segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

CRESCIMENTO ECONÔMICO – CONSUMO X INVESTIMENTO

CRESCIMENTO ECONÔMICO – CONSUMO X INVESTIMENTO

Considerando a fórmula reduzida de PIB = C + I (consumo + investimentos), qual seria o efeito das diversas relações percentuais I / PIB (investimento / PIB) no crescimento econômico? Sabemos que os gastos com investimentos permitem o aumento da produção e da produtividade (ajuda também nas inovações). Sabemos também que um gasto mínimo com investimentos é necessário para fazer face à depreciação. Sabemos também que a qualidade dos gastos públicos influencia na qualidade de vida e no crescimento econômico. 

Os gastos podem ser classificados em: 
a) necessários e desnecessários; 
b) produtivos e improdutivos; 
c) meio ou fim; 
d) benéficos (alimentos) ou maléficos (cigarros, bebidas); 
e) honestos ou desonestos (corrupção nos gastos públicos). 

Fácil entender que a boa ou má qualidade dos gastos públicos é fator condicionante no crescimento e no desenvolvimento econômico e social (qualidade de vida). Neste sentido podemos afirmar que o subdesenvolvimento (pobreza) é conseqüência da má qualidade da gestão dos gastos públicos.
No quadro abaixo varias relações de gastos (consumo x investimentos):

PIB
C
I
100
85
15
100
80
20
100
70
30
100
60
40

Fácil entender que o país com a melhor relação consumo x investimentos tem mais condições de crescimento (claro que a qualidade dos gastos também influencia).      

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

BC (COPOM) ACERTOU MAIS UMA VEZ (30/11/2011).

O BC (COPOM) acertou mais uma vez reduzindo a taxa básica (Selic) em 0,5% (de 11,5 para 11%).  O DI 360 estava em 9,72% (29/11), a taxa com vencimento em jan../2013; 9,67%. Uma Selic em 11% ainda fica mais de 1% acima da taxa neutra (portanto contracionista). A conjuntura prospectiva não exige uma taxa básica maior (as quedas graduais são as mais indicadas para o momento).

terça-feira, 22 de novembro de 2011

FGTS E INSS

FGTS:
É UM FUNDO PAGO PELOS EMPREGADORES, TENDO O SALÁRIO COMO BASE DE CÁLCULO (NESTE SENTIDO É UM REDUTOR DO SALÁRIO), CONTABILIZADO EM NOME DOS EMPREGADOS COM A FINALIDADE DE FORMAR CAPITAL PARA GARANTIR DESEMPREGOS E COMPLEMENTAR APOSENTADORIAS. Se os rendimentos do fundo fossem os de mercado as motivações para reclamações trabalhistas seriam reduzidas. EMPREGADORES E EMPREGADOS SERIAM BENEFICIADOS.
EXEMPLO DA PERDA DOS TRABALHADORES (por extensão dos empregadores):
Um salário de R$5.000,00 mensais; 35 anos; taxa de juro de 1% a.a; de 0,5% a.a e de 0,25% a.a; dariam.
a) 1%: n = 35 x 12 = 420; i = 1%; PMT = 0,08 x 5000,00 = 400,00.
Valor acumulado ao final de 35 anos = R$2.572.383,79.
b) 0,5% dariam ao final R$569.884,12.
      c)    0,25% dariam ao final R$296.625,46.

A DIFERENÇA É ABSURDA. A PERGUNTA QUE FICA NO AR É: qual o motivo dos sindicatos de empregados e de empregadores silenciarem a respeito? Será que é o Imposto Sindical Obrigatório (restolho da influência do fascismo italiano no Brasil) que desobriga-os do compromisso com os trabalhadores e as empresas?
Se as taxas de juros fossem as de mercado os empregados não forçariam demissões para sacar o fundo e o valor acumulado pelo mesmo reduziria a necessidade da busca da justiça trabalhista. O saldo geral do fundo seria muito maior (poupança nacional) com todos os benefícios advindos para a economia nacional.

INSS:
A INJUSTIÇA COM OS CONTRIBUINTES DA INICIATIVA PRIVADA QUE RECEBEM ACIMA DO TETO MÁXIMO.

As contribuições para o INSS que incidem sobre o salário são:
a)    Até o valor do teto da aposentadoria: 32% (12% empregados e 20% empregadores). Esta contribuição se fosse pelo sistema de capitalização seria a necessária para uma aposentadoria em torno de 80% do último salário.
b)   Valor salarial acima do teto: 20% (empregadores). A contribuição é um redutor salarial. Os empregados e empregadores não são beneficiados em nada. Se fosse pelo sistema de capitalização as aposentadorias poderiam ser acima do teto. Seria a correção de uma injustiça e um redutor de reclamações trabalhistas. O correto seria os trabalhadores contribuírem com mais 12% e aposentarem-se com valor equivalente ás contribuições. As aposentadorias seriam adequadas ao fundo constituído pelas contribuições dos empregados e empregadores (o fundo dos empregados seria corrigido pelo rendimento da Selic. Absurdo? NÃO).
c)    Seguro INSS para afastamentos e aposentadorias antes do tempo: entre 1 e 3%.
d)    Sistema S e salário educação (5,85%). Um redutor salarial absurdo (mal fiscalizado e utilizado politicamente.).  

