quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O COPOM ERROU?


O COPOM errou ao reduzir a taxa básica em 0,5%? Considerando que o COPOM vem reduzindo a taxa básica há 3 reuniões consecutivas, que a meta, mesmo com redução de crescimento mundial, vem sendo ultrapassada insistentemente, que no segundo semestre deste ano a inflação deverá subir, podemos considerar que no mínimo perdeu uma oportunidade de demonstrar seu compromisso com o poder de compra da moeda. Deixou passar a oportunidade de demonstrar seu compromisso com a moeda e ganhar confiança (essencial no regime de metas de inflação).

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

RELAÇÕES TAXA BÁSICA X CURVA DA TAXA DE JUROS (TAXA DE 1 DIA; TAXA DE 1 ANO; PONTO MAIS NEGOCIADO; TAXA MAIS LONGA; VOLUMES NEGOCIADOS.).

RELAÇÕES: TAXA BÁSICA X CURVA DA TAXA DE JUROS (TAXA DE 1 DIA; TAXA DE 1 ANO; PONTO MAIS NEGOCIADO; TAXA MAIS LONGA; VOLUMES NEGOCIADOS.).
 VARIÁVEIS IMPORTANTES NO ESTUDO DA FIXAÇÃO DA TAXA BÁSICA:
a) taxa de juros de 1 dia; b) taxa de juros de 1 ano; c) ponto mais negociado da curva de juros; d) taxa mais longa; e) maiores volumes negociados; f) inflação ascendente ou descendente; g) juros longos da curva ascendentes ou descendentes; h) percentual de itens de preços pesquisados subindo IPCA (se maior do que 45% é o início do processo inflacionário). Estes pontos da curva da taxa de juros de mercado são variáveis importantes da conjuntura presente e prospectiva (expectativas). É a visão que os agentes do mercado que colocam valores em jogo têm do presente e do futuro (suas expectativas). São avisos importantíssimos para o analista econômico-financeiro. Quem não entende isto não entende de política monetária.   
PONTO MAIS NEGOCIADO: se abaixo de 1 ano significa que a taxa básica está baixa. O ponto mais negociado deve estar sempre acima de 1 ano.
VOLUMES NEGOCIADOS: Se o maior volume estiver abaixo de 1 ano significa que a taxa básica está baixa. O maior volume deve estar sempre acima de 1 ano. Se os volumes negociados da curva de juros estiverem migrando de prazos longos para curtos, significa que os agentes estão com expectativas inflacionárias ascendentes e considerando a política monetária inadequada (frouxa).
A TAXA BÁSICA (taxa que o BC paga para reduzir a monetização da economia - depósitos e empréstimos) pode ser fixada nos intervalos:
a) Menor do que a taxa de 1 dia: neste caso a atuação do BC fica inócua, pois sendo menor do que a taxa de mercado de 1 dia, os agentes não aplicarão com o BC, portanto não acontecerá contração monetária;
b) Maior do que a taxa de 1 dia, mas menor do que a taxa de 1 ano e que o ponto mais negociado da curva: neste caso a atuação do BC será inócua (com a liquidez nas negociações dos títulos do TN, o mercado paga mais). Somente se o BC tiver credibilidade e demonstrar que o viés da taxa básica será de alta (ou as expectativas forem de baixa na inflação) é que conseguirá os primeiros efeitos positivos;
c) Maior do que a taxa de 1 ano, mas menor do que o ponto mais negociado. Se o BC tiver credibilidade e o mercado acreditar que a taxa básica irá subir (ou que a inflação irá cair) os primeiros efeitos acontecerão;
d) Acima do ponto mais negociado. Neste caso a taxa básica terá um efeito contracionista e a inflação será contida.
PIB POTENCIAL: curva da inflação ascendente significa que o PIB POTENCIAL já foi ultrapassado.
O BC E A CURVA DE JUROS DO MERCADO: Claro que o BC não pode atuar influenciando nas taxas de juros da curva de juros mercado (e deve verificar se agentes do mercado tentam influenciar).  As tentativas de influenciar têm mais efeito no curto prazo (a longo prazo prevalece a vontade do mercado). Mas agentes podem atuar a favor da tendência do mercado.  

