aprofundar-se.

O país que emite a moeda reservas mundial, nas crises, por ser o refúgio mais seguro para aplicações recebe aumento do fluxo (demanda) para sua moeda e títulos, podendo abaixar a taxa básica. Seus títulos se valorizam (a taxa de juro cai). O inverso acontece com os países que emitem moedas inseguras e com menos segurança em seus títulos. Então a taxa básica real (a líquida de imposto e de inflação) só deve cair se estiver positiva e acima da neutra (a de equilíbrio). 10/03/2020 

domingo, 8 de março de 2020

NOTÍCIAS FALSAS (FAKE NEWS): MÍDIAS SOCIAIS E MÍDIAS CORPORATIVAS.


NOTÍCIAS FALSAS (FAKE NEWS): MÍDIAS SOCIAIS E MÍDIAS CORPORATIVAS.

MÍDIAS SOCIAIS: como as pessoas agem perante uma notícia falsa? A maioria das pessoas sabem ser falsas, curtem e compartilham se for de seu interesse. Poucos são enganados. As notícias falsas acontecem mais nas mídias sociais.

MÍDIAS CORPORATIVAS: antes das mídias sociais tinham o poder quase total sobre a formação da opinião pública, poder sobre a vida das pessoas (podia destruir ou construir pessoas e presidentes). Era chamada de quarto poder (hoje nem tanto). Um dos defeitos era (ainda é) a defesa corporativista das mídias corporativistas e de jornalistas, mesmo que errados ou canalhas. Deveriam ser escravas da verdade no noticiário, mas na pratica torcem e distorcem a verdade, às vezes vergonhosa e agressivamente (alguns perderam a vergonha de serem desonestos, assumiram). É pena pois muitos profissionais competentes assumiram como normal torcer e distorcer (muitos mentem repetidamente), perderão a credibilidade (são chamados de lixo e bostas nas mídias sociais).
Torceram, distorceram e mentiram desavergonhadamente contra Trump, durante a disputa no PR, depois na campanha a presidente, durante o governo e agora na reeleição. Não fizeram críticas sobre os candidatos a candidato a presidente despreparados do PD, omitem a história de corrupção de Joe Biden (criticam quem investiga), Bernie Sanders define-se como socialista, o noticiário define-o socialista democrata, democrata, até como social democrata (e de direita). Transformar notícias positivas em negativas é desonestidade (lixo e bosta como escrevem nas mídias sociais criticando). Como defender as mentiras? Querem clientes? Sejam profissionais, imparciais, escravos da verdade.
O futuro das mídias corporativas será a rapidez, a qualidade e a imparcialidade do noticiário. Análises (e analistas) racionais e bem fundamentadas. Manter os leitores pela credibilidade e imparcialidade. As mídias parciais terão como clientes apenas as partes que agradam (sempre diminutas). E as críticas podem ser feitas? Claro que sim, mas mentir e distorcer notícias não.
Respeitem a profissão de jornalistas: torcer, distorcer e mentir no noticiário não é jornalismo, é ativismo.

A DEMOCRATIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO: hoje as mídias sociais democratizaram as condições de noticiarem fatos, opiniões, críticas e pensamentos, até fake News. As desonestidades que se publicavam nas mídias corporativas sobre pensamentos (a maioria desonestidades acadêmicas. Apostilas toscas cópias de outras), começavam por definições erradas como forma de criticar ideias adversas a seus interesses (motivo de denominar de desonestidades acadêmicas) para no fim em uma síntese de poucas linhas não conseguir explicar de maneira entendível o que pensavam. Mais sofisticadamente continuam: um jornalista internacional chamou Bernie Sanders de social democrata, quando o mesmo sempre se definiu como socialista (e demagogicamente como democrata ultimamente). O PD dos USA enxergando o risco se uniu contra o demagogo socialista (ignorante não deve ser). E Trump pode ser criticado sem ofender a verdade, sem distorcer notícias? Claro que sim e teria mais efeito. Com Bolsonaro é semelhante: torcem, distorcem notícias, deixam de informar adequadamente a relação entre os três poderes, a verdade é que são ativistas incompetentes pelos excessos (se fossem racionais e verdadeiros as críticas seriam aceitas).  Um fato: Lula, Dilma e Bolsonaro não têm a cultura adequada para ocuparem a presidência, mas não criticavam DR que não sabia que não sabia, Lula com suas tiradas desqualificadas (achavam bonito a ignorância). Bolsonaro pelo menos informa o que sabe e o que não sabe e escolheu bem seu Ministério (o melhor dos últimos tempos). E ganhou a eleição democraticamente enfrentando o poder político estabelecido e a quase totalidade da mídia corporativa. Os ataques pessoais são vergonhosos (contra Trump também).    

