sexta-feira, 29 de maio de 2020

A VERDADE SOBRE O GOVERNO DO BRASIL DE JAIR MESSIAS BOLSONARO.


A VERDADE SOBRE O GOVERNO DO BRASIL DE JAIR MESSIAS BOLSONARO.

J. M. BOLSONARO, surpreendentemente, derrotou democraticamente o poder político estabelecido (e o grande poder político das oposições), o poder dos sindicatos (que sobreviviam com imposto sindical obrigatório), o poder das mídias corporativas (que faziam e desfaziam governos e pessoas), o poder das corporações que dominavam as estatais e, sem dinheiro, sem mídia, apenas com seguidores apaixonados por seu discurso defensor dos antigos regimes militares (ditaduras legalizadas e apoiadas pelo povo), contra as corrupções do PT e seguidores, conservador em costumes e liberal em economia (conseguiu atrair eleitores ao falar que Paulo Guedes, economista liberal, seria seu ministro da economia).

Como é seu governo?

     a)    liberal em economia, privatizante, contra o intervencionismo corporativo estatal e privado que sobrevive de explorar estatais e o povo com controles desnecessários, criando dificuldades para vender facilidades, simplificador, elimina controles desnecessários (se funciona sem controle ele não controla. Na verdade, tenta eliminar e o judiciário não permite). A equipe econômica é das melhores que o país já teve. Tenta privatizar estatais e operações de serviços;

     b)    na política não trocou ministérios com partidos políticos (fez um ministério técnico), tentou não ter base no legislativo (comprar apoios partidários com benesses e cargos). Fez propostas reformistas e encaminhou para o legislativo sem tentar influenciá-los (comprar apoios). As reclamações foram vergonhosamente absurdas, atacaram-no de autoritário, antidemocrata, quando estava sendo democrata em excesso (independência e harmonia entre os poderes). Agora parece que está cedendo em cargos do segundo escalão para evitar um processo de impeachment (o legislativo recuou de sua trama golpista com apoio da mídia corporativa e de parte do STF, que ainda cria problemas. Possível crise institucional ainda existe) que não seria aprovado, mas duraria um ano. Tem uma base popular de apoio de uns 33%, mas muito ativa nas redes sociais e em passeatas. É o único político que se sair na rua e aeroportos é aplaudido (ministros do STF são odiados);

     c)    nos costumes é um conservador religioso radical. A maioria do povo brasileiro é conservadora religiosa, mas liberal e moderada no sentido de liberdade de religiões (na mesma família professam várias religiões) e aceitação de diferenças respeitosas;

    d)    relação com mídias corporativas: cortou verbas e qualquer favorecimento e em contrapartida é atacado raivosa e diariamente. Torcem ao invés de noticiar, distorcem notícias (de tão escandaloso não surte efeitos). É defendido por seus eleitores diariamente (e agressivamente) nas mídias sociais (da mesma maneira que é atacado);
     
    e)    corrupção: até agora o governo ainda não teve nenhum escândalo de corrupção;

    f)     relação com o STF. O STF brasileiro é de alto nível, mas infelizmente nos últimos tempos, alguns ministros, deixaram-se dominar por vaidades, prolixidades inúteis e paixões partidárias (todos eles foram escolhidos por presidentes que hoje são oposicionistas raivosos. Perderam as mamatas e sabem que Bolsonaro deve ser reeleito se nada fizerem). Monocraticamente estão tomando decisões (ditatoriais) que estão provocando uma possível crise institucional;

    g)    e Bolsonaro como é? É o que demonstrou ser na campanha eleitoral. Sincero, verdadeiro, dizem que pessoalmente simpático e aberto a conciliações, piadista, reconhece erros e volta atrás, rigoroso quanto a fidelidade de amigos (dizem que meio tosco, casca grossa. Lula e Dilma eram piores).

FINALIZANDO: QUEM APOSTAR NO BRASIL GANHARÁ MUITO.
29/05/2020.             

quinta-feira, 14 de maio de 2020

REVERTER A POLÍTICA MONETÁRIA ENQUANTO É TEMPO.


CÁLCULO DA TAXA BÁSICA CONSIDERANDO PREVISÃO DE IGPM 5%.

Com o IGPM previsto para 2020 de 5% e Selic nominal bruta de 3%, teremos a mesma líquida de IRF = 3% – 20% IRF = 2,4%. Reduzindo - 5% IGPM = - 2,6% (negativo). TAXA BÁSICA REAL NEGATIVA EM - 2,6%.

A Taxa Natural (neutra) considerada de 2,8% (ponto da curva de juro de 360 dias) positivos para - 2,6% (taxa básica líquida de IRF) teremos - 5,4% (uma diferença absurda e perigosíssima). Significa que a taxa básica Selic real está ABAIXO da NATURAL em - 5,4% sob a ótica dos aplicadores nacionais e dos investidores estrangeiros ou os que racionam em dólar (podem optar por investir no exterior).

O normal e aconselhável seria a Selic estar entre 0,5% e 1% abaixo da neutra portanto, em 2,3% ou 1,8% reais.  Para estar em 1,8% ou 2,3% reais a Selic nominal deveria estar positiva em (5% + 2,3) / 0,8 = 9,125% ou (5 +1,8) / 0,8 = 8,5%. Outra opção seria eliminar o IRF (aconselhável) e aí teríamos: 7,3% ou 6,8%.

CONSIDERANDO O IPCA DE 2,7%.

Seguindo o mesmo raciocínio e considerando o IPCA previsto para 2020 em 2,7%, teremos: Selic líquida de IRF 2,4% - 2,7% IPCA = - 0,3% (negativo). A diferença para a taxa natural (neutra) é 2,8% positivos para - 0,3% = -3,1% (uma diferença absurda e perigosíssima).

Significa que a taxa básica Selic real está ABAIXO da NATURAL em – 3,1% sob a ótica dos aplicadores nacionais e dos investidores estrangeiros ou os que racionam em dólar (podem optar por investir no exterior). O normal e aconselhável seria a Selic estar entre 0,5% e 1% abaixo da neutra portanto, em 2,3% ou 1,8% reais.  Para estar em 1,8% ou 2,3% reais a Selic nominal deveria estar positiva em (2,7% + 2,3) / 0,8 = 6,25% ou (2,7 +1,8) / 0,8 = 5,625%. Outra opção seria eliminar o IRF (aconselhável) e aí teríamos: 5% ou 4,5%.

QUAIS OS EFEITOS QUE PODERIAM OCORRER:

a) o real voltaria a valorizar e aumentar o poder de compra da população (e a segurança e previsibilidade fariam a demanda aumentar);
b) a expectativa de inflação futura (IGPM) cairia e os juros de longo prazo acompanhariam (e o custo de captação do TN). Os volumes negociados no longo prazo aumentariam (facilitaria financiamentos de investimentos);
c) o custo das importações de maquinários e insumos cairiam (reduziria custo de fabricação). O custo das importações concorrentes também cederia e obrigaria as empresas nacionais a trabalharem a melhoria contínua e os ganhos de produtividade;
d) os ativos brasileiros valorizariam em dólar (inclusive o PIB);
e) o poder de compra das famílias aumentaria (e a qualidade de vida, que no fim é o que interessa);
f) a insegurança externa que o Brasil está passando reverteria (e isto não pode perdurar);
g) o juro real é considerado alto ou baixo sempre em relação às expectativas do mercado (positivas, ascendentes, ou negativas descendentes). 14/05/2020.

quinta-feira, 7 de maio de 2020

COPOM CAI TAXA BÁSICA. A RELAÇÃO TAXA BÁSICA (SELIC) X TAXA NATURAL (NEUTRA OU DE EQUILÍBRIO) X CONJUNTURA PRESENTE E PERCEPÇÃO DA FUTURA.