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

CRISES E CRESCIMENTO ECONÔMICO – CONSUMO X INVESTIMENTO X DÍVIDA PÚBLICA X DÉFICIT PÚBLICO


CRISES E CRESCIMENTO ECONÔMICO – CONSUMO X INVESTIMENTO X DÍVIDA PÚBLICA X DÉFICIT PÚBLICO.

Considerando a fórmula reduzida de PIB = C + I (Consumo + Investimentos), qual seria o efeito das diversas relações percentuais I / PIB (Investimento/PIB) no crescimento econômico? Sabemos que os gastos com investimentos permitem o aumento da produção e da produtividade (ajudam nas inovações). Sabemos também que um gasto mínimo com investimentos é necessário para fazer face às depreciações (inclusive as tecnológicas, que hoje são muito rápidas). Sabemos que a Qualidade dos Gastos Públicos influencia a qualidade de vida e o crescimento econômico. Os gastos podem ser classificados em: 
a) necessários e desnecessários; 
b) produtivos e improdutivos; 
c) meio ou fim; 
d) benéficos (alimentos) ou maléficos (cigarros, bebidas); 
e) honestos ou desonestos (corrupção nos gastos públicos). Fácil entender que a boa ou má qualidade dos gastos públicos é fator condicionante no crescimento e no desenvolvimento econômico e social (qualidade de vida). Neste sentido podemos afirmar que o subdesenvolvimento (pobreza) é conseqüência da má qualidade na gestão dos gastos públicos.

No quadro abaixo varias relações de gastos públicos (consumo x investimentos x dívida pública x déficit):
PIB
C
I
Div. Públ.
% PIB
Déf. Públ.
% PIB
100
85
15
125
3
100
80
20
100
3
100
70
30
80
3
100
60
40
60
3

Fácil entender que o país com a melhor relação consumo x investimentos tem mais condições de crescimento (claro que a qualidade dos gastos influencia).    
CRISES: normalmente são resultados de políticas fiscal e/ou monetárias irresponsáveis (os ativos que não moeda valorizam muito acima dos IPCs, clima de desconfiança se instala e taxas de juros para rolagem da dívida aumentam). 

Milton Friedman ensinou que os BCs não podem deixar cair a quantidade de moeda (diferente de aumentar irresponsavelmente). 

A. Smith escreveu que se os gastos improdutivos superarem os produtivos o efeito será redução do crescimento e recessão.  

Keynes falou em aumentar os gastos públicos independente se produtivo ou improdutivo para o crescimento do PIB. Esta solução dada por Keynes depende de: se o país é emissor ou não de moeda reserva mundial, das relações Receita Tributária, Dívida Pública e Déficit Público em relação ao PIB. 

Os gastos públicos não podem ser aumentados de forma a aumentar a desconfiança dos agentes no governo (as taxas de juros sobem e pioram o cenário).    



sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

SELIC: COPOM, ESTÁ NA HORA DE PARAR A QUEDA.


SELIC: COPOM, ESTÁ NA HORA DE PARAR A QUEDA.
O COPOM, que agiu preventivamente (estava agindo tempestivamente) nas três últimas reduções da Selic (12,5% para 11%), mudando sua ação de tempestiva para preventiva, para manter o critério, deve parar com as quedas. Não vale a pena correr o risco de mais uma queda (o mal causado pelo erro será maior do que a parada). Os juros futuros já iniciaram o movimento de alta. É quem tem valor em jogo falando (o mercado).    

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

PROTEÇÃO CAMBIAL E BALANÇA COMERCIAL.


EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS  (2011 / 2010).
EXPORTAÇÕES VAR. %
2011/2010
PART. %
2011 2010 2011 2010
BÁSICOS 122457 90005 36,1 47,8 44,6
INDUSTRIAL. 128330 107770 19,1 50,1 53,4
 Semimanuf. 36026 28207 27,7 14,1 14,0
 Manufat. 92304 79563 16,0 36,1 39,4
OPER. ESPEC. 5254 4140 26,9 2,1 2,1
TOTAL 256041 201915 26,8 100 100

IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS (2011 /2010)
IMPORTAÇÕES VAR. %
2011/2010
PART. %
2011 2010 2011 2010
BENS DE CAPIT. 47888 40995 16,8 21,2 22,6
MAT. PRIMAS 102107 83995 21,6 45,1 46,2
BENS DE CONS. 40083 31426 27,5 17,7 17,3
 Não Duráveis 15988 12847 24,4 7,1 7,1
 Duráveis 24095 18579 29,7 10,6 10,2
   Automóveis 11892 8543 39,2 5,3 4,7
COMB. E LUBRIF. 36173 25344 42,7 16,0 13,9
  Petróleo 14080 10097 39,4 6,2 5,6
  Demais 22093 15247 44,9 9,8 8,4
TOTAL 226251 181760 24,5 100 100
FONTE: SECEX / MDIC.  

As exportações de Industrializados (128330) foram superiores às importações de Bens de Consumo (40083) em US$88,247 bi.
Comb. e Lubrificantes (36173) representaram 16% das importações.
As importações de Matérias Primas (102107) representaram 45,1% do total (parte é reexportada em produtos industrializados).
As importações de Bens de Capital (47888) 21,2% do total permitem modernizações e inovações em nosso parque produtivo.
Se o câmbio fosse administrado ao invés de flutuante estaríamos nas mãos do poder discricionário da autoridade do momento.
A FUNCEX manipula a estatística e agride a razão (saldo comercial do setor industrial) misturando dados desconexos onde procura influenciar o sistema cambial (luta pelo retorno da proteção cambial, do câmbio arbitrário e artificial, defendendo interesses cartoriais contra todos os brasileiros, empresas e consumidores). A grande maioria não precisa de proteção. Os maiores exportadores industriais são empresas com capital estrangeiro (remetem lucros e juros), muitos nem S/A são (a indústria automobilística é quase 100% Ltda.). Não precisam e não merecem proteção cambial artificial. É anti-patriótico (além de ignorância) defender interesses de minorias (e de empresas estrangeiras) contra o poder de compra da moeda nacional (por extensão de todos). 



domingo, 1 de janeiro de 2012

KEYNES ESTAVA ERRADO


KEYNES ESTAVA ERRADO

As afirmações de Keynes em seu livro Teoria Geral (1936):
 “A política mais vantajosa consiste em fazer baixar a taxa de juro até o nível em que, em relação à curva da eficiência marginal do capital se realize o pleno emprego.” "uma elevação da taxa de juro terá por efeito baixar a renda a um nível em que a diminuição da poupança iguala a do investimento." "é indubitável que o consumo diminui quando a taxa de juros aumenta;" “É lícito crer que a manutenção mais ou menos contínua de uma situação de pleno emprego exigirá a baixa acentuada da taxa de juro, salvo se se verificar uma forte modificação na propensão global a consumir (incluindo o estado).” “Tão logo se alcance o pleno emprego, a unidade de salários e os preços é que subirão na medida exatamente proporcional ao aumento da demanda efetiva.”
“O remédio para o auge não é portanto a alta, mas a baixa da taxa de juros; porque aquela pode fazer perdurar o chamado auge. O verdadeiro remédio para o ciclo econômico não consiste em evitar os auges e em manter assim uma semi depressão permanente, mas em evitar as depressões e manter deste modo um quase auge constante.” 

 Comento: De fato o aumento da taxa básica de juro acima da neutra reduz as atividades (renda e demanda) e a inflação. Mas Keynes em seu livro nunca se preocupou com a inflação, só com o crescimento.

MULTIPLICADOR DE KAHN: Keynes era um economista clássico (assistente e companheiro de Marshall). Seu livro Teoria Geral é também uma crítica aos economistas clássicos e aos neoclássicos (conforme sua definição e entendimento). Ao analisar o multiplicador de Khan, apesar de saber que: "quando o pleno-emprego é alcançado, se se procura aumentar ainda mais o investimento os preços tendem a subir sem limite, seja qual for a propensão marginal a consumir, isto é, chega-se a um estado de verdadeira inflação. Até aí, no entanto, a alta dos preços irá acompanhada de um aumento da renda global."  
Comento: Mesmo sabendo dos riscos da inflação nunca conseguiu prever a sequência do processo, a ESTAGFLAÇÃO (crescimento zero e inflação nos bens de consumo, bolhas nos preços dos ativos e crise).  