POPULISMO: Chamam de populistas líderes da direita que defendem pensamentos em que acreditam, quando o correto seria chamar de populistas os sociais democratas (de fato são liberais), os socialistas (a maioria se diz democrata e o estudante principiante de uma boa escola e professor sabe que não existe socialismo democrata, as definições do termo, os programas dos partidos, as experiências acontecidas e acontecendo comprovam, tudo ditadura, limitando o direito de ir e vir, de informação e partido único), que se elegem com promessas demagógicas impraticáveis e insustentáveis  e governam de maneira diferente (isto sim é populismo). Definir liberal como populista é desonestidade ou ignorância. Se existem liberais populistas? Deve existir, mas o pensamento liberal não é populismo.

POPULISMO é a política fundada no aliciamento das classes sociais de menor capacidade de análise e de poder aquisitivo (a massa de manobra sempre enganada). O populista é carismático, tem boa fluência verbal, boa oratória, fala o que o povo quer ouvir e não o que pensa. EM RESUMO: POPULISTA É MENTIROSO, É DEMAGOGO E DESONESTO.

AS MÍDIAS SOCIAIS VIERAM PARA FICAR (é uma inovação destruidora como tantas outras), ajudam muito a difusão do saber (muito mais democraticamente do que as mídias corporativas ajudaram). As definições e conceitos errados que se repetiam nas colunas e artigos (a maioria da esquerda festiva que sobrevive ancorada e sugando o estado e os contribuintes). Definiam direita, esquerda e liberalismo de forma totalmente equivocada. Nem definir corretamente o que é esquerda e direita faziam (muitos ainda erram). 08/03/2020

ESQUERDA E DIREITA: SISTEMAS ECONÔMICOS, POLÍTICOS E CULTURAIS (COSTUMES). Parte de postagem já publicada.

A - CULTURAL:

1 – DIREITA. CONSERVADORES: defendem a aceitação dos princípios religiosos, doutrinários e imutáveis. Na economia são sempre liberais, contra o comunismo e socialismo. São considerados DIREITA.
2 - LIBERAIS (DIREITA E ESQUERDA): são progressistas e acompanham a evolução da ciência e dos costumes. Defenderam a separação da igreja do estado, são laicos. São princípios aceitos pela ESQUERDA E PELA DIREITA.

B - POLÍTICO:

1 – DIREITA. DEMOCRACIA: defende três poderes independentes e harmônicos, Legislativo, Executivo e Judiciário, na ordem, e eleições com a participação ampla. Defende o poder dos governados escolherem seus governantes. Os liberais e conservadores são democratas. É considerada DIREITA.
2 – ESQUERDA. DITADURA: defende um poder proeminente, o executivo. A ditadura é definida buscando evitar o ponto vulnerável das democracias (a descentralização do poder), a possibilidade da corrupção generalizar-se. Sabemos que maior o poder (a centralização do poder concentra-o nas mãos de poucos) maior a possibilidade de corrupção. O poder total sempre leva à corrupção total (centralizada). O COMUNISMO (ESQUERDA) DEFENDE A DITADURA do partido único.  

C - ECONÔMICO:

1 – ESQUERDA. CAPITALISMO DE ESTADO: economias de planejamento centralizado, Comunismo, Socialismo. O planejamento centralizado (poder centralizado em poucas pessoas) impede a democracia, motivo do comunismo defender a forma de governo ditadura (centralização do poder). É considerado ESQUERDA.

2- CAPITALISMO DE MERCADO (economias de mercado): defende a propriedade privada, o lucro e a concorrência (a luta pelo lucro e pela sobrevivência) como forma de incentivar as melhorias contínuas e os ganhos de produtividade e as inovações. Diferente das economias de planejamento centralizado, socialismo (a centralização exige o poder centralizado nas mãos de poucos) as economias de mercado (inúmeros agentes concorrendo) para funcionar exige a descentralização do poder (o poder econômico é descentralizado). É considerado DIREITA.

RESUMO: Racionalmente todos os sistemas econômicos são entendidos como Capitalistas, a diferença é a propriedade do capital (do estado ou privada). Impossível uma economia se desenvolver sem o Capital.
08/03/2020.

 

sábado, 29 de fevereiro de 2020

CRESCIMENTO ECONÔMICO: RELAÇÕES COM CONSUMO, INVESTIMENTO, RENDA E JUROS.



CRESCIMENTO ECONÔMICO: RELAÇÕES COM CONSUMO, INVESTIMENTO, RENDA E JUROS.

Já é sabido que não há taxa de juros, mesmo que negativa (+ i - % inflação = - i), capaz de fazer crescimento sustentado e reanimar uma economia. A taxa de juro é apenas uma variável das mais importantes, necessária, mas não o suficiente. Existe a inércia inflacionária (conhecida pelos brasileiros) e a de preços (tipo uma inflação retardada, diferente da reprimida). A inflação afeta o câmbio antes de afetar os preços internos (inflação e câmbio são efeitos, são gêmeos, um afeta o outro). Não existe inflação que perdure sem expansão monetária e demanda que a sustente. 