COPOM CAI TAXA BÁSICA. A RELAÇÃO TAXA BÁSICA (SELIC) X TAXA NATURAL (NEUTRA OU DE EQUILÍBRIO) X CONJUNTURA PRESENTE E PERCEPÇÃO DA FUTURA. EM 07/05/2020.

A TAXA SELIC DE 3% RENDE LÍQUIDO DE IRF (3% X 0,8 = 2,4%): 2,4%. É ESTA TAXA LÍQUIDA (2,4%) QUE OS POUPADORES INTERNOS (APLICADORES) E EXTERNOS LEVAM EM CONSIDERAÇÃO. COMPARAM-NA (taxa de juro ex-ante) COM A INFLAÇÃO FUTURA PELO IPCA E PELO IGPM (taxa de juro ex-post). PELO IGPM PREVISTO TERÁ UM NÚMERO NEGATIVO ELEVADO (E O IGPM É INDICAÇÃO DO IPCA DO FUTURO). PELO IPCA DEVERÁ DAR UM NEGATIVO PEQUENO. PELO DÓLAR É IMPREVISÍVEL NO MOMENTO.
A taxa Básica deve ser fixada acima ou abaixo da taxa Natural. Considerando-a = ao DI 360, 2,85% teremos:

     a)    com o IGPM previsto para 2020 de 5% e Selic de 3%. 3% – 20% IRF = 2,4% - 5% IGPM = - 2,6% (negativo). A diferença para a taxa natural (neutra) é 2,85 positivos para -2,6 = -5,45% (uma diferença absurda e perigosíssima). Taxa que provoca fuga de capitais (nacionais e estrangeiros), desvalorização da moeda pátria, possível aumento de atividades e de preços de alguns ativos (ouro, dólar, etc.). Se a percepção for de que a inflação subirá, as taxas de curto prazo de juros acompanharão a Selic, mas as de longo prazo subirão (o custo de captação do TN subirá). A nota de crédito do Brasil foi atingida negativamente (talvez mais por motivos políticos);

     b)    com o IPCA previsto para 2020 de 2,7%: 2,4% - 2,7% = - 0,3% (negativo). A diferença para a taxa natural (neutra) é 2,85% positivos para - 0,3% = -3,15% (uma diferença absurda e perigosíssima). Taxa que provoca fuga de capitais (nacionais e estrangeiros), desvalorização da moeda pátria, possível aumento de atividades e de preço de alguns ativos (ouro, dólar, etc.). Se apercepção for de que a inflação subirá, as taxas de curto prazo de juros acompanharão a Selic, mas as de longo prazo subirão (o custo de captação do TN subirá). A nota de crédito do Brasil foi atingida negativamente (talvez mais por motivos políticos).
COMENTO: considerando a insegurança conjuntural causada pelo COVD-19, pelas críticas diárias da mídia (que fizeram efeito forte no exterior) que reduziram a necessária percepção de estabilidade interna (segurança e previsibilidade) para aumento das atividades e investimentos (PIB), as duas previsões de taxa básica líquida de irf e de inflação (igpm e ipca) negativas, deverão (poderão) causar pouco efeito nas atividades. A este respeito o fundador dos cursos de economia no Brasil ensinou: E. GUDIN 1968: Em conjuntura recessiva com predomínio de pessimismo, não há taxa de juros capaz de, sozinha, reanimar a atividade. INFLAÇÃO E CÂMBIO: a inflação afeta o câmbio antes de afetar os preços, mas com as repetições entende-se que os dois efeitos são gêmeos, e um afeta o outro.  
Esta taxa básica passa insegurança para todos: poupadores (verão suas poupanças serem dilapidadas por inflação), reduzirá demanda (insegurança reduz demanda), e por extensão PIB. É semelhante a uma dose de antibiótico acima da adequada, fará mais mal do que talvez bem. MAG 07/05/2020.


 BLOG: TERÇA-FEIRA, 14 DE MARÇO DE 2017

ATÉ ONDE A SELIC PODE CAIR?

A credibilidade do MF e do presidente do BC, além da correta política monetária e dos esforços do MF para dar transparência e corrigir a política fiscal (apoiado pelo presidente MT e legislativo) conseguiram passar credibilidade para os agentes econômicos (a previsibilidade melhorou, mas ainda insuficiente). Os juros de longo prazo caíram de 16,8% em 12/2015 para abaixo de 10%. As expectativas de inflação caíram para abaixo da meta (4,5%) com a recessão invertendo a tendência de queda acima de 3,5% para um crescimento que ficará entre 0,5% e 1,5%. EM RESUMO: a competente equipe econômica e a correta política monetária venceram mais uma vez.

A PERGUNTA QUE TODOS PRETENDEM RESPONDER: ATÉ ONDE A TAXA BÁSICA (SELIC) DEVERÁ CAIR? ATÉ OS JUROS DE MERCADO DE LP (A CURVA DE JUROS) NÃO REVERTER A TENDÊNCIA DE QUEDA (DESCENDENTE) PARA ASCENDENTE. ESTA SERÁ A HORA DE PARAR COM A QUEDA DA SELIC, ANTES QUE AS EXPECTATIVAS DE INFLAÇÃO VOLTEM. OUTRA PERGUNTA: E SE OS PREÇOS NÃO PARAREM DE CAIR (hipótese que considero improvável) E CAMINHAREM PARA DEFLAÇÃO? ALÉM DE CAIR A TAXA BÁSICA DE JURO (SELIC) O BC DEVERÁ DAR LIQUIDEZ A JUROS BAIXOS PARA O LONGO PRAZO.

A HIPÓTESE MAIS PROVÁVEL É QUE A INFLAÇÃO RETORNE SE O BC PASSAR A IMAGEM DE QUE CEDEU ÀS PRESSÕES POLÍTICAS DE VÉSPERA DE ELEIÇÃO PARA CAIR A SELIC (hipótese que considero improvável). EM NÚMEROS ACREDITO QUE A SELIC PODERÁ CAIR ATÉ 9% COM O MÁXIMO DE 1% POR REUNIÃO DO COPOM (mais é arriscado). MAG 03/2017.     

quinta-feira, 9 de abril de 2020

A CRISE ECONÔMICA COVID - 19 (03/2020) E DIFERENÇAS COM ANTERIORES.


A CRISE ECONÔMICA COVID - 19 (03/2020) E DIFERENÇAS COM ANTERIORES.