KEYNES E QUALIDADES DOS GASTOS PÚBLICOS: ao contrário de Adam Smith, que condenava os gastos IMPRODUTIVOS, considerando-os o caminho para a redução do crescimento, acreditava que a riqueza do Egito tinha como uma das causas a construção das pirâmides (um gasto improdutivo). Afirmava que nas crises era preferível furar buracos nas ruas e consertá-los a deixar de aumentar os gastos.

Comento: a melhoria na distribuição da renda, como um bônus transitório para os mais pobres (aposentadorias mais baixas, seguro desemprego, salário família, bolsa família) é mais eficiente e justo, assim como não deixar cair o crédito. Hoje sabemos que as crises têm, quase sempre, como causa principal e primeira irresponsabilidade monetária ou/e fiscal. Friedman ensinou que os BCs não podem deixar cair a quantidade de moeda (moeda e crédito), como forma de amenizar os sofrimentos que as crises causam.
A correta utilização da taxa básica veio evitar a inflação e as bolhas de ativos (fenômenos que acontecem por utilização errada na administração da taxa básica.). 01/01/2012     

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

CÂMBIO FLUTUANTE OU ADMINISTRADO?


CÂMBIO FLUTUANTE OU ADMINISTRADO?

O Brasil conseguiu livrar-se após muitos sofrimentos, quase quebrar e ser salvo pelo FMI, do poder discricionário das autoridades na administração do câmbio (enfrentavam a irresponsabilidade monetária e a inflação com câmbio artificial e irreal). Com a adoção do sistema de câmbio flutuante as exportações e as importações cresceram, a previsibilidade e a segurança melhoraram facilitando as negociações internacionais, os investimentos externos no país aumentaram, a moeda deixou de ser um problema para a economia (uma insegurança limitadora). O saldo do balanço comercial passou a ficar positivo, as reservas aumentaram e os juros internacionais para o país reduziram. As crises internacionais foram enfrentadas sem os problemas e os sofrimentos do tempo do câmbio administrado. O PIB (em dólar) e o poder de compra aumentaram com a valorização da moeda nacional (a qualidade de vida do povo melhorou, a capacidade das empresas investirem em modernizações e ganhos de produtividade aumentaram). Ao contrário do que dizem, as exportações de industrializados cresceram muito acima da média histórica. Os exportadores de minérios e produtos agrícolas, apesar da valorização do Real, obtiveram os maiores lucros da história (impensáveis antes do câmbio flutuante). Isto comprova o acerto da taxa de câmbio para a economia como um todo.

CONSIDERAÇÕES SOBRE CÂMBIO:
O câmbio de equilíbrio é aquele que for bom para a maioria.  Nunca será bom para todos. Se for ruim para os consumidores não é bom para a economia. Não existe liberalismo sem livre concorrência (com regras do jogo que a protejam), assim como não existem consistentes ganhos de produtividade, competitividade e avanços tecnológicos, com reservas de mercados ou privilégios, qualquer que seja ele (inclusive proteção cambial, mesmo que escondido atrás de artificialismos).

CÂMBIO FLUTUANTE COMO SOLUÇÃO DO MERCADO LIVRE (Milton Friedman). “A instabilidade das taxas de câmbio é um sintoma da instabilidade da estrutura econômica subjacente. A eliminação de tais sintomas pelo congelamento administrativo das taxas cambiais não corrige nenhuma das dificuldades subjacentes e só torna o ajustamento a elas ainda mais penoso.” 
Câmbio administrado e poder discricionário são defendidos pelos heterodoxos “desenvolvimentistas”.
Câmbio flutuante e normas que estabeleçam as regras do jogo defendam a concorrência e limitem o poder discricionário são defendidos pelos liberais monetaristas.  
Controle de capitais - as saídas devem ser livres para não desestimular as entradas. As entradas podem ser condicionadas a: a) prazo mínimo de empréstimos e financiamentos; b) prazos para retorno de investimentos diretos; c) limites prudenciais para bancos em operações de futuros (derivativos). Medidas que resultem em aumentos de custos para os empréstimos, os financiamentos e os investimentos devem ser evitadas. 


