DEFLAÇÃO:
PROBLEMAS DE LIQUIDEZ (o empoçamento da liquidez).
EXPLICAÇÃO ANTECEDENTE: a
liquidez imediata pode ser representada por dinheiro em caixa, depósitos à
vista e ativos financeiros ou não com liquidez imediata ou com até 30 dias
(ouro, bolsa, caderneta de poupança, títulos com liquidez imediata).
Os meios de pagamentos
ampliados que influenciam as atividades são os à disposição da iniciativa
privada e do TN, fora do BC. Então uma compra de título do TN não retira moeda
do mercado e não afeta as atividades, apenas é gasto pelo TN ao invés de pelas
empresas ou pessoas físicas. As atividades são afetadas quando o dinheiro é
aplicado no BC, aí ele sai do mercado. É este o motivo do BC ter que pagar uma
Selic adequada quando quiser retirar moeda do mercado. Saliente-se que a Selic é
uma taxa de cp que pode ser manipulada pelo BC a qualquer momento. Em um
processo inflacionário o BC aumenta a Selic para influenciar as expectativas de
inflação para descendente no lp, motivo dos juros longos de mercado caírem. O
custo de captação do TN cai no lp, diferente do que os leigos pensam e escrevem.
Antes das crises sempre
ocorrem valorizações de ativos que não moeda acima do que poderia ser
considerado racional. Formam-se riquezas virtuais muito rapidamente e um
sentimento de enriquecimento que estimula a demanda, inclusive dando liquidez a
vários ativos que não moeda (a economia roda acima do nível sustentável). No momento em que alguns mais racionais
verificam serem insustentáveis tais preços de ativos, começam a desfazer-se dos
mesmos, iniciando a corrida das desvalorizações com velocidade muito superior
às valorizações acontecidas. É a crise instalada, o que chamam de furo da bolha
de ativos que não moeda, com perda das riquezas virtuais e sentimento de
empobrecimento que afeta a demanda, a liquidez, a solvência e o crédito. Os BCs
agem impedindo a queda dos meios de pagamentos e do crédito. Atuam também
tentando impedir o empoçamento da liquidez. Os bancos ficam com receio das
insolvências e não emprestam, podendo generalizar-se pelo mercado.
A DEFLAÇÃO E O RISCO DE
EMPOÇAMENTO DA LIQUIDEZ (entesouramento): com deflação é conveniente ficar com
a moeda em caixa, pois os preços caem e o poder de compra aumenta. Existindo o
medo de quebra dos bancos os depósitos caem e os empréstimos também (instala-se
a recessão caminhando para depressão). Com a deflação as taxas longas de juros
de mercado cedem e o valor de mercado dos títulos corre o risco de cair em
relação ao valor de face dos mesmos (taxas prefixadas) se a inflação ou a taxa
de juros subir (existe uma fuga de tais títulos). As aplicações financeiras
caem e os empréstimos também. Foi assim que aconteceu a crise de 29/30. Hoje
existem os títulos atrelados a um índice de inflação. Se o TN perde
credibilidade ele é obrigado a financiar-se no curto prazo podendo chegar ao overnight
(aplicações de 1 dia).
Nas recessões e deflações os
BCs reduzem as taxas básicas (até zero) e de redesconto (muito importante). Tem
que monitorar as operações de crédito do sistema financeiro (não pode deixar
cair). 06/2015.
1) A experiência demonstrou que a política
monetária é mais eficaz no combate à inflação (claro que a
parceria com a política cambial e fiscal adequadas torna-a mais eficaz ainda)
do que (sozinha) para motivar e conseguir crescimentos
(aumentos consistentes das atividades econômicas). O crescimento depende de
outras variáveis fundamentais que constituem também a relação das causas das
atividades econômicas (Anatole Murad desenvolveu um estudo interessante sobre o
assunto). A queda da taxa de juro (sozinha) não provoca, com certeza, o aumento
dos investimentos, é apenas uma variável necessária. A contestação de que a
política monetária pode criar um ambiente de expansão, como único fator, é
unanimemente aceito. O reconhecimento das limitações da política monetária, de
que ela não pode como único fator resolver os complexos problemas e interesses individuais
da atividade econômica, não tira sua importância no quadro mais vasto da
política macroeconômica.
2) Uma adequada distribuição de
rendas, a existência de fatores de produção (recursos naturais, capital,
trabalho, tecnologia), a segurança institucional do capital investido, uma
normatização (marco regulatório) adequada que passe segurança e motivação,
vantagens ou desvantagens comparativas naturais e artificiais (leis adequadas,
judiciário eficaz – rápido e justo - legislativo ou executivo que passem
segurança), um sistema financeiro compatível que proporcione segurança para as
poupanças e que alimente as necessidades de financiamentos do consumo e dos
investimentos, um sistema previdenciário que estimule a formação de poupanças e
que não permita privilégios, contas públicas transparentes com publicações de
balancetes mensais analíticos, gastos públicos improdutivos (atividades meio)
sejam o menor possível, são fatores importantes e que devem ser analisados.
01/2007
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