As crises econômicas têm causas em barbeiragens (ou demagogias eleitorais) na política monetária, fiscal e cambial (pode ser em uma isoladamente, mas sempre as três são atingidas). Normalmente são excessos de déficits públicos (acima dos aceitáveis pelos agentes econômicos internos e externos), política monetária expansionista acima do PIB potencial por tempo acima do aceitável (potencial de crescimento da economia sem provocar inflação), política cambial artificial (para valorizar ou desvalorizar o câmbio). As barbeiragens atingem o máximo de negatividade na economia quando provocam crise cambial externa (falta de recursos para efetuar pagamentos podendo faltar até para compras de rotina. A rica Argentina passou por isto). O caso argentino difere do brasileiro por sua moeda ter perdido a função de reserva de valor (os argentinos em sua maioria poupam em dólares), é muito mais grave. No Brasil ainda se poupa na moeda pátria (até quando?) e a maioria dos ativos são valorizados em reais (na Argentina quase todos são valorizados em dólares). A função reserva de valor da moeda pátria facilita e potencializa a política monetária. Então vemos que a maioria das crises são monetárias (se expandem para o câmbio e contas públicas), ativos que não moeda se valorizam acima dos preços aos consumidores, formando bolhas até que estourem. O estouro se dá quando os agentes racionais começam a fugir dos ativos super valorizados e estes perdem liquidez (a desvalorização se dá mais rapidamente do que a valorização). Na valorização (formação das bolhas) acontece o efeito riqueza virtual (a liquidez dos ativos fica quase imediata = moeda), no furo da bolha acontece o inverso, o efeito empobrecimento (a liquidez cai a quase zero, reduzindo a capacidade demanda e atividades). Os BCs aprenderam que nas crises não podem deixar a liquidez cair, faltar crédito nem banco quebrar. Normalmente as crises passam (claro que alguns sofrimentos acontecem) e a economia volta ao normal aos poucos. As crises de solvência (segmentos da economia ficam insolventes) exigem maiores sacrifícios (absorver as perdas). O Brasil absorveu as perdas de quebras de bancos (a maioria dos estados), dos saldos devedores dos financiamentos do BNH. Os USA salvaram bancos na crise dos títulos subprime (hipotecas sem condições de liquidez). Existem também as crises por problemas atmosféricos (terremotos) e guerras. São soluções adequadas a cada situação.

A CRISE ATUAL (COVID -19): é uma crise com origem (causa inicial) diferente da monetária. Uma redução forçada das atividades (isolamento social para evitar contaminações e mortes) com efeitos na renda das pessoas e empresas, que se transmite para desvalorizações dos ativos e da moeda pátria, reduz a liquidez e o crédito (o medo das insolvências), e chega até aos bancos. O BC está agindo correta e rapidamente fornecendo liquidez aos bancos e evitando crise bancária. Um certo empoçamento da liquidez (do crédito) sempre acontece. O normal seria o BC fornecer liquidez com finalidade específica para os bancos emprestarem ou financiarem. A política cambial deve se limitar a fornecer liquidez para o funcionamento normal do mercado (pagamentos de financiamentos e de importações). O BC não deve atuar contra a tendência normal do mercado (é remar contra a maré). Os swaps devem se manter nos limites anteriores à crise (as vendas à vista têm por limite a existência de moeda).

ABAIXO PEQUENA PARTE DA PUBLICAÇÃO DE 01 / 2007 (baseado em texto de 1998, atualizado com gráficos posteriores que confirmam a tese) publicada no site www.magconsultoria.uaivip.com.br .  

1) POLÍTICA MONETÁRIA: RELAÇÕES ENTRE A TAXA BÁSICA E A TAXA DE MERCADO. 01/2007 (baseado em texto de 1998, atualizado com gráficos posteriores que confirmam a tese).

A TAXA BÁSICA FAZ MAIS EFEITOS CONTRACIONISTA DO QUE EXPANSIONISTA: a escolha dos agentes econômicos (consumidores, investidores e poupadores) entre a Moeda e outros Ativos Financeiros ou não é fundamental (isto é aceito por todos, keynesianos e clássicos).  Se a Moeda Pátria não é aceita como Reserva de Valor (Moeda mais Juros) a turma foge para outros ativos (bolsa, imóveis, moedas estrangeiras, etc.), podendo formar bolhas (véspera da crise). Não existe nada pior para uma economia do que a desmoralização de sua moeda (bom senso).
Relação déficit público x taxa de juro básica x taxa de juro de mercado: o déficit público influencia as taxas de juro de mercado através da demanda por crédito pelo estado ou da monetização da economia, por extensão a taxa básica;

a) COM A ECONOMIA EM EXPANSÃO (conjuntura prospectiva de crescimento, expansionista): a taxa básica fixada acima da taxa neutra tem efeito contracionista; fixada abaixo da taxa neutra provoca inflação e bolha (preços dos ativos sobem acima dos IPCs) ao invés de mais crescimento. Com os preços subindo acima da meta o BC deve fixar a taxa básica acima da de equilíbrio (ou neutra). Os agentes fazem aplicações no BC (através dos bancos) = retirada de moeda do mercado (contração monetária, retração de empréstimos). Se o BC, ao contrário, fixar a taxa básica abaixo da neutra o efeito expansionista será imediato e absurdo provocando inflação e bolha (preços dos ativos sobem acima dos IPCs). Retirando moeda do mercado ele reduz os depósitos bancários, reduzindo por consequência os empréstimos e assim sucessivamente, desestimulando as atividades (a demanda e a inflação).
Aplicações em títulos do TN = a moeda continua no mercado (o gasto acontece através do TN). Apenas se acontecer Superávit Público Nominal e o TN depositar o valor no BC é que é = a retirada de moeda do mercado. Se o Superávit for utilizado para pagar dívida do TN a moeda continua no mercado (o efeito imediato é a redução das taxas de juros de mercado, por extensão da taxa básica). A redução da demanda do estado (G) é compensada pelo aumento de recursos com a iniciativa privada. Os juros caem pela redução das captações pelo estado;

b) COM A ECONOMIA EM CONTRAÇÃO (ou conjuntura prospectiva contracionista): Neste caso o BC deve fixar a taxa básica abaixo da neutra. O efeito expansionista da taxa básica apesar de nulo para conseguir crescimento, evita mais contração. Os agentes continuam com suas aplicações no mercado (não acontece contração monetária), mas como a conjuntura já está recessiva continua da mesma maneira (mas com menos força). Estando a conjuntura em transição, saindo da recessão, com os preços aos consumidores subindo acima da meta e os dos ativos que não moeda evoluindo acima destes, a taxa básica sendo fixada abaixo do ponto neutro agravará o cenário. A história monetária e a prática têm demonstrado que o efeito expansionista da taxa básica (o efeito expansionista da moeda) atua mais nos preços dos Ativos que Não Moeda (financeiros ou não), formando Bolhas, do que no crescimento real da economia (acontece inflação ao invés de crescimento econômico). Estando a conjuntura em recessão os efeitos acontecem nos preços dos ativos (acima dos efeitos nos preços dos bens de consumo). A conjuntura recessiva continua, agravada pelo desequilíbrio nos preços relativos e pela redução nos salários reais. A correção da economia em desequilíbrio (preços relativos e bolhas) apenas atrasa. Para evitar contração a receita é aumento dos gastos públicos (déficit público de 3%, com máximo de 5% do PIB, até que as atividades e expectativas revertam para retorno da normalidade) e fixar a taxa básica abaixo da neutra. 04/2020.







quarta-feira, 1 de abril de 2020

A TURMA DO PENSAMENTO MÁGICO TENTA REAPARECER.