As aposentadorias concedidas como Assistência Social deveriam ser contabilizadas separadas do sistema INSS. Previdência e Assistência Social são parecidas, mas não são iguais. MAGECONOMIA.   

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

TAXA DE JURO, DÍVIDA PÚBLICA E PIB


TAXA DE JURO, DÍVIDA PÚBLICA E PIB



Existem três variáveis significantes na fixação das taxas de juros pelo mercado, Segurança, Liquidez e Rentabilidade. As duas últimas diretamente influenciadas pela primeira. Maior a Segurança, maior a liquidez (dos títulos) e menor a taxa de juro. Inúmeros exemplos podem ser citados: USA (taxa de juro baixa), Alemanha taxa menor do que a da França que é menor do que a da Itália. A segurança é transmitida ao mercado através da análise de dados e de fatores políticos. A dívida e a carga tributária em relação ao PIB, o saldo em transações correntes e no balanço comercial, as reservas, as instituições e inúmeros outros fatores influenciam a taxa de juros para um país. Um país com bons números, mas politicamente inseguro (oposição forte e demagógica que contesta a dívida) tem suas taxas de juros aumentadas. Isto aconteceu por vários anos com o Brasil, por discursos demagógicos contra a dívida pública mantidos por uma oposição, parte ignorante e a grande maioria jogando o jogo do quanto pior melhor. O custo para o Brasil foi enorme e pesa até hoje (isto deve pesar na consciência de alguns).
Inúmeros países da zona do EURO tinham uma relação dívida PIB muito alta e taxas de juros relativamente baixas (Itália, Espanha, Portugal, Bélgica). A segurança que o histórico dos países passava fazia com que seus títulos fossem demandados (liquidez) e a taxa de juros não subisse muito. A crise da Grécia fez a liquidez ser reduzida por efeito da aversão ao risco (insegurança) e as taxas de juros subiram para os países com números que deixam a desejar.
Fazendo analogia com a política monetária brasileira podemos afirmar que um dos motivos da necessidade de nossa taxa básica ser tão alta é a crítica que o BC sofreu (durante todo o governo FHC e Lula) e ainda sofre (passa insegurança para o mercado). Quer dizer que a turma que crítica a taxa básica alta e o BC, de fato estão trabalhando contra a queda da Selic (alguns conscientemente, a maioria por ignorância).  


sábado, 19 de novembro de 2011

PREVIDÊNCIA - PRIVILÉGIOS, INJUSTIÇAS, INSOLVÊNCIA E QUEBRADEIRA.



"As grandes nações nunca empobrecem devido ao esbanjamento ou à imprudência de particulares, embora empobreçam às vezes em consequência do esbanjamento e da imprudência cometidos pela administração pública. Toda ou quase toda renda pública é empregada, na maioria dos países, em manter cidadãos improdutivos."  "Os cidadãos improdutivos, que deveriam ser mantidos apenas por uma parcela da renda economizada pelo povo, podem chegar a consumir parte tão relevante da renda total, e com isso obrigar tão grande número de pessoas a interferir em seu capital, nos fundos destinados à manutenção de mão de obra produtiva, que toda a frugalidade e a boa administração dos indivíduos podem ser incapazes de compensar o desperdício e aviltamento da produção, gerados por essa intromissão violenta e forçada." Adam Smith.

COMPARAÇÃO INSS X RPPS -  2010
TÍTULOS
INSS
RPPS
DÉFICIT
42,9 milhões
51,2 milhões
QUANT. DE BENEFICIÁRIOS
24,4 milhões
940 mil
APOSENTADORIA MÉDIA
714
5,972 mil
RPPS = Regime de Previdência dos Funcionários Públicos. As aposentadorias médias dos funcionários do Legislativo federal, do Judiciário federal, e do Ministério Público federal, em 2010, foram superiores a R$10.000,00. Fonte: Marcelo Abi-Ramia, IPEA. 

O teto da aposentadoria do funcionário público é superior a R$25.000,00; do INSS é R$3.689,66 (6,77 sal. mínimos. O teto já foi de 20 S.M. A queda irá até quando?). Os maiores prejudicados no sistema INSS são os trabalhadores (inclusive autônomos) que recebem acima do teto máximo, pois contribuem com 20% sobre este valor através das fontes pagadoras. 
Outra injustiça é o FGTS ser remunerado pela menor taxa de juro do país (os sindicatos das empresas e dos trabalhadores, absurdamente, não reclamam.). 
O salário servir de base de cálculo (igual a redução de salário) para SENAI (1%), SESI (1,5%), SEBRAE (0,6%), SALÁRIO EDUCAÇÃO (2,5%), FINALIDADES MENOS NOBRES DO QUE A APOSENTADORIA (não são fiscalizadas seriamente. São utilizadas politicamente). Entre os absurdos ainda convivemos com o restolho do fascismo italiano: IMPOSTO SINDICAL OBRIGATÓRIO. Sindicatos que sobrevivem do PRIVILÉGIO DO IMP. SIND. OBRIGATÓRIO, não têm compromissos com os interesses de seus associados (trabalhadores e empresas), mas sim com populismos e demagogias. 

sábado, 12 de novembro de 2011

UMA QUEDA DA SELIC REDUZ O CUSTO DA DÍVIDA PARA O TN?