EXPANSÃO MONETÁRIA: nos países que não emitem moeda conversível (reserva) a expansão monetária acima do PIB potencial é causa de inflação. Nunca aconteceu um processo inflacionário sem expansão monetária e demanda que o sustentasse. A expansão monetária é causa de inflação dependendo de cada país (e da conjuntura dos mesmos). O que aprendemos de novo é que a expansão monetária sozinha não provoca crescimento nem inflação em país que emite moeda reserva mundial (basta que a aceitação da moeda se expanda para outros países).

POLÍTICA MONETÁRIA E CRESCIMENTO SUSTENTADO:

A experiência demonstrou que a política monetária é mais eficaz no combate à inflação (claro que a parceria com a política cambial e fiscal adequadas torna-a mais eficaz ainda) do que (sozinha) para motivar e conseguir crescimentos (aumentos consistentes das atividades econômicas). O crescimento depende de outras variáveis fundamentais que constituem também a relação das causas das atividades econômicas. A queda da taxa de juro (sozinha) não provoca, com certeza, o aumento dos investimentos, é apenas uma variável necessária. A contestação de que a política monetária pode criar um ambiente de expansão, como único fator, é unanimemente aceito. O reconhecimento das limitações da política monetária, de que ela não pode como único fator resolver os complexos problemas e interesses individuais da atividade econômica, não tira sua importância no quadro mais vasto da política macroeconômica.  

COMENTÁRIO SOBRE CRESCIMENTO ECONÔMICO:

Uma adequada Distribuição de Rendas, a existência de Fatores de Produção (recursos naturais, capital, trabalho, tecnologia), a Segurança Institucional do capital investido, uma normatização (marco regulatório) adequada que passe segurança e motivação, vantagens ou desvantagens comparativas naturais e artificiais (leis adequadas, judiciário eficaz – rápido e justo - legislativo ou executivo que passem segurança), um Sistema Financeiro compatível que proporcione Segurança para as poupanças e que alimente as necessidades de financiamentos do Consumo e dos Investimentos, um sistema previdenciário que estimule a formação de poupanças e que não permita privilégios, contas públicas transparentes com publicações de balancetes mensais analíticos, gastos públicos improdutivos (atividades meio) sejam o menor possível, são fatores importantes e que devem ser analisados.

CRESCIMENTO ECONÔMICO CAUSAS:

 a) existindo capacidade instalada ociosa, estoques, fatores de produção não utilizados ou evolução tecnológica que permita aumento de produção (produtividade), o aumento da liquidez pode provocar aumento do PIB sem ocorrer inflação. Os monetaristas (e liberais) aconselham que a moeda deve ter um crescimento conhecido e ter por limite de crescimento o PIB POTENCIAL conhecido;

b) a melhoria da Distribuição da Renda aumenta o Consumo (nível de atividades) e motiva investimentos, mas pode causar inflação se não ocorrer aumento de produção (ou de importação);

c) taxas de juros de mercado menor que a natural, ou taxa básica menor do que a de equilíbrio ou neutra eleva a demanda sem causar inflação se existir capacidade de produção não utilizada (fatores de produção livres);

d) emissão de moedas para fazer face a gastos produtivos e necessários, aumenta a capacidade de produção;

e) entrada de divisas estrangeiras com conversão para moeda local aumenta a liquidez (pode causar inflação);

f) aumento da procura global com aumento da oferta global;

g) aumento de exportações;  

h) FATORES DE PRODUÇÃO (pleno emprego) - Não existindo pleno emprego dos fatores de produção (trabalho, capital, recursos naturais, tecnologia), o aumento dos GASTOS DO GOVERNO (G) e dos Meios de Pagamentos, direcionados a Investimentos eficazes e de maturação de médio prazo, podem ser uma medida benéfica e de estímulo à economia (estimula a procura global, os investimentos e a produção).

i) EFEITO ENRIQUECIMENTO - Expectativas positivas e segurança quanto ao futuro podem aumentar o consumo e investimentos (pode provocar aumentos de preços caso inexista aumento de produção). A percepção de aumento de renda pessoal, provocada por valorizações de ativos, etc., provoca sensação de segurança e aumento de consumo;

j) EFEITO EMPOBRECIMENTO - Expectativas negativas, provocadas por desvalorizações de ativos (poupanças, bolsas, imóveis, etc., provoca percepção de empobrecimento), e por taxas de juros reais negativas (queda da renda de poupadores, de fundos de pensões, etc.), provocam insegurança quanto ao futuro e podem induzir a redução de consumo, de investimentos e queda de preços (paradoxo);

k) DESARMONIA ENTRE AS POLÍTICAS FISCAL E MONETÁRIA (incluso a cambial) - Déficits públicos acima do aceitável (política fiscal) puxam as taxas de juros de mercado para cima e exigem maior taxa básica por parte da política monetária (um puxa para um lado, o outro, para outro), influenciando negativamente as expectativas;

