terça-feira, 6 de outubro de 2015

A CONTAMINAÇÃO DOS PREÇOS PELO CÂMBIO SE COMBATE COM JURO BÁSICO? ESTAMOS SOB O EFEITO DA DOMINÂNCIA FISCAL?


A CONTAMINAÇÃO DOS PREÇOS PELO CÂMBIO SE COMBATE COM JURO BÁSICO? ESTAMOS SOB O EFEITO DA DOMINÂNCIA FISCAL?

O BC havia conseguido reverter o processo inflacionário (IPCA) de ascendente para descendente com a subida da taxa básica (efeito dos aumentos). A curva de juro de mercado estava com sua parte longa (os juros de lp) também na descendente. Era uma vitória já contabilizada contra a inflação. Mas economia (principalmente a monetária) sofre os efeitos de fatos novos. No caso a queda do superávit primário orçado, na verdade a reversão de positivo para negativo, a insegurança passada por declarações dos ministros da área econômica de que sem a aprovação de aumentos de novos impostos, inclusive da CPMF, seria impossível equilibrar o orçamento. Isto e a instabilidade política, a possibilidade de impeachment, as notícias diárias de cada vez mais corrupções e corruptos, o descrédito do PT e a prisão de seus líderes, a fuga da base aliada, a desconfiança de que a presidente e o PT ainda acreditavam em solução “desenvolvimentista”, levaram a agência de crédito Moodys a rebaixar a nota do país, retirando o grau de investimento.

GRAU DE INVESTIMENTO: a Moodys é a agência de crédito mais conceituada do  mundo (a mais rigorosa). A resistência por parte do legislativo (do setor produtivo, dos sindicatos e da imprensa, cada um só olhando para seus interesses imediatos) à redução de gastos públicos improdutivos e insustentáveis assusta qualquer analista pragmático.  Poucos enxergam que sendo ruim para o país o é também para eles.

De imediato os juros externos para o país subiram, o fluxo financeiro passaria a ser cada vez mais negativo, as linhas de crédito ficariam cada vez mais difíceis. O efeito imediato foi a desvalorização do real (por aversão ao risco cambial procuraram refúgio no dólar). A desvalorização do real veio mais rápida do que o BC e os mais pessimistas pensaram. O processo inflacionário que já estava sendo controlado (o IPCA caiu para 0,22%, o IGPM para 0,28%) passou a sofrer os efeitos da mudança no câmbio. De início o IGPM (que tem um peso de 60% dos preços no atacado) subiu para 0,95% (os preços no atacado em um segundo momento se transferem para os preços aos consumidores). 

O RISCO: o retorno do processo inflacionário ascendente através da contaminação do índice geral dos preços. A DÚVIDA: a Selic deve ou não ser aumentada? Adianta subir a Selic? Está ocorrendo DOMINÂNCIA FISCAL (o aumento da Selic aumenta o déficit nominal)?

MINHA OPINIÃO: 
a) para que os aumentos dos preços por efeito do câmbio não se generalizem, contaminem o índice geral e reverta o processo inflacionário para ascendente a Selic deve subir. Para que ela não suba os índices de preços têm que vir dentro da meta (0,36748% a.m), o que não deverá acontecer apesar da recessão ainda não ter produzido todos os efeitos; 

b) dominância Fiscal: não estamos sob os efeitos da dominância fiscal, o BC tem razão neste ponto. A maior parte da dívida pública é corrigida por taxas fixas pré e pré corrigidas por IPCA ou IGPM. A parte corrigida por Selic está em torno de 20% do total. A dominância fiscal ocorreria se a dívida fosse toda, ou a maior parte em Selic. Como o aumento adequado da Selic reduz as expectativas de inflação e as taxas de juros de mercado de longo prazo, reduz também o custo da dívida pública.   MAG 06/10/2015.


SOBRE DOMINÂNCIA FISCAL LEIAM: 

sábado, 3 de outubro de 2015

A NME – NOVA MATRIZ ECONÔMICA, POLÍTICA ECONÔMICA DO GOVERNO DILMA ROUSSEF E SEUS EFEITOS.

A NME – NOVA MATRIZ ECONÔMICA, POLÍTICA ECONÔMICA DO GOVERNO DILMA ROUSSEF E SEUS EFEITOS.

A NME – Nova Matriz Econômica, ações e efeitos:  
   1)  Política fiscal expansionista, inclusive com gastos acima do orçamento aprovado pelo  legislativo. EFEITOS: crime de responsabilidade, recrudescimento do processo   inflacionário, aumento do déficit nominal e da dívida pública, necessidade de aumentar a Selic muito acima do que seria necessário;
   2)  Preços reprimidos nos derivados do petróleo, na energia elétrica e em outros segmentos. Aversão declarada aos lucros. EFEITOS: com a roubalheira quase quebrou a Petrobras, passaram insegurança ao setor elétrico e aos investidores, medo de aversão aos lucros;
   3) Banco Central fixando taxa básica (Selic) abaixo da adequada com a meta inflacionária e com a política fiscal adotada. EFEITOS: o processo inflacionário recrudesceu passando para ascendente, com risco do retorno da inércia. Desarmonizou os preços relativos;
   4) Expansão do crédito subsidiado pelos bancos estatais, priorizando protegidos. EFEITOS: alto custo para o TN;
   5)  Banco Central abandonando a política de câmbio flutuante através da adoção de operações de swaps cambiais a partir de 06/2013 de maneira ascendente (mensalmente). EFEITOS: atrasou a desvalorização do real e a inflação que aconteceriam aos poucos, acumulando uma bomba de retardo muito pior. Prejuízo nas operações de swaps de R$ 120 bilhões em 12 meses, balanço comercial invertendo de positivo para negativo, aumento absurdo nos déficits no balanço de serviços, de rendas e no saldo em transações correntes. Fuga de capitais do país. Queda da nota de crédito do país de bom pagador para risco de perda. Aumentos dos juros, dificuldade de crédito, perda de investimentos, desvalorizações dos ativos do país.