UMA QUEDA DA SELIC REDUZ O CUSTO DA DÍVIDA PARA O TN?
Depende. Uma resposta rápida sem análise e sem estratificação dos números, o sim parece o correto. De fato a resposta correta só pode ser dada após uma análise dos números.  Qual o percentual da dívida é corrigido pela Selic, pelo IPCA, pelo IGPM e qual o prazo médio de cada. Isto para uma análise estática, apenas do estoque da dívida. Uma análise dinâmica (dos fluxos) tem que considerar outros fatores como, cenário com inflação ascendente ou descendente, a Selic estar acima ou abaixo do ponto neutro, o BC ter credibilidade ou não, o TN estar com que percentual de déficit em relação ao PIB. Em resumo
Situação 1 - prazo médio da dívida de 24 meses, déficit fiscal de 3% do PIB, parte da dívida corrigida por selic 30%, por índices 30%, pré 35%, VC 5%. Cenário com inflação ascendente, selic fixada em 10% e ponto neutro em 11%. Uma redução da selic faria as taxas pré, o IPCA e o IGPM subirem, o prazo médio da dívida cair, as tentativas do TN de vender títulos corrigidos por selic só com ágios. Enfim a queda da selic faria o custo da dívida subir. 
Situação 2 – tudo semelhante menos a selic estar fixada em 12,5% e o cenário com muita probabilidade de desaquecimento (a inflação inverteria para queda). Se a selic for reduzida para 11,5% (ainda 0,5% acima do ponto neutro) ela continua contracionista. Neste caso a queda da selic reduziria o custo da dívida.   



CUSTO MÉDIO DA DPF (Fonte TN).
  Custo médio mensal Custo Médio 12 meses
Dez./09 Dez. /10 Jun./11 Dez./09 Dez./10 Jun./11
LFT Selic 8,66 10,66 12,10 9,96 9,78 11,07
LTN pré (i venc.) 11,23 11,33 11,01 11,72 11,06 11,47
NTN B IPCA 12,17 14,64 8,74 12,34 13,59 14,23
NTN C IGPM 6,58 18,40 7,49 7,82 22,17 19,30
NTN F pré (i sem.) 12,66 12,52 12,58 12,64 12,49 12,55
DPF externa -0,72 -13,45  -1,74 -13,01 6,42 -0,65
SELIC INADEQUADAMENTE BAIXA AUMENTA O CUSTO DA DÍVIDA PÚBLICA (VIDE CUSTOS IGPM).

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

GREENSPAN: EXUBERÂNCIA IRRACIONAL (BOLHA) E CONTRAÇÕES INESPERADAS E PROLONGADAS (CRISE, FURO DA BOLHA).

GREENSPAN: EXUBERÂNCIA IRRACIONAL (BOLHA) E CONTRAÇÕES INESPERADAS E PROLONGADAS (CRISE, FURO DA BOLHA). MOEDA X OUTROS ATIVOS.
“Como saber quando a exuberância irracional aumentou indevidamente os valores dos ativos, que, então, se tornam sujeitos a contrações inesperadas e prolongadas.”  
COMENTO: os ativos (como todas as mercadorias e serviços) são precificados (unidade de medida) através da moeda nacional (ou da moeda, reserva de valor, mundial). Os agentes econômicos possuidores de poupanças (estoque), de renda mensal (salários, honorários, aluguéis, lucros, juros) têm que decidir sobre o que fazer, investir em ativos que não moeda, em aplicações financeiras ou consumir. Os agentes possuidores de poupanças ou renda mensal pensam ao decidirem sobre suas aplicações financeiras (taxa pré ou pré mais índice de inflação) e investimentos. Neste sentido sou adepto das expectativas racionais (quem tem dinheiro procura se informar pela imprensa, bancos, órgãos oficiais, etc.). Os bancos, melhores informados, sobem as taxas de aplicação e também as de captação prevendo aumento da inflação (os outros agentes percebem). Resumidamente as opções dos agentes são as contidas no quadro abaixo:     
A ESCOLHA DOS POUPADORES: MOEDA PÁTRIA X OUTROS ATIVOS
ATIVO
RISCOS
RENDA DOS POUPADORES
DESTINO, FINALIDADE
MOEDA (preferência pela liquidez)
Guarda
Evita perdas com deflação e desvalorizações de títulos.
Entesourar moeda. Evitar desvalorizações de outros ativos.
APLIC. FINANC. Renda Fixa Pré
Inflação, Juros subirem (cai valor título)
Juros (- Inflação – IRF).
Financiamentos (empresas e pessoas).
APLIC. FINANC. CM, Índices
A parte de juros subir (cai valor título)
Juros + CM - IRF
Financiamentos (empresas e pessoas).
BOLSA
Desvalorizações
Divid. + - Variações no valor
Aumento de Capital, Transferências.
IMÓVEIS, TERRENOS, AMPLIAÇÕES
Liquidez, desvalorizações
Alugueis + -  Var. no Valor
Locatários (empresas e pessoas).
ESTOQUES, MAQUINÁRIOS
Deprec. tecnológica (inovações)
Valorizações
Consumo futuro.
OUTRAS MOEDAS
Desvalorizações
Juros + - Variações Cambiais
Câmbio.
OURO
Desvalorizações
Valorizações
Entesourar