ADENDO: c) em 1944, na conferência de Bretton Woods os USA comprometeram-se a garantir a conversibilidade do dólar em ouro ao preço de US$35,00 por onça-troy. Em 1968 os USA estabeleceu dois preços para o ouro, um oficial apenas para os bancos centrais, outro livre para outros agentes econômicos;
d) em 15/08/1971, os USA, abandonam totalmente a conversibilidade do dólar em ouro. Em março de 1973 os países industrializados abandonam a paridade fixa com o dólar, deixando suas moedas flutuarem em relação ao mesmo enterrando de vez o sistema de Bretton Woods;
e) em 1979 os principais países da Europa decidiram criar um sistema monetário regional (o EURO). O ouro chegou a valer mais de US$800,00 (1980), caindo para US$300,00 em 1985 (as negociações ou especulações como alguns definem alcançaram uma intensidade de movimentação imprevisível). Na primeira década do século 21 o dólar passa a ter circulação muito maior do que a economia dos USA  (na verdade os USA passam a viver de emitir moeda). O regime de câmbio fixo só se justificaria se o dólar fosse conversível em ouro a uma paridade fixa (Bretton Woods). Se o dólar é apenas uma moeda escritural, seu valor dependerá da política monetária e da economia americana (a capacidade dos USA oferecer alguma riqueza real em troca dos dólares). O capital (direitos de receber dividendos, juros, de retorno de capitais) de residentes nos USA no exterior deve ser considerado nesta análise.     

DA POSTAGEM: https://mageconomia.blogspot.com.br/2015/07/a-moeda-resumo-historico.html  

sábado, 24 de dezembro de 2011

SELIC - ENTENDIMENTO ERRADO

VALOR 21/12/2011; página F10, do caderno Especial Cenários.
Declaração de um diretor de uma das principais escolas de economia do país em entrevista ao Valor:
“Seria particularmente importante acabar com essa maluquice que nós temos de o BC praticar nas operações de curto prazo a Selic, a mesma taxa dos títulos públicos. Esse é um avanço que não foi feito. É uma herança da época da inflação alta que precisa ser removida. Isso significa, entre outras coisas, desindexar o sistema financeiro, que está totalmente indexado à Selic.”    
A VERDADE:
a) o entrevistado confundiu-se ou tem entendimento errado sobre o assunto (economia monetária);
b) o BC não pratica a mesma taxa dos títulos públicos, é o TN que, por interesse e livre escolha, utiliza a Selic como forma de indexação de parte de seus títulos (o BC não tem responsabilidade sobre isto);
c) se o TN não utilizar a Selic como forma de indexação terá que optar entre o IGPM ou o IPCA (isto sim é que é retornar à indexação). A outra opção seria pagar as taxas pré-fixadas aceitas pelo mercado (consideradas altas pelo TN);
d) ao contrário do que dizem os leigos e desinformados a Selic tem sido o menor custo de financiamento para o TN;
e) o sistema financeiro não está todo indexado à Selic, em torno de 30% dos títulos do TN é que são indexados à Selic;
f) todos os BCs do mundo utilizam a taxa básica (no Brasil denominada Selic) como forma de reduzir a monetização da economia (liquidez, quantidade moeda, créditos) quando a inflação supera a meta (e o BC considera a conjuntura prospectiva inflacionária). A taxa básica varia de acordo com a inflação e a conjuntura prospectiva: sobe se a inflação prevista supera a meta e desce se a previsão for de queda das atividades e dos preços. Simples assim. A leitura da conjuntura prospectiva é que fica mais difícil nas épocas de crise (a previsibilidade cai).

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

PIB E IMPORTAÇÕES

PIB E IMPORTAÇÕES
Considerando as definições aceitas pela macroeconomia:
PIB = Y = Produto Interno bruto = C + I + G + E – M = Consumo + Investimentos + Gastos do Governo + Exportações - Importações.