OUTROS FATOS: Corrupção generalizada (repetição do mensalão), Lava Jato, Petrolão, Refinarias no Pernambuco, no RJ e até nos USA, navios sondas e outros. Fundos de Pensão, Eletrobras, Eletronuclear, Cef (compra de banco quebrado), BB (diretor condenado). EFEITOS: desmoralizou o Brasil no mundo, quebrou a Petrobras (de fato), recessão no país por uns dois a três anos.        

E AINDA TEM DEFENSORES DE MAIS DO MESMO. MAIS IRRESPONSABILIDADE FISCAL, MAIS POLÍTICA MONETÁRIA POPULISTA. MAIS CORRUPÇÃO (AÍ NÃO DIZEM).

MAG 10/2015.

sábado, 26 de setembro de 2015

GASTOS PÚBLICOS PRODUTIVOS (liberais monetaristas) X IMPRODUTIVOS (keynesianos) - CP e LP.


GASTOS PÚBLICOS PRODUTIVOS (liberais monetaristas) X IMPRODUTIVOS (keynesianos) - CP e LP.

A análise econômica tem que considerar o ambiente e inúmeras variáveis. Alguns exemplos: a conjuntura está com inflação ascendente, descendente, estável ou com deflação? As atividades estão ascendentes, descendentes, (desaceleração, recessão, depressão)? Existe algum gargalo na infraestrutura?

OS GASTOS PÚBLICOS EM INVESTIMENTOS PRODUTIVOS DE CURTO PRAZO financiados com emissão de moeda em uma economia com inflação estável (descendente ou com deflação) quase sempre podem ser benéficos para a conjuntura, estimulando as atividades ou eliminando gargalos.  Exemplos: a atualização dos maquinários de uma usina de hidroeletricidade que aumente a produção, a ampliação da capacidade de um porto de exportação, a duplicação de uma estrada, generalizando, todo investimento que aumente a produtividade ou a produção. Aumentam a demanda e a oferta em momentos quase iguais.

OS GASTOS COM INVESTIMENTOS IMPRODUTIVOS OU PRODUTIVOS A LONGO PRAZO aumentam a demanda muito antes de aumentar a oferta. Com os investimentos improdutivos aumentarão apenas a demanda. Keynes defendeu a ideia de que os gastos improdutivos aumentam as atividades (de fato aumentam no primeiro momento) e são benéficos para a economia como um todo. Defendeu também a ideia de taxas de juros sempre baixas, estimulando a demanda e por extensão também os investimentos. Na prática o modelo de desenvolvimento keynesiano provocou o recrudescimento do processo inflacionário (inflação, hiperinflação, estagflação). A velocidade de crescimento da demanda fica sempre maior do que da oferta.

A ESTAGFLAÇÃO: O combate á estagflação provocada por política irresponsável se inadequada leva a economia para a recessão e até para a depressão com deflação. Em 1929/30 aconteceu este fenômeno. Hoje os BCs combatem as crises, quase sempre provocadas por irresponsabilidade fiscal, monetária e/ou cambial (com artificialismo de preços reprimidos), com a política (monetária e cambial) aconselhadas por Milton Friedman (o monetarismo e suas evoluções). Não permitir a queda dos meios de pagamentos ampliados, liberar câmbio e preços, não permitir a redução do crédito (empoçamento da liquidez). No Brasil evoluímos, com Armínio Fraga, para o que se denominou chamar de política econômica do tripé: superávit primário (saldo fiscal antes dos juros), câmbio flutuante e meta de inflação combatida com taxa básica de juro adequada.  A estabilidade do poder de compra da moeda é considerada condição necessária, mas não o suficiente, para que ocorra o crescimento econômico sustentado.    

A NME, NOVA MATRIZ ECONÔMICA, adotou a política keynesiana de gastos públicos e juros inadequadamente baixos. Aos primeiros sinais de inflação ascendente começou a reprimir os preços básicos (petróleo, energia, câmbio) e as taxas de lucros dos serviços públicos concedidos. Iniciou-se um sentimento de desconfiança dos investidores (a aversão do governo aos lucros). O que motiva investidores a enfrentar riscos é o lucro. O que aumenta empregos são empresas lucrativas. Em 2014 com a eleição para presidente tudo foi feito para mascarar a realidade.

OS AJUSTES (a reversão da política econômica): a presidente assim que reeleita, aconselhada ou sabedora que estaria levando o país para uma crise cambial (a maior do mundo), convidou um economista conceituado da linha liberal monetarista (J. Levy) e tentou reverter a política econômica. De início estava dando certo, mesmo com a redução do superávit fiscal (no orçamento proposto e anunciado). A inflação mudando de ascendente para descendente, o balanço comercial de negativo para positivo, o real desvalorizando-se para algo aceitável. Eis que a realidade bate à porta: o superávit fiscal não é possível de se alcançar, aumentos de impostos são pedidos. A sociedade se revoltou, como pedir aumentos de impostos com tanta corrupção anunciada? A mensagem dúbia passada pela presidente (e informada pela imprensa) de que não abriria mão de certos gastos públicos improdutivos (nunca se ouviu uma declaração clara de apoio à nova política econômica), o enfraquecimento de J. Levy, a crítica de senadores e deputados da base aliada aos cortes de gastos públicos e à política monetária do BC puseram fogo à fogueira que estava sendo apagada. Parecia que estavam querendo fugir da responsabilidade dos ajustes e impor à oposição os custos dos mesmos. A crise recrudesceu. O PSDB (oposição) começou a votar contra o que sempre defendeu como correto (adotando a política antiga do PT, do quanto pior melhor). O PT votando a favor dos ajustes e dando declarações à imprensa contra o mesmo.   

MAG 09/2015. 

terça-feira, 15 de setembro de 2015

POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETARISMO LIBERAL X KEYNESIANA X “DESENVOLVIMENTISMO”. DIFERENÇAS. VARIÁVEIS CONTROLÁVEIS E INFLUENCIÁVEIS.


POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETARISMO LIBERAL X KEYNESIANA X “DESENVOLVIMENTISMO”. DIFERENÇAS. VARIÁVEIS CONTROLÁVEIS E INFLUENCIÁVEIS.

A política econômica é praticada através das variáveis CONTROLÁVEIS (aquelas sobre as quais a autoridade tem o poder de manipulação).
Pode ser dividida em: a) Política Fiscal (orçamento e execução); b) Política Monetária (os BCs, a moeda, o crédito e o sistema financeiro); c) Política Cambial (BCs).

    a)    Política Fiscal: orçamento e sua execução. Receita pública (sistema tributário). Gastos Públicos (correntes e investimentos, meios e fins, produtivos e improdutivos). Saldo Primário (antes dos juros) e Nominal (final) das contas do governo.  Gerenciamento e custo da dívida pública interna e externa.

    b)    Política Monetária. Monitoramento: das taxas de juros de Mercado, Natural, Básica e suas relações. Dos meios de Pagamentos Ampliados (M0, M1, M2, M3, M4). Das operações de Crédito do Sistema Financeiro. Da dívida pública em poder do público, do BC e o seu custo. Da elevação dos índices de preços (estratificados). Da relação cambial com a moeda reserva padrão mundial (hoje o dólar) e com principais importadores.  

   c)    Política Cambial (externa). Monitoramento: do Balanço de Pagamentos (Comercial, Serviços, Rendas, Conta Capital e Financeira, Saldo em Transações Correntes); dos Fluxos Cambiais (Comercial, Financeiro); das Reservas Cambiais; da Dívida Externa (pública, privada e entre empresas); das intervenções do BC nas contas externas (no câmbio); da atuação dos bancos e empresas no Câmbio; da relação cambial com a moeda reserva padrão mundial (hoje o dólar) e com principais importadores. Definição do sistema cambial: flutuante ou administrado. Depois que os USA eliminou a relação dólar x ouro, o único sistema cambial aceitável passou a ser o flutuante. Querer administrar câmbio sem ter poder sobre a moeda reserva mundial é o caminho para crise cambial.

A autoridade econômica tem poder (diretamente ou através do legislativo) sobre as variáveis consideradas CONTROLÁVEIS.
     1)    Na política fiscal: sobre gastos públicos, sobre tributos;        
    2)    Na política monetária: sobre a taxa básica de juro, sobre a emissão de moeda, sobre depósitos compulsórios, sobre o sistema financeiro (estabelecimento de limites prudenciais);
     3)      Na política cambial: sobre a compra e a venda de divisas, sobre o estabelecimento de normas e limites para a entrada de capitais (as saídas devem sempre ser livres, pois se proibidas desestimularão as entradas), sobre o gerenciamento das reservas cambiais, sobre o imposto de importações e de exportações, sobre o IOF.

A autoridade econômica não tem o poder direto sobre as variáveis consideradas INFLUENCIÁVEIS, mas tem através dos efeitos provocados pela manipulação das controláveis.
Exemplos: tem o poder direto sobre a taxa básica (uma taxa de curto prazo manipulável) que influencia a liquidez, as atividades, as expectativas dos agentes quanto à inflação e sobre os juros de mercado de longo prazo (estes caem quando a taxa básica sobe adequadamente). Em um processo inflacionário (inflação ascendente) a velocidade de crescimento da demanda fica sempre à frente à da oferta. A taxa básica harmoniza (equilibra) a oferta e a demanda (adequando as atividades ao possível).   

MONETARISMO LIBERAL X KEYNESIANO X “DESENVOLVIMENTISMO”: DIFERENÇAS ENTRE AS POLÍTICAS ECONÔMICAS.

MONETARISMO LIBERAL: afirma ser a estabilidade monetária (a manutenção do poder de compra da moeda) condição necessária, mas não o suficiente, para o desenvolvimento econômico. Defende limites para a dívida pública, para a criação de moeda (conceito amplo) que deve ser constante e no máximo 3% acima da inflação, tendo por limite o PIB potencial. A inflação deve ser combatida através de superávits fiscais primários e da manipulação da taxa básica. O câmbio deve ser flutuante, o BC deve atuar apenas para evitar volatilidades artificiais. Privilegia os gastos produtivos sobre os improdutivos, os fins sobre os meios. Defende a menor presença estatal possível, a iniciativa privada e o estado tendo a função fundamental de regular as relações entre os agentes, defendendo a concorrência e os consumidores.   

KEYNESIANO: defende os gastos públicos (produtivos ou improdutivos) como fator estimulador do crescimento econômico, bem como taxas de juros sempre baixas para estimular a propensão ao consumo e por extensão aos investimentos. O câmbio deve ser flutuante. Apesar de ser contra a inflação o modelo acelera a demanda em velocidade superior à oferta e provoca um processo inflacionário que evolui para hiperinflação, estagflação, que se combatido com atraso ou inadequadamente pode provocar recessão com deflação (início das depressões).  No processo de desconfiança da moeda os agentes refugiam-se em outros ativos (bolsa, imóveis, dólar, ouro, etc.) que não a moeda pátria, formando bolhas nos preços dos mesmos (os preços sobem acima da inflação), provocando uma sensação de riqueza (virtual). Na hora dos ajustes a bolha fura desvalorizando os ativos e provocando uma sensação de perdas das riquezas virtuais. As atividades caem e se as autoridades econômicas permitirem a crise evolui de liquidez, para de crédito e de confiança se não combatida adequadamente pela política monetária (controle da liquidez e do crédito). Defendem a presença estatal na economia. Na prática tabelaram preços e administram câmbio para segurar a inflação. A ingerência no câmbio leva também à crise cambial.  