Os agentes sabem (por bom senso = racionalidade) que uma política fiscal com déficits nominais acima do crescimento do PIB vai provocar um processo inflacionário e aumento da dívida pública em relação ao PIB até um ponto em que se tornará impagável. Sabem também que se o governo monetizar a economia acima do crescimento do PIB fará as taxas de juros de cp (no primeiro momento) cederem e as de lp (no primeiro ou segundo momento) subirem (as expectativas de inflação aumentam). Este é um processo evolutivo (a inflação fica crescente). Com a inflação crescente, apesar das aplicações financeiras serem feitas com taxas (ex-ante) prevendo isto, no fim sempre perdem, as taxas ex-post ficam negativas. Isto provoca uma fuga das poupanças para os ativos que não moeda. Os imóveis, os aluguéis e as bolsas sobem em percentuais sempre acima dos índices de preços de consumo. É assim que se formam as bolhas, com política monetária frouxa (ou fiscal irresponsável). Os BCs que têm por função manter o poder de compra da moeda, não cumprem sua missão, agem com atraso ou com frouxidão. Os governos gastam demagogicamente sem responsabilidade com os pagamentos futuros.  Como uma situação desta (irresponsabilidade monetária ou fiscal) não tem sustentação, na hora da correção, taxa básica adequada, redução dos gastos públicos, moratória ou negociação com desvalorização do valor da dívida pública, os preços dos ativos que subiram acima do normal caem, perdendo todos os ganhos anormais (é o furo da bolha).  

terça-feira, 1 de novembro de 2011

EXPECTATIVAS RACIONAIS, POLÍTICA ECONÔMICA DISCRICIONÁRIA OU DIRIGIDA POR REGRAS?


EXPECTATIVAS RACIONAIS, POLÍTICA ECONÔMICA DISCRICIONÁRIA OU DIRIGIDA POR REGRAS?

EXPECTATIVAS RACIONAIS: defende a tese de que os agentes utilizam todas as informações disponíveis (de mercado, de políticas do governo, declarações de autoridades monetárias), antes de fazer seus investimentos (imóveis, terras, ações a LP, reinvestimentos empresarias, etc.), aplicações financeiras (taxa pré, pré + índice, bolsa, ouro, etc.), ou endividarem-se. Partindo da aceitação de que os agentes econômicos pensam (bom senso = racionalidade) antes de fazerem seus investimentos, aplicações ou negócios, alguns princípios passam a ser fundamentais (e aceitáveis) na política monetária, como o compromisso com a transparência (boas estatísticas), a credibilidade (conseguida com verdades e explicações racionais e consistentes) e uma comunicação eficaz para influenciar as expectativas. Agindo os agentes econômicos baseados em expectativas racionais (de inflação, da conjuntura prospectiva, causa e efeito), se justifica uma política monetária baseada em regras e metas, como câmbio flutuante (elimina o poder discricionário da autoridade), superávit primário e meta de inflação. As expectativas racionais justificam também os modelos macroeconômicos (baseados em causa e efeito), além das regras e metas. Justifica o aumento ou a redução da taxa básica para influenciar as expectativas dos agentes quanto a inflação futura. Por outro lado, se os agentes não pensam (não têm expectativas racionais) para fazer seus investimentos ou aplicações financeiras, as regras e metas não têm sustentação, não se justificam, prevalecendo a tese da política discricionária.   
As expectativas influenciam a política monetária e esta busca influenciar as expectativas dos agentes. As empresas decidem sobre seus investimentos com base nas expectativas do mercado, dos lucros previstos (orçamentos) e da política monetária e fiscal.
Os monetaristas defendem as expectativas racionais e por extensão as regras. Os heterodoxos (desenvolvimentistas) são contrários às expectativas racionais e favoráveis à política econômica discricionária.  