A TURMA DO PENSAMENTO MÁGICO TENTA REAPARECER.

Após produzirem o retorno do processo inflacionário (conseguirem provocar motivos legais e políticos para o impeachment de DR), a maior recessão dos últimos anos (quase 10%), quase criarem uma crise cambial de difícil solução (a Argentina conseguiu quebrar duas vezes quase seguidas), e terem silenciado após o modelo liberal conseguir com racionalidade e responsabilidade:

1) controlar o processo inflacionário;
2) reduzir as taxas de juros de mercado e a seguir a taxa básica (sem artificialismo);
3) corrigir as barbeiragens (artificialismo) da política cambial e as contas externas;
4) corrigir os preços reprimidos do setor energia;
5) eliminar a corrupção generalizada em empresas e bancos públicos;
6) salvar a Petrobras;
7) aprovar a reforma da previdência;
8) encaminhar a solução das outras reformas (administrativa, tributária) com possibilidade de serem aprovadas;
9) enfim, praticarem uma política monetária, fiscal e cambial racional e responsável.

Aconteceu a crise do Coronavírus (COVID-19) com paralisação de indústrias, comércios, serviços, esportes e transportes, todos os segmentos perdendo receitas e condições de cumprirem com pagamentos, várias pessoas perdendo emprego (o seguro desemprego cobre) e a turma das atividades informais (inclusive trabalhadores sem registros) e autônomos em situação de vulnerabilidade social em razão da pandemia virótica que afeta pulmões e respiração, ocasionando uma anomalia econômica e social.

Os liberais sempre foram defensores da responsabilidade monetária, fiscal e cambial, mas também da Assistência Social aos mais necessitados (um dos princípios do liberalismo racional). Em situações anômalas (imprevisíveis), acima das perturbações aleatórias (previsto nos modelos macroeconômicos), é defendido pela política monetária, após Milton Friedman, não permitir que a liquidez caia e por extensão os gastos públicos, muito diferente do defendido por Keynes (1936) que é gastar (gastos produtivos ou improdutivos) contestando Adam Smith (1776) que defendeu que se a relação gastos improdutivos / produtivos subisse acima do aceitável (o aceitável dependeria da relação gastos públicos / PIB) os efeitos sobre a renda (PIB) seria negativo (reduziria a renda). É quando a maioria consome, mas não produz, desarmonizando a relação oferta e demanda.
A receita que está sendo adotada neste momento é a liberal monetarista na política monetária: impedir a queda da liquidez e dos empréstimos (evitar o empoçamento da liquidez); e na política fiscal: prover assistência social para quem perdeu renda, portanto nada da irresponsabilidade dos gastadores irresponsáveis, provocadores de hiperinflação e de recessão (apelidados de keynesianos). 31/03/2020.


terça-feira, 10 de março de 2020

RNB - RENDA NACIONAL BRUTA = PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO, TAXA BÁSICA E CRESCIMENTO.


RNB - RENDA NACIONAL BRUTA = PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO, TAXA BÁSICA E CRESCIMENTO.

A RNB (PIB) é igual ao somatório de: Renda do trabalho (salários, honorários e outros rendimentos do trabalho) + Juros + Lucros + Aluguéis = RT + J + L + A.

O aumento da RT e dos Juros é uma das condições necessárias (não exclusivas) para que ocorra o crescimento sustentado (não artificial) do PIB (RNB). Explico: a maior parte das pessoas recebem salários, honorários ou outros rendimentos do trabalho, por extensão são os maiores Consumidores e Poupadores (fundos de pensão, cad. de poupanças, etc.) em quantidade e em valor. Sabemos que o PIB = C + I + G + E - M (consumo + investimentos+ gastos do governo + exportações – importações) e que o Investimento = Poupança interna + externa.  Portanto não havendo aumento da renda do trabalho (por aumento da quantidade de trabalhadores ou da renda dos mesmos) não teremos aumento de Consumo (motivador de Investimentos), nem de Poupança interna (se deficiente será necessário importar poupança externa sob a forma de investimentos diretos ou empréstimos). Os lucros são dependentes da renda do trabalho (consumo) e os investimentos da relação risco x lucros. Os investimentos externos têm como contrapartida a remessa de lucros, os empréstimos os pagamentos dos juros (redutores do PNB = produto nacional bruto = RNB).

Se os juros internos (taxa básica) forem negativos, não existirá motivação para poupança com aplicações financeiras na moeda pátria, ocorrerão fugas para a moeda mais forte e aplicações em outros ativos como imóveis, bolsa, ouro, etc. podendo formar bolhas e o furo das mesmas quando ocorrer a crise (e esta ocorrerá, pois tudo que valoriza acima do limite será desvalorizado) e o sentimento geral de empobrecimento (redução de atividades e queda do PIB). Os juros internos negativos causam também desalento e insegurança à grande quantidade de trabalhadores que passam a ter receio quanto a renda futura (fundos de pensão e poupanças pessoais). E sabemos que a expectativa negativa quanto a renda futura (salários, pensões, aposentadorias, poupanças) tem efeito negativo sobre o consumo e este sobre os investimentos (reduz PIB). É o inverso do que se pensa em uma análise rápida sem aprofundar-se.

O país que emite a moeda reservas mundial, nas crises, por ser o refúgio mais seguro para aplicações recebe aumento do fluxo (demanda) para sua moeda e títulos, podendo abaixar a taxa básica. Seus títulos se valorizam (a taxa de juro cai). O inverso acontece com os países que emitem moedas inseguras e com menos segurança em seus títulos. Então a taxa básica real (a líquida de imposto e de inflação) só deve cair se estiver positiva e acima da neutra (a de equilíbrio). 10/03/2020 

domingo, 8 de março de 2020

NOTÍCIAS FALSAS (FAKE NEWS): MÍDIAS SOCIAIS E MÍDIAS CORPORATIVAS.


NOTÍCIAS FALSAS (FAKE NEWS): MÍDIAS SOCIAIS E MÍDIAS CORPORATIVAS.

MÍDIAS SOCIAIS: como as pessoas agem perante uma notícia falsa? A maioria das pessoas sabem ser falsas, curtem e compartilham se for de seu interesse. Poucos são enganados. As notícias falsas acontecem mais nas mídias sociais.