DESENVOLVIMENTISMO: em geral seguem o keynesianismo. Defendem a política keynesiana de gastos públicos, juros baixos, preços administrados e a presença do estado na economia. Muitos defendem (ou defendiam) o câmbio administrado para estimular a indústria e as exportações. Defendem o controle de preços e câmbio administrado. A prática demonstrou que sempre seguram a desvalorização do câmbio para combater a inflação. A prática também demonstrou ser impossível conviver com déficits fiscais, juros baixos e câmbio valorizado artificialmente. A crise cambial explode.
Alguns passaram a defender superávits primários e até nominais e câmbio administrado desvalorizado (para estimular a indústria), o inverso da linha desenvolvimentista original. É uma política contrária ao pensamento keynesiano e também defendida pelos liberais monetaristas. Os superávits fiscais reduzem a dívida pública, as taxas de juros de mercado e valorizam o câmbio (o inverso do que pretendem). A diferença com os monetaristas parece ser o câmbio administrado (flutuante para os monetaristas) e a taxa básica (a adequada para os monetaristas) sempre mais baixa. É o início do caminho para a política econômica aceita e seguida pelo mundo desenvolvido e responsável, a liberal monetarista.

MAG 09/2015.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

COMO A INSEGURANÇA AFETA OS JUROS FUTUROS.


COMO A INSEGURANÇA AFETA OS JUROS FUTUROS

A insegurança passada por DR e seus ministros da área econômica em conseguir implementar as necessárias medidas de cortes dos gastos superiores à receita (que provocam déficit primário), provocou a redução da nota de crédito do país para o nível de risco, abaixo do considerado seguro para investir. Os efeitos imediatos serão a redução das entradas no fluxo cambial e o aumento das taxas de juros para o país. As empresas e os bancos encontrarão dificuldades em conseguir financiamentos. Os riscos maiores serão a dificuldade dos bancos em conseguir renovações. Os cortes do governo devem afetar gastos improdutivos, necessários mas não possíveis e os políticos, que demonstrem com clareza para a sociedade o sacrifício em cortar na própria carne.  

O rebaixamento da nota de crédito ocorreu principalmente por insegurança nas intenções do governo e de sua base de sustentação em responsabilizar-se pelos cortes dos gastos necessários mas não possíveis de serem sustentados. Pesa sobre o país um passado de mal pagador, uma moratória recente e declarações de senadores e deputados do PT contra a responsabilidade fiscal e também a monetária. O mundo desenvolvido que financia investimentos não suporta mais populistas e demagogos irresponsáveis (que trabalham contra os interesses de seu próprio país).   

Abaixo a curva que demonstra a queda dos juros futuros após os aumentos da selic e o aumento após a queda da nota de crédito pela S&P. O juro de 2018 passou de 12,84% para 15,34%. Os juros dos títulos do TN corrigidos por IPCA passaram mais de 7%. E ainda tem economista "desenvolvimentista", senadores, deputados e líderes do PT (e outros) que falam contra a Selic (a menor taxa de juro que o TN paga). O mundo não está aceitando mais ignorantes e desonestos. Já perderam muito.  

CURVA DE 10/SET/2015

CURVA DE 13/07/2015



quinta-feira, 3 de setembro de 2015

O RISCO EXTERNO BRASIL (GRAU DE INVESTIMENTO).

   O RISCO EXTERNO BRASIL (GRAU DE INVESTIMENTO).


Considerando os dados abaixo:
      a)     Selic a 14,25% e câmbio flutuante;
      b)    O Saldo do Balanço Comercial deverá dar um superávit de US$ 15 bilhões em 2015;
     c)    O Fluxo Cambial Comercial e Financeiro está positivo em US$ 8,996 bilhões até o dia 21/08. O Comercial positivo em US$ 15,164 bilhões;
    d)    O Saldo em Transações Correntes em 2015 deverá dar um negativo de US$ 73,5 bilhões;
     e)    A Conta Capital e Financeira deverá dar um positivo de US$ 70 bilhões;
     f)     As Reservas (critério liquidez) estão em US$ 370 bilhões;
     g)    As operações de Swaps Cambiais do BC em US$ 108 bilhões (as perdas ou lucros são pagas em reais);
     h)   Os preços das commodities que importamos e exportamos se compensam;
   i)  A desvalorização cambial já tornou os preços dos ativos brasileiros muito baratos e atraentes, bem como a capacidade de competição da indústria e de seus produtos agropecuários;
     j)      A DPMFI – Dívida Pública Mobiliária Federal Interna está em R$ 2,5 trilhões, equivalente a 1,8 vezes a receita da união e menos de 40% do PIB. A dívida incluindo a parte na carteira do BC está em R$ 3,59 trilhões. Mas o BC é do governo e seu lucro também. Os juros dos títulos públicos são tributados na fonte (tabela que vai de 22,5% a 15%), o que de reduz os juros pagos pelo TN;
     k)    A inflação já mudou a tendência de ascendente para descendente;  
     l)     Um BC profissional e competente;
    m)    Dívida Externa pequena: US$ 552,8 bilhões, sendo que apenas US$ 74,6 bi. do governo e US$ 209 bi. entre empresas.   
Considerando também que o Brasil é uma economia com empresas americanas, europeias e japonesas com muitos ativos e interesses no país, uma democracia liberal, com judiciário e órgãos de estado fortes, profissionais, competentes e já testados. Que o governo reverteu a política econômica populista para a responsável. 
PERGUNTA-SE: 
1) QUAL O RISCO DA DÍVIDA EXTERNA BRASILEIRA? NENHUM; 
2) QUAL O MOTIVO DA POSSÍVEL QUEDA DA NOTA DE CRÉDITO DO PAÍS? A INSEGURANÇA PASSADA PELA PRESIDENTE E PARTE DE SUA EQUIPE ECONÔMICA? MAS A POLÍTICA ECONÔMICA PRATICADA ESTÁ NO CAMINHO CORRETO. A ÚNICA DIFICULDADE ESTÁ EM REDUZIR GASTOS PÚBLICOS (normal no mundo inteiro), MAS O GOVERNO PROCURA SOLUÇÃO.  O único risco seria o governo ser tomado por economistas “desenvolvimentistas”, na verdade irresponsáveis. MAG 09/2015.
   