PNB  = Produto Nacional Bruto = Y + Rec.- Rem;
Rec. = Recebimentos do exterior; Rem. = Remessas para o exterior.    
DEMANDA = C + I + G + E = OFERTA = Y + M. A idéia de equilíbrio presume o desequilíbrio. Sistema padronizado de contas nacionais originado em Keynes (Teoria Geral), iniciado e organizado por Simon Kusnetz, aperfeiçoado por Richard Stone.

CONSUMO = D - (I + G + E) = OF – (I + G + E) = Y + M – (I + G + E) = Y - (I + G + E - M)  
Apenas para fins de estudos vamos dar destaque nas importações e nas exportações (contrariando o conceito padronizado e matemático de DEMANDA = C + I + G + E). Vamos considerar E = demanda externa, M = demanda interna atendida por oferta externa:
Dint. = C + I + G + M = DEMANDA INTERNA (dando destaque a M e considerando as importações como não computadas em C + I + G).
Dext. = E = DEMANDA EXTERNA.
D int. + ext. = C + I + G + M + E
OFint. = C + I + G  + M = Oferta para o mercado interno
OFext. = E = Oferta para o mercado externo.  
OF int. + ext. = C + I + G + M + E
O EFEITO DA TAXA BÁSICA NAS IMPORTAÇÕES: Este conceito de demanda (C + I + G + E + M) permite ver com clareza os efeitos de uma taxa básica (baixa ou alta) nas importações (M, que de fato é uma demanda). A diminuição das atividades econômicas reduz a demanda (C + I G + E + M) e a pressão sobre os preços (inflação), aumentando, por outro lado, a propensão a poupar (o aumento da taxa de juro estimula a poupança, reduz a necessidade do imediatismo das compras, o medo da desvalorização da moeda pátria cai). O equilíbrio se dá no encontro das curvas de Demanda e da Oferta. Ocorrendo pressão de demanda, estoques baixos e não existindo capacidade de produção ociosa, os preços tenderão a subir (inflação). A velocidade de crescimento da oferta e da demanda são efeitos da política monetária (expansionista, contracionista, neutra). Então podemos concluir que se a taxa básica expansionista (básica menor do que ponto neutro) aumenta a demanda (C + I + G + M + E) faz as importações (M) crescerem.
O EFEITO DAS IMPORTAÇÕES NO PIB.
Fazendo PIB = C + I + G + E – M = (C = 40 + I = 20 + G = 35 + E = 10 – M = 0) = 105.
Acrescentando importações M = 7, teremos (no caso faremos M = Bens de Consumo = 2; Bens de Capital = 5): PIB = C passa de 40 para 42; o I passa de 20 para 25; G e E permanecem inalterados, portanto, PIB = 42 + 25 + 35 + 10 - 7 = 105.  
Parte das importações são matérias primas que farão parte de produtos exportados (automóveis), portanto podemos concluir que elas farão as exportações aumentarem.  Os Bens de Capital importados farão a produção aumentar e melhorar a produtividade, portanto podemos concluir que as importações de Bens de Capital farão o PIB aumentar.
CRESCIMENTO DO PIB: Em ambientes onde existam fatores de produção (trabalho, capital, recursos naturais e tecnologia), estando a capacidade de produção ocupada (PIB potencial), necessários novos investimentos para aumento da oferta para que não ocorra inflação (claro que inexistindo poupança interna necessário utilização de poupança externa, idem recursos naturais e tecnologias, através de importações). As economias desenvolvidas importam até mão de obra (trabalho).