MÍDIAS CORPORATIVAS: antes das mídias sociais tinham o poder quase total sobre a formação da opinião pública, poder sobre a vida das pessoas (podia destruir ou construir pessoas e presidentes). Era chamada de quarto poder (hoje nem tanto). Um dos defeitos era (ainda é) a defesa corporativista das mídias corporativistas e de jornalistas, mesmo que errados ou canalhas. Deveriam ser escravas da verdade no noticiário, mas na pratica torcem e distorcem a verdade, às vezes vergonhosa e agressivamente (alguns perderam a vergonha de serem desonestos, assumiram). É pena pois muitos profissionais competentes assumiram como normal torcer e distorcer (muitos mentem repetidamente), perderão a credibilidade (são chamados de lixo e bostas nas mídias sociais).
Torceram, distorceram e mentiram desavergonhadamente contra Trump, durante a disputa no PR, depois na campanha a presidente, durante o governo e agora na reeleição. Não fizeram críticas sobre os candidatos a candidato a presidente despreparados do PD, omitem a história de corrupção de Joe Biden (criticam quem investiga), Bernie Sanders define-se como socialista, o noticiário define-o socialista democrata, democrata, até como social democrata (e de direita). Transformar notícias positivas em negativas é desonestidade (lixo e bosta como escrevem nas mídias sociais criticando). Como defender as mentiras? Querem clientes? Sejam profissionais, imparciais, escravos da verdade.
O futuro das mídias corporativas será a rapidez, a qualidade e a imparcialidade do noticiário. Análises (e analistas) racionais e bem fundamentadas. Manter os leitores pela credibilidade e imparcialidade. As mídias parciais terão como clientes apenas as partes que agradam (sempre diminutas). E as críticas podem ser feitas? Claro que sim, mas mentir e distorcer notícias não.
Respeitem a profissão de jornalistas: torcer, distorcer e mentir no noticiário não é jornalismo, é ativismo.

A DEMOCRATIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO: hoje as mídias sociais democratizaram as condições de noticiarem fatos, opiniões, críticas e pensamentos, até fake News. As desonestidades que se publicavam nas mídias corporativas sobre pensamentos (a maioria desonestidades acadêmicas. Apostilas toscas cópias de outras), começavam por definições erradas como forma de criticar ideias adversas a seus interesses (motivo de denominar de desonestidades acadêmicas) para no fim em uma síntese de poucas linhas não conseguir explicar de maneira entendível o que pensavam. Mais sofisticadamente continuam: um jornalista internacional chamou Bernie Sanders de social democrata, quando o mesmo sempre se definiu como socialista (e demagogicamente como democrata ultimamente). O PD dos USA enxergando o risco se uniu contra o demagogo socialista (ignorante não deve ser). E Trump pode ser criticado sem ofender a verdade, sem distorcer notícias? Claro que sim e teria mais efeito. Com Bolsonaro é semelhante: torcem, distorcem notícias, deixam de informar adequadamente a relação entre os três poderes, a verdade é que são ativistas incompetentes pelos excessos (se fossem racionais e verdadeiros as críticas seriam aceitas).  Um fato: Lula, Dilma e Bolsonaro não têm a cultura adequada para ocuparem a presidência, mas não criticavam DR que não sabia que não sabia, Lula com suas tiradas desqualificadas (achavam bonito a ignorância). Bolsonaro pelo menos informa o que sabe e o que não sabe e escolheu bem seu Ministério (o melhor dos últimos tempos). E ganhou a eleição democraticamente enfrentando o poder político estabelecido e a quase totalidade da mídia corporativa. Os ataques pessoais são vergonhosos (contra Trump também).    

POPULISMO: Chamam de populistas líderes da direita que defendem pensamentos em que acreditam, quando o correto seria chamar de populistas os sociais democratas (de fato são liberais), os socialistas (a maioria se diz democrata e o estudante principiante de uma boa escola e professor sabe que não existe socialismo democrata, as definições do termo, os programas dos partidos, as experiências acontecidas e acontecendo comprovam, tudo ditadura, limitando o direito de ir e vir, de informação e partido único), que se elegem com promessas demagógicas impraticáveis e insustentáveis  e governam de maneira diferente (isto sim é populismo). Definir liberal como populista é desonestidade ou ignorância. Se existem liberais populistas? Deve existir, mas o pensamento liberal não é populismo.

POPULISMO é a política fundada no aliciamento das classes sociais de menor capacidade de análise e de poder aquisitivo (a massa de manobra sempre enganada). O populista é carismático, tem boa fluência verbal, boa oratória, fala o que o povo quer ouvir e não o que pensa. EM RESUMO: POPULISTA É MENTIROSO, É DEMAGOGO E DESONESTO.

AS MÍDIAS SOCIAIS VIERAM PARA FICAR (é uma inovação destruidora como tantas outras), ajudam muito a difusão do saber (muito mais democraticamente do que as mídias corporativas ajudaram). As definições e conceitos errados que se repetiam nas colunas e artigos (a maioria da esquerda festiva que sobrevive ancorada e sugando o estado e os contribuintes). Definiam direita, esquerda e liberalismo de forma totalmente equivocada. Nem definir corretamente o que é esquerda e direita faziam (muitos ainda erram). 08/03/2020

ESQUERDA E DIREITA: SISTEMAS ECONÔMICOS, POLÍTICOS E CULTURAIS (COSTUMES). Parte de postagem já publicada.

A - CULTURAL:

1 – DIREITA. CONSERVADORES: defendem a aceitação dos princípios religiosos, doutrinários e imutáveis. Na economia são sempre liberais, contra o comunismo e socialismo. São considerados DIREITA.
2 - LIBERAIS (DIREITA E ESQUERDA): são progressistas e acompanham a evolução da ciência e dos costumes. Defenderam a separação da igreja do estado, são laicos. São princípios aceitos pela ESQUERDA E PELA DIREITA.

B - POLÍTICO:

1 – DIREITA. DEMOCRACIA: defende três poderes independentes e harmônicos, Legislativo, Executivo e Judiciário, na ordem, e eleições com a participação ampla. Defende o poder dos governados escolherem seus governantes. Os liberais e conservadores são democratas. É considerada DIREITA.
2 – ESQUERDA. DITADURA: defende um poder proeminente, o executivo. A ditadura é definida buscando evitar o ponto vulnerável das democracias (a descentralização do poder), a possibilidade da corrupção generalizar-se. Sabemos que maior o poder (a centralização do poder concentra-o nas mãos de poucos) maior a possibilidade de corrupção. O poder total sempre leva à corrupção total (centralizada). O COMUNISMO (ESQUERDA) DEFENDE A DITADURA do partido único.  

C - ECONÔMICO:

1 – ESQUERDA. CAPITALISMO DE ESTADO: economias de planejamento centralizado, Comunismo, Socialismo. O planejamento centralizado (poder centralizado em poucas pessoas) impede a democracia, motivo do comunismo defender a forma de governo ditadura (centralização do poder). É considerado ESQUERDA.

2- CAPITALISMO DE MERCADO (economias de mercado): defende a propriedade privada, o lucro e a concorrência (a luta pelo lucro e pela sobrevivência) como forma de incentivar as melhorias contínuas e os ganhos de produtividade e as inovações. Diferente das economias de planejamento centralizado, socialismo (a centralização exige o poder centralizado nas mãos de poucos) as economias de mercado (inúmeros agentes concorrendo) para funcionar exige a descentralização do poder (o poder econômico é descentralizado). É considerado DIREITA.