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

A RECEITA KEYNESIANA (DESENVOLVIMENTISTA) DE CRESCIMENTO

A RECEITA KEYNESIANA (DESENVOLVIMENTISTA) DE CRESCIMENTO.

Os economistas brasileiros (e leigos) que se denominam (alguns se denominavam) keynesianos (ou desenvolvimentistas), a maioria oriundos ou docentes da UNICAMP e das escolas federais, receitavam gastos públicos e juros baixos como modelo de desenvolvimento. Alguns defendiam desvalorizar o câmbio (a moeda pátria), sem definir se artificialmente abaixo da estabelecida pelo mercado. Keynes era favorável ao câmbio flutuante ainda na fase do dólar padrão ouro. Ser contra câmbio flutuante na fase de moedas puramente escriturais é inaceitável até para leigos. Também não esclareciam o que entendiam por juro baixo. Se era o provocado por aumento da liquidez ou através do estabelecimento da taxa básica abaixo da neutra (a de mercado de longo prazo). Todos com entendimento primário em economia monetária sabem que uma taxa básica fixada abaixo da neutra, com conjuntura inflacionária, terá como efeito o agravamento do processo (a demanda crescerá em velocidade maior do que a oferta e as contas externas serão afetadas negativamente. Crise cambial). Se a receita alongar-se os agentes fugirão da moeda pátria para outros ativos (dólares, ouro, ações, imóveis, etc.) formando as famosas bolhas (véspera da crise e de perdas de riquezas virtuais). Não eram claros na utilização da terminologia em política monetária. Entendia-se que a receita era: a) déficits públicos (primários e nominais); b) taxa de juros sempre mais baixa; c) câmbio sempre desvalorizado. Na verdade abusaram dos preços reprimidos, inclusive câmbio, através de operações de swaps cambiais desaconselháveis, com o único propósito de retardar a desvalorização do real (e da inflação). Passaram também uma mensagem de aversão ao lucro desmotivando investimentos (o propósito era atrasar a inflação com preços reprimidos). Hoje alguns se definem a favor de superávits fiscais, juros baixos (não definem qual nem como) e câmbio desvalorizado (não definem se artificialmente). Na verdade sabemos que superávits fiscais (primários e mais ainda os nominais) são variáveis que influenciam a queda das expectativas de inflação, a baixa dos juros longos de mercado (o que eles negavam) e por extensão a necessidade de taxa básica (o crescimento sustentado é resultado). A moeda tem tendência a deixar de desvalorizar-se ou a valorizar-se (dependendo do ambiente internacional). Receitavam também a maior presença do estado na economia, o controle de preços, de lucros, do câmbio. Foi esta receita que deixou a herança do quadro atual que vivemos (o que eles denominaram de NME – Nova matriz Econômica). Alguns passaram a defender o que sempre criticaram: o superávit primário (alguns até o nominal). Outros receitam mais do mesmo, dizem que a dosagem foi pequena (o fim do mundo). Os liberais monetaristas sempre afirmaram e receitaram: responsabilidade fiscal e monetária. A estabilidade da moeda é condição necessária, mas não o suficiente, ao desenvolvimento sustentado. Nas economias com juro de mercado alto, o superávit primário tem que ser política de estado. O câmbio deve ser flutuante. A inflação máxima deve ser de 3% e combatida com taxa básica adequada e necessária. A moeda (em seu conceito amplo) deve ter um crescimento estável, sem surpresas, tendo por limite o PIB potencial. No máximo 3% acima da inflação prevista (se a conjuntura não for de inflação ascendente).  MAG 09/2015.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

POLÍTICA MONETÁRIA PRATICADA ATRAVÉS DA TAXA BÁSICA DE JURO.

POLÍTICA MONETÁRIA PRATICADA ATRAVÉS DA TAXA BÁSICA DE JURO.

Inicialmente alguns conceitos necessários: 
1) POLÍTICA MONETÁRIA:
a) a politica monetária e a fiscal influenciam-se;
b) sozinha não resolve problemas microeconômicos, estruturais ou setoriais;
c) a estabilidade monetária é condição necessária, mas não suficiente, ao desenvolvimento e ao crescimento econômico;
d) o regime de taxa de câmbio flutuante é necessário para que a política monetária não provoque desequilíbrios no balanço de pagamentos. Taxa de câmbio administrada e mantida artificialmente alta ou baixa provoca desequilíbrios graves na economia.

2) INFLAÇÃO:
a)    CONCEITO: Aumento generalizado e contínuo dos preços dos bens e dos serviços (o nível geral dos preços).
b)    INÉRCIA INFLACIONÁRIA: A inflação presente e futura é efeito (função) da causa indexação passada. Aumentos dos preços provocados por contratos com cláusulas de correção por índices de preços,  por decisões judiciais, por memória inflacionária e por aumentos de salários (consumidores consideram normais os aumentos dos preços). A correção monetária (indexação) alimenta a inflação indefinidamente (vira uma espiral inflacionária). 
c)    CONTAMINAÇÃO, PREÇOS RELATIVOS: Aumento do preço de um produto com influência sobre os custos de outras mercadorias e serviços (petróleo, insumos, produtos oligopolizados), pode CONTAMINAR o nível geral de preços (ao invés de apenas os preços relativos) se a política monetária não for eficaz (expectativa dos agentes econômicos formadores de preços).
d)    AMBIENTES: A eficiência ou deficiência estrutural (física, legislação, judiciário) pode fazer os preços serem maiores em um ambiente do que em outro.