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES 2011/2010

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS JAN. / NOV. (2011 / 2010).
JAN./NOV. VAR. % PART. %
2011 2010 2011 2010
BÁSICOS 111963 80371 38,7 47,9 44,4
INDUSTRIAL. 117072 96956 20,2 50,0 53,6
 Semimanuf. 33282 25530 29,8 14,2 14,1
 Manufat. 83790 71426 16,8 35,8 39,5
OPER. ESPEC. 4878 3670 32,3 2,1 2,0
TOTAL 233913 180997 28,7 100 100
IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS JAN. NOV. (2011 /2010)
JAN./NOV. VAR. % PART. %
2011 2010 2011 2010
BENS DE CAPIT. 43806 37228 17,2 21,1 22,4
MAT. PRIMAS 94152 76788 22,1 45,3 46,2
BENS DE CONS. 36631 28478 28,1 17,6 17,1
 Não Duráveis 14545 11658 24,2 7,0 7,0
 Duráveis 22086 16820 30,7 10,6 10,1
   Automóveis 10772 7608 41,0 5,2 4,6
COMB. E LUBRIF. 33353 23690 40,2 16,0 14,3
  Petróleo 13153 9322 40,5 6,3 5,6
  Demais 20200 14368 40,0 9,7 8,6
TOTAL 200942 166184 24,6 100 100
FONTE: SECEX/M DIC. Jan. / Nov. 2011 229 dias úteis; 2010 228 dias úteis.  
COMENTÁRIOS: a) o saldo entre as exportações de Industrializados (50% do total) e as importações de Bens de Consumo (17,6% do total) até 11/2011 foi positivo em US$80.441; b) as exportações de Industrializados cresceram 20,2% (2011/2010); c) as importações de matérias primas representaram 45,3% do total importado (grande parte é reexportada); d) as importações de Comb. e Lubrificantes cresceram 40,2% (2011/2010) e representaram 16% do total; e) as importações de automóveis representaram apenas 5,2% do total, estavam obrigando o cartório brasileiro de fabricantes de veículos - empresa estrangeiras, com capital limitado, nem S/A são - a baixar seus preços e melhorar a produtividade e a qualidade. Infelizmente o governo abortou o processo, arbitrando contra os consumidores brasileiros; f) as import. de Bens de Capital representaram 21,1% do total.
O relatado acima aconteceu com câmbio flutuante. Pense o que seria entregar a administração do câmbio para burocratas de governo. O pensamento liberal (neoliberal) defende normas para limitar o poder discricionário de autoridades do governo. O câmbio flutuante limita o poder da autoridade. A tese defendida pelo pensamento heterodoxo ou "desenvolvimentista" é o câmbio administrado (entregar às autoridades o poder discricionário sobre o câmbio.). Diferente do que demagogos, leigos e ignorantes escrevem.    

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

MOEDA RESERVA MUNDIAL, VANTAGENS.

AS VANTAGENS DE TER UMA MOEDA RESERVA MUNDIAL.
De 2008 a 10/2011 o Brasil teve um saldo negativo em Transações Correntes de US$139.274; importando através da Conta Capital, no mesmo período, US$300.081; perfazendo um saldo positivo de US$160.807 no Balanço de Pagamentos. As Reservas com um saldo de US$352.928 em 10/2011. SIGNIFICADOS: a) RESERVAS - é semelhante ao Brasil estar financiando o exterior em produtos, serviços ou direitos de propriedades internas (ações, empresas, etc.). O custo disto para o país é a remessa de lucros, de juros, etc. A receita é a obtida com as aplicações das reservas (sempre menores que os custos). b) SALDO EM TRANSAÇÕES CORRENTES NEGATIVO - tem que ser pago com reservas ou saldo da Conta Capital. c) CONTA CAPITAL - é representada por empréstimos, investimentos em ações, construções ou ampliações de empresas, etc. Como saída os pagamentos dos empréstimos, o retorno de Capitais. Os juros e dividendos saem na conta RENDAS  (que pesam, negativamente, o saldo em transações correntes); d) A VANTAGEM DE EMITIR MOEDA RESERVA MIUNDIAL -  as emissões de moeda quando poupadas (entesouradas) por estrangeiros não influenciam a demanda e a inflação interna. O país emissor não paga juros pela retenção de moeda por outras nações. O fato de emitir a moeda nominal dos títulos, trás mais segurança e garantias, reduzindo as taxas de juros. Nas crises, a aversão ao risco, aumenta a procura por seus títulos reduzindo a taxa de juro dos mesmos.


