A CRISE AMERICANA 08/2011.
A relação Fed Funds com os T Note de 5 anos (a comparação melhor seria com os T Note de 2 anos), claro que deve levar em consideração a conjuntura do momento e a prospectiva (cenários, expectativas do momento), demonstrada nas tabelas abaixo, chama a atenção para alguns pontos que merecem análise mais profunda. Resumidamente:
2001: Fed Funds dez. 1,82%; T note 5 anos 4,39% ( a diferença foi muito agressiva. Política monetária excessivamente expansionista).
2002; 2003; 2004: déficits públicos aumentados, dentro do aceitável, mas Fed Funds muito menores do que os T Note de 5 anos (política monetária muito expansionista). A inflação interna foi contida com importações de tudo do mundo todo, mas os ativos que não moeda subiram vertiginosamente (um desequilíbrio artificial = bolha de ativos).
2005; 2006; 2007: déficits públicos reduzidos e Fed Funds aumentados de 0,98% (dez./2003) para 5,24% (dez./2006). A bolha começou a ser furada (com muita rapidez, deveria ter sido mais lentamente).
2007: a dúvida era se a crise seria aguda ou suave e demorada. Os Fed Funds foram reduzidos muito lentamente de 5,25% em jan. para 4,24% em dez. (o T Note de 5 anos caiu para 3,49%). A queda deveria ter sido para 3,25% (0,25% abaixo dos T Note). Em 12/2008 o Fed Fund já estava em 0,25% ( T Note 1,52%). A pior conjuntura possível foi fabricada: moeda e ativos que não moeda se desvalorizando. A fuga foi para commodities, outras moedas, ouro (que não era considerado ativo reserva há anos).
2009, 2010: as receitas fiscais caíram de 18,5% do PIB para 14,9%. As despesas subiram de 19,6% do PIB para 25%. Fed Funds fixados entre 0 e 0,25% (em muitos momentos perto de zero). O déficit fiscal que deveria ter ido para 5% do PIB foi para 10% (além disto monetizaram a economia em excesso, podemos dizer irresponsavelmente). O que originou crise não combate crise. Tudo tem limites. A taxa básica americana (Fed Funds) deveria ter ficado no máximo 0,75% abaixo dos T Notes (e por tempo muito pequeno, 6 meses). O correto seria um déficit de 5% do PIB, básica entre 0,25% e 0,5% abaixo dos T Notes (no Brasil por causa do histórico da inflação deve haver mais rigor). Esta seria a receita de um pouso mais suave (mais longo na verdade). Os japoneses tentaram de tudo (até distribuir renda para cada pessoa e não conseguiram nada melhor). Se uma crise foi fabricada a saída será sempre com sofrimento (muito ou pouco dependendo do timoneiro).
Sobre salvar bancos: é correto e tem de ser feito (evitar crise sistêmica em cima de crise). Mas os acionistas e dirigentes não devem ser salvos (o banco sim).
ENSINAMENTO A TIRAR: LIMITES, EXCESSOS NÃO SALVAM EXCESSOS.
ORIGEM DAS CRISES: IRRESPONSABILIDADES FISCAIS OU MONETÁRIAS OU AS DUAS (exceção para guerras, terremotos etc.).
Ver tabelas na postagem sobre a crise americana de 2008.
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