3) TAXA DE JURO NATURAL, DE MERCADO E BÁSICO:
a)    TAXA NATURAL (in, de equilíbrio, neutra): a taxa de juro natural é a ideal (virtual), a que não provoca inflação nem desequilíbrios no mercado;
b)    TAXA BÁSICA (ib): é a taxa (de curto prazo) pela qual a autoridade monetária (Banco Central) remunera as sobras de moedas no mercado (através dos bancos), estimulando ou desestimulando a monetização da economia. Teoricamente a taxa básica de juro (de curto prazo) deveria oscilar em torno da taxa de equilíbrio (+ - 0,25%). Evidentemente, se houver ameaça inflacionária, o BC coloca, temporariamente, a taxa básica acima desse nível de equilíbrio para fazer com que essa ameaça seja debelada. O inverso vale quando há ameaça de deflação e de recessão (ou desaceleração indesejada);
c)    TAXA DE JURO DE MERCADO (im): é a estabelecida pelo mercado (oferta e demanda de liquidez). São as diversas taxas que em um dado momento e para vários prazos formam a curva juro (imlp).   Com inflação estável e abaixo de 3% a curva de juros fica ascendente, mas saem excessos (os juros mais longos ficam maiores do que os mais curtos, é a preferência pela liquidez). Em um ambiente econômico-financeiro de mercado, sem crise de confiança (principalmente com expectativas racionais), sem influências negativas (insegurança política ou outras) a taxa de longo prazo é a melhor medida (diretriz) para definir-se a taxa de equilíbrio (estamos falando em conceitos dinâmicos). A taxa de equilíbrio (neutra) é o ponto mais negociado da curva de juro de mercado (imlp). A taxa de juro de longo prazo é a variável pela qual os agentes que têm valores em jogo precificam a inflação futura e a remuneração pelo capital financeiro (é o preço aceito pelos dois lados). É importante estudar a tendência da curva de juro, a imlp (se ascendente ou descendente) e a sua evolução no tempo (se ascendente ou descendente). A inclinação da curva de juros de mercado mais vertical indica que os agentes estão prevendo inflação ascendente e que a im está acima da in e que a taxa básica está fixada baixa (expansionista). Quanto menos vertical a curva (juros longos caindo), tendendo para plana, indica que a taxa básica está próxima do correto (sem inflação ascendente). Com inflação ascendente a taxa básica (ib) deve ser fixada acima da taxa de equilíbrio a in (no Brasil o DI 360). A curva de juro de longo prazo (imlp) é a base para a tomada de decisão na fixação da ib. A imlp é maior em países com déficit nominal e má qualidade na gestão dos gastos públicos (poupança e investimentos públicos pequenos em relação ao PIB). A credibilidade e a confiança passadas pela autoridade monetária (e governo) também influencia a curva de juros. Uma oposição política forte e com propostas demagógicas e populistas influencia a credibilidade e a curva de juros de mercado (os juros longos sobem);
d)    PONTO NEUTRO OU DE EQUILÍBRIO: a definição prática mais aceitável para o ponto de equilíbrio (ou neutro) é a taxa de juro mais negociada acima de 360 dias (no Brasil o DI 360, nos USA o T-Note de 2 ou de 5 anos). A taxa de juro de equilíbrio de longo prazo depende de vários fatores, entre os quais a situação fiscal (mais ou menos déficit) e o endividamento público, a credibilidade do BC (segurança), a taxa de investimento, o grau de abertura da economia, a eficiência do sistema financeiro, etc. É a taxa onde as forças da oferta e da demanda se encontram e se equilibram, atingindo o máximo produto e utilização dos fatores de produção (inclusive o trabalho) sem provocar inflação (nas crises, o efeito manada, distorce a curva). Essa taxa, teoricamente, é aquela em que a economia atinge a sua mínima taxa de desemprego sem inflação.

4) MOEDA X OUTROS ATIVOS (FORMAÇÃO DE BOLHAS): A escolha dos agentes econômicos (consumidores, investidores e poupadores) entre a Moeda e outros Ativos financeiros ou não é fundamental (isto é aceito por todos, keynesianos e clássicos).  Se a Moeda pátria não é aceita como Reserva de Valor (Moeda mais Juros) os agentes fogem para outros ativos (bolsa, imóveis, moedas estrangeiras, ouro, etc.), podendo formar bolhas (véspera da crise). Não existe nada pior para uma economia do que a desmoralização de sua moeda (bom senso). A combinação taxa básica expansionista e negativa (menor do que a inflação) é a receita para formação de bolhas (é o que podemos definir como política monetária expansionista e imprudente, o pior dos mundos).

5) WICKSELL - FISHER: Wicksell disse que um processo inflacionário se constata quando a taxa natural de juros (neutra, de equilíbrio) inicia uma tendência de alta. A causa dos processos inflacionários são os juros de mercado baixos em relação ao natural (neutro ou de equilíbrio).
Fisher complementa o raciocínio introduzindo o conceito de comparação entre os juros de mercado (nominal, ex-ante, fruto das expectativas de inflação, efetivamente planejado.), com o juro acontecido (real, ex-post, efetivamente realizado). Se as expectativas de inflação são maiores do que os juros de mercado é o pior dos mundos para o processo inflacionário. Para ele a inflação alimenta a expectativa de que os preços continuarão a subir.

6) JURO FIXO X SELIC X ÍNDICES: o detentor de poupança ao fazer uma aplicação financeira tem de escolher entre: a) juro fixo nominal; b) juro nominal mais um índice de correção; c) um percentual do CDI ou da Selic diária. Ao fazer a escolha o poupador (consciente ou inconscientemente) está comparando o juro obtido (efetivamente pactuado) com a inflação prevista (planejada) e com a evolução das taxas de juros. Um título corrigido por CDI, Selic ou índice (IPCA ou IGPM), é como comprar um seguro contra a inflação futura e movimentos (evolução) das taxas de juros. Um título com taxa pré-fixada corre o risco das taxas de mercado subirem, neste caso o valor de mercado do mesmo ficará abaixo do nominal - de face - (o inverso é verdadeiro, queda nas taxas fixas fazem o valor de mercado do título ficar acima do de face, o nominal).   

