ALAN GREENSPAN SOBRE DESREGULAMENTAÇÃO E EFEITOS DA TAXA BÁSICA NOS JUROS LONGOS DE MERCADO.
DESREGULAMENTAÇÃO. Alan Greenspan (que atuou 18 anos como regulador nos USA, antes de ser presidente do FED), foi quem mais defendeu a desregulamentação dos mercados financeiros, e o fez da seguinte forma:
“Qualquer restrição normativa às estratégias e às táticas de investimentos dessas entidades (que é o que fazem os regulamentos) limitaria a assunção de riscos, que é parte integrante da contribuição dos fundos de hedge para a economia global e, principalmente, para a economia dos USA.”
“Como chairman do FED eu seria responsável pelo vasto aparato regulatório do FED.” “Embora a atribuição básica do CAE fosse rechaçar esquemas de política fiscal irresponsáveis, eu por vezes aceitava aumentos de regulamentação – quando a proposta parecia ser a menos ruim entre as opções políticas que se ofereciam ao governo.”
“o poder de vigilância pela contraparte, como primeira linha de proteção contra excessos e impropriedades.”
"Três regras práticas sobre regulamentações":
1) Regulamentações aprovadas durante as crises devem sempre passar, posteriormente, pelo processo de sintonia fina.
2) Ás vezes, vários reguladores são melhores do que um. O regulador solitário torna-se avesso ao risco, tentando proteger-se de todos os resultados negativos imagináveis, tornando difícil e onerosa a observância de suas normas.
3) Os regulamentos sobrevivem à própria razão de ser e devem ser renovados periodicamente.
Sobre o envolvimento do governo: “Uma área em que é preferível mais envolvimento do governo, em minha opinião, é o da erradicação de fraudes, que são a pior praga de qualquer sistema de mercado.”
COMENTO: como dizer que Greenspan (neoliberais) era contra toda forma de regulamento? Pelo que escreveu verificamos que era contra os excessos desnecessários e onerosos de regulamentações. Era a favor de mais envolvimento do governo na erradicação de fraudes. Era contra regulamentos influenciar nas estratégias e nas táticas dos fundos de hedge (o que seria o mesmo que ensinar o padre a rezar missa). Outro absurdo é escreverem que a crise aconteceu pela eliminação de regulamentos (não citam quais, nem a relação causa e efeitos). Na verdade a crise de 2008 aconteceu por erro de política monetária (muito frouxa, fez as bolhas de ativos que não moeda, depois mais rígida que o necessário fez o estouro ser muito rápido). A crise atual do EURO aconteceu e está ainda transcorrendo por irresponsabilidades em políticas fiscais por parte de membros da comunidade (na verdade desobediência à norma de déficit fiscal de até 3% e dívida de até 60% do PIB). E os bancos? Pecaram pela ganância.
EFEITOS DA TAXA BÁSICA NAS TAXAS DE JUROS LONGAS DE MERCADO (Greenspan): “Em junho de 2004 (o Armínio Fraga entrou na presidência do BC em 01/03/1999, uma observação), observei (Geenspan falando) que apesar de termos subido a taxa básica, os juros das Notas do Tesouro de 10 anos, além de não terem subido, ainda haviam caído.” “As taxas de juros de LP começaram a refletir plenamente a redução das expectativas de inflação, em conseqüência do aumento das taxas de juros pelo Fed.”
COMENTO: a credibilidade do BC (da autoridade monetária), o nível da taxa básica (abaixo ou acima da taxa neutra, o ponto mais negociado da curva de juros do mercado), e a visão pelos agentes da conjuntura prospectiva (ascendente ou descendente), influenciam no tempo de resposta (os efeitos acontecem até 12 meses à frente, no Brasil, com pico entre o 6º e o 9º mês) do aumento da taxa básica, e no prazo dos títulos em que os juros iniciam a queda (no Brasil os juros sobem nos títulos com vencimento até 1 ano, mais ou menos, e após iniciam a queda).
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