NAS FORMAÇÕES DE BOLHAS (valorizações de ativos acima dos preços aos consumidores por tempo longo) OS AGENTES DEIXAM-SE LEVAR PELAS EXPECTATIVAS DE GANHOS FÁCEIS (a tentação da sensação de riqueza fácil, aproveitar a formação da bolha, a riqueza virtual artificial). OS QUE TÊM EXPERTISE SAEM ANTES DO FURO. A MAIORIA PERDE COM O FURO DA BOLHA (que acontece com muito mais rapidez do que o esperado). AS PERDAS SÃO IMENSAS (A SENSAÇÃO DE EMPOBRECIMENTO É ENORME). MUITOS QUEREM FAZER CRER QUE ESTA EXCEÇÃO INVALIDA AS EXPECTATIVAS RACIONAIS DOS AGENTES, MAS É APENAS UMA EXCEÇÃO. MUITOS SE ARRISCAM NA ESPERANÇA DE SAIR ANTES DA BOLHA FURAR, MAS A MAIORIA SABE SER UMA BOLHA EM FORMAÇÃO. MAG 01/2011

DESREGULAMENTAÇÃO E EFEITOS DA TAXA BÁSICA NOS JUROS LONGOS DE MERCADO.


ALAN GREENSPAN SOBRE DESREGULAMENTAÇÃO E EFEITOS DA TAXA BÁSICA NOS JUROS LONGOS DE MERCADO.

DESREGULAMENTAÇÃO.  Alan Greenspan (que atuou 18 anos como regulador nos USA, antes de ser presidente do FED), foi quem mais defendeu a desregulamentação dos mercados financeiros, e o fez da seguinte forma:

“Qualquer restrição normativa às estratégias e às táticas de investimentos dessas entidades (que é o que fazem os regulamentos) limitaria a assunção de riscos, que é parte integrante da contribuição dos fundos de hedge para a economia global e, principalmente, para a economia dos USA.”   

“Como chairman do FED eu seria responsável pelo vasto aparato regulatório do FED.” “Embora a atribuição básica do CAE fosse rechaçar esquemas de política fiscal irresponsáveis, eu por vezes aceitava aumentos de regulamentação – quando a proposta parecia ser a menos ruim entre as opções políticas que se ofereciam ao governo.” 

“o poder de vigilância pela contraparte, como primeira linha de proteção contra excessos e impropriedades.”

"Três regras práticas sobre regulamentações":

1)    Regulamentações aprovadas durante as crises devem sempre passar, posteriormente, pelo processo de sintonia fina.
2)    Ás vezes, vários reguladores são melhores do que um. O regulador solitário torna-se avesso ao risco, tentando proteger-se de todos os resultados negativos imagináveis, tornando difícil e onerosa a observância de suas normas.
3)    Os regulamentos sobrevivem à própria razão de ser e devem ser renovados periodicamente.

Sobre o envolvimento do governo: “Uma área em que é preferível mais envolvimento do governo, em minha opinião, é o da erradicação de fraudes, que são a pior praga de qualquer sistema de mercado.”

COMENTO: como dizer que Greenspan (neoliberais) era contra toda forma de regulamento? Pelo que escreveu verificamos que era contra os excessos desnecessários e onerosos de regulamentações. Era a favor de mais envolvimento do governo na erradicação de fraudes. Era contra regulamentos influenciar nas estratégias e nas táticas dos fundos de hedge (o que seria o mesmo que ensinar o padre a rezar missa).  Outro absurdo é escreverem que a crise aconteceu pela eliminação de regulamentos (não citam quais, nem a relação causa e efeitos). Na verdade a crise de 2008 aconteceu por erro de política monetária (muito frouxa, fez as bolhas de ativos que não moeda, depois mais rígida que o necessário fez o estouro ser muito rápido). A crise atual do EURO aconteceu e está ainda transcorrendo por irresponsabilidades em políticas fiscais por parte de membros da comunidade (na verdade desobediência à norma de déficit fiscal de até 3% e dívida de até 60% do PIB). E os bancos? Pecaram pela ganância.    

EFEITOS DA TAXA BÁSICA NAS TAXAS DE JUROS LONGAS DE MERCADO (Greenspan): “Em junho de 2004 (o Armínio Fraga entrou na presidência do BC em 01/03/1999, uma observação), observei (Geenspan falando) que apesar de termos subido a taxa básica, os juros das Notas do Tesouro de 10 anos, além de não terem subido, ainda haviam caído.” “As taxas de juros de LP começaram a refletir plenamente a redução das expectativas de inflação, em conseqüência do aumento das taxas de juros pelo Fed.”

COMENTO: a credibilidade do BC (da autoridade monetária), o nível da taxa básica (abaixo ou acima da taxa neutra, o ponto mais negociado da curva de juros do mercado), e a visão pelos agentes da conjuntura prospectiva (ascendente ou descendente), influenciam no tempo de resposta (os efeitos acontecem até 12 meses à frente, no Brasil, com pico entre o 6º e o 9º mês) do aumento da taxa básica, e no prazo dos títulos em que os juros iniciam a queda (no Brasil os juros sobem nos títulos com vencimento até 1 ano, mais ou menos, e após iniciam a queda).  


terça-feira, 18 de outubro de 2011

É TUDO MENTIRA.