l) INSEGURANÇA NA MOEDA PÁTRIA: a perda de segurança no poder de compra da moeda (juros negativos provocam perdas nas poupanças e nos fundos para garantir aposentadorias e renda mensal) provoca redução de consumo para aplicações em outros ativos (que não a moeda pátria mais juros), podendo provocar bolhas nos preços de outros ativos. O furo da bolha provoca crise e perdas. A redução do consumo reduz a pressão inflacionária (paradoxo). Não tem sustentação a LP e provoca crise cambial e desvalorização da moeda pátria e inflação a seguir (no segundo momento);

m) gastos improdutivos (necessários e desnecessários) em percentual alto em relação à receita ou aos gastos produtivos necessários reduz o PIB. O inverso é verdadeiro.

CONSUMO: RELAÇÕES COM RENDA, JUROS E INFLAÇÃO. 04/2012

1) KEYNES: para Keynes o consumo subiria de acordo com a renda. Maior a renda maior o consumo total, mas menor em relação à renda.

2) IRVING FISHER: para Fisher o consumo dependia da expectativa de renda e de vida.

3) MILTON FRIEDMAN: para Friedman o consumo dependia da renda permanente (a renda que os agentes têm segurança de que receberão).

4) MODIGLIANI: para Modigliani o consumo é função da riqueza e da renda em relação à expectativa de vida.

5) MELHORIA NA DISTRIBUIÇÃO DE RENDA: a melhoria na distribuição de renda (redução da concentração da renda) aumenta o consumo no curto e no médio prazo (ou enquanto houver espaço para ela ocorrer). O aumento do consumo induz o aumento dos investimentos (é o crescimento da renda total = PIB).

6) O CONSUMO, A TAXA BÁSICA DE JURO, A LIQUIDEZ (QUANTIDADE DE MOEDA) E A INFLAÇÃO: os monetaristas defendem o princípio de que o aumento da liquidez (moeda) em proporção maior do que o crescimento potencial do PIB provoca um aumento da demanda (C + I) no CP, das expectativas de inflação e da inflação no médio ou longo prazo. Recomendam que a liquidez tenha um aumento constante, não superior à capacidade de crescimento do PIB (PIB potencial). Desaconselham altos e baixos no crescimento da moeda, pois isto traz insegurança aos agentes e reduz a previsibilidade e os investimentos. A taxa básica é a ferramenta mais eficaz dos BCs na redução do excesso de liquidez (moeda) do mercado, por consequência reduz também as expectativas de inflação (no processo a taxa básica será reduzida no segundo momento). Uma taxa básica abaixo da adequada permitirá um aumento das expectativas de inflação e necessidade de uma taxa maior no futuro para combater os aumentos dos preços. Se a autoridade monetária deixar que a liquidez aumente seguidamente em relação ao PIB potencial o processo inflacionário instala-se.

7) CRISES: em um processo de aumento de liquidez agravado com taxa de juro real ex-post negativa (a taxa real ex-post fica menor do que a ex-ante, a inflação projetada fica sempre menor do que a ocorrida), instala-se o processo inflacionário e a fuga da moeda mais juros para ativos que não moeda (imóveis, moedas estrangeiras, ações, ouro, etc.). Esta conjuntura artificial (aumento desproporcional de liquidez e juros negativos) caminha para o processo de insegurança e furo da bolha dos preços dos ativos que não moeda, trazendo redução da Previsibilidade para o mercado, instalando-se um cenário que começa com a Desaceleração do Crescimento do PIB provocada pela redução da riqueza (desvalorizações de ativos), passando para a recessão, podendo chegar à depressão se não combatido adequadamente. O combate à crise que se instala resume-se em impedir a quebra dos bancos, a redução da liquidez (não confundir com aumentos excessivos), complementada por política fiscal (aumento de gastos públicos não constantes e melhoria de distribuição de renda). MAG 04/2012.

O RISCO DA EXAUSTÃO TECNOLÓGICA (depreciações aceleradas, perda de capacidade de concorrência da produção): o hiato do produto (diferença positiva entre PIB potencial e o efetivo) = capacidade de produção instalada não utilizada, e a capacidade de produção podem perder as condições de concorrer se acontecer uma modernização acentuada de software, hardware ou de sistema de produção. Exemplos: os teares antigos exigiam 1 funcionário por tear para funcionar, os modernos exigiam 1 para controlar 50 teares. Os motores (e outros componentes) a diesel tinham que ser revisados a cada 150.000 km, os modernos passaram a durar 1 milhão de km. Na área de informática as inovações destrutivas ocorrem a cada dois anos. Isto significa que uma crise que dure alguns anos torna a capacidade de produção da economia sem condições de concorrer.

A DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL: outro fator positivo por um lado e negativo por outro é a desvalorização cambial. Por um lado, reduz o preço em dólar da produção interna exportável e sobe o das importações.  As commodities exportáveis prefixadas em dólar apenas aumentam os lucros dos produtores internos (e pressionam os preços internos), já as importadas aumentam os preços internos em real. A desvalorização cambial sobe os preços de importações de fatores de produção (maquinários, software, sistemas e partes reexportáveis). Pode fazer a indústria nacional perder capacidade concorrência.    

A MÁGICA DO CRESCIMENTO SUSTENTADO: taxa básica adequada, câmbio flutuante, gastos improdutivos pequenos em relação aos produtivos, regulamentação que não iniba o ambiente de negócios (que facilite e motive), um sistema financeiro sólido e seguro, linhas de financiamento de LP, facilidade de importações de tecnologias e de fatores de produção (maquinários, sistemas e partes para reexportar). 
FORMAÇÃO DE EXPECTATIVAS POSITIVAS: instituições políticas (legislativo e executivo) que passem segurança e previsibilidade, Banco Central e Ministério da Economia e Planejamento que passem segurança e previsibilidade, mídia propositiva positiva (a mídia negativa dificulta a formação de expectativas positivas). Segurança cambial para investidores externos. O medo de perda cambial afasta investimentos. Tributação adequada a concorrer com principais concorrentes externos na captação de investimentos. 29/02/2020.  




quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

SOCIALISMO DEMOCRÁTICO EXISTE? A UTOPIA QUE CUSTOU VIDAS E SOFRIMENTOS.


SOCIALISMO DEMOCRÁTICO EXISTE?
A UTOPIA QUE CUSTOU VIDAS E SOFRIMENTOS.

Carl Marx denominou sua teoria de Socialismo Científico e os outros autores de sua época de Socialistas Utópicos.
Para ele a evolução da sociedade ocorreria como a seguir:

     a)    o COMUNISMO PRIMITIVO inicial das tribos (propriedade comum) evoluiu para o FEUDALISMO (direito de propriedade, do lucro e proteção de profissões);

     b)    o feudalismo evoluiu para o CAPITALISMO (economia de mercado com concorrência). O capitalismo levaria à uma bem-sucedida evolução do Proletariado;

     c)    o Proletariado iria impor o SOCIALISMOE o COMUNISMO seria a evolução do final do SOCIALISMO, uma utopia, onde a propriedade voltaria a ser comum e a democracia adotada, abandonando-se a ditadura política do socialismo.

SOCIALISMO significa economia de planejamento centralizado, poucas pessoas no comando (a elite burocrática). Como o planejamento centralizado é feito por poucas pessoas adotaram a ditadura (comando de poucos) e partido único, o que inviabiliza a democracia (a adoção do termo socialismo democrático é demagogia política, engana eleitores). Proíbem a propriedade privada, o lucro, a herança, controlam a produção, tabelam preços, controlam a mídia e informações (a imprensa é do governo) e até o direito de ir e vir.
É o inverso do LIBERALISMO, economia de mercado, produção, preços, mídia e direito de ir e vir livres. A propriedade privada é permitida. A iniciativa privada opera e os governos legislam, tributam e julgam (3 poderes independentes = democracia). O fundamento do pensamento liberal é: se funciona sem norma / regulamento, não normatize / regulamente, o poder é da lei e não da autoridade (as leis devem limitar o poder discricionário das autoridades), as normas/regulamentos devem proteger a concorrência (sem concorrência não existe liberalismo). É a concorrência e a busca do lucro que estimula a luta pela sobrevivência, a melhoria contínua, os ganhos de produtividade e as inovações. Foi isto que derrotou o socialismo: a comparação do enriquecimento das economias de mercado (capitalismo liberal) com o empobrecimento das economias de planejamento centralizado (capitalismo de estado, socialismo).  
Como terminou? Em milhões de mortes e pobreza generalizada das nações que adotaram o sistema socialista. A máxima, maior o poder maior a corrupção, aconteceu em todas as nações que adotaram o Socialismo.

Nikita Krushev antecipou o fim do Socialismo com a famosa frase: que sistema bom é este que temos que construir muros para que não fujam. Se fosse bom estaríamos construindo muros para que não entrassem.  Gorbachev e Yeltsin redemocratizaram a Rússia (acabaram com a URSS), eliminaram o totalitarismo e o sofrimento do povo. 

SOCIALISMO E SOCIAL DEMOCRACIA (o uso político e demagógico dos termos).

