MOTIVO: tentar explicar que o
crescimento conseguido através de taxa básica expansionista e imprudente não
tem sustentação.
1) A experiência
demonstrou que a política monetária é mais eficaz no combate à inflação (claro
que a parceria com a política cambial e fiscal adequadas torna-a mais eficaz
ainda) do que (sozinha) para motivar e conseguir crescimentos (aumentos
consistentes das atividades econômicas). O crescimento depende de outras
variáveis fundamentais que constituem também a relação das causas das
atividades econômicas (Anatole Murad desenvolveu um estudo interessante sobre o
assunto). A queda da taxa de juro (sozinha) não provoca, com
certeza, o aumento dos investimentos, é apenas uma variável necessária.
A contestação de que a política monetária pode criar um ambiente de expansão,
como único fator, é unanimemente aceito. O
reconhecimento das limitações da política monetária, de que ela não pode como
único fator resolver os complexos problemas e interesses individuais da
atividade econômica, não tira sua importância no quadro mais vasto da política
macroeconômica.
2) Uma adequada distribuição
de rendas, a existência de fatores de produção (recursos naturais, capital,
trabalho, tecnologia), a segurança institucional do capital investido, uma
normatização (marco regulatório) adequada que passe segurança e motivação,
vantagens ou desvantagens comparativas naturais e artificiais (leis adequadas, judiciário eficaz – rápido
e justo - legislativo ou executivo que passem segurança), um sistema
financeiro compatível que proporcione segurança
para as poupanças e que alimente as necessidades de financiamentos do
consumo e dos investimentos, um sistema
previdenciário que estimule a formação de poupanças e que não permita privilégios, contas públicas transparentes com
publicações de balancetes mensais analíticos, gastos públicos improdutivos (atividades meio) sejam o menor possível,
são fatores importantes e que devem ser analisados.
OBS: este texto foi baseado em material didático de 1967 (A MOEDA, Paul Hugon).
Em 2012 a teimosia de querer fazer crescimento através de mágica, sem
trabalho e esforço, continuou. Com uma conjuntura global favorável ao controle
da inflação, juros nominais e reais cadentes, conseguiram fazer o processo
inflacionário bater às portas, reprimir a inflação (horrível para a economia),
através de retardamento irresponsável de correções de preços, causando prejuízos enormes
às empresas e dificultando (na verdade amedrontando e colocando todos em
compasso de espera para ver como é que vai ficar) a execução dos investimentos
(planejamentos estratégicos). A taxa de juros de mercado já estava caindo, o
que permitia a queda responsável da selic e da inflação (a meta nunca foi tão
fácil de ser alcançada). Fizeram tantos artificialismos desnecessários (política
monetária, selic, câmbio, política fiscal, BNDES e CEF beirando chave de
cadeia), deixando no ar que o tripé (vitorioso e acreditado por todos) iria ser
desmontado aos poucos, que conseguiram ser mais desacreditados do que já eram.
OS INVESTIMENTOS PARARAM POR MEDO DO GOVERNO FAZENDO TUDO PARA MOSTRAR-SE INCOMPETENTE.
Não havia necessidade de agredir a política cambial, a monetária
(leitura inadequada ou demagógica da conjuntura prospectiva) e de concentrar
financiamentos em protegidos. Isto apesar de uma normatização do BC desnecessariamente
complexa e cara para ser cumprida pelos bancos (são calhamaços). Inúmeros
bancos quebraram (e tardiamente impedidos de operar), um conseguiu vender 50%
de seu capital para a CEF mesmo estando totalmente insolvente (de graça seria
caro), e está ficando por isto mesmo (teria que dar cadeia).
Esta turma de pensamento mágico acha que
apenas monetizando a economia e permitindo uma taxa de juro negativa (livre de
IRF e de inflação) conseguirá fazer crescimento sustentado? Não conseguirá. Não conseguiram fazer nem o crescimento
demagógico de tão desacreditado que ficaram (e insegurança que passam). Em 1967 já ensinavam isto nas escolas. Pagamos
caro por desacreditar. Agora vamos repetir o mesmo erro? MAG 01/2013.
Que livros de Macroeconomia e de Política Monetária indicaria para um estudante ou interessado em teoria econômica?
ResponderExcluirMACROECONOMIA DO BLANCHARD, DO MANKIW (os dois são bons).
ExcluirPOLÍTICA MONETÁRIA, O DO GUDIN (incrível como conseguiu ser tão racional em uma época em que ninguém sabia nada.). Hoje temos no Brasil o livro de POLÍTICA MONETÁRIA DO JOSÉ JÚLIO SENNA (ótimo). ECONOMIA INTERNACIONAL O KRUGMAN.
Material didático de 1967? válido até hoje?
ResponderExcluirColoquei de propósito. Milton Friedman e o moderno monetarismo também são da década de 60. Só para demonstrar a ignorância dos que se intitulam "desenvolvimentistas" ou neo-keynesianos.
Excluir