É TUDO MENTIRA.
A MENTIRA PODE SER BOA PARA O DESENVOLVIMENTO DA HUMANIDADE?

A afirmação acima (é tudo mentira) dita sobre as religiões politeístas é aceitável e fácil de entender, afinal fomos educados desde criancinhas (agredidos?) à verdade de que o politeísmo era errado e mentiroso (vários homens invisíveis, espíritos, que ficavam no céu de olho em tudo que fazíamos). Os escritos do antigo testamento não resistem a uma análise com um mínimo de rigor crítico (alguns fatos verídicos e inúmeras lendas). Incongruências (afirma e nega), crimes cruéis ordenados por um deus dito único (trocaram os vários homens invisíveis que ficavam nos céus por um único) e toda forma de absurdos não mais aceitos no mundo civilizado do bem comum e do estado democrático do direito são a base desses livros. No novo testamento também encontramos contradições (históricas e factuais) inaceitáveis a um mínimo de rigor analítico, apesar da bela e elogiável pregação humanista. A parte espiritual (a magia, o pensamento mágico) pode ser considerada uma tática antiga utilizada para obtenção de dominação e poder, já que religião e estado eram unificados. Os milagres, os espíritos, táticas utilizadas para amedrontar a uns e endeusarem-se perante outros, resiste a anos de desenvolvimento da humanidade (até os mais educados academicamente se submetem docilmente a estas mentiras). Anos de estudo não substituem a agressão (criminosa) a que crianças são submetidas com a educação religiosa. Dogmas, mentiras e medos (inferno, diabo, espíritos) são incutidos nas crianças como verdades pelas pessoas que elas mais amam, mães e pais. A maioria dos profissionais que estudam o pensamento e o comportamento (psiquiatras, psicólogos, sociólogos) não consegue libertar-se das crendices a que são submetidos quando crianças.
Durante anos pensei que a religião que prega o amor e o perdão, o arrependimento, não poderia fazer mal para a humanidade nem para as pessoas individualmente, seria até boa. Mas para isto teria que aceitar que a mentira (e o poder através dela) seria boa para o desenvolvimento da humanidade (uma agressão ao bom senso).  A partir da aceitação de que a mentira não pode ser boa conselheira, nem para o desenvolvimento da humanidade, aceitar ateísmo passa a ser o contraditório da falsidade. Em nome da fé em um homem invisível que fica no céu vigiando tudo e a todos, é submeter-se, docilmente, à mentira, inaceitável para o homem que pensa. O mal que as religiões podem fazer para a humanidade foi relativizado com a defesa pelos liberais do estado laico (separação de estado e religião, escolas públicas não ensinarem religião). Mas apesar desta evolução do mundo ocidental a força do pensamento mágico das religiões (espíritos, milagres, santos, demônios, a força da oração) sobre a individualidade das pessoas é muito forte (a fé - ou crendice -, sua força e poder sobre as pessoas). Substituir a fé pelo que? A fé nada mais é do que a aceitação do acontecido e a crendice de que a oração poderá mudar o futuro. A inação que a fé (o poder da oração) pode causar nas pessoas prejudica a ação das mesmas na solução dos problemas. O que pode substituir a fé? A aceitação. A frase que religiosos usam é a pura verdade: aceitar o que não podemos modificar, coragem para mudar o que podemos e sabedoria para distinguir uma das outras. Esta frase é o melhor que encontrei para substituir a inação que a fé pode fazer.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

MONETARISMO


MONETARISMO
A ESTABILIDADE MONETÁRIA É CONDIÇÃO NECESSÁRIA (mas não o suficiente) AO DESENVOLVIMENTO E AO CRESCIMENTO ECONÔMICO. 
A política monetária sozinha não resolve problemas microeconômicos, estruturais ou setoriais, depende de harmonia com a política fiscal e a cambial e também de um ambiente institucional motivador.

Relacionar os princípios que o monetarismo defende é a melhor maneira de defini-lo. Abaixo relaciono uma síntese:
a) a política monetária deve ser conduzida por regras (princípio que busca no pensamento liberal);
b) é contra o poder discricionário na condução da política monetária, acredita nas expectativas racionais (semelhante ao pensamento liberal e contra o keynesianismo que defende o arbítrio do poder discricionário);
c) defende a transparência e o crescimento constante e sem oscilações na oferta monetária (a um ritmo estável);
c) acredita que as oscilações na oferta monetária são uma das causas das crises. Receita para as crises não deixar que caia a oferta monetária;
d) acredita que o crescimento constante da oferta monetária estabiliza a demanda agregada. A oferta monetária, os juros de mercado e a inflação orientam a necessidade da taxa básica de juros. As bolhas nos preços dos ativos são provocadas por excesso de oferta monetária e taxa básica de juro abaixo do ponto de equilíbrio;
e) a autoridade monetária deve subir a taxa básica de juros quando a expectativa de inflação subir, para reduzir a oferta monetária (menos moeda, menos depósitos, menos empréstimos), as atividades e a pressão inflacionária;    
f) defende o estabelecimento de uma META para a inflação, a ser alcançada pelos BCs (é uma regra e limitação do poder discricionário);
g) acredita que a estabilidade monetária (o equilíbrio) acontece com uma taxa natural de desemprego (máxima de 6%);
h) o câmbio deve ser flutuante (limita o poder discricionário da autoridade monetária);
i) o crescimento deve ser sustentável, sem inflação e sem bolha de demanda. Demanda e oferta devem crescer em harmonia (velocidade);
j) o crescimento da economia deve ter por limite o PIB potencial (a capacidade da economia crescer sem inflação, a existência de fatores de produção).
O monetarismo não concorda com o poder discricionário da autoridade monetária, com o câmbio fixo, com o tabelamento dos preços (produtos, salários, câmbio, juros de mercado).  