A utilização política eleitoral (indevida, demagógica ou ignorante) dos nomes:

    a)    SOCIAL DEMOCRACIA, de fato é economia de mercado, liberalismo econômico. Foi utilizado politicamente na Europa (substituindo o nome liberal) para combater o SOCIALISMO (na época em que a esquerda ameaçava ganhar eleições);

    b)    SOCIALISMO: com a queda do muro de Berlim, a dissolução da URSS, a Europa oriental abandonando o socialismo e as nações que ainda teimam em manter ou adotar o socialismo (Venezuela, Cuba, Coreia do Norte) empobrecerem (perderem PIB e a maioria do povo viver na pobreza), começam a inventar termos demagógicos para enganar os eleitores menos informados, como SOCIALISMO DEMOCRÁTICO (isto não existe, pois é contra os fundamentos da ideologia socialista). Bernie Sanders, candidato a candidato a presidente dos USA pelo PD, definia-se como SOCIALISTA, agora demagogicamente define-se como socialista democrata (é o que dizem). Não sabe a definição correta do termo socialista (ignorância) ou é demagogia eleitoral? Se ganhar o que vais prevalecer? A definição correta de socialismo ou a demagógica (que ninguém sabe o que é)? E analistas políticos (e alguns econômicos) aceitam e incorrem no mesmo erro. Um economista ganhador do prêmio Nobel passando por cima da declaração de Bernie Sanders afirma que o mesmo não socialista e sim social democrata. Então Sanders é ignorante ou demagogo?        

Adequação de texto de 2012. 20/02/2020.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

A DEMAGOGIA DO LOBBY DO CÂMBIO. 30/08/2012 e 17/02/2020.


A DEMAGOGIA DO LOBBY DO CÂMBIO. 30/08/2012 e 17/02/2020.

30/08/2012. COMENTÁRIOS QUE RECEBI DE UM EXCELENTE JORNALISTA DE ECONOMIA E FINANÇAS:
O câmbio alto e o juro baixo são uma política de Estado agora!
O governo vai defender isso de todas as formas, não importando as distorções que venha causar.
Acho ruim, pois o governo faz uma tremenda transferência de renda da população para o setor industrial, que nem sempre responde de forma “justa” a essas benesses do governo.

PAULO BUTORI – presidente do SINDIPEÇAS (Valor de 28/08/12).
Para recuperar a competitividade perdida, a indústria necessita de uma cotação de pelo menos R$2,60 por dólar.

COMENTO:
     1)    e a perda de poder de compra da moeda brasileira (perda de poder de compra de todos, pessoas e empresas)? Perda de poder de compra = redução do tamanho do mercado = redução do PIB.
     2)    e o aumento da inflação?
     3)    e o aumento da dívida das empresas que devem em dólar?
     4)    e o aumento do custo da produção?
     5)    e o aumento do custo dos aluguéis e das compras de equipamentos, de tecnologias e de inovações?  
     6)    e o custo para sustentar uma cotação artificial do câmbio?
30/08/2012

17/02/2020. A DIFERENÇA.
Em 2012 existia uma inflação com tendência ascendente e risco cambial maior.
Hoje o risco cambial é pequeno e a inflação na meta e pouco risco de ficar ascendente com controle difícil. Mas o BC não deve correr riscos de perda cambial (swaps ou vendas de dólares à vista) para evitar tendência de desvalorização (remar contra a maré).

DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL, FLUXO, SWAPS E VENDA DE DÓLAR.
a)    Quando a desvalorização cambial ocorre com Fluxo Cambial Financeiro negativo (ou positivo) e total positivo, o BC pode utilizar swaps cambiais (e utiliza corretamente, mas tem limites), se o sistema bancário não conseguir atender o mercado;

b)    Quando a desvalorização ocorre com Fluxo Cambial Total negativo (a pressão é no câmbio à vista) o BC deve oferecer moeda e swaps se o sistema bancário não conseguir atender.

Como combater se o processo inflacionário voltar a se instalar e ficar ascendente? O menor custo é a taxa básica adequada (nunca negativa).
Taxa básica negativa é fábrica de bolhas (e elas sempre furam e criam crises), desarmoniza a formação de poupanças pela população. Cria uma sensação de perda e risco muito alto com suas poupanças, acontecendo também insegurança com a redução de renda de suas poupanças e isto afeta a demanda (e atividades). E é sabido que valorização ou desvalorização artificial de câmbio tem tempo de duração e perdas às vezes irreparáveis (nosso passado é repleto de exemplos).  17/02/2020.

 A RENDA NACIONAL, OS GASTOS IMPRODUTIVOS E O CRESCIMENTO.
10/08/2019.

