PIB, PNB,
CONCEITOS, VARIÁVEIS E AGENTES ECONÔMICOS.
O PIB (produto interno
bruto) = consumo + investimento (privado e público produtivos e improdutivos) +
gastos do governo (produtivos e improdutivos) + exportações – importações = C +
I + G + E – M. A fórmula reduzida é C + I.
Fazem
parte do PIB produtos benéficos (pão, medicamentos) e maléficos (fumo, bebidas,
armas), necessários (alimentos) e desnecessários (pirâmides do Egito, catedrais).
Os
liberais e monetaristas condenam os gastos desnecessários e improdutivos como
um mal para a economia (existem os improdutivos necessários), os keynesianos
defendem os gastos sejam eles quais forem.
PNB
(produto nacional bruto): é o PIB ajustado + recebimentos procedentes de rendas do exterior e - remessas ao
exterior.
PNB (produto nacional
bruto) = PIB + - RLFE (renda líquida de fatores do exterior = recebimentos do
exterior – remessas para o exterior).
PNB = RNB
= DNB (despesa nacional bruta).
PNB
(produto nacional bruto): é o total dos valores adicionados pelos
diversos setores da economia ao processo produtivo. Valor Adicionado: conceito
que mede a contribuição de cada setor ao processo produtivo (sem duplicações).
O PNB mede a capacidade de criação de valor da economia. É a soma de: bens
econômicos (tangíveis e intangíveis) produzidos para o mercado + retenção de
mercadorias pelos produtores para o consumo + valor do aluguel das casas
habitadas pelos proprietários + salários in natura (aluguéis, mercadorias,
etc.).
PNB =
RNB (renda nacional bruta) = total das remunerações pagas aos fatores de produção
(salários + juros + lucros + aluguéis). PNB = RNB = DNB (despesa
nacional bruta) = valor total das despesas em bens para uso final (mercadorias
e serviços para o consumo e investimentos).
Não se
inclui no cálculo do PNB: serviços domésticos da dona de casa, pagamentos de renda
que não resultem de atividades produtivas (aposentadorias, juros da dívida
pública) e atividades ilegais (não socialmente úteis, como contrabando,
etc.).
RNB = renda nacional bruta
= renda do trabalho (salários + autônomos + empresas de pessoas de venda trabalho)
+ lucros + juros + aluguéis = S + L + J + A.
Os
lucros são os obtidos por todos os sócios de empresas (pequenos e grandes) e em
negócios pessoais. Os juros são os obtidos por todas as pessoas que poupam e fazem
aplicação, inclusive fundos de pensão, FGTS e trabalhadores.
DIFERENÇA
ENTRE PIB (produção) E ESTOQUE DE RIQUEZAS (FATORES DE PRODUÇÃO).
Pelas
definições acima vimos que não entra no cálculo do PNB e do PIB a propriedade
de ativos (os fatores de produção), internos ou externos, entram apenas os bens
econômicos produzidos para o mercado. Então não entra no PNB a propriedade de
bens intelectuais (os ativos protegidos por registros), o capital de empresas
no exterior, o capital emprestado ao exterior, a propriedade de qualquer ativo
no exterior. Apesar de não entrar no cálculo do PNB, seus rendimentos (lucros,
aluguéis, juros, royalties) entram. Semelhante aos aluguéis das casas
residenciais. O ativo casa não entra, mas é representado pelo valor do aluguel
que é semelhante a uma renda (renda = produto). Melhores as residências maiores
os aluguéis e o PIB. Da mesma maneira a propriedade de ativos no exterior é
representada no PNB pelas suas rendas (lucros, juros, royalties, etc.).
OS
FATORES DE PRODUÇÃO
(estoque de riquezas = Ativos) são: Trabalho, Capital, Recursos Naturais e Tecnologia.
OS
AGENTES ECONÔMICOS
são: trabalhadores assalariados e autônomos, empresários, acionistas,
poupadores (investidores), proprietários de imóveis, de bens locáveis inclusive
tecnologia. Vemos que na macroeconomia
não existe a demagogia da palavra rentista, mas sim os poupadores que retêm
parte de sua renda para garantir o futuro. Quem são os poupadores: a maioria
são os que recebem renda do trabalho (assalariados e autônomos) e poupam para
garantir o futuro (aposentadorias, fundos de pensão) em aplicações financeiras
(recebem juros), ações (recebem dividendos e valorizações), moedas
estrangeiras, imóveis, ouro, etc.
VARIÁVEIS ECONÔMICAS E AGENTES.
FATORES DE
PRODUÇÃO
(ATIVOS)
|
PRODUTO (PIB)
PRODUÇÃO
|
RENDA
(S + L + J + A)
|
AGENTES ECONÔMICOS
|
Rec. Naturais
|
C = Consumo
|
Salários (rend. do trabalho)
|
Assalariados e Autônomos
|
Capital
|
I = Investimento
|
Lucros
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Empresários, Acionistas, Investidores
|
Trabalho
|
G = gastos do governo
|
Juros
|
Poupadores
|
Tecnologia
|
E = Exportação
|
Alugueis
|
Proprietários
|
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M = Importação
|
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|
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Rem. = Rem. para o ext.; Rec. = Receb. do ext
|
|
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EFEITO
DA DESVALORIZAÇÃO DA MOEDA (para privilegiar exportadores): acomoda a necessidade
(e a motivação) da busca de melhoria contínua de qualidade e gestão; transfere
recursos da parte eficiente (a competitiva) da economia para proteger os
incompetentes e privilegiar os competitivos que exportam (a maioria empresas
com capitais estrangeiros); é opção por redução de poder de compra da
população, da demanda e do PIB (empregos inclusive); é opção por parque
industrial atrasado e não competitivo.
Outro
efeito muito importante e não divulgado da desvalorização (ou valorização com
efeito inverso) cambial artificial é o barateamento dos ativos nacionais
(empresas, imóveis, etc.) e sua consequente transferência de titularidade para
estrangeiros. Os ativos sendo de propriedade de estrangeiros têm como
contrapartida a remessa de lucros e juros (o maior saldo negativo da conta
transações correntes do balanço de pagamentos brasileiro).
EXCESSO
DE RESERVAS PARA EVITAR VALORIZAÇÃO CAMBIAL: se originada de
compras de dólar feitas pelo BC para dar liquidez ao mercado é correto. Se,
porém, é originada de excessos de compras de moedas para evitar valorização
cambial é errado. O excesso de reserva se aplicado com rendimento de juros
menores do que a inflação é como se estivéssemos fazendo uma doação ao país
emissor da moeda reserva mundial (pobres doando para ricos). É pobre
financiando rico.
No
momento atual o Brasil tem excesso de reserva e aplica em títulos de liquidez
mais alta (e juros menores). Como temos necessidade de captar poupança externa,
é aceitável e recomendado que o excesso da reserva seja aplicado financiando
empresas (e bancos) brasileiras que fazem captação no exterior (através do
BNDES e BB que têm expertise em financiamentos).
Se
aplicarmos em títulos americanos estaremos financiando o Fed (com juros baixos)
a monetizar o mundo, cobrando juros baixos dos bancos, que reemprestam a
empresas brasileiras (e ao TN) cobrando juros altos. MAG 01/03/2012.
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