7) QUADRO RESUMO DAS RELAÇÕES in x im e ib x im. 
A in é uma taxa de juro de equilíbrio ideal, mas VIRTUAL. A im é uma de juro real. O BC, para equilibrar o mercado, entra fixando a taxa básica (ib) o mais próximo possível da natural (in). A melhor medida para a taxa básica é a de lp mais negociada acima de 360 dias. É o ponto definido pelas forças do mercado como o mais aceito pelos agentes econômicos. No Brasil considera-se o DI 360 ou a mais negociada acima deste ponto. Nos USA o T-Note de 2 anos, ou o ponto mais negociado acima deste ponto. Como os títulos americanos são considerados (ainda) refúgio para as reservas mundiais (inclusive privadas), deve-se analisar as taxas LIBOR  e a Prime (a distância para os T-Note).

RELAÇÃO TAXA NATURAL (in)  X TAXA DE MERCADO (im):
im é menor do que in, teremos: expansão monetária e inflação.
im é maior do que in, teremos: contração monetária e redução da inflação. 
RELAÇÃO TAXA BÁSICA  (ib) X TAXA DE MERCADO:
ib é maior do que im, teremos: contração monetária e redução da inflação. 
ib é menor do que im, teremos: expansão monetária e inflação.

im < in : - Poupança; + C; + Lucros; + I; + Salários; + NUFP; +  INFLAÇÃO.
im > in : + Poupança; - C; - Lucros; - I; - Salários; - NUFP; - INFLAÇÃO.

NUFP (nível de utilização dos fatores de produção).
Este texto baseou-se na teoria do juro e da moeda de Wicksell (Johan Gustaf Knut Wicksell, 1851, 1926), a mais bela construção teórica em economia monetária, pela simplicidade e bom senso (todos, após ele, nadaram em seus estudos).  MAG  resumo de publicação de 01/2007.

LEIAM A POSTAGEM
de 28/08/2015.


quarta-feira, 26 de agosto de 2015

BALANÇO DE PAGAMENTOS - US$ milhões DÍVIDA MOBIL. BC + TN (reais). 07/2015 - 2015P é Previsão.


BALANÇO DE PAGAMENTOS - US$ milhões 

DÍVIDA MOBIL. BC + TN (reais). 07/2015 - 2015P é Previsão. 


DADOS DO COMÉRCIO EXTERIOR E INTERVENÇÕES DO BC NO CÂMBIO.


VEJA NO SITE COM ENDEREÇO ABAIXO:

                http://www.magconsultoria.uaivip.com.br/SETOREXTERNO.htm  


A Curva de Laffer - Impostos Altos, Receita Baixa


A curva de Laffer é uma representação gráfica teórica da relação entre o valor arrecadado com um imposto a diferentes alíquotas. Explica a "elasticidade da receita em diversas alíquotas”.

A curva representa a relação entre diversas alíquotas de 0% a 100% e as receitas prováveis. Com alíquota a 0% e a 100% a receita será zero. A curva explica até que alíquota a receita subirá e a partir de qual a receita reduzirá (por redução das atividades - demanda).  A conclusão de Laffer é de que a partir de uma certa alíquota a receita cairá ao invés de subir. Aumentar alíquotas a partir de um percentual reduzirá receita. Reduzir as alíquotas, se estiveram altas, poderá aumentar as receitas.


Na coluna vertical a receita prevista. Na horizontal as alíquotas de zero a 100%. A curva demonstra que acima do ponto de equilíbrio as receitas caem ao invés de subirem.





 


quarta-feira, 19 de agosto de 2015

O ABSURDO DO FGTS.

O ABSURDO DO FGTS. 
O nome define a finalidade dos recursos: FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO.

SINDICATOS: órgãos que recebem imposto obrigatório para defender os interesses de seus contribuintes (TRABALHADORES E EMPREGADORES). Na verdade defendem os interesses dos dirigentes (a fiscalização da utilização dos recursos é quase inexistente).

FGTS: por ser remunerado com taxa de juros quase sempre negativas (menores do que a inflação) não alcançam seu objetivo precípuo, garantir pelo menos o valor original dos depósitos. O prejuízo dos trabalhadores no tempo é absurdo. As perdas se tornaram tão absurdas que as EMPRESAS foram punidas com uma multa de 40% + 10% (por perdas passadas do fundo) na hora da demissão. FALHA DOS SINDICATOS DOS EMPREGADORES, OMISSOS. SEUS LÍDERES SÓ SE INTERESSAM EM FAZER PROPAGANDA POLÍTICA (semelhante aos líderes sindicais dos empregados).  

A PERDA DOS EMPREGADOS: apenas os demitidos recebem o fundo. Os que saem por vontade própria não recebem as multas (40% + 10%). O sistema pune o bom empregado. Se um empregado ficar 35 anos em uma empresa e sair sem ser demitido não receberá a multa do FGTS. O sistema obriga a pessoa a se tornar um mal empregado para ser demitido.

VAMOS ÀS CONTAS DOS JUROS: um caso hipotético de um empregado que fica 35 anos sem sair da empresa e sem sacar o FGTS. Vamos supor um salário mensal de R$ 4.663,75 (teto máximo do INSS).
Calculando com a HP 12 C:
n = 35 anos x 12 = 420 meses;
i (taxa de juros): 4% a.a (FGTS) e 14,25% (Selic). Taxas mensais equivalentes às anuais: 4% a.a = 0,3273739% a.m; 14,25% a.a = 1,11634% a.m.
PMT (depósito mensal): 35 anos x 12 depósitos anuais de R$ 373,10;

CÁLCULO 1: i = 0,3273739% a.m; n = 420; PMT = 373,10. Valor futuro = R$ 335.363,77 (o valor que o empregado receberá do fundo ao fim dos 35 anos).

CÁLCULO 2: i = 1,11634% a.m. As outras variáveis são iguais.  Valor futuro = R$ 3.506.488,15 (valor que o empregado receberia do fundo ao fim de 35 anos, com as taxas de juros pagas pelos títulos do TN). 