PNB (produto nacional bruto) = RNB (renda nacional bruta).
RNB = RT + L + J + A; onde RT = renda do trabalho assalariado da iniciativa privada e do governo, autônomo e outros; l = lucros; J = juros; A aluguéis.
Existe uma relação entre a RNB e o PNB (são iguais). Se a renda não sobe o PNB também não sobe. A demanda é efeito da renda das famílias (renda do trabalho, juros, lucros e aluguéis).  Existe também uma relação entre gastos produtivos e improdutivos. Não se inclui no cálculo do PNB: serviços domésticos da dona de casa, pagamentos de renda que não resultem de atividades produtivas (aposentadorias, juros da dívida pública) e atividades ilegais (não socialmente úteis, como contrabando, etc.).
Como a renda do trabalho das atividades privadas sobe pouco o efeito sobre as atividades é também pequeno. Apenas a renda dos trabalhadores dos governos subiu acima da inflação (a renda é alta, mas são poucos em relação à população). Sem renda sem demanda (sem consumo). Sem demanda, lucros baixos. Com pouca atividade a demanda por empréstimos e financiamentos também é baixa, tendo como efeito juros nominais de mercado baixos (reduz renda das famílias que têm aplicações pequenas). A renda baixa das poupanças das famílias traz insegurança quanto ao futuro e reduz demanda (em um segundo momento a demanda por ativos que não moeda subirá).
Como subir a renda das famílias? Com empregos. Como subir empregos? Com investimentos produtivos por parte do governo. Mesmo produzindo déficits? Para dar um impulso inicial sim, mas com responsabilidade. 
REDUZIR GASTOS IMPRODUTIVOS DOS GOVERNOS. 10/08/2019

  

  

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

GASTOS PÚBLICOS, CONCEITOS E RELAÇÕES COM PIB, RECEITA E DÍVIDA PÚBLICAS.


GASTOS PÚBLICOS, CONCEITOS E RELAÇÕES COM PIB, RECEITA E DÍVIDA PÚBLICAS.

Os gastos públicos podem ser definidos em:

     a)       PRODUTIVOS NECESSÁRIOS, materiais (uma estrada, ponte, etc.), imateriais, professores em sala de aula (produzem saber), médicos e enfermeiras (produzem saúde e capacidade de trabalho). Normalmente as atividades fins;

     b)      PRODUTIVOS DESNECESSÁRIOS, estrada ou ponte desnecessária no momento, excessos e trabalhos produtivos, mas desnecessários, ou não utilizados;

     c)     IMPRODUTIVOS NECESSÁRIOS, PESSOAL DA RF, FORÇAS ARMADAS, atividades meio em geral;

     d)      IMPRODUTIVOS DESNECESSÁRIOS, excesso de pessoal, burocracia que cria dificuldades às atividades produtivas ou para vender facilidades.

Existem relações que devem ser estudadas e analisadas com profundidade:
 a)       percentual da receita e da dívida pública em relação ao PIB;
  b)      percentual dos GASTOS IMPRODUTIVOS NECESSÁRIOS (atividades meio) em relação aos TOTAIS e aos PRODUTIVOS NECESSÁRIOS (atividades fim). As atividades meio têm que ser muito menor em relação às atividades fins, caso contrário DEVEM SER ELIMINADAS por serem desnecessárias.

Se a receita e a dívida pública forem em um percentual baixo em relação ao PIB (receita 20%; dívida 40%), que podem ser aumentadas sem reação negativa da sociedade, os GASTOS PÚBLICOS PRODUTIVOS podem ser feitos com aumento da dívida (em moeda pátria) ou emissão (déficit nominal negativo. Saldo negativo do TN). Se existir capacidade instalada de fatores de produção não utilizada (permite que o aumento da demanda seja atendido pela capacidade da oferta já instalada) não acontecerá pressão inflacionária. Se ocorrer poderá ser combatida com taxa básica de juros adequada. Atenção deve ser dada à taxa de câmbio (que deve ser flutuante).

Se a receita e a dívida pública estiverem em percentual alto, receita 40%; dívida em percentual considerado como risco elevado por financiadores (e as taxas de juros subirem acima da de equilíbrio), o governo deve praticar uma política de eliminação dos GASTOS IMPRODUTIVOS DESNECESSÁRIOS e dos PRIVILÉGIOS E SUBSÍDIOS se existirem. Normalmente existem nas aposentadorias e no funcionalismo público. Os subsídios são privilégios de setores com forte poder de pressão. Manter PRIVILÉGIOS E GASTOS IMPRODUTIVOS DESNECESSÁRIOS é política de pobreza.   


CAUSAS DE INFLAÇÃO:

a)  Aumento dos meios de pagamentos e das atividades econômicas sem contrapartida de aumento da produção, PIB (demanda sobe em desarmonia com oferta).  Existindo capacidade instalada ociosa, estoques, fatores de produção não utilizados ou evolução tecnológica que permita aumento de produção (produtividade), o aumento dos meios de pagamentos pode provocar aumento do PIB sem ocorrer inflação. Os monetaristas (e liberais) aconselham que a moeda deve ter um crescimento conhecido e ter por limite o crescimento potencial do PIB;
b)  A melhoria da distribuição da renda aumenta o consumo (nível de atividades) e pode causar inflação (se não ocorrer aumento de produção);
c)  Taxas de juros de mercado menor que a natural, ou taxa básica menor do que a de equilíbrio, ou neutra (eleva a demanda e os preços);
d)  Emissão de moedas para fazer face a gastos improdutivos e desnecessários (aumenta meios de pagamento e demanda);
e)  Entrada de divisas estrangeiras com conversão para moeda local;
f)  Aumento da procura global sem aumento da oferta global;
g)  Necessidade de aumentar as exportações para fazer face a pagamentos de dívidas externas (reduz oferta);
h)  Desvalorização da moeda para aumentar as exportações (aumenta internamente os preços de produtos e de insumos importados e exportados).

