quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

POLÍTICA MONETÁRIA – EFICÁCIA (INFLAÇÃO E CRESCIMENTO).



MOTIVO: tentar explicar que o crescimento conseguido através de taxa básica expansionista e imprudente não tem sustentação.
1) A experiência demonstrou que a política monetária é mais eficaz no combate à inflação (claro que a parceria com a política cambial e fiscal adequadas torna-a mais eficaz ainda) do que (sozinha) para motivar e conseguir crescimentos (aumentos consistentes das atividades econômicas). O crescimento depende de outras variáveis fundamentais que constituem também a relação das causas das atividades econômicas (Anatole Murad desenvolveu um estudo interessante sobre o assunto). A queda da taxa de juro (sozinha) não provoca, com certeza, o aumento dos investimentos, é apenas uma variável necessária. A contestação de que a política monetária pode criar um ambiente de expansão, como único fator, é unanimemente aceito. O reconhecimento das limitações da política monetária, de que ela não pode como único fator resolver os complexos problemas e interesses individuais da atividade econômica, não tira sua importância no quadro mais vasto da política macroeconômica.  
       2) Uma adequada distribuição de rendas, a existência de fatores de produção (recursos naturais, capital, trabalho, tecnologia), a segurança institucional do capital investido, uma normatização (marco regulatório) adequada que passe segurança e motivação, vantagens ou desvantagens comparativas naturais e artificiais (leis adequadas, judiciário eficaz – rápido e justo - legislativo ou executivo que passem segurança), um sistema financeiro compatível que proporcione segurança para as poupanças e que alimente as necessidades de financiamentos do consumo e dos investimentos, um sistema previdenciário que estimule a formação de poupanças e que não permita privilégios, contas públicas transparentes com publicações de balancetes mensais analíticos, gastos públicos improdutivos (atividades meio) sejam o menor possível, são fatores importantes e que devem ser analisados.
OBS: este texto foi baseado em material didático de 1967 (A MOEDA, Paul  Hugon).

Em 2012 a teimosia de querer fazer crescimento através de mágica, sem trabalho e esforço, continuou. Com uma conjuntura global favorável ao controle da inflação, juros nominais e reais cadentes, conseguiram fazer o processo inflacionário bater às portas, reprimir a inflação (horrível para a economia), através de retardamento irresponsável de  correções de preços, causando prejuízos enormes às empresas e dificultando (na verdade amedrontando e colocando todos em compasso de espera para ver como é que vai ficar) a execução dos investimentos (planejamentos estratégicos). A taxa de juros de mercado já estava caindo, o que permitia a queda responsável da selic e da inflação (a meta nunca foi tão fácil de ser alcançada). Fizeram tantos artificialismos desnecessários (política monetária, selic, câmbio, política fiscal, BNDES e CEF beirando chave de cadeia), deixando no ar que o tripé (vitorioso e acreditado por todos) iria ser desmontado aos poucos, que conseguiram ser mais desacreditados do que já eram. OS INVESTIMENTOS PARARAM POR MEDO DO GOVERNO FAZENDO TUDO PARA MOSTRAR-SE INCOMPETENTE.    
Não havia necessidade de agredir a política cambial, a monetária (leitura inadequada ou demagógica da conjuntura prospectiva) e de concentrar financiamentos em protegidos. Isto apesar de uma normatização do BC desnecessariamente complexa e cara para ser cumprida pelos bancos (são calhamaços). Inúmeros bancos quebraram (e tardiamente impedidos de operar), um conseguiu vender 50% de seu capital para a CEF mesmo estando totalmente insolvente (de graça seria caro), e está ficando por isto mesmo (teria que dar cadeia).
Esta turma de pensamento mágico acha que apenas monetizando a economia e permitindo uma taxa de juro negativa (livre de IRF e de inflação) conseguirá fazer crescimento sustentado? Não conseguirá. Não conseguiram fazer nem o crescimento demagógico de tão desacreditado que ficaram (e insegurança que passam).  Em 1967 já ensinavam isto nas escolas. Pagamos caro por desacreditar. Agora vamos repetir o mesmo erro? MAG 01/2013. 

4 comentários:

  1. Que livros de Macroeconomia e de Política Monetária indicaria para um estudante ou interessado em teoria econômica?

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    1. MACROECONOMIA DO BLANCHARD, DO MANKIW (os dois são bons).
      POLÍTICA MONETÁRIA, O DO GUDIN (incrível como conseguiu ser tão racional em uma época em que ninguém sabia nada.). Hoje temos no Brasil o livro de POLÍTICA MONETÁRIA DO JOSÉ JÚLIO SENNA (ótimo). ECONOMIA INTERNACIONAL O KRUGMAN.

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  2. Material didático de 1967? válido até hoje?

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    1. Coloquei de propósito. Milton Friedman e o moderno monetarismo também são da década de 60. Só para demonstrar a ignorância dos que se intitulam "desenvolvimentistas" ou neo-keynesianos.

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