RESUMO: Racionalmente todos os sistemas econômicos são entendidos como Capitalistas, a diferença é a propriedade do capital (do estado ou privada). Impossível uma economia se desenvolver sem o Capital.
08/03/2020.

 

sábado, 29 de fevereiro de 2020

CRESCIMENTO ECONÔMICO: RELAÇÕES COM CONSUMO, INVESTIMENTO, RENDA E JUROS.



CRESCIMENTO ECONÔMICO: RELAÇÕES COM CONSUMO, INVESTIMENTO, RENDA E JUROS.

Já é sabido que não há taxa de juros, mesmo que negativa (+ i - % inflação = - i), capaz de fazer crescimento sustentado e reanimar uma economia. A taxa de juro é apenas uma variável das mais importantes, necessária, mas não o suficiente. Existe a inércia inflacionária (conhecida pelos brasileiros) e a de preços (tipo uma inflação retardada, diferente da reprimida). A inflação afeta o câmbio antes de afetar os preços internos (inflação e câmbio são efeitos, são gêmeos, um afeta o outro). Não existe inflação que perdure sem expansão monetária e demanda que a sustente. 

EXPANSÃO MONETÁRIA: nos países que não emitem moeda conversível (reserva) a expansão monetária acima do PIB potencial é causa de inflação. Nunca aconteceu um processo inflacionário sem expansão monetária e demanda que o sustentasse. A expansão monetária é causa de inflação dependendo de cada país (e da conjuntura dos mesmos). O que aprendemos de novo é que a expansão monetária sozinha não provoca crescimento nem inflação em país que emite moeda reserva mundial (basta que a aceitação da moeda se expanda para outros países).

POLÍTICA MONETÁRIA E CRESCIMENTO SUSTENTADO:

A experiência demonstrou que a política monetária é mais eficaz no combate à inflação (claro que a parceria com a política cambial e fiscal adequadas torna-a mais eficaz ainda) do que (sozinha) para motivar e conseguir crescimentos (aumentos consistentes das atividades econômicas). O crescimento depende de outras variáveis fundamentais que constituem também a relação das causas das atividades econômicas. A queda da taxa de juro (sozinha) não provoca, com certeza, o aumento dos investimentos, é apenas uma variável necessária. A contestação de que a política monetária pode criar um ambiente de expansão, como único fator, é unanimemente aceito. O reconhecimento das limitações da política monetária, de que ela não pode como único fator resolver os complexos problemas e interesses individuais da atividade econômica, não tira sua importância no quadro mais vasto da política macroeconômica.  

COMENTÁRIO SOBRE CRESCIMENTO ECONÔMICO:

Uma adequada Distribuição de Rendas, a existência de Fatores de Produção (recursos naturais, capital, trabalho, tecnologia), a Segurança Institucional do capital investido, uma normatização (marco regulatório) adequada que passe segurança e motivação, vantagens ou desvantagens comparativas naturais e artificiais (leis adequadas, judiciário eficaz – rápido e justo - legislativo ou executivo que passem segurança), um Sistema Financeiro compatível que proporcione Segurança para as poupanças e que alimente as necessidades de financiamentos do Consumo e dos Investimentos, um sistema previdenciário que estimule a formação de poupanças e que não permita privilégios, contas públicas transparentes com publicações de balancetes mensais analíticos, gastos públicos improdutivos (atividades meio) sejam o menor possível, são fatores importantes e que devem ser analisados.

CRESCIMENTO ECONÔMICO CAUSAS:

 a) existindo capacidade instalada ociosa, estoques, fatores de produção não utilizados ou evolução tecnológica que permita aumento de produção (produtividade), o aumento da liquidez pode provocar aumento do PIB sem ocorrer inflação. Os monetaristas (e liberais) aconselham que a moeda deve ter um crescimento conhecido e ter por limite de crescimento o PIB POTENCIAL conhecido;

b) a melhoria da Distribuição da Renda aumenta o Consumo (nível de atividades) e motiva investimentos, mas pode causar inflação se não ocorrer aumento de produção (ou de importação);

c) taxas de juros de mercado menor que a natural, ou taxa básica menor do que a de equilíbrio ou neutra eleva a demanda sem causar inflação se existir capacidade de produção não utilizada (fatores de produção livres);

d) emissão de moedas para fazer face a gastos produtivos e necessários, aumenta a capacidade de produção;

e) entrada de divisas estrangeiras com conversão para moeda local aumenta a liquidez (pode causar inflação);

f) aumento da procura global com aumento da oferta global;

g) aumento de exportações;  

h) FATORES DE PRODUÇÃO (pleno emprego) - Não existindo pleno emprego dos fatores de produção (trabalho, capital, recursos naturais, tecnologia), o aumento dos GASTOS DO GOVERNO (G) e dos Meios de Pagamentos, direcionados a Investimentos eficazes e de maturação de médio prazo, podem ser uma medida benéfica e de estímulo à economia (estimula a procura global, os investimentos e a produção).

i) EFEITO ENRIQUECIMENTO - Expectativas positivas e segurança quanto ao futuro podem aumentar o consumo e investimentos (pode provocar aumentos de preços caso inexista aumento de produção). A percepção de aumento de renda pessoal, provocada por valorizações de ativos, etc., provoca sensação de segurança e aumento de consumo;

j) EFEITO EMPOBRECIMENTO - Expectativas negativas, provocadas por desvalorizações de ativos (poupanças, bolsas, imóveis, etc., provoca percepção de empobrecimento), e por taxas de juros reais negativas (queda da renda de poupadores, de fundos de pensões, etc.), provocam insegurança quanto ao futuro e podem induzir a redução de consumo, de investimentos e queda de preços (paradoxo);

k) DESARMONIA ENTRE AS POLÍTICAS FISCAL E MONETÁRIA (incluso a cambial) - Déficits públicos acima do aceitável (política fiscal) puxam as taxas de juros de mercado para cima e exigem maior taxa básica por parte da política monetária (um puxa para um lado, o outro, para outro), influenciando negativamente as expectativas;

l) INSEGURANÇA NA MOEDA PÁTRIA: a perda de segurança no poder de compra da moeda (juros negativos provocam perdas nas poupanças e nos fundos para garantir aposentadorias e renda mensal) provoca redução de consumo para aplicações em outros ativos (que não a moeda pátria mais juros), podendo provocar bolhas nos preços de outros ativos. O furo da bolha provoca crise e perdas. A redução do consumo reduz a pressão inflacionária (paradoxo). Não tem sustentação a LP e provoca crise cambial e desvalorização da moeda pátria e inflação a seguir (no segundo momento);

m) gastos improdutivos (necessários e desnecessários) em percentual alto em relação à receita ou aos gastos produtivos necessários reduz o PIB. O inverso é verdadeiro.

CONSUMO: RELAÇÕES COM RENDA, JUROS E INFLAÇÃO. 04/2012

1) KEYNES: para Keynes o consumo subiria de acordo com a renda. Maior a renda maior o consumo total, mas menor em relação à renda.

2) IRVING FISHER: para Fisher o consumo dependia da expectativa de renda e de vida.

3) MILTON FRIEDMAN: para Friedman o consumo dependia da renda permanente (a renda que os agentes têm segurança de que receberão).