PARECE MENTIRA, MAS É VERDADE.

Claro que com taxas de juros normais a diferença seria menor, mas as perdas com a inflação também. Isto reduziria as ações judiciais trabalhistas e tornaria a relação Capital x Trabalho muito mais produtiva e criativa. Seria a redenção do Brasil se viesse junto com a eliminação do imposto sindical obrigatório (o imposto da vergonha e do financiamento da formação de líderes corruptos – trabalhadores e empresários pelegos).   MAG 08/2015
  

domingo, 16 de agosto de 2015

MODELOS ECONÔMICOS DE DESENVOLVIMENTO.

MODELOS ECONÔMICOS DE DESENVOLVIMENTO.

Todos os modelos econômicos são CAPITALISTAS, com duas vertentes:

     a) CAPITALISMO LIBERAL (as democracias liberais, ou estado democrático do direito) ou de mercado (preços livres, lucros, propriedade privada), o que sobreviveu e permitiu o crescimento e desenvolvimento dos países que o adotou (os hoje considerados desenvolvidos). Prega a menor presença estatal possível. A principal função do estado é estabelecer as regras do jogo. O poder é da lei e não das autoridades. Regras do jogo devem ser preestabelecidas. A luta pela sobrevivência é um estímulo constante pela melhoria contínua e inovações. Substituir a ordem natural, espontânea e complexa dos mercados (infinitos interesses pessoais) pelas limitações do planejamento centralizado, dirigido por burocratas de governos (totalitários e autocráticos, onde a corrupção é facilitada), foi o caminho do empobrecimento, motivo do comunismo ter sido abandonado pelo mundo civilizado e livre.

    b) CAPITALISMO DE ESTADO (socialismo ou comunismo, economia de planejamento centralizado): foi a experiência política e econômica que trouxe sofrimentos e não conseguiu produzir riquezas, fracassou em todas as partes do mundo (desenvolvido ou não). Quem optou pelo regime empobreceu. Sua morte foi decretada com a queda do muro de Berlim e a famosa frase de Nikita Krushev, “que modelo econômico bom é este se todos querem fugir dele, se temos que construir muros para que não fujam, se fosse bom estaríamos construindo muros para que não entrassem”. Se a economia é de planejamento centralizado, o poder também o é, motivo de pregar a ditadura. Exemplos de fracassos: a Coreia do Norte x Coreia do Sul. A Alemanha Ocidental x Alemanha Oriental. A China Continental (antes de abrir a economia) x Hong Kong x Taiwan x Japão.
Quando prescrevem mais impostos, inclusive o sobre fortunas ou heranças, o que no fundo pretendem é substituir o modelo que proporcionou riquezas ao mundo, o capitalismo liberal (a gerência nas mãos dos interessados em lucros), pelo capitalismo de estado, a gerência nas mãos de burocratas corruptos. É a concentração das riquezas nas mãos dos mais fortes e não na dos mais dedicados e capazes (e medidos diariamente pelo lucro ou prejuízo. Os incapazes perecem e são substituídos pelos mais capazes. É a lei de sobrevivência do capitalismo liberal).   

SOCIALISMO
Para cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber.
LEI GERAL DO SOCIALISMO:
Quando metade da população entende que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, é o início da pobreza geral.
O Socialismo dificulta tanto a vida de quem trabalha que dura apenas até a riqueza produzida por estes acabar. MAG 08/2015. 


sexta-feira, 14 de agosto de 2015

CAUSAS DA CRISE ATUAL

CAUSAS DA CRISE ATUAL

O governo DR e sua equipe econômica “desenvolvimentista, heterodoxa” utilizaram medidas que sempre defenderam como modelo de desenvolvimento e implantaram a propagandeada “nova matriz econômica”, baseada em:
    a)   taxa básica (Selic) abaixo da adequada;
    b)   meios de pagamentos ampliados e oferta de crédito muito acima da taxa de inflação, do PIB potencial e do efetivo;
    c)   a inflação foi contida com repressão de preços;
    d)   operações de swaps cambiais com a clara intenção de atrasar a desvalorização do real. O problema cambial mudou de valorização para desvalorização. Os problemas que se fizeram sentir muito fortemente no câmbio, amenizados por operações de Swaps cambiais iniciadas em 2013, foram se agravando nas contas externas mês a mês. O saldo comercial passando de positivo para negativo, saldo em transações correntes aumentando o negativo para percentual  do PIB, insustentável no tempo;
    e)   a política econômica do tripé abandonada: o superávit primário passou para negativo, a meta de inflação abandonada, assim como o câmbio flutuante.
Além das medidas acima passaram para o mercado uma mensagem de aversão aos lucros, tendo como efeito a redução dos investimentos. Preços reprimidos e aversão aos lucros resultaram em uma queda imprevista dos investimentos. Preço reprimido é igual a lucros reduzidos e a redução dos investimentos.
O RESULTADO: desaceleração, recessão e felizmente antes que entrássemos em uma depressão o novo governo DR dá uma reversão total na política econômica. Os problemas apresentam-se muito maiores do que os mais pragmáticos pensavam.    
Apesar dos sofrimentos que impingiram a todos os brasileiros que não se locupletaram com as corrupções, alguns economistas ainda receitam mais do mesmo. MAG 08/2015.

Veja dados em:


http://www.magconsultoria.uaivip.com.br/moeda.htm

terça-feira, 11 de agosto de 2015

http://ecx.images-amazon.com/images/I/41AHiwFy1XL._AA324_PIkin4,BottomRight,-60,22_AA346_SH20_OU32_.jpg



Celso Costa é pesquisador associado do Centro Macro Brasil e professor dos Cursos de Master da Escola de Economia de São Paulo - FGV. 
Encontre mais informações, figuras e os códigos em: http://entendendomodelosdsge.blogspot.com.br/ 
entendendomodelosdsge@hotmail.com