MAGECONOMIA/ 2011 

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

BRASIL: NECESSIDADE DE IMPORTAÇÃO DE CAPITAIS

BRASIL: NECESSIDADE DE IMPORTAÇÃO DE CAPITAIS

A necessidade de importação de capitais pelo Brasil é de US$5 bilhões por mês (média). Esta necessidade é representada pelo resultado negativo da conta Transações Correntes (jan. a ago. 2011 = US$33,784 bi. negativos), que é igual a: saldo do Bal. Comercial US$19,976 bi. (positivo); saldo da conta Rendas (dividendos, juros, salários) US$30,958 bi. (negativo); saldo da conta Serviços (aluguéis de equipamentos, transportes, viagens) US$24,722 (negativo); saldo da conta Transf. Unilaterais US$1,971 bi. (positivo). Ate ago./2011 o Brasil conseguiu importar através da conta Capital US$88,228 bi. (valor bem acima da necessidade).  Esta importação de capitais vem principalmente através de empréstimos (a empresas privadas e compras de títulos do TN) e investimentos de estrangeiros no Brasil (em empresas, em ações.). Os capitais são atraídos para países onde encontram Segurança, Rentabilidade e Liquidez. Aprendemos com a crise de 2008 que a Aversão ao Risco (segurança = do capital, rentabilidade = perdas cambiais), provoca fuga de capitais para a moeda reserva mundial. As operações bancárias paralisaram em 2008 (foi a atuação do governo americano, Fed, oferecendo liquidez através de swaps ao Brasil, que fez com que a crise aqui fosse menor.). O IOF criado pelo Brasil em uma situação de excesso de oferta de capitais, criando artificialidade no mercado cambial (artificialidade = insegurança cambial = aversão ao risco = fuga de capitais), pode ser um tiro no pé dependendo para onde a crise da zona do Euro caminhar. A eliminação dos IOFs cambiais é medida urgente a ser tomada retirando a artificialidade do mercado cambial brasileiro. O BC pode e deve atuar através de medidas Prudenciais que imponham Limites de Riscos para os bancos (é o que pode e deve ser feito).       

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

AS DESVALORIZAÇÕES DAS PRINCIPAIS MOEDAS DESDE A ANTIGUIDADE

AS DESVALORIZAÇÕES DAS PRINCIPAIS MOEDAS DESDE A ANTIGUIDADE (um breve resumo): as moedas metálicas tinham o seu valor baseado no seu peso e pureza (ouro, prata). Os romanos para financiar suas guerras de conquistas reduziam o peso e a pureza do ouro contido nas moedas (era um tipo de inflação ou desvalorização da moeda). Os governos imperiais e monárquicos achavam-se no direito de falsificar a moeda da mesma maneira que os romanos. Nos tempos mais contemporâneos muitas nações deixaram de honrar o compromisso com sua moeda. Podemos enumerar os prejuízos (tipo de moratória ou quebra) que deram: 
a) a Inglaterra deixou de honrar a conversibilidade da Libra esterlina em ouro na primeira guerra mundial (após a guerra, em 1925, retornou para a conversibilidade à paridade de antes da guerra, um tiro no peito); 
b) em 1931 a França resolveu transformar toda a sua reserva em ouro. A Inglaterra não tendo como honrar suspendeu a conversibilidade da Libra esterlina; 
c) em 1944, na conferência de Bretton Woods os USA comprometeram-se a garantir a conversibilidade do dólar em ouro ao preço de US$35,00 por onça-troy. Em 1968 os USA estabeleceu dois preços para o ouro, um oficial apenas para os bancos centrais, outro livre para outros agentes econômicos; 
d) em 15/08/1971, os USA, abandonam totalmente a conversibilidade do dólar em ouro. Em março de 1973 os países industrializados abandonam a paridade fixa com o dólar, deixando suas moedas flutuarem em relação ao mesmo enterrando de vez o sistema de Bretton Woods; e) em 1979 os principais países da Europa decidiram criar um sistema monetário regional (o EURO). O ouro chegou a valer mais de US$800,00 (1980), caindo para US$300,00 em 1985 (as negociações ou especulações como alguns definem alcançaram uma intensidade de movimentação imprevisível). Na primeira década do século 21 o dólar passa a ter circulação muito maior do que a economia dos USA  (na verdade os USA passam a viver de emitir moeda). O regime de câmbio fixo só se justificaria se o dólar fosse conversível em ouro a uma paridade fixa (Bretton Woods). Se o dólar é apenas uma moeda escritural, seu valor dependerá da política monetária e da economia americana (a capacidade dos USA oferecer alguma riqueza real em troca dos dólares). O capital (direitos de receber dividendos, juros, de retorno de capitais) de residentes nos USA no exterior deve ser considerado nesta análise.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