4) MODIGLIANI: para Modigliani o consumo é função da riqueza e da renda em relação à expectativa de vida.

5) MELHORIA NA DISTRIBUIÇÃO DE RENDA: a melhoria na distribuição de renda (redução da concentração da renda) aumenta o consumo no curto e no médio prazo (ou enquanto houver espaço para ela ocorrer). O aumento do consumo induz o aumento dos investimentos (é o crescimento da renda total = PIB).

6) O CONSUMO, A TAXA BÁSICA DE JURO, A LIQUIDEZ (QUANTIDADE DE MOEDA) E A INFLAÇÃO: os monetaristas defendem o princípio de que o aumento da liquidez (moeda) em proporção maior do que o crescimento potencial do PIB provoca um aumento da demanda (C + I) no CP, das expectativas de inflação e da inflação no médio ou longo prazo. Recomendam que a liquidez tenha um aumento constante, não superior à capacidade de crescimento do PIB (PIB potencial). Desaconselham altos e baixos no crescimento da moeda, pois isto traz insegurança aos agentes e reduz a previsibilidade e os investimentos. A taxa básica é a ferramenta mais eficaz dos BCs na redução do excesso de liquidez (moeda) do mercado, por consequência reduz também as expectativas de inflação (no processo a taxa básica será reduzida no segundo momento). Uma taxa básica abaixo da adequada permitirá um aumento das expectativas de inflação e necessidade de uma taxa maior no futuro para combater os aumentos dos preços. Se a autoridade monetária deixar que a liquidez aumente seguidamente em relação ao PIB potencial o processo inflacionário instala-se.

7) CRISES: em um processo de aumento de liquidez agravado com taxa de juro real ex-post negativa (a taxa real ex-post fica menor do que a ex-ante, a inflação projetada fica sempre menor do que a ocorrida), instala-se o processo inflacionário e a fuga da moeda mais juros para ativos que não moeda (imóveis, moedas estrangeiras, ações, ouro, etc.). Esta conjuntura artificial (aumento desproporcional de liquidez e juros negativos) caminha para o processo de insegurança e furo da bolha dos preços dos ativos que não moeda, trazendo redução da Previsibilidade para o mercado, instalando-se um cenário que começa com a Desaceleração do Crescimento do PIB provocada pela redução da riqueza (desvalorizações de ativos), passando para a recessão, podendo chegar à depressão se não combatido adequadamente. O combate à crise que se instala resume-se em impedir a quebra dos bancos, a redução da liquidez (não confundir com aumentos excessivos), complementada por política fiscal (aumento de gastos públicos não constantes e melhoria de distribuição de renda). MAG 04/2012.

O RISCO DA EXAUSTÃO TECNOLÓGICA (depreciações aceleradas, perda de capacidade de concorrência da produção): o hiato do produto (diferença positiva entre PIB potencial e o efetivo) = capacidade de produção instalada não utilizada, e a capacidade de produção podem perder as condições de concorrer se acontecer uma modernização acentuada de software, hardware ou de sistema de produção. Exemplos: os teares antigos exigiam 1 funcionário por tear para funcionar, os modernos exigiam 1 para controlar 50 teares. Os motores (e outros componentes) a diesel tinham que ser revisados a cada 150.000 km, os modernos passaram a durar 1 milhão de km. Na área de informática as inovações destrutivas ocorrem a cada dois anos. Isto significa que uma crise que dure alguns anos torna a capacidade de produção da economia sem condições de concorrer.

A DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL: outro fator positivo por um lado e negativo por outro é a desvalorização cambial. Por um lado, reduz o preço em dólar da produção interna exportável e sobe o das importações.  As commodities exportáveis prefixadas em dólar apenas aumentam os lucros dos produtores internos (e pressionam os preços internos), já as importadas aumentam os preços internos em real. A desvalorização cambial sobe os preços de importações de fatores de produção (maquinários, software, sistemas e partes reexportáveis). Pode fazer a indústria nacional perder capacidade concorrência.    

A MÁGICA DO CRESCIMENTO SUSTENTADO: taxa básica adequada, câmbio flutuante, gastos improdutivos pequenos em relação aos produtivos, regulamentação que não iniba o ambiente de negócios (que facilite e motive), um sistema financeiro sólido e seguro, linhas de financiamento de LP, facilidade de importações de tecnologias e de fatores de produção (maquinários, sistemas e partes para reexportar). 
FORMAÇÃO DE EXPECTATIVAS POSITIVAS: instituições políticas (legislativo e executivo) que passem segurança e previsibilidade, Banco Central e Ministério da Economia e Planejamento que passem segurança e previsibilidade, mídia propositiva positiva (a mídia negativa dificulta a formação de expectativas positivas). Segurança cambial para investidores externos. O medo de perda cambial afasta investimentos. Tributação adequada a concorrer com principais concorrentes externos na captação de investimentos. 29/02/2020.  




quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

SOCIALISMO DEMOCRÁTICO EXISTE? A UTOPIA QUE CUSTOU VIDAS E SOFRIMENTOS.


SOCIALISMO DEMOCRÁTICO EXISTE?
A UTOPIA QUE CUSTOU VIDAS E SOFRIMENTOS.

Carl Marx denominou sua teoria de Socialismo Científico e os outros autores de sua época de Socialistas Utópicos.
Para ele a evolução da sociedade ocorreria como a seguir:

     a)    o COMUNISMO PRIMITIVO inicial das tribos (propriedade comum) evoluiu para o FEUDALISMO (direito de propriedade, do lucro e proteção de profissões);

     b)    o feudalismo evoluiu para o CAPITALISMO (economia de mercado com concorrência). O capitalismo levaria à uma bem-sucedida evolução do Proletariado;

     c)    o Proletariado iria impor o SOCIALISMOE o COMUNISMO seria a evolução do final do SOCIALISMO, uma utopia, onde a propriedade voltaria a ser comum e a democracia adotada, abandonando-se a ditadura política do socialismo.

SOCIALISMO significa economia de planejamento centralizado, poucas pessoas no comando (a elite burocrática). Como o planejamento centralizado é feito por poucas pessoas adotaram a ditadura (comando de poucos) e partido único, o que inviabiliza a democracia (a adoção do termo socialismo democrático é demagogia política, engana eleitores). Proíbem a propriedade privada, o lucro, a herança, controlam a produção, tabelam preços, controlam a mídia e informações (a imprensa é do governo) e até o direito de ir e vir.
É o inverso do LIBERALISMO, economia de mercado, produção, preços, mídia e direito de ir e vir livres. A propriedade privada é permitida. A iniciativa privada opera e os governos legislam, tributam e julgam (3 poderes independentes = democracia). O fundamento do pensamento liberal é: se funciona sem norma / regulamento, não normatize / regulamente, o poder é da lei e não da autoridade (as leis devem limitar o poder discricionário das autoridades), as normas/regulamentos devem proteger a concorrência (sem concorrência não existe liberalismo). É a concorrência e a busca do lucro que estimula a luta pela sobrevivência, a melhoria contínua, os ganhos de produtividade e as inovações. Foi isto que derrotou o socialismo: a comparação do enriquecimento das economias de mercado (capitalismo liberal) com o empobrecimento das economias de planejamento centralizado (capitalismo de estado, socialismo).  
Como terminou? Em milhões de mortes e pobreza generalizada das nações que adotaram o sistema socialista. A máxima, maior o poder maior a corrupção, aconteceu em todas as nações que adotaram o Socialismo.