BALANÇO DE PAGAMENTOS - US$ milhões - DÍVIDA MOBIL. BC + TN (reais).
2011 OUT.; 2011P é previsão.
CONTAS
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2011P
1- BAL. COMERCIAL
44757
46458
40040
24746
25347
20267
25389
29000
1.1- Exportações
118308
137807
160651
197942
152995
201915
212139
258000
1.2- Importações
73551
91350
120612
173197
-127637
-181649
186750
-229000
2- BAL. SERV. E RENDAS
-34115
-37143
-40570
-57234
-52945
-70630
-66932
-86000
2.1) RENDAS
x
x
x
x
x
-39567
-35677
-46300
2.1.1- Juros
-13496
-11312
-12212
-7232
-9069
-9682
-6936
-8900
2.1.2 - Divid. e Lucros
x
-16354
-21236
-33875
-25218
-30375
-29218
-38000
2.1.3 - Salários
x
x
x
x
x
498
477
600
2.2) SERVIÇOS
x
x
x
x
x
-30807
-31255
-39700
2.2.1 - Viagens
x
x
x
x
x
-10503
-12263
-16000
2.2.2 - Transpotes
x
x
x
x
x
-6406
-6571
-8000
2.2.3 - Aluguel Equip.
x
x
x
x
x
-13752
-13538
-16200
2.2.4 - Outros
x
x
x
x
x
-147
1117
500
2.3- OUTROS
-20619
-9477
-10787
-16127
-18659
X
X
X
3- TRANSF. UNILAT.
3558
4306
4086
4188
3263
2845
2451
3000
4- TRANS. CORRENTES
14199
13621
3555
-28300
-24334
-47518
-39092
-54000
5- CONTA CAPITAL
-8808
15982
88935
32986
70551
100102
96442
111400
6- BAL. PGTO. Saldo
5391
29603
92490
4686
46217
52584
56540
57400
6.1) PIB cresc. %
2,9
3,7
5,4
5,1
-0,6
7,5
x
X
7- AJUSTES 
-4527
+2437
2005
8763
+1496
3063
-8713
X
8- RESERVAS - CAIXA
53799
85839
180334
193783
238520
288575
352928
345975
8 - RESERVAS - LIQUIDEZ
53799
85839
180334
206806
239054
288575
352928
345975
8.1) Aumento Res. L.
864
31904
94495
26472
34532
49521
64353
57400
A) Fluxo Com. saldo 10/11
51772
57598
76748
47900
9924
-1650
39741
X
A1)Fluxo Finan. saldo
-32462
-20328
10708
-48883
18808
26004
28423
X
A2) Fluxo Oper. Exter.
-492
0
0
0
X
x
x
X
A3) Fluxo Total saldo
18819
37270
87454,
-983
28732
24354
68164
X
9- Dívida Ext . 10/11
187
192
243,87
267
282,3
350,44
406,18
X
9.1- Pública
87
75,9
70,1
63,4
77,1
83,60
61,3
X
9.2- Privada
81,1
93,1
127,57
136,7
125,4
172,07
236,28
X
9.3- Entre Empresas
18,9
23
46,2
66,9
79,8
94,77
108,6
X
10- Dív..  Mobil. int. TN 09/11
980
1093
1224,8
1264,8
1398,4
1603,9
1723,9
X
11- SRF - REC. admin. 10
364
392,5
602,8
685,7
698,3
805,7
794,3
X
11.1- DÍV. / REC.
2,69
2,78
2,03
1,84
2,0
1,99
x
X
12- IGPM 10/11
1,21
3,83
7,75
9,81
-1,72
11,32
4,70
X
13- IPCA 10/11
5,69
3,14
4,46
5,9
4,31
5,91
5,43
X
14- CDI 10/11
19,0
15,03
11,82
12,84
9,88
9,75
9,65
X
15- US$ % ACUM. 10/11
-11,82
-7,43
-17,15
31,936
-25,5
4,3074
1,34
X
16- PIB R$ bi.  Mar./09
1937
2323
2552
2890
2917,9
x
x
X
17- DÍV. MOB. / PIB ABR.
50,05
47,05
47,9
43,57
1261,8
x
x
X