COPOM 18 e 19/10/2011 – SELIC E CURVA DE JUROS

COPOM 18 e 19/10/2011 – SELIC E CURVA DE JUROS

Sempre que se estuda fixar uma taxa básica (Selic) devemos olhar: 
a) a inclinação da curva de juros na parte curta e na longa (muito ou pouco ascendente ou descendente); 
b) se o ponto mais negociado está acima ou abaixo de 1 ano; 
c) se o maior volume negociado está acima ou abaixo de 1 ano; 
d) a tendência dos juros e da curva no tempo (os juros estão com tendência de alta ou de baixa); 
e) se a taxa básica ex-post líquida de IRF está positiva ou negativa. No momento atual (30/09/2011) os juros estão andando de lado, após um período de queda. O ponto mais negociado com vencimento em jan./2013, 10,46% (abaixo da Selic 12%). O volume mais negociado acima de 1 ano, mas pouca diferença, as taxas curtas maiores do que as longas.

Destes dados podemos ler que: 
a) o mercado financeiro (agentes que colocam dinheiro em jogo) está prevendo queda das atividades e da inflação (as taxas longas caíram e estão menores do que as curtas), conjuntura prospectiva em queda; 
b) a taxa neutra (ponto mais negociado da curva) está menor do que a Selic (10,46% para 12%), significando que a política monetária ainda está contracionista; 
c) o maior volume negociado está acima de 1 ano, mas muito pouco, significando que os agentes ainda estão pouco seguros e com previsibilidade de longo prazo baixa.  Se o mercado (os que colocam dinheiro em jogo) está prevendo queda das atividades, não há o que justifica uma Selic (12%) maior do que o ponto mais negociado da curva de juros (10,46%).  Considerando o cenário ainda confuso e nebuloso uma queda de apenas 0,5% é o mais aconselhável.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

DERIVATIVOS FINANCEIROS: CAMBIAIS, DE JUROS, DE ÍNDICES, DE CRÉDITO.

DERIVATIVOS FINANCEIROS: CAMBIAIS, DE JUROS, DE ÍNDICES, DE CRÉDITO.   
Derivativos Financeiros: operações para empresas que buscam proteção (de câmbio, juros, índices, entre outros). Quatro modalidades de contratos existem: “termo”, “futuro”, “opções” e “swaps”. Os derivativos podem ser negociados em bolsas organizadas, com registro das operações, ou no mercado de balcão (geralmente instituições, sem divulgação de preços e não seguem regras específicas).
É uma operação com duas partes, uma ganha outra perde. Uma empresa que tem créditos de exportações em dólares faz derivativos para fazer face às suas despesas em reais, se perder não prejudica sua operação (não leva risco à economia). O risco acontece quando empresas ou bancos aventuram-se em operações superiores às suas necessidades e capacidade de suportar perdas (é o jogo).  Resumindo: um derivativo não passa de uma aposta em um evento futuro.
Os derivativos de créditos quando feitos em pacotes sem responsabilidades das instituições originárias que concederam os créditos e sem análises do crédito destas, se em grande volume, podem ser considerados riscos de crise (é semelhante ao comerciante que vendeu a prazo, não recebeu e falou, mas vendi caro.).
Os CDS (credit default swap = swap de risco de crédito) foram utilizados pelos bancos americanos para pulverizar riscos (na verdade estavam pulverizando perdas, vendendo micos para desavisados ou gananciosos).  Os grandes bancos fizeram isto, no passado, com os títulos argentinos (repassando-os para os aposentados italianos). Quase todos sabiam que a Argentina estava insolvente, mesmo assim era considerada um risco menor do que o Brasil. E a Grécia hoje? Insolvente (sabido por todos). A solução é uma perda transparente (perdão de parte da dívida) ou alongamento sustentado pelo BCE.  A Espanha não é insolvente, basta ter um suporte. A Itália apesar de financeiramente insolvente tem economia para suportar um aperto de vários anos e sair da crise.
Os BCs devem fazer operações de derivativos? Se é responsabilidade deles normatizar, fiscalizar e arbitrar, como ser isento para participar da jogatina? Normalmente os BCs operam fazendo o mercado ficar artificial (aí vira uma bola de neve). Não podem parar, pois têm que salvar os perdedores, ou tentar fazer o mercado voltar à normalidade.
A obrigação dos BCs é estabelecer limites de operações e de riscos para os bancos (boas normas prudenciais).  MAG 09/2011.