Nikita Krushev antecipou o fim do Socialismo com a famosa frase: que sistema bom é este que temos que construir muros para que não fujam. Se fosse bom estaríamos construindo muros para que não entrassem.  Gorbachev e Yeltsin redemocratizaram a Rússia (acabaram com a URSS), eliminaram o totalitarismo e o sofrimento do povo. 

SOCIALISMO E SOCIAL DEMOCRACIA (o uso político e demagógico dos termos).

A utilização política eleitoral (indevida, demagógica ou ignorante) dos nomes:

    a)    SOCIAL DEMOCRACIA, de fato é economia de mercado, liberalismo econômico. Foi utilizado politicamente na Europa (substituindo o nome liberal) para combater o SOCIALISMO (na época em que a esquerda ameaçava ganhar eleições);

    b)    SOCIALISMO: com a queda do muro de Berlim, a dissolução da URSS, a Europa oriental abandonando o socialismo e as nações que ainda teimam em manter ou adotar o socialismo (Venezuela, Cuba, Coreia do Norte) empobrecerem (perderem PIB e a maioria do povo viver na pobreza), começam a inventar termos demagógicos para enganar os eleitores menos informados, como SOCIALISMO DEMOCRÁTICO (isto não existe, pois é contra os fundamentos da ideologia socialista). Bernie Sanders, candidato a candidato a presidente dos USA pelo PD, definia-se como SOCIALISTA, agora demagogicamente define-se como socialista democrata (é o que dizem). Não sabe a definição correta do termo socialista (ignorância) ou é demagogia eleitoral? Se ganhar o que vais prevalecer? A definição correta de socialismo ou a demagógica (que ninguém sabe o que é)? E analistas políticos (e alguns econômicos) aceitam e incorrem no mesmo erro. Um economista ganhador do prêmio Nobel passando por cima da declaração de Bernie Sanders afirma que o mesmo não socialista e sim social democrata. Então Sanders é ignorante ou demagogo?        

Adequação de texto de 2012. 20/02/2020.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

A DEMAGOGIA DO LOBBY DO CÂMBIO. 30/08/2012 e 17/02/2020.


A DEMAGOGIA DO LOBBY DO CÂMBIO. 30/08/2012 e 17/02/2020.

30/08/2012. COMENTÁRIOS QUE RECEBI DE UM EXCELENTE JORNALISTA DE ECONOMIA E FINANÇAS:
O câmbio alto e o juro baixo são uma política de Estado agora!
O governo vai defender isso de todas as formas, não importando as distorções que venha causar.
Acho ruim, pois o governo faz uma tremenda transferência de renda da população para o setor industrial, que nem sempre responde de forma “justa” a essas benesses do governo.

PAULO BUTORI – presidente do SINDIPEÇAS (Valor de 28/08/12).
Para recuperar a competitividade perdida, a indústria necessita de uma cotação de pelo menos R$2,60 por dólar.

COMENTO:
     1)    e a perda de poder de compra da moeda brasileira (perda de poder de compra de todos, pessoas e empresas)? Perda de poder de compra = redução do tamanho do mercado = redução do PIB.
     2)    e o aumento da inflação?
     3)    e o aumento da dívida das empresas que devem em dólar?
     4)    e o aumento do custo da produção?
     5)    e o aumento do custo dos aluguéis e das compras de equipamentos, de tecnologias e de inovações?  
     6)    e o custo para sustentar uma cotação artificial do câmbio?
30/08/2012

17/02/2020. A DIFERENÇA.
Em 2012 existia uma inflação com tendência ascendente e risco cambial maior.
Hoje o risco cambial é pequeno e a inflação na meta e pouco risco de ficar ascendente com controle difícil. Mas o BC não deve correr riscos de perda cambial (swaps ou vendas de dólares à vista) para evitar tendência de desvalorização (remar contra a maré).

DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL, FLUXO, SWAPS E VENDA DE DÓLAR.
a)    Quando a desvalorização cambial ocorre com Fluxo Cambial Financeiro negativo (ou positivo) e total positivo, o BC pode utilizar swaps cambiais (e utiliza corretamente, mas tem limites), se o sistema bancário não conseguir atender o mercado;

b)    Quando a desvalorização ocorre com Fluxo Cambial Total negativo (a pressão é no câmbio à vista) o BC deve oferecer moeda e swaps se o sistema bancário não conseguir atender.

Como combater se o processo inflacionário voltar a se instalar e ficar ascendente? O menor custo é a taxa básica adequada (nunca negativa).
Taxa básica negativa é fábrica de bolhas (e elas sempre furam e criam crises), desarmoniza a formação de poupanças pela população. Cria uma sensação de perda e risco muito alto com suas poupanças, acontecendo também insegurança com a redução de renda de suas poupanças e isto afeta a demanda (e atividades). E é sabido que valorização ou desvalorização artificial de câmbio tem tempo de duração e perdas às vezes irreparáveis (nosso passado é repleto de exemplos).  17/02/2020.

 A RENDA NACIONAL, OS GASTOS IMPRODUTIVOS E O CRESCIMENTO.
10/08/2019.

PNB (produto nacional bruto) = RNB (renda nacional bruta).
RNB = RT + L + J + A; onde RT = renda do trabalho assalariado da iniciativa privada e do governo, autônomo e outros; l = lucros; J = juros; A aluguéis.
Existe uma relação entre a RNB e o PNB (são iguais). Se a renda não sobe o PNB também não sobe. A demanda é efeito da renda das famílias (renda do trabalho, juros, lucros e aluguéis).  Existe também uma relação entre gastos produtivos e improdutivos. Não se inclui no cálculo do PNB: serviços domésticos da dona de casa, pagamentos de renda que não resultem de atividades produtivas (aposentadorias, juros da dívida pública) e atividades ilegais (não socialmente úteis, como contrabando, etc.).
Como a renda do trabalho das atividades privadas sobe pouco o efeito sobre as atividades é também pequeno. Apenas a renda dos trabalhadores dos governos subiu acima da inflação (a renda é alta, mas são poucos em relação à população). Sem renda sem demanda (sem consumo). Sem demanda, lucros baixos. Com pouca atividade a demanda por empréstimos e financiamentos também é baixa, tendo como efeito juros nominais de mercado baixos (reduz renda das famílias que têm aplicações pequenas). A renda baixa das poupanças das famílias traz insegurança quanto ao futuro e reduz demanda (em um segundo momento a demanda por ativos que não moeda subirá).
Como subir a renda das famílias? Com empregos. Como subir empregos? Com investimentos produtivos por parte do governo. Mesmo produzindo déficits? Para dar um impulso inicial sim, mas com responsabilidade. 
REDUZIR GASTOS IMPRODUTIVOS DOS GOVERNOS. 10/08/2019