CRISE CAMBIAL:
      a)       ocorre quando a demanda por moeda conversível fica superior à oferta;
       b)      a moeda pátria não passe confiança (perde credibilidade) a investidores externos e internos (estes fogem para o exterior);
       c)       a taxa de juro interna mais juros fica menor que o dólar mais juros. A moeda forte é mais atraente e confiável (e é conversível). As moedas da Venezuela, Cuba, Equador (adotou o dólar, perdeu soberania monetária), Argentina não passam confiança e dificultam investimentos (externos e internos). A situação da Argentina, apesar de grave, é melhor que a da Venezuela e de Cuba (perderam a credibilidade totalmente).

CÂMBIO PREOCUPA? Sim, câmbio sempre preocupa, é um sinal para autoridades econômicas.
14/02/2020.

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Há 4 anos. CÂMBIO.
14 de fevereiro de 2016. Belo Horizonte, Minas Gerais.
CÂMBIO É MUITO COMPLEXO. DEPENDE DE FATORES EXTERNOS (principalmente do Fed) E INTERNOS (principalmente do BCB). AS POLÍTICAS FISCAIS, MONETÁRIAS E CAMBIAIS DOS PAÍSES SÃO IMPORTANTES NAS ANÁLISES.
Atualmente o BCB mantém US$ 108 bilhões em operações de swaps cambiais (estas operações são contratos onde o BCB aposta no real mais juros contra o US$ mais juros). O normal é quando o BCB não faz estas operações, mas não é errado fazê-las em épocas de volatilidades artificiais e passageiras. É ERRADO TENTAR EVITAR A DESVALORIZAÇÃO DO REAL UTILIZANDO SWAPS DA MANEIRA QUE O BCB FEZ ANTES DAS ELEIÇÕES (foi uma utilização eleitoral). SE O BCB NÃO RENOVAR OS SWAPS O REAL SE DESVALORIZA DE UMA VEZ SÓ (de 05/2013 até 01/2015 o BCB foi aumentando as operações de zero até US$ 118 bilhões, caindo para US$ 108 bi). Se o BCB não renovar os swaps o real desvaloriza, pressiona a inflação e a Selic tem que subir. A dúvida é se o BCB deve ir reduzindo as operações aos poucos ou não. Sustentar indefinidamente é errado, uma hora terá que ser feito. A desvalorização de nossa moeda significa mais empobrecimento, mas por outro lado o custo Brasil cai em dólar e nossas exportações sobem. E a inflação? Se combate com superávit ou Selic. O melhor momento para ir reduzindo as operações é enquanto o Fed não sobe a taxa básica americana. Depois o custo será muito maior.
Existe uma certa relação entre os preços das commodities e o dólar. Se o dólar valoriza as commodities desvalorizam (ou o inverso). Se o Fed sobe a taxa básica o dólar valoriza em um primeiro momento.

14/02/2020. COMENTO.
A diferença de agora para 4 anos atrás é que a inflação estava com tendência de alta e agora não. A crise do CORANAVÍRUS poderá afetar os preços das commodities (mercadorias com preços de referência mundiais) para baixo (já afetou, o que compensa a desvalorização do real). Eu prefiro uma política monetária PREVENTIVA (ANTECIPAR-SE), mas a TEMPESTIVA também é correta (quase sempre o custo sai maior).
A desvalorização da moeda pátria reduz o poder de compra (a qualidade de vida), o valor dos ativos internos, empobrecendo a todos, reduz a capacidade de consumir. Em compensação torna os preços da produção interna mais competitivos para exportar (e a importação mais cara). É uma forma de tentar proteger as empresas internas, mas a contrapartida é triste, empobrecer a todos no curto e médio prazo para um possível crescimento futuro. É ARTIFICIAL? Na minha opinião sim, mas a maioria dos keynesianos defende (a maioria dos liberais é contra permitir a desvalorização / valorização artificial do câmbio).
O RISCO? É a moeda pátria perder a confiança dos agentes econômicos (internos e externos), casos da Argentina, Venezuela, Equador, Cuba e muitos outros. É o mesmo que abrir mão da soberania monetária (é submeter-se a quem tem moeda acreditada). O pior efeito é a perda de poder de compra (de qualidade de vida), de poder comprar bens indispensáveis (uma época o Brasil teve de fornecer insulina para a Argentina que não tinha crédito para comprar, além de vacinas para outros).